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Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões de 18 a 20.
TEXTO:
E se Obama fosse africano?
Os africanos se rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em
claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou
discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me
atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um
5 caminho de dignificação de África.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos – as pessoas simples e
os trabalhadores anônimos – festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não
creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para essa
festa.
10Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais
bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas
africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com
esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções - Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 197- 202. Adaptado.
Evidencia-se a linguagem conotativa em
Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões de 18 a 20.
TEXTO:
E se Obama fosse africano?
Os africanos se rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em
claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou
discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me
atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um
5 caminho de dignificação de África.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos – as pessoas simples e
os trabalhadores anônimos – festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não
creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para essa
festa.
10Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais
bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas
africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com
esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções - Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 197- 202. Adaptado.
Segundo o texto, “os africanos se rejubilaram com a vitória de Obama” porque
Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões de 18 a 20.
TEXTO:
E se Obama fosse africano?
Os africanos se rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em
claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou
discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me
atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um
5 caminho de dignificação de África.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos – as pessoas simples e
os trabalhadores anônimos – festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não
creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para essa
festa.
10Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais
bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas
africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com
esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras intervenções - Ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 197- 202. Adaptado.
A partícula “se”, no título do texto, sugere
Observe com atenção a figura associada à declaração a seguir para responder às questões 16 e 17.
TEXTO:
“TODOS OS HOMENS NASCEM LIVRES E IGUAIS EM DIGNIDADE E DIREITOS. SÃO DOTADOS DE RAZÃO E CONSCIÊNCIA E DEVEM AGIR EM RELAÇÃO UNS AOS OUTROS COM FRATERNIDADE, RESPEITO E CONSIDERAÇÃO.”
Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humano
O Conselho Estadual Direitos Humanos – MT– existe para garantir que todo cidadão tenha uma vida digna e de respeito.
Conselho Estadual dos Direito Humanos. Governo de Mato Grosso – Uma vida melhor pra você.
TODOS têm direito a ter direito. Disponível em:< http://eticaparapaz.blogspot.com.br/2012/06/paises-latinos-pedem-reforma-de-orgao.html>. Acesso em: 20 ago. 2013.
A análise dos elementos linguísticos que compõem o anúncio está correta em
Observe com atenção a figura associada à declaração a seguir para responder às questões 16 e 17.
TEXTO:
“TODOS OS HOMENS NASCEM LIVRES E IGUAIS EM DIGNIDADE E DIREITOS. SÃO DOTADOS DE RAZÃO E CONSCIÊNCIA E DEVEM AGIR EM RELAÇÃO UNS AOS OUTROS COM FRATERNIDADE, RESPEITO E CONSIDERAÇÃO.”
Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humano
O Conselho Estadual Direitos Humanos – MT– existe para garantir que todo cidadão tenha uma vida digna e de respeito.
Conselho Estadual dos Direito Humanos. Governo de Mato Grosso – Uma vida melhor pra você.
TODOS têm direito a ter direito. Disponível em:< http://eticaparapaz.blogspot.com.br/2012/06/paises-latinos-pedem-reforma-de-orgao.html>. Acesso em: 20 ago. 2013.
A associação da imagem às mensagens por ela veiculadas, inclusive a reproduzida logo abaixo do anúncio, referente ao Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos, permite afirmar que seu objetivo principal é
TEXTO:
Aperta o play!
Não foi nada fácil para minha geração passar do escovão para enceradeira. Sair do ferro à brasa
para o elétrico. Não foi nada fácil para minha geração ver o vinil virar CD, deixar o telefone fixo e
passar para o celular, abandonar a máquina de escrever e usar o computador. Abandonamos a goma
arábica e adotamos a cola Pritt, a Parker trocamos por uma Bic e a laranja espremida uma a uma
5 trocamos por um suco de caixinha.
Não foi fácil entender como se mandava uma mensagem pelo celular, como se copiava ou
apagava a mensagem, como se passava um fax, como escaneava um documento, como passava as
fotos da máquina para o computador, como se fazia para abrir um PDF. Hoje todo mundo já nasce
sabendo, mas a minha geração não sabia e teve que aprender na marra, da noite pro dia.
