Questões de Concurso Para analista de sistemas

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Q2666682 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

Assinale a alternativa em que há aposto marcado com vírgula, obrigatoriamente.

Alternativas
Q2666680 Português

Considere o seguinte anúncio de jornal.


“Encontra-se, na Avenida das Torres, cachorros de rua que incomodam os moradores. Foram colocados à venda ou para adoção. Além do mais, as autoridades proibiram que os moradores usassem seu canil para abriga-los. Informamos a população criciumense que isso é questão de saúde pública e de tratamento adequado aos animais.”


Fulano de Tal, 15 de setembro de 2021.


Analise as afirmativas feitas abaixo, com respeito à correção do anúncio de acordo com a norma culta.


Há erro de concordância verbal e regência verbal. Há a presença de um vício de linguagem chamado “ambiguidade” ou “anfibologia”. Há erro de acentuação gráfica e uso da crase. Não há problemas com o uso da pontuação. A expressão “seu canil” refere-se ao canil público e é um objeto indireto que completa o sentido do verbo “usar”.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2666679 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

Considere a frase:


“Soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre”.


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre a frase.


( ) É possível identificar na frase três sujeitos: um subentendido ou oculto, outro representado pela expressão “o jornal” e outro representado pelo pronome indefinido “alguém”.

( ) A expressão “num dia remoto” está entre vírgulas por se tratar de adjunto adverbial deslocado.

( ) Há três pronomes oblíquos na função de objeto indireto e que retomam no contexto do texto a palavra “besta”.

( ) Todos os verbos estão no pretérito.

( ) O uso de vírgula antes da conjunção “e” foge à determinação da norma culta. Neste texto é justificada, pelo fato de ser uma crônica de autor consagrado.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Q2666673 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

O título do anúncio faz uso de crase na sua composição.


Assinale a alternativa que a justifica e apresenta exemplo com a mesma regra.

Alternativas
Q2666671 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

No último parágrafo do texto, o narrador apresenta qualidades do texto presentes no anúncio feito por João Alves.


Assinale a alternativa que, segundo o narrador, é a maior dessas qualidades.

Alternativas
Q2666669 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

Assinale a alternativa que, segundo o narrador, explica a frase: “Contudo, não o afirmas em tom peremptório: ‘tudo me induz a esse cálculo’”.

Alternativas
Q2666666 Português

Leia o texto.


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Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

Considerando o texto, assinale a alternativa em que a significação da expressão ou frase está correta.

Alternativas
Q2666621 Português

Leia o texto.


Anúncio de João Alves


Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:


À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano candente, sumiu-se uma besta vermelho-escura com os seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de 4 a 6 centímetros, produzido por jumento.


Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e de boa sela, e tudo me induz ao cálculo de que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.


Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a fizer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.


55 anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio continua um modelo de gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.


Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois de um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.


Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”. Nem esqueceste esse pequeno cisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico atribui com segurança a um jumento.


Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria fugido, antes foi roubada. Contudo, não o afirmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a prudência mineira que avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesmo. É cálculo, raciocínio, operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.


Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração final: quem a apreender ou pelo menos “notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometeste recompensa tentadora, não fazes praça de generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de bestas perdidas e entregues.


Já é muito tarde para sairmos à procura da tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa de hoje, ficarias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação, nem essa atitude crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.


(Carlos Drummond de Andrade – Para gostar de ler)

Analise as afirmativas abaixo feitas sobre o texto.


O narrador, ao comentar o anúncio, deixa transparecer um ar de simpatia e de carinho pelo anunciante. O narrador ao comentar a linguagem usada no anúncio mostra-se surpreso. O narrador não tem certeza se a prudência mineira continua sendo ainda hoje uma qualidade dos mineiros. O narrador questiona o anunciante sobre a hipótese do roubo. O narrador considera a linguagem do anunciante engraçada.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2666620 Atualidades

Analise as afirmativas abaixo, em relação à distribuição de água no Brasil.


Ocorre irregularmente, existindo áreas pouco povoadas com muitas reservas e muito povoadas com poucas reservas. O país possui a menor reserva de água potável do mundo, com apenas 2% do total. A região norte do país concentra a maior parte dos recuros hídricos do Brasil. A conservação dos rios e mananciais é fundamental para a preservação desse recurso natural.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2666619 Atualidades

É possível considerar que a economia de Santa Catarina é rica e diversificada, sendo distribuída nos diferentes polos do estado.


Analise as afirmativas abaixo sobre sobre a economia catarinense:


A diversidade climática do estado não impacta no desenvolvimento das atividades econômicas. O relevo é um dos componentes que promovem a diversidade das atividades econômicas. O turismo é um ponto de destaque da economia do estado. Na grande Florianópolis encontra-se a indústria moveleira e de papel.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2666617 Atualidades

Analise as afirmativas abaixo a respeito dos impactos do isolamento social imposto pela pandemia ocasionada pela COVID-19.


