Questões de Concurso Para técnico de laboratório - informática

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Q2744638 Português

Os dois poemas seguintes, de Manuel Bandeira e de Carlos Drummond de Andrade, são as referências para as questões 5 e 6:


POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL


João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no

[morro da Babilônia num barracão sem número.

Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro

Bebeu

Cantou

Dançou

Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.


(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.)


SOCIEDADE


O homem disse para o amigo:

— Breve irei a tua casa

e levarei minha mulher.


O amigo enfeitou a casa

e quando o homem chegou com a mulher,

soltou uma dúzia de foguetes.


O homem comeu e bebeu.

A mulher bebe e cantou.

Os dois dançaram.

O amigo estava muito satisfeito.


Quando foi hora de sair,

o amigo disse para o homem:

— Breve irei a tua casa.

E apertou a mão dos dois.


No caminho o homem resmunga:

— Ora essa, era o que faltava:

E a mulher ajunta: — Que idiota.


— A casa é um ninho de pulgas.

— Reparaste o bife queimado?

O piano ruim e a comida pouca.


E todas as quintas-feiras

eles voltam à casa do amigo

que ainda não pôde retribuir a visita.


(ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.)

Está CORRETO afirmar em relação à sintaxe do primeiro texto:

Alternativas
Q2744637 Português

Leia o texto a seguir, a fim de resolver as questões de 1 a 4:


DIGA NÃO AOS LIVROS


Tenho saudades do tempo em que ainda não havia aprendido a ler. A vida era tão mais leve, entre brincadeiras à sombra dos laranjais. Não precisava ficar debruçado sobre cartilhas e cadernos, horas sem conta, espremendo o cérebro (é verdade que ainda bem pequeno) para descobrir o que aquela professora meio megera, meio bruxa, queria que eu fizesse com letras e números.

Mal sabia eu o quanto ainda era um paraíso aquele conjunto de palavras meio desordenado e sem sentido! O Ivo que via a uva, o macaco matuto comendo mamão e o papai que passava pomada na panela eram companheiros numa amizade sem conflitos nas páginas coloridas da cartilha, com uma graça forçada, igual ao sorriso amarelo que damos após uma gafe monumental. Mas o Ivo, o macaco e o papai se davam muito bem, porque não precisavam ter coesão nem coerência, palavrinhas infernais que aprendi a pronunciar mais tarde nas aulas de redação. E que nunca soube muito bem para que serviam...

Hoje, após muita reflexão e experiência, concluo que as atividades de ler e escrever deveriam ser banidas do currículo das escolas. Afinal, se as estatísticas sobre o assunto e todas as provas de leitura e língua a que se submetem os alunos brasileiros sempre acabam em números mínimos e vergonhosos, por que insistir nisso? Veja bem: os governantes não ignoram as pesquisas sobre os problemas da cidade ou sobre o valor do salário mínimo quando elas dão resultados irrisórios? Então... Vamos fazer o mesmo com a leitura e a escrita. Ah, e também com a matemática (por sinal, dispensável depois que inventaram a calculadora!).

Acho que os estudantes ficariam muito mais contentes se não precisassem ler. Principalmente se fosse para adquirir o tal de conhecimento sobre o mundo. Acho desnecessário saber sobre o mundo. Acho que nunca vou sair da minha cidade: para que me serviria o mundo? Se for para saber sobre a história, também dispenso a leitura. Nada tenho a ver com gente antiga e com acontecimentos já terminados. A vida começa hoje, e toda a história começa e termina comigo.

Se for para aprender sobre mim mesmo, como os professores insistem em dizer quando falam da leitura da literatura, continua dispensando. Já me conheço o suficiente: todos os meus gostos e preferências eu já conheço. Se tenho alguma dúvida, ela é resolvida no meu grupo. Porque o que meus amigos e eu decidimos, todos adotamos. Não tenho nada a esconder. Afinal, querer um carrão, uma casa bonita, férias na praia e um carrinho cheio no supermercado todos querem. E não precisam de estudo para isso. Podem conseguir com um pouco de sorte na loteria. Claro que fica mais fácil se o sujeito dá a sorte de virar cantor, ou se aprender a jogar futebol com alguma qualidade. Aí, então, analfabetismo vira charme, diferencial, pitoresco.