10Minha neta Flora tinha dois anos quando me viu todo atrapalhado com o controle remoto na
mão tentando ligar o aparelho de DVD para ela assistir a “O Rei Leão”. Ela olhou para mim e
candidamente disse:
– Aperta o play, vovô!
Não é que eu apertei e, como num passe de mágica, o Simba, filho de Mufasa, estava lá na
15 tela? Pensei com os meus botões: Essa meninada de hoje já nasce sabendo todos os segredos da
tecnologia e ainda por cima falando inglês.
Sofri muito com esse mundo que mudou. Até hoje não é fácil perguntar para as minhas três
filhas e para o meu filho como enviar aquela carinha amarela sorrindo via WhatsApp ou como dar
aquele efeito na foto do iPhone.
20Mas eu vou levando. Estou no Facebook, no Twitter, no Instagram, mando recados pelo
WhatsApp, aprendi a escanear, a passar as fotos da máquina para o computador, do computador para
o pendrive e vivo fazendo compras pela Internet. Mas confesso que, quando vou fazer uma pesquisa,
vou ao Google e assim que acho o que quero, imprimo. Vou imprimindo, imprimindo até fazer uma
pilha de papel.
25Mas hoje estou me sentindo o rei da modernidade. Essa semana lancei um e-book reunindo 45
crônicas publicadas. O The Book is on the Tablet está aqui bonito no meu iPad, em cima da minha
escrivaninha, mas confesso que estou com uma vontade danada de imprimi-lo, de pegar nele, cheirar,
folhear página por página passando de vez em quando o dedo na língua.
VILLAS, Alberto. Aperta o play. Revista Carta Capital. Disponível em:< http://www.cartacapital.com.br/sociedade/aperta-o-play7703.html>. Acesso em: 12 ago. 2013. Adaptado.
Sobre o fragmento “O The Book is on the Tablet está aqui bonito no meu iPad, em cima da minha escrivaninha, mas confesso que estou com uma vontade danada de imprimi-lo, de pegar nele, cheirar, folhear página por página passando de vez em quando o dedo na língua.” (linhas de 26 a 28), é correto afirmar:
TEXTO:
Aperta o play!
Não foi nada fácil para minha geração passar do escovão para enceradeira. Sair do ferro à brasa
para o elétrico. Não foi nada fácil para minha geração ver o vinil virar CD, deixar o telefone fixo e
passar para o celular, abandonar a máquina de escrever e usar o computador. Abandonamos a goma
arábica e adotamos a cola Pritt, a Parker trocamos por uma Bic e a laranja espremida uma a uma
5 trocamos por um suco de caixinha.
Não foi fácil entender como se mandava uma mensagem pelo celular, como se copiava ou
apagava a mensagem, como se passava um fax, como escaneava um documento, como passava as
fotos da máquina para o computador, como se fazia para abrir um PDF. Hoje todo mundo já nasce
sabendo, mas a minha geração não sabia e teve que aprender na marra, da noite pro dia.
10Minha neta Flora tinha dois anos quando me viu todo atrapalhado com o controle remoto na
mão tentando ligar o aparelho de DVD para ela assistir a “O Rei Leão”. Ela olhou para mim e
candidamente disse:
– Aperta o play, vovô!
Não é que eu apertei e, como num passe de mágica, o Simba, filho de Mufasa, estava lá na
15 tela? Pensei com os meus botões: Essa meninada de hoje já nasce sabendo todos os segredos da
tecnologia e ainda por cima falando inglês.
Sofri muito com esse mundo que mudou. Até hoje não é fácil perguntar para as minhas três
filhas e para o meu filho como enviar aquela carinha amarela sorrindo via WhatsApp ou como dar
aquele efeito na foto do iPhone.
20Mas eu vou levando. Estou no Facebook, no Twitter, no Instagram, mando recados pelo
WhatsApp, aprendi a escanear, a passar as fotos da máquina para o computador, do computador para
o pendrive e vivo fazendo compras pela Internet. Mas confesso que, quando vou fazer uma pesquisa,
vou ao Google e assim que acho o que quero, imprimo. Vou imprimindo, imprimindo até fazer uma
pilha de papel.
