Questões de Concurso
Para psicopedagogo
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Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve‐se tomar ao menos dois litros de água. E uriná‐los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve‐se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/ Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)
Relacione adequadamente o nome da figura de linguagem ao seu respectivo exemplo.
1. “Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente.” (7º§)
2. “Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia...” (9º§)
3. “Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho...” (17º§)
4. “E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta...” (12º§)
5. “Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.” (6º§)
( ) Antítese.
( ) Metáfora.
( ) Gradação.
( ) Metonímia.
( ) Comparação.
A sequência está correta em
Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve‐se tomar ao menos dois litros de água. E uriná‐los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve‐se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/ Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)
Acerca das ideias do texto, analise as afirmativas, marque V paras as verdadeiras e F para as falsas.
( ) O título atribuído ao texto pressupõe que o excesso de tarefas a que nos impomos cotidianamente é uma característica inerente à sociedade contemporânea, para a qual o tempo parece passar de forma inexorável.
( ) Ao contabilizar as horas que se gasta para realizar todos os compromissos diários, o narrador evidencia que as pessoas estão tendo menos dificuldades para cumprir sua jornada dentro das vinte e quatro horas do dia.
( ) Ao citar as marcas Plax, Yakult, Aspirina e Danoninho, o narrador chama a atenção para o aspecto persuasivo da propaganda que incita as pessoas a consumir certos produtos, muitas vezes, sem refletir a respeito.
( ) O narrador relata a realização simultânea de diversas ações esdrúxulas para mostrar que as pessoas, em sua maioria, se tornaram “escravas” do relógio, ao buscar fazer menos coisas em um maior tempo possível.
( ) A crônica nos faz pensar sobre até que ponto nos submetemos e nos deixamos influenciar por modismos, consumos e regras ditadas por padrões impostos pela sociedade moderna, tolhendo nossa liberdade de escolha.
A sequência está correta em
Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve‐se tomar ao menos dois litros de água. E uriná‐los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve‐se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/ Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)
No fragmento “Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.” (6º§), é possível inferir, de acordo com o contexto, que o termo “pulôver” pertence ao campo semântico do(s)
Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve‐se tomar ao menos dois litros de água. E uriná‐los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve‐se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve‐se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia.
Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve‐se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida moderna. Disponível em http://pensador.uol.com.br/frase/MzI3NDUz/ Acesso em: 01/11/2015. Adaptado.)
Considerando‐se as características que definem o gênero textual crônica, quais podem ser encontradas no texto de Luís Fernando Veríssimo?
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Atente para a frase:
“Descobre-se a causa”. (L.5) |
Transpondo o fragmento em evidência para a voz ativa, a forma verbal corresponderá a
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
A alternativa cuja afirmação não encontra respaldo na norma padrão é a
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Com referência ao texto é correto afirmar
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Há correspondência modo-temporal entre a forma verbal simples “armou“ (L.13) e a composta em
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
No texto, a relação estabelecida pela preposição transcrita está corretamente indicada em
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
A expressão que pode ser retirada do contexto, sem comprometer o entendimento da mensagem, é
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
O verbo é o núcleo da informação em:
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Com relação a aspectos morfossintáticos das alternativas abaixo, marque a alternativa CORRETA:
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Sobre os mecanismos linguísticos presentes no texto, é CORRETO afirmar:
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Marque com F quando a afirmativa for FALSA e com V quando a afirmativa for VERDADEIRA.
I. ( ) A leitura do texto revela que os cidadãos brasileiros — além de acostumados a tentar driblar normas disciplinares de qualquer espécie — só ficam no mesmo patamar de igualdade em situações como a de engarrafamento.
II. ( ) Com base no texto, pode-se afirmar que a expressão "brasileiro esperto" (L.14) e a afirmação "leva vantagem em tudo" (L.14) traduzem ideias que se completam na adoção de uma postura ética por parte do indivíduo, na tentativa de mostrar competência em quaisquer situações.
III. ( ) Os numerais cardinais usados no texto têm, muito mais, a intenção de criar a ideia de lentidão no fluir do tráfego do que a de enumerar rigorosamente as filas de carro que vão surgindo.
IV. ( ) A palavra "cenário" (L.13) conota imobilidade do mesmo modo que "dramatização" (L.13) e "rito" (L.14) conotam movimento.
A alternativa que contém a sequência CORRETA, de cima para baixo, é a:
AS QUESTÕES 1 A 15 ESTÃO RELACIONADAS AO TEXTO ABAIXO
1__Estou voltando de um fim de semana em Friburgo. Mas poderia estar regressando de qualquer cidade
2 brasileira, que a situação seria a mesma. É que às vezes uma melhor compreensão do Brasil a gente encontra
3 não nos tratados, mas num simples incidente cotidiano.
4 __Por isto estou ali na estrada. O trânsito vai fluindo normalmente. De repente, na altura de Itaboraí
5 (como acontece frequentemente), o fluxo dos veículos vai ficando mais lento. Descobre-se a causa: lá está um
6 policial de trânsito fazendo com que os automóveis entrem em fila única. Isto é uma técnica que costumam
7 usar para evitar engarrafamentos, sobretudo quando vai chegando o verão. Tal técnica, acredito, deve dar
8 certo na Escandinávia, nunca aqui nos trópicos. A polícia rodoviária deve ter pensado que usando este
9 processo evitaria que na altura de Magé o trânsito virasse um pandemônio. Ela sabe que, se deixar, os
10 motoristas vão começar a ultrapassagem pela contramão, uma vez que não há praticamente movimento aí. É
11 uma forma de evitar desastres.
12 __Este é o problema. A polícia rodoviária é brasileira, mas não conhece os brasileiros. Porque ela
13 apenas armou o cenário para a dramatização de mais uma cena representativa do caráter nacional. Vamos
14 começar a assistir ao rito do "brasileiro esperto" que "leva vantagem em tudo".
15 __Ali estou com a família tentando ser bom brasileiro.
16 ________________________________(...)
17 __Em breve já não somos uma fila única, mas uma fila dupla está se formando sem que surja qualquer
18 guarda alemão ou sueco para controlar o que quer que seja. E a coisa não para aí. Está, ao contrário, apenas
19 começando.
20 ________________________________(...)
21 __Nisto percebo que já não somos três filas apenas, mas quatro e cinco filas indo em direção ao caos.
22 ________________________________(...)
23 __Meu rádio, por acaso, capta a voz de um policial comentando o engarrafamento: "Câmbio / confusão
24 geral / danou tudo / não tem mais jeito / câmbio". Agora, sim, estamos todos ali perfeitamente brasileiros e
25 infelizes, enquanto a raiva raia sanguínea e fresca em nossos nervos. Ali estamos, achando que íamos iludir o
26 FMI, que o capitalismo selvagem não nos prejudicaria. Ali estamos como o "deputado pianista" e o que vota
27 seu desonesto jeton. Ali estamos como o militar, o ministro e o alto funcionário iludindo o imposto de renda.
28 Ali estamos, posseiros e grileiros, governantes e governados, todos apalermados porque não sabíamos que a
29 história do país pode engarrafar.
SANTANNA, Affonso Romano de. - ADAPTADO
Uma das afirmações NÃO encontra respaldo no texto:
Considere a planilha produzida com a ferramenta Microsoft Office Excel 2007 (configuração padrão):
A |
B |
C |
D |
|
1 |
100 |
40 |
50 |
|
2 |
300 |
20 |
20 |
|
3 |
50 |
UERN |
30 |
|
4 |
||||
5 |
||||
6 |
Se o usuário digitar a fórmula =SE(MÉDIA(B1;B2)>=C3;SOMA(A3:C3);MÁXIMO(B1:B3)) na célula A6, pode-se afirmar que o resultado será:
Texto para responder às questões 09 e 10.
Se eu fosse pintor...
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas pontas das asas.
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos de cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixá-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais ou viram ou verão.
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, ainda como moles folhas de cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a árvore um ornamento vivo, entre os muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das escadas e dos telhados em redor.
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?
Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito? [...]
Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do vale à montanha, possui uma riqueza invisível, que a distância abafa e desfaz: por detrás dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses castelinhos de brinquedo, há criaturas que falam, discutem, entendem-se e não se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil perguntas e não sei se chegam à noite com alguma resposta.
Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último recesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento humano?
(MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976. Adaptado.)