Dizem que devo ler para, ao menos, saber do que se passa na cidade, pertinho de mim. Para que me serve saber das notícias? Elas acontecem sem minha participação. E vão continuar acontecendo. Só me interessa o resultado do futebol. O resto é preocupação que não preciso ter.

Nem sei por que continuo indo à escola. Meus pais dizem que é para que eu tenha uma vida melhor que a deles. De que adianta? Eles estudaram mais que eu e, no entanto, dão um duro danado para sustentar a família. Se estudar é tão importante, por quê é que os outros desvalorizam o trabalho dos que passaram vários anos estudando e lendo um monte de textos?

Outro dia fiquei sabendo que um ex-colega de escola conseguiu emprego numa livraria. É esquisito como tem gente que põe dinheiro nesse tipo de comércio. Passei lá nessa loja por acaso e entrei para falar com o cara. É verdade que tinha uns livros bonitos nas prateleiras... Parecia coisa de muito luxo e importância. Abri um deles e li um pedaço de uma página. Não entendi nada: algumas palavras eu conhecia, mas as frases não faziam sentido para mim. Achei um desperdício de papel e tinta: de que serve um livro se as pessoas não conseguem entender o que lêem? O colega falou que isso era porque eu não sabia ler. “Como não?”, respondi. “Tenho até diploma que diz que fui alfabetizado!” Aí ele me disse uma coisa que me deixou muito impressionado. “Pior analfabeto é o que aprendeu a ler e não lê!” Me senti ofendido. Mas, dentro de mim, reconheci que ele estava certo. Mas eu não estava ali para dar a ele o gostinho do acerto. Saí da livraria de cabeça erguida, dizendo que livro que não se entende é coisa mais que inútil. E livraria é lugar de gente que não tem, ou que não sabe, o que fazer na vida. Melhor que livro são os games. Melhor que os games, só o rock. Melhor que eles é a azaração. Ler para quê?

A experiência acumulada sobre os malefícios da leitura em meus anos de vida me deram a idéia de criar um movimento de alerta para meus amigos, e até para os inimigos. Eles estão indo na conversa dos mais velhos. Ficam na dúvida e começam a pensar que a leitura e o estudo podem lhes trazer benefícios futuros. Vou criar uma associação dos inimigos da leitura que terá como palavra de ordem “Abaixo os livros!” Tenho certeza de que muitos virão se unir a mim. Penso que só assim acabaremos com essa farsa de civilização, história e cultura.

O que vale mesmo é a azaração. O resto é silêncio. Palha.


(COSTA, Marta Morais da. Mapa do mundo: crônicas sobre leitura. Belo Horizonte: Leitura, 2006.)

Com saudosismo, a cronista diz que, no tempo em que aprendia a ler, não se preocupava com duas palavrinhas “infernais”: coesão e coerência. E, com ênfase, confirma a necessidade que teve de lidar com esses recursos em aulas de redação no seu estudo posterior. Essa reflexão pode levar o leitor a pensar na importância do domínio da coesão e da coerência na produção de qualquer texto.


Quais explicações, a seguir, são VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F) em respeito a esses recursos linguísticos?


( ) A cronista usa um tema que desaconselha a leitura inquestionavelmente. Todo o texto é construído com frases de sentido literal. Por isso que essa crônica não faz sentido para os leitores do século XXI, pois vivemos em uma época exclusivamente letrada;

( ) Apesar de todo o discurso parecer desaconselhar a leitura, há, pelos menos, uma passagem no texto que conecta o pensamento da cronista ao mundo significativo da leitura;

( ) A cronista mantém um discurso forçosamente radical quanto aos prejuízos da leitura. Mas, dependendo do leitor, é possível identificar ironias em várias partes do texto. Nesse caso, a crônica deixa de ser um discurso contraditório ao mundo da leitura e se transforma numa crítica;

( ) O penúltimo parágrafo da crônica está bem estruturado, porque, principalmente, responde, com boa coesão, a pergunta feita no parágrafo anterior: “Ler para quê?”;

( ) As reticências incluídas nos parágrafos segundo e terceiro deixam as frases incompletas. Isso significa erros de coesão.