A quarentena pode desencadear efeitos psicológicos negativos, como o medo e a insônia. A Organização Mundial da Saúde, OMS, tem abordado os reflexos da pandemia na saúde mental das pessoas. O teleatendimento ganhou espaço no Brasil, devido à necessidade de distanciamento vivenciado nesse período. Na população infanto-juvenil, destaca-se a recomedação de equilibrar horários de estudos e de brincadeiras.


Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

Alternativas
Q2666616 Atualidades

Sobre a “Internet das Coisas”, é correto afirmar:

Alternativas
Q2654778 Banco de Dados

Relacione os tipos de bancos de dados na COLUNA I com as descrições correspondentes na COLUNA II.


COLUNA I


1.Banco de dados relacional

2. Banco de dados distribuídos 


COLUNA II


(    ) Banco de dados que armazena dados em diferentes localidades geográficas, permitindo acesso e atualização de dados de forma descentralizada.

(    ) Banco de dados que tem regras de integridade entre as tabelas, garantindo a precisão e a consistência dos dados.

(    ) Banco de dados em que cada tabela tem uma chave primária, que é um campo único que identifica cada registro na tabela.


Assinale a sequência correta.



Alternativas
Q2654777 Engenharia de Software

Sobre qualidade de software e processo de teste, aspectos essenciais no desenvolvimento de sistemas, analise as afirmativas a seguir.


I. O teste de aceitação é realizado para verificar se o sistema atende aos critérios de aceitação definidos pelo cliente ou usuário final.


II. O teste de regressão é executado para garantir que as alterações no código-fonte não introduziram novos defeitos no software e que as funcionalidades existentes continuam funcionando conforme esperado.


III. O teste de unidade é uma técnica de teste que verifica se unidades individuais de código, como funções ou métodos, estão funcionando corretamente de forma isolada.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Q2654776 Engenharia de Software

Sobre os diagramas de UML, assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.


(    ) Um caso de uso, no diagrama de casos de uso, descreve o fluxo principal de eventos, ou seja, a sequência de ações realizadas pelo ator e pelo sistema para alcançar um objetivo específico.


(    ) No diagrama de classes, as classes são representadas como caixas com três compartimentos, mostrando o nome da classe, seus atributos e seus métodos.


(    ) No diagrama de classes, um ator representa um papel externo ao sistema, como um usuário, que interage com o sistema para realizar uma determinada função.


Assinale a sequência correta.

Alternativas
Q2654775 Engenharia de Software

O diagrama de objetos da UML é usado para representar a estrutura estática de um sistema, mostrando os objetos, suas classes e os relacionamentos entre eles.


Sobre o diagrama de objetos da UML, analise as afirmativas a seguir.


I. No diagrama de objetos, os objetos são representados como instâncias de classes, mostrando seus atributos com os valores atuais e os métodos da sua classe.


II. O diagrama de objetos pode mostrar os relacionamentos entre objetos, como associações, agregações e composições, representando a forma como os objetos se relacionam no sistema.


III. O diagrama de objetos mostra os valores atuais de cada atributo de um objeto em um determinado momento de execução do sistema.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Q2654774 Engenharia de Software

Um gerente de projeto está implementando um sistema de gestão de configuração de software para controlar as mudanças nos artefatos de um projeto.


Fazem parte da gestão de configuração de software, exceto:

Alternativas
Q2654773 Banco de Dados

As restrições de integridade são regras definidas em um banco de dados para garantir a consistência e a precisão dos dados armazenados.


Sobre as restrições de integridade, analise as afirmativas a seguir.


I. Uma restrição de chave primária garante que cada linha em uma tabela seja exclusiva, identificando de forma única cada registro na tabela.


II. Uma restrição de chave estrangeira garante que os valores em uma coluna correspondam aos valores em outra tabela, mantendo a integridade referencial entre as tabelas.


III. Uma restrição de integridade de domínio define os valores válidos que podem ser inseridos em uma coluna, garantindo que esses valores sejam únicos em cada tabela.


Estão corretas as afirmativas

Alternativas
Q2654772 Sistemas de Informação

Um desenvolvedor está trabalhando em um projeto de desenvolvimento de um sistema web e está utilizando tecnologias modernas para garantir uma experiência de usuário eficiente.


Com relação às melhores práticas de desenvolvimento de sistemas web, assinale a alternativa que apresenta uma prática incorreta.  

Alternativas
Respostas
1361: A
1362: D
1363: C
1364: B
1365: A
1366: E
1367: B
1368: D
1369: D
1370: C
1371: E
1372: B
1373: A
1374: A
1375: D
1376: B
1377: C
1378: D
1379: A
1380: D