25Mas hoje estou me sentindo o rei da modernidade. Essa semana lancei um e-book reunindo 45
crônicas publicadas. O The Book is on the Tablet está aqui bonito no meu iPad, em cima da minha
escrivaninha, mas confesso que estou com uma vontade danada de imprimi-lo, de pegar nele, cheirar,
folhear página por página passando de vez em quando o dedo na língua.
VILLAS, Alberto. Aperta o play. Revista Carta Capital. Disponível em:< http://www.cartacapital.com.br/sociedade/aperta-o-play7703.html>. Acesso em: 12 ago. 2013. Adaptado.
Considere as seguintes afirmações:
I- A forma verbal “foi”, em “Não foi nada fácil” (linha 1) destaca uma ação iniciada no passado e que continua no presente.
II- A expressão “da noite pro dia” (linha 9) evidencia uma linguagem coloquial, na medida em que apresenta a contração da preposição para com o artigo o, em que aparece a elisão das vogais do primeiro elemento.
III- O uso da interrogação, em “Não é que eu apertei e, como num passe de mágica, o Simba, filho de Mufasa, estava lá na tela?” (linhas 14 e 15) tem função retórica e objetiva um diálogo implícito com o interlocutor do texto.
Está correto apenas o que se afirma em
TEXTO:
Aperta o play!
Não foi nada fácil para minha geração passar do escovão para enceradeira. Sair do ferro à brasa
para o elétrico. Não foi nada fácil para minha geração ver o vinil virar CD, deixar o telefone fixo e
passar para o celular, abandonar a máquina de escrever e usar o computador. Abandonamos a goma
arábica e adotamos a cola Pritt, a Parker trocamos por uma Bic e a laranja espremida uma a uma
5 trocamos por um suco de caixinha.
Não foi fácil entender como se mandava uma mensagem pelo celular, como se copiava ou
apagava a mensagem, como se passava um fax, como escaneava um documento, como passava as
fotos da máquina para o computador, como se fazia para abrir um PDF. Hoje todo mundo já nasce
sabendo, mas a minha geração não sabia e teve que aprender na marra, da noite pro dia.
10Minha neta Flora tinha dois anos quando me viu todo atrapalhado com o controle remoto na
mão tentando ligar o aparelho de DVD para ela assistir a “O Rei Leão”. Ela olhou para mim e
candidamente disse:
– Aperta o play, vovô!
Não é que eu apertei e, como num passe de mágica, o Simba, filho de Mufasa, estava lá na
15 tela? Pensei com os meus botões: Essa meninada de hoje já nasce sabendo todos os segredos da
tecnologia e ainda por cima falando inglês.
Sofri muito com esse mundo que mudou. Até hoje não é fácil perguntar para as minhas três
filhas e para o meu filho como enviar aquela carinha amarela sorrindo via WhatsApp ou como dar
aquele efeito na foto do iPhone.
20Mas eu vou levando. Estou no Facebook, no Twitter, no Instagram, mando recados pelo
WhatsApp, aprendi a escanear, a passar as fotos da máquina para o computador, do computador para
o pendrive e vivo fazendo compras pela Internet. Mas confesso que, quando vou fazer uma pesquisa,
vou ao Google e assim que acho o que quero, imprimo. Vou imprimindo, imprimindo até fazer uma
pilha de papel.
25Mas hoje estou me sentindo o rei da modernidade. Essa semana lancei um e-book reunindo 45
crônicas publicadas. O The Book is on the Tablet está aqui bonito no meu iPad, em cima da minha
escrivaninha, mas confesso que estou com uma vontade danada de imprimi-lo, de pegar nele, cheirar,
folhear página por página passando de vez em quando o dedo na língua.
VILLAS, Alberto. Aperta o play. Revista Carta Capital. Disponível em:< http://www.cartacapital.com.br/sociedade/aperta-o-play7703.html>. Acesso em: 12 ago. 2013. Adaptado.
De acordo com o texto, as novas tecnologias
Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões 11 e 12.
TEXTO:
LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 372.
As formas verbais colocadas entre aspas, no primeiro quadrinho, sugerem que a mídia
Leia com atenção o texto a seguir para responder às questões 11 e 12.
TEXTO:
LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 372.