Escolha, agora, a opção adequada de cima para baixo:

Alternativas
Q2744636 Português

Leia o texto a seguir, a fim de resolver as questões de 1 a 4:


DIGA NÃO AOS LIVROS


Tenho saudades do tempo em que ainda não havia aprendido a ler. A vida era tão mais leve, entre brincadeiras à sombra dos laranjais. Não precisava ficar debruçado sobre cartilhas e cadernos, horas sem conta, espremendo o cérebro (é verdade que ainda bem pequeno) para descobrir o que aquela professora meio megera, meio bruxa, queria que eu fizesse com letras e números.

Mal sabia eu o quanto ainda era um paraíso aquele conjunto de palavras meio desordenado e sem sentido! O Ivo que via a uva, o macaco matuto comendo mamão e o papai que passava pomada na panela eram companheiros numa amizade sem conflitos nas páginas coloridas da cartilha, com uma graça forçada, igual ao sorriso amarelo que damos após uma gafe monumental. Mas o Ivo, o macaco e o papai se davam muito bem, porque não precisavam ter coesão nem coerência, palavrinhas infernais que aprendi a pronunciar mais tarde nas aulas de redação. E que nunca soube muito bem para que serviam...

Hoje, após muita reflexão e experiência, concluo que as atividades de ler e escrever deveriam ser banidas do currículo das escolas. Afinal, se as estatísticas sobre o assunto e todas as provas de leitura e língua a que se submetem os alunos brasileiros sempre acabam em números mínimos e vergonhosos, por que insistir nisso? Veja bem: os governantes não ignoram as pesquisas sobre os problemas da cidade ou sobre o valor do salário mínimo quando elas dão resultados irrisórios? Então... Vamos fazer o mesmo com a leitura e a escrita. Ah, e também com a matemática (por sinal, dispensável depois que inventaram a calculadora!).

Acho que os estudantes ficariam muito mais contentes se não precisassem ler. Principalmente se fosse para adquirir o tal de conhecimento sobre o mundo. Acho desnecessário saber sobre o mundo. Acho que nunca vou sair da minha cidade: para que me serviria o mundo? Se for para saber sobre a história, também dispenso a leitura. Nada tenho a ver com gente antiga e com acontecimentos já terminados. A vida começa hoje, e toda a história começa e termina comigo.

Se for para aprender sobre mim mesmo, como os professores insistem em dizer quando falam da leitura da literatura, continua dispensando. Já me conheço o suficiente: todos os meus gostos e preferências eu já conheço. Se tenho alguma dúvida, ela é resolvida no meu grupo. Porque o que meus amigos e eu decidimos, todos adotamos. Não tenho nada a esconder. Afinal, querer um carrão, uma casa bonita, férias na praia e um carrinho cheio no supermercado todos querem. E não precisam de estudo para isso. Podem conseguir com um pouco de sorte na loteria. Claro que fica mais fácil se o sujeito dá a sorte de virar cantor, ou se aprender a jogar futebol com alguma qualidade. Aí, então, analfabetismo vira charme, diferencial, pitoresco.

Dizem que devo ler para, ao menos, saber do que se passa na cidade, pertinho de mim. Para que me serve saber das notícias? Elas acontecem sem minha participação. E vão continuar acontecendo. Só me interessa o resultado do futebol. O resto é preocupação que não preciso ter.

Nem sei por que continuo indo à escola. Meus pais dizem que é para que eu tenha uma vida melhor que a deles. De que adianta? Eles estudaram mais que eu e, no entanto, dão um duro danado para sustentar a família. Se estudar é tão importante, por quê é que os outros desvalorizam o trabalho dos que passaram vários anos estudando e lendo um monte de textos?

