Questões de Concurso Para médico infectologista

As ideias do texto progridem da seguinte forma:

A investigação de contatos de portadores da tuberculose (TB) é de fundamental importância para o controle da doença, uma vez que, por meio dessa investigação, é possível identificar pessoas com infecção latente pelo M.tuberculosis (ILTB) e indicar adequadamente o tratamento, possibilitando a prevenção do desenvolvimento da TB ativa. Nesse sentido, segundo o protocolo de vigilância da ILTB no Brasil,

A síndrome de mononucleose, que possui várias etiologias, corresponde a um quadro agudo ou subagudo de febre e linfonodomegalia generalizada, acompanhado ocasionalmente de visceromegalias, alterações hematológicas e exantema. Nesse contexto, a mononucleose infecciosa causada pelo vírus de Epstein Barr (EBV) é a que responde pela maior parte dos casos. Nos casos de infecção por EBV,

As infecções bacterianas apresentam espectro de gravidade que varia desde infecção assintomática, bacteremia, sepse até choque séptico, o que pode levar à disfunção de múltiplos órgãos e à morte. Recentemente, as sociedades de especialidades enfatizam a identificação precoce de pacientes infectados que podem desenvolver sepse com risco de morte, por meio de uma modificação do Escore Sequencial de Avaliação de Falha de Órgãos (SOFA), denominado quickSOFA (qSOFA). Esse escore é fácil de calcular e possui apenas três componentes, sendo eles:

Paciente de 65 anos vai ao atendimento médico após ter sido agredido por animal de rua (cão desconhecido) há duas horas. A mordedura ocorreu na mão esquerda, com bastante sangramento e exposição de tecidos profundos. Desconhece seu passado vacinal. Nesse momento, são propostas as condutas abaixo.
I Lavar com água e sabão, explorar a lesão em busca de corpos estranhos e fazer sutura para aproximação das bordas, cicatrizando por segunda intenção. II Fazer uso imediato de anti-inflamatório não esteroidal e antibiótico profilático durante 10 dias, evitando maiores complicações locais. III Indicar soro e vacina antitetânica, uma vez que o idoso pertence ao grupo de risco para desenvolver tétano, pois não se pode garantir vacinação prévia nesse caso. IV Fazer aplicação de soro antirrábico na porta de entrada (lesão) e iniciar esquema de vacina antirrábica em quatro doses.
Estão corretas apenas as condutas

A leptospirose pode ser difícil de distinguir de muitas outras doenças infecciosas febris. Nesses casos, os exames laboratoriais inespecíficos iniciais podem fornecer informações que ajudam o médico em sua suspeição. Dentre os achados produzidos por esses exames,

Paciente masculino de 23 anos, procedente de Parnamirim/RN, vai à consulta ambulatorial referindo febre irregular há um mês, além de astenia, aumento de volume abdominal e cabelos frágeis. Informa que havia cães com diagnóstico de calazar na vizinhança recentemente. Ao exame, nota-se palidez cutaneomucosa, hepatoesplenomegalia, icterícia e sangramento gengival. Exames laboratoriais revelavam: Hb= 8,5 g%, Htc= 27%, VCM=90 fL. Leucócitos= 1200 /mm³ (3% bastões; 30% segmentados; 55% linfócitos; 10% monócitos; 2% basófilos; 0% eosinófilos), plaquetas = 87.000 /mm³ . TGO= 57 mg/dL, TGP= 78 mg/dL, antiHIV não reagente. Foi solicitado anti-rK39, cujo resultado foi positivo e confirmou o diagnóstico de leishmaniose visceral (LV). O paciente foi encaminhado para referência, para tratamento com anfotericina B lipossomal, pois apresentava maior risco de mortalidade. De acordo com o exposto, os fatores considerados como mau prognóstico e associados à gravidade em um caso de LV são:

No tratamento das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a utilização de antimicrobianos de forma adequada e abreviada contribui para a quebra da cadeia de transmissão e melhor controle da doença. O Ministério da Saúde possui manuais que orientam uma abordagem sindrômica para o diagnóstico e a terapêutica das ISTs, em que se recomenda corretamente o seguinte esquema:

A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica, crônica, curável e exclusiva do ser humano. Quando não tratada, evolui para estágios de gravidade variada, podendo acometer diversos órgãos e sistemas do corpo. Por isso, seu diagnóstico precoce se faz necessário. Em relação aos exames laboratoriais para essa doença, constata-se que

O diagnóstico precoce e a terapêutica imediata e adequada são fatores fundamentais para melhorar o grave prognóstico das meningoencefalites bacterianas. A terapêutica deve incluir o emprego de antimicrobianos específicos de acordo com a etiologia provável, até que sejam recebidos os exames de cultura e antibiograma do líquor. Para esses casos,

