Questões de Concurso Para professor - geografia

Foram encontradas 18.404 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Q2688044 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Sobre a acentuação de termos retirados do texto, analise as seguintes afirmações:


I. A palavra “céu” é acentuada por corresponder a um monossílabo tônico que encerra com ditongo aberto “éu”.

II. A palavra “urgência” é acentuada por representar uma proparoxítona.

III. A palavra “papéis” é acentuada por constituir uma paroxítona terminada em ditongo aberto “éi”.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2688043 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Na frase “A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de amarelo-torrado, um azul de céu ou verde”, retirada do texto, as duas primeiras vírgulas estão sendo empregadas para separar:

Alternativas
Q2688042 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Com base exclusivamente no que o texto explicita, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2688041 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Qual das seguintes conjunções ou locuções conjuntivas extraída do texto expressa a ideia de finalidade?

Alternativas
Q2688040 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Quantos fonemas possui a palavra “fiscalizando”, retirada do texto?

Alternativas
Q2688039 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Na frase “Eu daria todos os melhores presentes à minha mãe”, retirada do texto, o verbo “dar”, devidamente conjugado no futuro do pretérito do indicativo, é classificado como:

Alternativas
Q2688038 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Na frase “E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos”, retirada do texto, se a palavra “pessoas” fosse flexionada no singular, quantas outras palavras precisariam ser modificadas para garantir a correta concordância verbo-nominal?

Alternativas
Q2688037 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Cuidar dos pais


01 A minha mãe é a minha filha. Preciso dizer-lhe que chega de bolo de chocolate, chega de

02 café ou de andar às pressas. Vai engordar, vai ficar elétrica, vai começar a doer-lhe a perna

03 esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita

04 atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dão um ar floral, vivo, uma espécie

05 de elemento líquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me

06 com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas

07 convenções que enlutam os mais velhos.

08 A minha mãe, que é a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de vê-la de

09 amarelo-torrado, um azul de céu ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as

10 novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. Aniversários ou

11 Natal, a Primavera ou só um fim de semana fora, servem para que me lembre de trazer-lhe um

12 presente. Pais e filhos são perfeitos para presentes. Eu daria todos os melhores presentes à

13 minha mãe.

14 Rabujo igual aos que amam. Quando amamos, temos urgência em proteger, por isso somos

15 mais do que sinaleiros, apontando, assobiando, mais do que árbitros, fiscalizando para que tudo

16 seja certo, seguro. E rabujamos porque as pessoas amadas erram, têm caprichos, gostam de si

17 com desconfiança, como creio que é normal gostarmos todos de nós mesmos. Aos pais e aos

18 filhos tendemos a amar incondicionalmente, mas com medo. Um amigo dizia que entendeu o

19 pânico depois de nascer o seu primeiro filho. Temia pelo azedo do leite, pelas correntes de ar,

20 pelo carreiro das formigas, temia muito que houvesse um órgão interno, discreto, que

21 desfuncionasse e fizesse o seu filho apagar.

22 Quem ama pensa em todos os perigos e desconta o tempo com martelo pesado. Os que

23 amam sem esta fatura não amam ainda. Passeiam nos afetos. É outra coisa.

24 Ficar para tio parece obrigar-nos a uma inversão destes papéis a dada altura. Quase ouço as

25 minhas irmãs dizerem: “Não casaste, agora tomas conta da mãe e mais destas coisas”. Se a luz

26 está paga, a água, refilar porque está tudo caro, há uma porta que fecha mal, estiveram uns

27 homens esquisitos à porta, a senhora da mercearia não deu o troco certo, o cão ladra mais do

28 que devia, era preciso irmos à aldeia ver assuntos e as pessoas. Quem não casa deixa de ter

29 irmãos, logo, só tem patrões. Viramos uma central de atendimento ao público. Porque nos

30 ligam para saber se está tudo bem, que é o mesmo que perguntar acerca da nossa competência

31 e responsabilizar-nos mais ainda. Como se o amor tivesse agentes. Cupidos que, ao invés de

32 flechas, usam telefones. E, depois, espantam-se: ah, eu pensei que isso já tinha passado,

33 pensei que estava arranjado, naquele dia achei que a doutora já anunciara a cura, eu até fiz

34 uma sopa, no mês passado, até fomos de carro ao Porto, jantamos em modo fino e tudo.

35 Quando passamos a ser pais das nossas mães, tornamo-nos exigentes e cansamo-nos por

36 tudo. Ao contrário de quem é pai de filhas, nós corremos absolutamente contra o tempo, o

37 corpo, os preconceitos, as cores adequadas para a idade. Somos centrais telefônicas aflitas.

38 Queremos sempre que chegue a Primavera, o Verão, que haja sol e aquecem os dias, para

39 descermos à marginal a ver as pessoas que também se arrastam por cães pequenos. Só

40 gostamos de quem tem cães pequenos. Odiamos bicharocos grotescos tratados como seres

41 delicados. O nosso Crisóstomo, que é lingrinhas, corre sempre perigo com cães musculados que

42 as pessoas insistem em garantir que não fazem mal a uma mosca. Deitam-nos as patas ao

43 peito e atiram-nos ao chão, as filhas que são mães podem cair e partir os ossos da bacia.

44 Porque temos bacias dentro do corpo. Somos todos estranhos. Passeamos estranhos com os

45 cães na marginal e o que nos aproveita mesmo é o sol. A minha mãe adora sol. Melhora de

46 tudo. Com os seus lenços como coisas líquidas e cristalinas ao pescoço, ela fica lindíssima! E

47 isso compensa. Recompensa. Comemos ao sol. Somos, sem grande segredo, seres que comem

48 ao sol. Por isso, entre as angústias, sorrimos.


Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em https://www.contioutra.com/conheca-o-texto-que-o-escritor-valter-hugo-mae-escreveu-inspirado-nos-cuidados-que-dedica-a-sua-mae/. Acesso em 31 Jan 2019.

Qual das seguintes locuções adverbiais apresenta corretamente o uso do acento indicativo de crase, assim como se nota em “às pressas” no texto?

Alternativas
Q2680719 Geografia

O Pantanal é um complexo que agrupa várias formações e também abriga uma fauna muito rica. São características desse bioma:

Alternativas
Q2680718 Geografia

Em relação à hidrografia brasileira, a alternativa que corresponde a características da Bacia do rio São Francisco é:

Alternativas
Q2680717 Geografia

Os processos tectônicos condicionam estruturas na superfície das terras emersas do planeta. Elas podem ser classificadas em três grandes províncias geológicas: escudos cristalinos, dobramentos modernos e bacias sedimentares. Sobre a estrutura geológica do Brasil, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2680716 Geografia

A respeito da teoria da tectônica de placas, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2680715 Geografia

O capitalismo é um sistema econômico que foi se expandindo econômica e territorialmente. Considerando o seu processo de desenvolvimento, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2680714 Geografia

Os recursos energéticos são de extrema importância para o desenvolvimento econômico nas sociedades. Em relação a esses recursos, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2680713 Geografia

A desertificação é o processo de destruição do potencial produtivo da terra através de atividades humanas agindo sobre ecossistemas frágeis com baixa capacidade de regeneração.


Entre as principais causas responsáveis pela desertificação estão:

-

I. A prática de queimadas.

II. O desmatamento de áreas com vegetação nativa.

III. O uso intenso do solo tanto na agricultura quanto na pecuária.

IV. Práticas inadequadas de irrigação.

-

Quais estão corretas?

Alternativas
Q2680712 Geografia

Em relação ao fator climático denominado Continentalidade, podemos caracterizá-lo como responsável por:

Alternativas
Q2680711 História

Juscelino Kubitschek governou o Brasil entre 1956 e 1961 e instituiu o Plano de Metas. As assertivas que correspondem a esse Plano são:

-

I. Caracterizou-se por uma estratégia de criação de indústrias estatais nos setores de bens de produção e de infraestrutura. A Companhia Vale do Rio Doce foi uma das importantes indústrias que se destacam no período.

II. Amplo programa de desenvolvimento que visava fazer o país crescer “50 anos em 5” em diversos setores da economia, como: agricultura, saúde, educação, transportes, mineração e construção, tornando o país atraente aos investimentos estrangeiros.

III. A principal medida desse plano foi o congelamento de preços, no patamar em que se encontravam, e dos salários, após um acréscimo de 16% no mínimo e 8% para as demais faixas. Além disso, a manutenção das datas de reajuste das categorias profissionais, o aumento dos prazos de financiamento dos crediários para a compra de bens de consumo e o controle da taxa de câmbio promoveu rápido aumento no poder de compra dos assalariados.

IV. Buscava promover a ocupação do interior do território, integrando espaços naturais ou ocupados pelas atividades primárias aos grandes centros urbano-industriais.

-

Quais estão corretas?

Alternativas
Q2680710 Geografia

Karl Marx, economista e filósofo alemão, desvendou o mecanismo da exploração capitalista definindo o conceito de mais-valia. Sobre a caracterização de dessa ideia, analise as seguintes assertivas:

-

I. Toda jornada de trabalho corresponde à uma remuneração que garantirá a sobrevivência do trabalhador.

II. O trabalhador produz um valor maior do que aquele que recebe como salário. Essa quantidade de trabalho não pago permanece em poder dos proprietários das fábricas, fazendas e outros empreendimentos. Em todo o produto ou serviço está embutido esse valor, que é apropriado pelo dono dos meios de produção e permite o acúmulo de lucro pela burguesia.

III. Ao logo de sua vida, o trabalhador gera um valor maior que o seu salário. Esse valor é utilizado pelo Estado para investir em infraestrutura que será revertida em maior qualidade de vida aos próprios trabalhadores.

IV. A mais-valia representa o valor líquido recebido pelo trabalhador após prestar um serviço.

-

Quais estão corretas?

Alternativas
Q2680709 Geografia

Sobre o tema conhecido por “questão palestina”, é correto afirmar que:

Alternativas
Q2680708 Geografia

O final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, trouxe transformações na geopolítica mundial e deu inicio à uma época marcada:

Alternativas
Respostas
1761: A
1762: E
1763: E
1764: B
1765: D
1766: C
1767: D
1768: C
1769: B
1770: D
1771: C
1772: A
1773: C
1774: C
1775: D
1776: A
1777: C
1778: C
1779: C
1780: B