Outro dia fiquei sabendo que um ex-colega de escola conseguiu emprego numa livraria. É esquisito como tem gente que põe dinheiro nesse tipo de comércio. Passei lá nessa loja por acaso e entrei para falar com o cara. É verdade que tinha uns livros bonitos nas prateleiras... Parecia coisa de muito luxo e importância. Abri um deles e li um pedaço de uma página. Não entendi nada: algumas palavras eu conhecia, mas as frases não faziam sentido para mim. Achei um desperdício de papel e tinta: de que serve um livro se as pessoas não conseguem entender o que lêem? O colega falou que isso era porque eu não sabia ler. “Como não?”, respondi. “Tenho até diploma que diz que fui alfabetizado!” Aí ele me disse uma coisa que me deixou muito impressionado. “Pior analfabeto é o que aprendeu a ler e não lê!” Me senti ofendido. Mas, dentro de mim, reconheci que ele estava certo. Mas eu não estava ali para dar a ele o gostinho do acerto. Saí da livraria de cabeça erguida, dizendo que livro que não se entende é coisa mais que inútil. E livraria é lugar de gente que não tem, ou que não sabe, o que fazer na vida. Melhor que livro são os games. Melhor que os games, só o rock. Melhor que eles é a azaração. Ler para quê?

A experiência acumulada sobre os malefícios da leitura em meus anos de vida me deram a idéia de criar um movimento de alerta para meus amigos, e até para os inimigos. Eles estão indo na conversa dos mais velhos. Ficam na dúvida e começam a pensar que a leitura e o estudo podem lhes trazer benefícios futuros. Vou criar uma associação dos inimigos da leitura que terá como palavra de ordem “Abaixo os livros!” Tenho certeza de que muitos virão se unir a mim. Penso que só assim acabaremos com essa farsa de civilização, história e cultura.

O que vale mesmo é a azaração. O resto é silêncio. Palha.


(COSTA, Marta Morais da. Mapa do mundo: crônicas sobre leitura. Belo Horizonte: Leitura, 2006.)

Uma crônica pode ser, também, um texto de opinião: expressar a posição do autor/cronista diante dos fatos do cotidiano. Para essa construção, usa-se o argumento e/ou o contra-argumento.


Em alguns dos trechos seguintes, há marcas argumentativas. Observe-as:


I) “O Ivo que via a uva, o macaco matuto comendo mamão e o papai que passava pomada na panela eram companheiros numa amizade sem conflitos nas páginas coloridas da cartilha, com uma graça forçada, igual ao sorriso amarelo que damos após uma gafe monumental. ”

II) “Mas o Ivo, o macaco e o papai se davam muito bem, porque não precisavam ter coesão nem coerência, palavrinhas infernais que aprendi a pronunciar mais tarde nas aulas de redação. E que nunca soube muito bem para que serviam...”

III) “Então... Vamos fazer o mesmo com a leitura e a escrita. Ah, e também com a matemática (por sinal, dispensável depois que inventaram a calculadora!). ”

IV) “Acho que os estudantes ficariam muito mais contentes se não precisassem ler. Principalmente se fosse para adquirir o tal de conhecimento sobre o mundo. Acho desnecessário saber sobre o mundo. Acho que nunca vou sair da minha cidade: para que me serviria o mundo? ”

V) “Outro dia fiquei sabendo que um ex-colega de escola conseguiu emprego numa livraria. (...) Passei lá nessa loja por acaso e entrei para falar com o cara. ”


Agora, escolha a opção que apresenta a indicação CORRETA sobre essas marcas argumentativas:

Alternativas
Q2744635 Português

Leia o texto a seguir, a fim de resolver as questões de 1 a 4:


DIGA NÃO AOS LIVROS


Tenho saudades do tempo em que ainda não havia aprendido a ler. A vida era tão mais leve, entre brincadeiras à sombra dos laranjais. Não precisava ficar debruçado sobre cartilhas e cadernos, horas sem conta, espremendo o cérebro (é verdade que ainda bem pequeno) para descobrir o que aquela professora meio megera, meio bruxa, queria que eu fizesse com letras e números.

Mal sabia eu o quanto ainda era um paraíso aquele conjunto de palavras meio desordenado e sem sentido! O Ivo que via a uva, o macaco matuto comendo mamão e o papai que passava pomada na panela eram companheiros numa amizade sem conflitos nas páginas coloridas da cartilha, com uma graça forçada, igual ao sorriso amarelo que damos após uma gafe monumental. Mas o Ivo, o macaco e o papai se davam muito bem, porque não precisavam ter coesão nem coerência, palavrinhas infernais que aprendi a pronunciar mais tarde nas aulas de redação. E que nunca soube muito bem para que serviam...

Hoje, após muita reflexão e experiência, concluo que as atividades de ler e escrever deveriam ser banidas do currículo das escolas. Afinal, se as estatísticas sobre o assunto e todas as provas de leitura e língua a que se submetem os alunos brasileiros sempre acabam em números mínimos e vergonhosos, por que insistir nisso? Veja bem: os governantes não ignoram as pesquisas sobre os problemas da cidade ou sobre o valor do salário mínimo quando elas dão resultados irrisórios? Então... Vamos fazer o mesmo com a leitura e a escrita. Ah, e também com a matemática (por sinal, dispensável depois que inventaram a calculadora!).

Acho que os estudantes ficariam muito mais contentes se não precisassem ler. Principalmente se fosse para adquirir o tal de conhecimento sobre o mundo. Acho desnecessário saber sobre o mundo. Acho que nunca vou sair da minha cidade: para que me serviria o mundo? Se for para saber sobre a história, também dispenso a leitura. Nada tenho a ver com gente antiga e com acontecimentos já terminados. A vida começa hoje, e toda a história começa e termina comigo.

Se for para aprender sobre mim mesmo, como os professores insistem em dizer quando falam da leitura da literatura, continua dispensando. Já me conheço o suficiente: todos os meus gostos e preferências eu já conheço. Se tenho alguma dúvida, ela é resolvida no meu grupo. Porque o que meus amigos e eu decidimos, todos adotamos. Não tenho nada a esconder. Afinal, querer um carrão, uma casa bonita, férias na praia e um carrinho cheio no supermercado todos querem. E não precisam de estudo para isso. Podem conseguir com um pouco de sorte na loteria. Claro que fica mais fácil se o sujeito dá a sorte de virar cantor, ou se aprender a jogar futebol com alguma qualidade. Aí, então, analfabetismo vira charme, diferencial, pitoresco.

Dizem que devo ler para, ao menos, saber do que se passa na cidade, pertinho de mim. Para que me serve saber das notícias? Elas acontecem sem minha participação. E vão continuar acontecendo. Só me interessa o resultado do futebol. O resto é preocupação que não preciso ter.

Nem sei por que continuo indo à escola. Meus pais dizem que é para que eu tenha uma vida melhor que a deles. De que adianta? Eles estudaram mais que eu e, no entanto, dão um duro danado para sustentar a família. Se estudar é tão importante, por quê é que os outros desvalorizam o trabalho dos que passaram vários anos estudando e lendo um monte de textos?

Outro dia fiquei sabendo que um ex-colega de escola conseguiu emprego numa livraria. É esquisito como tem gente que põe dinheiro nesse tipo de comércio. Passei lá nessa loja por acaso e entrei para falar com o cara. É verdade que tinha uns livros bonitos nas prateleiras... Parecia coisa de muito luxo e importância. Abri um deles e li um pedaço de uma página. Não entendi nada: algumas palavras eu conhecia, mas as frases não faziam sentido para mim. Achei um desperdício de papel e tinta: de que serve um livro se as pessoas não conseguem entender o que lêem? O colega falou que isso era porque eu não sabia ler. “Como não?”, respondi. “Tenho até diploma que diz que fui alfabetizado!” Aí ele me disse uma coisa que me deixou muito impressionado. “Pior analfabeto é o que aprendeu a ler e não lê!” Me senti ofendido. Mas, dentro de mim, reconheci que ele estava certo. Mas eu não estava ali para dar a ele o gostinho do acerto. Saí da livraria de cabeça erguida, dizendo que livro que não se entende é coisa mais que inútil. E livraria é lugar de gente que não tem, ou que não sabe, o que fazer na vida. Melhor que livro são os games. Melhor que os games, só o rock. Melhor que eles é a azaração. Ler para quê?

A experiência acumulada sobre os malefícios da leitura em meus anos de vida me deram a idéia de criar um movimento de alerta para meus amigos, e até para os inimigos. Eles estão indo na conversa dos mais velhos. Ficam na dúvida e começam a pensar que a leitura e o estudo podem lhes trazer benefícios futuros. Vou criar uma associação dos inimigos da leitura que terá como palavra de ordem “Abaixo os livros!” Tenho certeza de que muitos virão se unir a mim. Penso que só assim acabaremos com essa farsa de civilização, história e cultura.

O que vale mesmo é a azaração. O resto é silêncio. Palha.


(COSTA, Marta Morais da. Mapa do mundo: crônicas sobre leitura. Belo Horizonte: Leitura, 2006.)

O texto de Marta Morais da Costa é uma crônica. É da característica da crônica a comunicação com o leitor, a linguagem acessível e informal. Para comunicar bem por meio desses e de outros elementos que se misturam numa crônica, ela tem o status de exercer várias funções. Por isso, escolha a opção incorreta da função da linguagem do trecho em destaque:

Alternativas
Q2744634 Português

Leia o texto a seguir, a fim de resolver as questões de 1 a 4:


DIGA NÃO AOS LIVROS


Tenho saudades do tempo em que ainda não havia aprendido a ler. A vida era tão mais leve, entre brincadeiras à sombra dos laranjais. Não precisava ficar debruçado sobre cartilhas e cadernos, horas sem conta, espremendo o cérebro (é verdade que ainda bem pequeno) para descobrir o que aquela professora meio megera, meio bruxa, queria que eu fizesse com letras e números.

Mal sabia eu o quanto ainda era um paraíso aquele conjunto de palavras meio desordenado e sem sentido! O Ivo que via a uva, o macaco matuto comendo mamão e o papai que passava pomada na panela eram companheiros numa amizade sem conflitos nas páginas coloridas da cartilha, com uma graça forçada, igual ao sorriso amarelo que damos após uma gafe monumental. Mas o Ivo, o macaco e o papai se davam muito bem, porque não precisavam ter coesão nem coerência, palavrinhas infernais que aprendi a pronunciar mais tarde nas aulas de redação. E que nunca soube muito bem para que serviam...

Hoje, após muita reflexão e experiência, concluo que as atividades de ler e escrever deveriam ser banidas do currículo das escolas. Afinal, se as estatísticas sobre o assunto e todas as provas de leitura e língua a que se submetem os alunos brasileiros sempre acabam em números mínimos e vergonhosos, por que insistir nisso? Veja bem: os governantes não ignoram as pesquisas sobre os problemas da cidade ou sobre o valor do salário mínimo quando elas dão resultados irrisórios? Então... Vamos fazer o mesmo com a leitura e a escrita. Ah, e também com a matemática (por sinal, dispensável depois que inventaram a calculadora!).

Acho que os estudantes ficariam muito mais contentes se não precisassem ler. Principalmente se fosse para adquirir o tal de conhecimento sobre o mundo. Acho desnecessário saber sobre o mundo. Acho que nunca vou sair da minha cidade: para que me serviria o mundo? Se for para saber sobre a história, também dispenso a leitura. Nada tenho a ver com gente antiga e com acontecimentos já terminados. A vida começa hoje, e toda a história começa e termina comigo.

Se for para aprender sobre mim mesmo, como os professores insistem em dizer quando falam da leitura da literatura, continua dispensando. Já me conheço o suficiente: todos os meus gostos e preferências eu já conheço. Se tenho alguma dúvida, ela é resolvida no meu grupo. Porque o que meus amigos e eu decidimos, todos adotamos. Não tenho nada a esconder. Afinal, querer um carrão, uma casa bonita, férias na praia e um carrinho cheio no supermercado todos querem. E não precisam de estudo para isso. Podem conseguir com um pouco de sorte na loteria. Claro que fica mais fácil se o sujeito dá a sorte de virar cantor, ou se aprender a jogar futebol com alguma qualidade. Aí, então, analfabetismo vira charme, diferencial, pitoresco.

Dizem que devo ler para, ao menos, saber do que se passa na cidade, pertinho de mim. Para que me serve saber das notícias? Elas acontecem sem minha participação. E vão continuar acontecendo. Só me interessa o resultado do futebol. O resto é preocupação que não preciso ter.

Nem sei por que continuo indo à escola. Meus pais dizem que é para que eu tenha uma vida melhor que a deles. De que adianta? Eles estudaram mais que eu e, no entanto, dão um duro danado para sustentar a família. Se estudar é tão importante, por quê é que os outros desvalorizam o trabalho dos que passaram vários anos estudando e lendo um monte de textos?

Outro dia fiquei sabendo que um ex-colega de escola conseguiu emprego numa livraria. É esquisito como tem gente que põe dinheiro nesse tipo de comércio. Passei lá nessa loja por acaso e entrei para falar com o cara. É verdade que tinha uns livros bonitos nas prateleiras... Parecia coisa de muito luxo e importância. Abri um deles e li um pedaço de uma página. Não entendi nada: algumas palavras eu conhecia, mas as frases não faziam sentido para mim. Achei um desperdício de papel e tinta: de que serve um livro se as pessoas não conseguem entender o que lêem? O colega falou que isso era porque eu não sabia ler. “Como não?”, respondi. “Tenho até diploma que diz que fui alfabetizado!” Aí ele me disse uma coisa que me deixou muito impressionado. “Pior analfabeto é o que aprendeu a ler e não lê!” Me senti ofendido. Mas, dentro de mim, reconheci que ele estava certo. Mas eu não estava ali para dar a ele o gostinho do acerto. Saí da livraria de cabeça erguida, dizendo que livro que não se entende é coisa mais que inútil. E livraria é lugar de gente que não tem, ou que não sabe, o que fazer na vida. Melhor que livro são os games. Melhor que os games, só o rock. Melhor que eles é a azaração. Ler para quê?

A experiência acumulada sobre os malefícios da leitura em meus anos de vida me deram a idéia de criar um movimento de alerta para meus amigos, e até para os inimigos. Eles estão indo na conversa dos mais velhos. Ficam na dúvida e começam a pensar que a leitura e o estudo podem lhes trazer benefícios futuros. Vou criar uma associação dos inimigos da leitura que terá como palavra de ordem “Abaixo os livros!” Tenho certeza de que muitos virão se unir a mim. Penso que só assim acabaremos com essa farsa de civilização, história e cultura.

O que vale mesmo é a azaração. O resto é silêncio. Palha.


(COSTA, Marta Morais da. Mapa do mundo: crônicas sobre leitura. Belo Horizonte: Leitura, 2006.)

De acordo com o Novo Acordo Ortográfico em vigor no Brasil, identifique a opção que destaca e explica a regra adequadamente:

