Questões de Concurso
Para maqueiro
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Qual das alternativas a seguir indica a média das notas dos alunos de Geografia da Escola Estadual Dona Benta?
Leia o texto abaixo e responda a questão:
É curioso como certas coisas vão acontecendo em volta da gente sem a gente perceber, e quando vê já estão aí firmes e antigas. Depois mudam, do mesmo jeito manso. Não me passava pela cabeça que alguém pudesse não gostar de tio Baltazar. Se aparecesse uma pessoa dizendo isso, para mim seria a maior surpresa do mundo. Pois eu tive essa surpresa, e aqui em casa mesmo.
Primeiro eu pensava que meu pai fosse muito amigo de tio Baltazar, não notava que quando mamãe falava do irmão com entusiasmo meu pai ficava calado ou saía de perto. A bomba estourou na minha cara um dia quando mamãe falava em tio Baltazar na mesa e meu pai tomava café calado. De repente meu pai empurra a xícara e diz:
- Chega, Vi. Já sei que ele é a Oitava Maravilha.
Dizendo isso meu pai se levanta e sai da sala.
- Não sei por que seu pai implica tanto com Baltazar – diz mamãe desapontada. Depois se arrepende e conserta: - Ah, bobagem minha. Seu pai deve estar nervoso por outro motivo. Passei a observar, e notei que não havia só implicância da parte de meu pai, mas uma birra mal disfarçada. Agora de sobreaviso, fui notando outras coisas mais: mamãe não se abria muito em agrados com tia Dulce; tio Baltazar fingia que não notava nem a má vontade de meu pai com ele nem a antipatia de mamãe com tia Dulce.
Eu já tinha me acostumado com as antipatias de meus pais, e adotado umas regras para não agraválas, quando de repente a situação muda de água para vinho. Como foi, eu não sei direito. Só sei que houve uma briga no cartório, tio Baltazar discutiu com o escrivão e só não bateu nele porque correu gente para separar. Depois dessa briga tio Baltazar e meu pai ficaram muito amigos, formavam uma espécie de cordae-caçamba, até pescaria faziam juntos, meu pai preparando os anzóis.
Mamãe ficou feliz com a amizade, elogiava tio Baltazar sem constrangimento, meu pai apoiava e completava. Um dia ele disse na minha frente que tio Baltazar era homem de muita fibra e muita visão, esquecido de quando torcia o nariz a tudo quanto mamãe dizia. Depois fiquei sabendo que a briga no cartório tinha sido em defesa de meu pai. Mas a mudança não beneficiou tia Dulce; ela continuou discretamente vetada por mamãe.
(VEIGA, José J. Sombras de reis barbudos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.)
Leia o texto abaixo e responda a questão:
É curioso como certas coisas vão acontecendo em volta da gente sem a gente perceber, e quando vê já estão aí firmes e antigas. Depois mudam, do mesmo jeito manso. Não me passava pela cabeça que alguém pudesse não gostar de tio Baltazar. Se aparecesse uma pessoa dizendo isso, para mim seria a maior surpresa do mundo. Pois eu tive essa surpresa, e aqui em casa mesmo.
Primeiro eu pensava que meu pai fosse muito amigo de tio Baltazar, não notava que quando mamãe falava do irmão com entusiasmo meu pai ficava calado ou saía de perto. A bomba estourou na minha cara um dia quando mamãe falava em tio Baltazar na mesa e meu pai tomava café calado. De repente meu pai empurra a xícara e diz:
- Chega, Vi. Já sei que ele é a Oitava Maravilha.
Dizendo isso meu pai se levanta e sai da sala.
- Não sei por que seu pai implica tanto com Baltazar – diz mamãe desapontada. Depois se arrepende e conserta: - Ah, bobagem minha. Seu pai deve estar nervoso por outro motivo. Passei a observar, e notei que não havia só implicância da parte de meu pai, mas uma birra mal disfarçada. Agora de sobreaviso, fui notando outras coisas mais: mamãe não se abria muito em agrados com tia Dulce; tio Baltazar fingia que não notava nem a má vontade de meu pai com ele nem a antipatia de mamãe com tia Dulce.
Eu já tinha me acostumado com as antipatias de meus pais, e adotado umas regras para não agraválas, quando de repente a situação muda de água para vinho. Como foi, eu não sei direito. Só sei que houve uma briga no cartório, tio Baltazar discutiu com o escrivão e só não bateu nele porque correu gente para separar. Depois dessa briga tio Baltazar e meu pai ficaram muito amigos, formavam uma espécie de cordae-caçamba, até pescaria faziam juntos, meu pai preparando os anzóis.
Mamãe ficou feliz com a amizade, elogiava tio Baltazar sem constrangimento, meu pai apoiava e completava. Um dia ele disse na minha frente que tio Baltazar era homem de muita fibra e muita visão, esquecido de quando torcia o nariz a tudo quanto mamãe dizia. Depois fiquei sabendo que a briga no cartório tinha sido em defesa de meu pai. Mas a mudança não beneficiou tia Dulce; ela continuou discretamente vetada por mamãe.
(VEIGA, José J. Sombras de reis barbudos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.)