De acordo com a tira,
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
No trecho “a internet [...] se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais” (linhas de 21 a 23), o uso da primeira virgula justifica-se pela
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
No fragmento “No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a da multidão nas ruas.” (linhas de 21 a 24), os termos em negrito referem-se
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
A análise linguística dos elementos que compõem o texto está correta em
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
Quanto à regência dos nomes e verbos que estruturam o texto, analise as proposições, identificando o que estiver correto.
I- A locução verbal “vêm [...] surpreendendo” (linha 2) apresenta a mesma regência da forma verbal “pertence” (linha 8).
II- O adjetivo “capazes” (linha 8) apresenta a mesma regência do adjetivo “decisivo” (linha 14).
III- O verbo “irromper” (linha 23) pode ser substituído por proceder, no sentido de realizar, dar início, sem mudança de regência.
Está correto apenas o que se afirma em
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
Sobre os aspectos que garantem a progressão textual, a única alternativa correta é
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
No contexto em que estão inseridas, as expressões “sussurro social” (linha 28) e “abalo sísmico” (linha 30) conotam, respectivamente,
TEXTO:
Protestos, desejos e compreensão de si
Para muitas pessoas, não é fácil entender as manifestações coletivas em nome de causas e
direitos sociais que vêm acontecendo em âmbito global e que, recentemente, surpreendendo a muitos,
surgiram também no Brasil. O desconhecimento a respeito da história social e política, bem como
sobre o significado profundo das lutas, sublevações e insurreições mundiais e nacionais contribui para
5 a perplexidade quanto à situação presente. Não se conhece o passado, não se entende
o presente e, além de tudo, não é possível prever o futuro quanto a mudanças sociais concretas em termos de
direitos, cidadania, reforma política ou direção de políticas públicas. Se, por um lado, o que pensamos
do futuro pertence à especulação e à fantasia, por outro, é o efeito direto do que não somos capazes
de imaginar, daquilo que se dá em bases inconscientes, do que é da ordem imponderável do desejo. O
10 desejo de que um mundo melhor possa nos amparar é o novo sentimento que surge como um terceiro
elemento no instante em que a alternativa estava entre o apático fim das utopias e a ideia de que todas
as utopias já tinham sido realizadas.
Certo, no entanto, é que uma mudança de autocompreensão coletiva está em cena no Brasil
atual. E esse talvez seja o aspecto mais decisivo no contexto dos acontecimentos, a experiência
15 subjetiva que está sendo vivida quando muitos acreditavam no fim do sujeito ético e político, aniquilado
pelos diversos mecanismos de dessubjetivação que vão da economia à tecnologia. A impressão
generalizada era que as pessoas estavam vendidas ao sistema econômico, tinham cancelado qualquer
desejo político, eram servas do consumismo e da publicidade e, portanto, já não pertenciam a si
mesmas. Não tinham subjetividade, a instância da decisão, da liberdade que se elabora e forma na
20 intimidade de cada um e em sua relação com o outro.
No contexto, surpreende que a internet – que aparece, muitas vezes, como a máquina
devoradora de subjetividades – se torne um mecanismo democrático, uma instância de trocas
intersubjetivas, que faz irromper liberdades individuais na formação da expressão comum tal como a
da multidão nas ruas. O fato de a internet, como meio tecnológico, ter sido a ameaça de aniquilação da
25 subjetividade e, de repente, ter ajudado a forjar outras subjetividades, mostra apenas que o ser
humano permanece humano, na liberdade de recriar seu sentido, seu modo de viver e usar
instrumentos, como a própria internet, a seu favor.
A queixa geral que ouvíamos como um sussurro social poderia ter continuado seu zunido
gasto, mas tornou-se ativismo político dos brasileiros. O que de fato está acontecendo entre nós? É
30 algo que podemos nos perguntar. Mais do que curiosidade, o que está em cena é um abalo sísmico no
processo de nossa autocompreensão comum. Isso quer dizer que nunca mais nos veremos do mesmo
modo porque, devido aos eventos políticos e sociais, já não somos os mesmos.
TIBURI, Márcia. Protestos, desejos e compreensão de si. Revista Mente e Corpo. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/protestos_desejos_e_compreensao_de_si.html>. Acesso em: 14 ago. 2013. Adaptado.
A afirmação sobre o termo transcrito está correta na alternativa