As meningites são processos inflamatórios de etiologia variada que se localizam nas meninges do encéfalo e da medula espinhal e podem invadir o parênquima nervoso. Qualquer bactéria pode causar meningite. No entanto, é possível estabelecer alguns parâmetros para definir o provável agente causador no paciente com quadro clínico da enfermidade. Nesse sentido,

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são causadas por agentes múltiplos, sendo sua forma de disseminação muito variável, e o ser humano sua principal fonte de disseminação. Assim, a epidemiologia dessas infecções depende do agente infeccioso, e as formas de prevenção dependem de fatores técnicos, precauções e isolamentos. Para o controle dessas doenças, foram estabelecidos alguns consensos que auxiliam o controlador no manejo. Dentre esses consensos, cabe destacar:

Paciente do sexo feminino, de 19 anos, estudante universitária, vai ao pronto atendimento referindo febre (39o C), mialgia, cefaleia retroocular e artralgias há quatro dias, evoluindo para náuseas e vômitos, dor abdominal e epistaxe há um dia, quando a febre diminuiu sua intensidade e surgiu um leve rash maculopapular em tronco. Suspeitando de dengue com sinais de alerta/alarme, o médico solicita exames e adota a conduta padrão. Nesse caso, são considerados sinais de alerta/alarme:

Paciente de 64 anos, do sexo feminino, portadora de artrite reumatoide e em uso de imunobiológico por longo prazo, vai ao consultório em busca de vacina contra febre amarela, pois irá viajar para Bonito/MS em uma excursão com amigos e familiares. Sobre a conduta do médico diante do caso, analise as ações apresentadas abaixo.
I Indicar a vacina, pois a paciente viajará para área de risco e deve se proteger de uma doença potencialmente grave. II Suspender imunobiológico e indicar a vacina na semana seguinte, evitando eventos adversos da vacina. III Contraindicar a vacina, pois há risco de febre amarela vacinal, tendo em vista a idade avançada e o uso de imunobiológico. IV Indicar profilaxia com uso de repelentes e roupas longas para membros superiores e inferiores, evitando exposição ao vetor.
Considerando a situação, estão corretas as decisões presentes nos itens

Leia o excerto abaixo.
A vacina é uma das principais aliadas do serviço de saúde ocupacional porque permite, a partir de ações simples e de baixo custo, alcançar seu objetivo: a saúde dos trabalhadores, com diminuição do risco de absenteísmo. Além disso, um programa bem elaborado será percebido pelos funcionários como mais um benefício e, pela empresa, como uma ferramenta que assegura o ritmo de produção, evitando faltas, licenças temporárias por motivos de saúde e as aposentadorias precoces.
Disponível em: <www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/sugestoes_de_leitura_171220131126567055475.pdf>. Acesso em: 27 fev. 2019. [Adaptado]
De acordo com o programa de imunizações do trabalhador (NR32),

A principal hipótese diagnóstica para esse caso é

Ao atender esse paciente, a conduta mais adequada é solicitar

Paciente de 29 anos, do sexo masculino, assintomático e sem comorbidades em tratamento, vai à unidade de saúde levando consigo resultados de exames sorológicos (ver quadro abaixo) apresentados durante doação de sangue de rotina há um mês. Na ocasião, o jovem foi informado de que não mais poderia doar sangue ou tecidos.



Baseado nesses resultados, o médico formula as hipóteses abaixo.
I Paciente tem imunidade vacinal contra hepatite B, podendo doar sangue sem que haja transmissão viral do HBV. II Paciente necessita fazer carga viral do HCV para comprovar infecção crônica em atividade ou apenas contato prévio. III Paciente tem contato prévio com HBV e HCV e precisa fazer seguimento com especialista por tempo indeterminado. IV Paciente tem doença incurável (hepatite C) e, realmente, não mais poderá doar sangue ou tecidos rotineiramente.
Em relação ao caso exposto, estão corretas as hipóteses

Leia o excerto abaixo.
A hepatite é a inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Em alguns casos, são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas que podem desenvolver cirrose e câncer hepatocelular com o passar do tempo nas infecções crônicas. As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, mais de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). O país registrou 40.198 casos novos de hepatites virais em 2017. O SUS oferece tratamento para todos independente do grau de lesão do fígado.
Ministério da Saúde. Hepatites: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. Disponível em <http://portalms. saude.gov.br/saude-de-a-z/hepatite>. Acesso em: 05 fev. 2019. [Adaptado]

Paciente do sexo feminino, em idade pós-menopausa, diabética em uso de metformina e glibenclamida, vai ao infectologista devido a queixas urinárias (disúria, polaciúria, urgência miccional, dor hipogástrica) há quase um ano, período no qual já tratou infecções urinárias diversas vezes, ambulatorialmente. Trazia um resultado de urocultura conforme demonstrado a seguir.

Após uma análise minuciosa dessa urocultura (coletada com método asséptico), a correta interpretação do antibiograma, em relação aos mecanismos de resistência bacteriana, é: