Questões de Concurso Para médico

Em crianças clinicamente ansiosas, a minoria apresenta mais de um transtorno psiquiátrico, geralmente outro transtorno de ansiedade ou de humor.

Crianças ansiosas apresentam maior risco para abuso de substâncias (durante a infância), provavelmente refletindo um alívio dos próprios sintomas ansiosos.

Embora a prevalência varie entre países, em torno de 5% das crianças e adolescentes preenche critérios para transtornos de ansiedade em algum momento, em países ocidentais, sendo a prevalência mais alta para fobias específicas.

A idade de aparecimento dos transtornos de ansiedade podem variar, mas geralmente ansiedade de separação e transtorno de pânico surgem em crianças menores (entre 6 e 10 anos) e transtorno obsessivo-compulsivo e fobia social surgem na adolescência.

Embora muito prevalentes em cenários clínicos, os transtornos de ansiedade estão entre os que mais apresentam remissão espontânea.

É necessário ter por objetivo a remissão completa dos sintomas e o retorno ao nível pré-mórbido de funcionamento. A persistência de sintomas depressivos aumenta o risco de funcionamento psicossocial mais pobre, além de recidivas.

O efeito placebo costuma ser maior na população pediátrica do que em adultos. Portanto, antidepressivos não costumam ser mais eficazes do que placebo em depressões leves, sendo mais eficazes em quadros graves.

A fluoxetina é o Inibidor Seletivo da Receptação da Serotonina (ISRS) mais estudado. Outros ISRSs que também apresentam evidências são sertralina, escitalopram e citalopram. A paroxetina não parece ser eficaz, estando associada a efeitos colaterais mais significativos, devendo ser evitada.

Uma das diferenças mais importantes no tratamento de crianças e adolescentes e adultos diz respeito à depressão bipolar. Na população pediátrica, o uso isolado de antidepressivos ainda é a primeira escolha, na tentativa de minimizar efeitos colaterais dos estabilizadores de humor e/ou antipsicóticos, especialmente aumento de peso.

Dentre os fatores ambientais associados à pobre resposta ao tratamento, estão, bullying, escola ou vizinhança disfuncionais, convívio com grupo com características antissociais e outros aspectos culturais.

Embora possam estar presentes em todas as idades, acessos de fúria/crises de birra, reatividade do afeto (sentir-se momentaneamente melhor em resposta a eventos positivos) e queixas somáticas são mais característicos em crianças pequenas. Já adolescentes estão mais propensos a apresentar irritabilidade, hipersonia, hipersensibilidade à rejeição e aumento do apetite/peso, dentre outros.

A prevalência é similar entre os sexos em crianças pré-púberes. Na adolescência, o sexo feminino apresenta uma prevalência duas vezes a do sexo masculino.

Início precoce está associado a vários indicadores de maior impacto negativo na vida adulta em diferentes domínios, tais como maior prejuízo social e ocupacional, pior qualidade de vida, mais comorbidades médicas e psiquiátricas, maior recorrência de episódio depressivos e tentativas de suicídio e maior gravidade dos sintomas.

Embora esteja sendo reconhecida cada vez mais a prevalência de depressão na infância, sabe-se que uma parcela muito pequena, em torno de 10 a 15%, apresenta risco de episódio depressivos na vida adulta.

Depressão parental é o fator de risco mais consistentemente replicado em estudos para depressão na infância e adolescência.

A maioria das crianças que apresenta sintomas psicóticos não tem esquizofrenia ou transtorno bipolar e sim, provavelmente, sintomas psicóticos transitórios que podem estar associados a sintomas de ansiedade ou de humor.

Fatores de pior prognóstico nos transtornos psicótico de início precoce são sexo masculino, uso de substâncias psicoativas atual, funcionamento pré-mórbido pobre, início insidioso e a presença de sintomas negativos.

Em relação ao tratamento, quanto mais for possível postergar o início do uso de antipsicóticos, melhor o prognóstico, mesmo que haja sintomatologia psicótica presente. Estudos mostram que início de tratamento medicamentoso precoce está associado a pior prognóstico, independentemente da presença de sintomatologia psicótica.

Crianças, e em um grau menor, adolescentes com psicose costumam ter mais fatores de risco do que aqueles com início mais tardio do transtorno.

Há evidências de que psicoeducação reduz recidiva em transtornos psicóticos de início precoce.

Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista costumam ser comórbidos. Para que se faça o diagnóstico da comorbidade, a comunicação social deve estar abaixo do esperado para o nível geral do desenvolvimento.

De acordo com o DSM-5, o Transtorno do Espectro Autista apresenta déficits na comunicação e interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades presentes antes dos 3 anos de idade, com prejuízo clinicamente significativo e não melhor explicado por deficiência intelectual ou atraso global do desenvolvimento.

A presença ou ausência de deficiência intelectual e comprometimento da linguagem associado, bem como outros problemas de saúde mental, são os melhores fatores prognósticos para as evoluções individuais no Transtorno do Espectro Autista.

Antipsicóticos costumam ser usados para tratamento de sintomas-alvo, como agressividade e automutilações, sendo a risperidona aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration) para o tratamento de alterações comportamentais no autismo desde 2006.

De acordo com o DSM-5, a Deficiência Intelectual (Transtorno do Desenvolvimento Intelectual) é especificada em termos de gravidade com base no funcionamento adaptativo, e não em escores de QI, uma vez que é o funcionamento adaptativo que determina o nível de apoio necessário.