Nos dois últimos parágrafos, a autora demonstra determinado obstáculo, oposição, para continuar o que consegue realizar no primeiro plano. Tal efeito de sentido é demonstrado marcadamente através da expressão presente em:
Texto para responder às questões 09 e 10.
Se eu fosse pintor...
Se eu fosse pintor começaria a delinear este primeiro plano de trepadeiras entrelaçadas, com pequenos jasmins e grandes campânulas roxas, por onde flutua uma borboleta cor de marfim, com um pouco de ouro nas pontas das asas.
Mas logo depois, entre o primeiro plano e a casa fechada, há pombos de cintilante alvura, e pássaros azuis tão rápidos e certeiros que seria impossível deixar de fixá-los, para dar alegria aos olhos dos que jamais ou viram ou verão.
Mas o quintal da casa abandonada ostenta uma delicada mangueira, ainda como moles folhas de cor de bronze sobre a cerrada fronde sombria, uma delicada mangueira repleta de pequenos frutos, de um verde tenro, que se destacam do verde-escuro como se estivessem ali apenas para tornar a árvore um ornamento vivo, entre os muros brancos, os pisos vermelhos, o jogo das escadas e dos telhados em redor.
E que faria eu, pintor, dos inúmeros pardais que pousam nesses muros e nesses telhados, e aí conversam, namoram-se, amam-se, e dizem adeus, cada um com seu destino, entre a floresta e os jardins, o vento e a névoa?
Mas por detrás estão as velhas casas, pequenas e tortas, pintadas de cores vivas, como desenhos infantis, com seus varais carregados de toalhas de mesa, saias floridas, panos vermelhos e amarelos, combinados harmoniosamente pela lavadeira que ali os colocou. Se eu fosse pintor, como poderia perder esse arranjo, tão simples e natural, e ao mesmo tempo de tão admirável efeito? [...]
Sinto, porém, que tudo isso por onde vão meus olhos, ao subirem do vale à montanha, possui uma riqueza invisível, que a distância abafa e desfaz: por detrás dessas paredes, desses muros, dentro dessas casas pobres e desses castelinhos de brinquedo, há criaturas que falam, discutem, entendem-se e não se entendem, amam, odeiam, desejam, acordam todos os dias com mil perguntas e não sei se chegam à noite com alguma resposta.
Se eu fosse pintor, gostaria de pintar esse último plano, esse último recesso da paisagem. Mas houve jamais algum pintor que pudesse fixar esse móvel oceano, inquieto, incerto, constantemente variável que é o pensamento humano?
(MEIRELES, Cecília. Ilusões do mundo. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1976. Adaptado.)
Tendo em vista a estrutura textual apresentada, pode-se afirmar acerca de elementos como: variedade de cores e tons, as conversas dos pássaros, as “folhas ainda moles” das mangueiras (...) que
Textos para responder às questões de 06 a 08.
Texto I
Aristóteles, o defensor da instrução para a virtude
O primeiro lógico via na escola o caminho para a vida pública e o exercício da ética.
De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles (384-322 a.C.) foi o que mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica e suas conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande, mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está principalmente em escritos sobre outros temas.
As principais obras de onde se pode tirar informações pedagógicas são as que tratam de política e ética. “Em ambos os casos o objetivo final era obter a virtude”, diz Carlota Boto, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Em suas reflexões sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que ele chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo vida do bem e vida harmoniosa.” Ou seja, para Aristóteles, ser feliz e ser útil à comunidade eram dois objetivos sobrepostos, e ambos estavam presentes na atividade pública. O melhor governo, dizia ele, seria “aquele em que cada um melhor encontra o que necessita para ser feliz”.
(Márcio Ferrari. Disponível em: http://novaescola.org.br/formacao/aristoteles-428110.shtml. Fragmento.)
Texto II
Émile Durkheim, o criador da sociologia da educação
Para o sociólogo francês, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social.
Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto –, segundo ele, é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. “Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de ideias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte”, explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.
(Márcio Ferrari. Disponível em: http://novaescola.org.br/formacao/criador-sociologia-educacao-423124.shtml. Fragmento.)
Apesar dos textos serem construídos com base em informações e fatos concretos, dados coletados em fontes seguras, há trechos em que é possível identificar o posicionamento do enunciador de cada um deles. Dentre os trechos selecionados a seguir, tal fato pode ser constatado em: