Questões de Concurso
Para diplomata
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Depreende-se das ideias desenvolvidas nos textos I e II que seus autores divergem a respeito do que faz da fala e da escrita instâncias diversas: Mattoso Câmara atribui a diferença à natureza delas, e Pessoa, aos meios e fins.
De acordo com o texto I, a falta de determinados elementos expressivos na linguagem torna a escrita sempre ineficiente, em menor ou maior grau, se comparada à linguagem falada.
No texto I, o verbo “obviar” (l.15) foi empregado como sinônimo de opor.
No texto II, a relação entre os adjetivos “democrático” (l.13), referindo-se à “palavra falada”, e “aristocrático” (l.13), relativo à “palavra escrita,” é de antonímia, estando ambos os vocábulos empregados em sentido conotativo.
Dadas as relações de sentido construídas no texto II, a palavra “imediata” (l.1) poderia ser interpretada, no contexto, tanto como sem intermediário quanto como instantâneo.
No texto I, a palavra “sucedâneo” (l.7) foi empregada como sinônima de sucessor, podendo ser por esta substituída, sem prejuízo do sentido original do texto.
Ao afirmar, no segundo texto, que o urubu “vai acolitar os empreiteiros da seca” (v.7), o poeta ironiza aqueles que lucram com a longa estiagem sertaneja, comparando-os à ave que, no mesmo período, encontra farta comida.
No primeiro texto, o poeta demonstra apreensão ao perceber “um elenco de urubus” (v.6-7) a circular sobre a cobertura de um prédio e receia que as aves estejam indicando a iminente morte de um dos escritores, como em um presságio.
No segundo texto, ao informar que o urubu é “funcionário” (v.2), “veterano” (v.8) e “convicto profissional liberal” (v.16), o poeta quer assim transmitir a rotina, a experiência e a autonomia do urubu no período das secas do sertão, quando a morte dos animais, por fome e sede, aumenta a oferta da carniça de que se alimenta.
Depreende-se do primeiro texto que o poeta João Cabral de Melo Neto e o cronista Rubem Braga liam juntos as provas da obra Dois Parlamentos, porque ambos eram personagens desse poema.
O cronista brasileiro comenta que melhoraria seu estilo literário se escrevesse não apenas no ambiente do filósofo francês, mas também se consultasse os livros de Platão e de Mallarmé que estavam sobre a mesa de Jean-Paul Sartre no momento do encontro.
O encontro dos dois brasileiros com Jean Paul-Sartre foi marcado com urgência em razão de um processo penal que, relativo a direitos autorais, envolvia estudantes do Rio de Janeiro e o escritor francês.
Rubem Braga informa que, como Jean-Paul Sartre foi evasivo durante boa parte da conversa, não foi possível saber com que interlocutor ele falava sobre seus trabalhos literários.
O autor do texto, Rubem Braga, registra que o adido cultural francês em São Paulo teve conhecimento do problema relativo a direitos autorais e prometeu enviar uma cópia do processo traduzida para o francês.