Questões de Concurso Para técnico em edificações

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Q1084766 Português

Dieta salvadora

A ciência descobre um micróbio adepto de um

alimento abundante: o lixo plástico no mar.

O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da Guanabara ao Pacífico.

De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.

Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defenderem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.

Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.


Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro.

Folha de S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.

Considerando-se a leitura do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q1084365 Noções de Informática
Alberto está criando seu controle de gastos pessoais em uma planilha eletrônica e deseja saber o total das despesas. Assinale a alternativa correta que indica qual função do MS Excel 2016 (versão em português, configuração padrão), retorna o total de gastos pessoais de Alberto.
Alternativas
Q1084364 Noções de Informática

Sobre Correio Eletrônico, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Microsoft Outlook é um software de correio eletrônico.

( ) É um modo assíncrono de comunicação.

( ) Remetente e destinatário precisam estar presentes ao mesmo tempo no momento do envio da mensagem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

Alternativas
Q1084363 Noções de Informática
Carmem estava redigindo um anúncio de venda no MS Word 2016 (versão em português), configuração padrão, e precisa inserir a foto de seu carro. Quanto ao menu esperado para inserir a foto no anúncio, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1084362 Noções de Informática
Paulo precisa finalizar sua pesquisa e está utilizando o navegador Google Chrome em um sistema operacional Windows, ambos no idioma português. Assinale a alternativa correta para a combinação de tecla de atalho que permite abrir a barra localizar para pesquisar na página atual.
Alternativas
Q1084361 Noções de Informática
O navegador Google Chrome (no idioma português), possui um modo de navegação conhecido como anônimo. Sobre o modo de navegação anônimo, assinale a alternativa correta que apresenta uma de suas características.
Alternativas
Q1084359 Matemática
Em estudo de fevereiro de 2019 o Dieese publicou que o preço da cesta básica em São Paulo, o maior do Brasil, era R$ 468. A projeção da Inflação sobre Preços ao Consumidor (IPCA) em 2019 está cerca de 3,8% de acordo com a matéria do jornal o Estado de S. Paulo. (Dieese.org) Admitindo que esse valor projetado incida sobre o preço da cesta integralmente, assinale a alternativa que aproxima o valor esperado da cesta básica em 2020 em São Paulo.
Alternativas
Q1084358 Matemática
Um determinado time de futebol disputou 10 jogos em um campeonato. Foram 5 vitórias, 3 empates e duas derrotas. Cada vitória vale 3 pontos, o empate vale 1 ponto e a derrota não soma pontos. Assinale a alternativa correta que indica o aproveitamento (percentual de pontos conquistados em relação ao total disputado) do time neste campeonato.
Alternativas
Q1084355 Português

          Há algum tempo, o software para hospital tinha uma única função principal, a gestão do negócio. O que se via eram módulos de faturamento, contas a pagar e receber, cálculo de folha e tarefas administrativas sendo geridas através dele. O corpo clínico e os computadores, portanto, viviam em mundos diferentes dentro da mesma instituição.

        Como muito da prática médica é sobre coletar e analisar informações, a Tecnologia da Informação passou a ter um papel crítico também na assistência à saúde. O surgimento de softwares especializados para o corpo clínico criou a necessidade de um novo olhar sobre os provedores de saúde no que diz respeito à tecnologia, agora onipresente na organização.

        Os benefícios da informatização na assistência à saúde são inúmeros e o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é uma ferramenta tecnológica crucial para extrair plenamente esses benefícios. Além de centralizador da informação dos pacientes, ele se tornou um aliado do médico na prática diária. Hoje, esses sistemas geralmente são equipados com ferramentas de apoio a decisão clínica, que indicam possíveis interações medicamentosas e até auxiliam no diagnóstico através de referências de casos similares. Sem contar no acesso fácil a resultados de exames e imagens, evitando, inclusive, solicitações desnecessárias.

          Assim, o que antes estava amontoado no Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) em pastas e papeis embolorados, agora é largamente disponível de forma informatizada. Essa aproximação do corpo clínico e da TI é irreversível e muito proveitosa para todo o sistema de saúde, o que, no final das contas, significa melhoria nos cuidados dos seres humanos.

(Fonte: Saúde Business)

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1084354 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

Leia atentamente o trecho “Mas fora do lar não pode trabalhar” e assinale a alternativa que substitui o termo destacado, preservando o seu sentido original e a adequação da frase segundo a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.
Alternativas
Q1084353 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

De acordo com os trechos I e II e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo.

I. Comparando os dois trechos, é correto dizer que no primeiro há a utilização do discurso direto e no segundo trecho há a utilização do discurso indireto.

II. No trecho I, as expressões “Meu Deus” e “Meu filho” são vocativos que imitam um diálogo bíblico: “Deus”, como pai e o eulírico como o “filho” de Deus.