Alternativas
Q2744147 Arquitetura de Software
O padrão de comunicação para sistemas Wi-Fi operando na frequência de 5GHz e com capacidade teórica de até 54 Mbps é o
Alternativas
Q2744146 Noções de Informática
As distribuições de Linux disponibilizam comandos do terminal que facilitam a instalação, atualização e remoção de softwares. Um comando deste tipo da distribuição do Debian é o
Alternativas
Q2744145 Noções de Informática
Em relação à telefonia convencional, que é realizada através da rede pública de telefonia, sabe-se que a VoIP
Alternativas
Q2744144 Noções de Informática
Cresce constantemente o uso de redes IP para realizar a transmissão de sinais de voz, assim como a convergência entre as redes públicas de telefonia e as redes IP. Para realizar uma ligação VoIP utilizando tanto a infraestrutura de rede IP quanto a infraestrutura de rede pública de telefonia, deve-se empregar um equipamento capaz de converter sinais analógicos, que trafegam na rede de telefonia pública, em sinais digitais, em formato apropriado para as redes IP, e vice-versa. Esse equipamento é
Alternativas
Q2744143 Noções de Informática
Protocolo que reduz o trabalho administrativo de uma rede de computadores realizando alocação automática de endereços IP é o
Alternativas
Q2744142 Arquitetura de Software
Na linguagem de programação Java, por motivo de clareza, os atributos e os métodos devem ter sua visibilidade definida, na declaração e na assinatura, por meio de modificadores de acesso. Com relação aos modificadores de acesso da linguagem Java, seguem-se três afirmações:

I - Caso seja omitida a definição do modificador de acesso, a visibilidade padrão é PUBLIC

II - Atributos e métodos definidos como PRIVATE somente podem ser acessados dentro da classe em que foram codificados

III - Atributos e métodos definidos como PROTECTED são acessados dentro da própria classe e em objetos instanciados a partir de classes que pertençam ao mesmo pacote

É correto apenas o que se afirma em
Alternativas
Q2744141 Noções de Informática
O cabo par trançado recomendado pela Norma EIA/TIA-568-B para redes Gigabit Ethernet é o de categoria
Alternativas
Q2744140 Noções de Informática
Existem diversos tipos de algoritmos de roteamento utilizados nas redes TCP/IP. Um deles analisa a rede para obter a quantidade de passos necessários para chegar a todos os nós adjacentes. A partir dessa informação, ele determina o caminho que permitirá passar pelo menor número possível de roteadores até o destino. Esse algoritmo é conhecido como
Alternativas
Q2744139 Noções de Informática
De acordo com as normas de Cabeamento Estruturado, a quantidade mínima de áreas de trabalho, em uma área de 50m2 de espaço utilizável, é
Alternativas
Q2744138 Noções de Informática
Durante o processo de inicialização de um computador (após ser ligado ou resetado), um software realiza testes para detectar problemas de hardware. Esse software, que é executado antes do carregamento do sistema operacional, é denominado
Alternativas
Q2744137 Noções de Informática
Um computador possui memórias temporárias ou voláteis que armazenam dados enquanto estão energizadas, além de memórias secundárias, que permitem o armazenamento permanente dos dados. A memória volátil, de baixo consumo, muito veloz, que esquenta pouco e é posicionada próxima ao processador para facilitar a troca de dados é
Alternativas
Q2744136 Arquitetura de Software
A placa-mãe de um PC possui conectores de expansão (slots de expansão), onde podem ser conectados dispositivos, tais como placas de vídeo e de som. Esses conectores possuem características que variam de acordo com o padrão que adotam. Qual dos seguintes padrões de slots de expansão propicia maior velocidade ou taxa de transferência?
Alternativas
Q2744135 Noções de Informática
Um comando utilizado pelo protocolo ICPM para testar a conectividade de equipamentos e que está disponível em diversos sistemas operacionais, tais como Windows e Linux, é o
Alternativas
Q2744134 Noções de Informática
São protocolos da camada de aplicação do modelo de referência TCP/IP:
Alternativas
Q2744132 Noções de Informática
O comando ifconfig do sistema operacional Linux é utilizado para configurar as interfaces de rede. Para atribuir o endereço IP 192.167.1.1 à interface de rede ethernet eth0, deve-se o usar o comando
Alternativas
Respostas
241: E
242: A
243: D
244: B
245: E
246: C
247: A
248: C
249: E
250: A
251: E
252: E
253: A
254: B
255: D
256: A
257: D
258: E
259: D
260: C