III. No trecho II, os versos “Mas fora do lar não pode trabalhar” e “Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser” tornam o texto contraditório, pois, enquanto o primeiro afirma que a mulher não pode trabalhar fora de casa, o segundo diz que ela tem liberdade para ser quem ela quiser.

Assinale a alternativa correta. 

Alternativas
Q1084352 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

De acordo com a interpretação dos dois trechos e da Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Por estabelecer uma relação intertextual com o trecho I, é necessário que o leitor tenha conhecimento prévio da canção de Ataulfo Alves para que tenha condições de compreender, ainda que parcialmente, o trecho II.

( ) Nos dois trechos, predomina o coloquialismo, a utilização de expressões informais, já que ambos são canções populares.

( ) Os dois eu-líricos expressam a mesma visão sobre a mulher, enxergando-a como um ser incapaz de existir de forma emancipada do homem.

( ) O trecho II é considerado uma paráfrase do trecho I, já que inverte os valores propostos no texto original, buscando efeito cômico.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

Alternativas
Q1084351 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

Sobre a interpretação da letra da canção de Bia Ferreira (trecho II), assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1084350 Português

Leia abaixo um trecho da canção “Ai que saudades da Amélia” (gravada em 1942) do cantor e compositor Ataulfo Alves e um trecho da canção “Não precisa ser Amélia” (gravada em 2018) da cantora e compositora brasileira Bia Ferreira – respectivamente trechos I e II – para responder às questões 5 a 9.


Trecho I


Ai, Meu Deus, que saudade da Amélia/ Aquilo sim é que era mulher/ Às vezes passava fome ao meu lado/ E achava bonito não ter o que comer/ Quando me via contrariado/ Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!"/ Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade. (Ataulfo Alves)

(Fonte: Letras.mus)

Trecho II


Me deram um palco e eu vou cantar/ Canto pela tia que é silenciada/ Dizem que só a pia é seu lugar / Pela mina que é de quebrada/ Que é violentada e não pode estudar (...) Dona de casa limpa, lava e passa/ Mas fora do lar não pode trabalhar/ Não precisa ser Amélia pra ser de verdade/ Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser/. (Bia Ferreira)

(Fonte: Letras.mus)

Leia com atenção o trecho da canção “Ai, que saudades de Amélia” (trecho I) e, de acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q1084349 Português

O pensamento correto nos leva

à fala e à ação corretas.

        Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é, no agora, no aqui. 

De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as afirmativas abaixo.

I. O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.

II. A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.

III. Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q1084348 Português

O pensamento correto nos leva

à fala e à ação corretas.

        Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é, no agora, no aqui. 

De acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que classifica, correta e respectivamente, os termos destacados na frase a seguir “tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou”.
Alternativas
Q1084347 Português

O pensamento correto nos leva

à fala e à ação corretas.

        Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é, no agora, no aqui. 

De acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa que faz uso correto do acento grave, indicador de crase.
Alternativas
Q1084346 Português

O pensamento correto nos leva

à fala e à ação corretas.

        Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscientemente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é, no agora, no aqui. 

Sobre a interpretação do trecho, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
Q1083845 Português

Considerações sobre a loucura

Ferreira Gullar


    Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de força e metê-los em solitárias.

    Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode implicar.

    Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se da janela do apartamento.

    Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.

    Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional, artística ou não, jamais curou algum doente.

  Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado, alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso, como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra assim um modo de ser feliz.

   Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro, no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.

   Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também, que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética que produz.

   No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.

   É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e, quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.

    Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional.

    Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.

    Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não parasse de pintar.

    Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica. Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos, quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos depois.


(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2016/02/1741258-consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)

É comum na língua portuguesa algumas palavras não apresentarem correspondência perfeita entre o número de letras (elemento gráfico) e o número de fonemas (elemento sonoro). Assinale a alternativa em que ocorre essa correspondência.
Alternativas
Q1083844 Português

Considerações sobre a loucura

Ferreira Gullar


    Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de força e metê-los em solitárias.

    Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode implicar.

    Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se da janela do apartamento.

    Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.

    Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional, artística ou não, jamais curou algum doente.

  Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado, alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso, como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra assim um modo de ser feliz.

   Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro, no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.

   Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também, que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética que produz.

   No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.

   É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e, quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.

    Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional.

    Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.

    Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não parasse de pintar.

    Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica. Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos, quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos depois.


(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2016/02/1741258-consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)

“É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e, quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por medicação mais forte.” O “a” empregado após a palavra “graças” deveria receber acento indicativo de crase caso a expressão destacada fosse substituída por
Alternativas
Respostas
2141: D
2142: D
2143: C
2144: D
2145: A
2146: B
2147: B
2148: C
2149: D
2150: B
2151: A
2152: A
2153: C
2154: C
2155: A
2156: C
2157: D
2158: A
2159: D
2160: A