Questões de Concurso Para técnico em radiologia

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Q2710670 Radiologia

As imagens radiográficas realizadas com filme possuem alguns fatores basilares que influenciam na sua qualidade. O alinhamento do raio central é um exemplo de um dos fatores de controle de qualidade dessas imagens. Nesse contexto, o alinhamento do raio central se enquadra no fator controlador de qualidade de imagem conhecido por

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Q2710668 Radiologia

Na UPA de Boa Esperança, em Parnamirim/RN, um paciente com indicação clínica de demonstração de massa abdominal e possível ar na cavidade intraperitoneal foi recebido pelo técnico em radiologia. Para o atendimento correto desse paciente, após a solicitação médica, a incidência AP de abdome, em decúbito lateral esquerdo, deve ser com

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Q2710663 Radiologia

No corpo humano, existe uma variedade considerável de articulações sinoviais, e é de grande importância que o técnico em radiologia identifique essas estruturas. A articulação trocóide, que permite movimentos rotacionais em volta de um eixo isolado, é um a dessas articulações. Diante do exposto, considera-se também um exemplo de articulação sinovial trocoide a

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Q2710660 Radiologia

Com o princípio do ALARA, as medidas de proteção contra a radiação foram otimizadas ao longo dos últimos anos. Diante disto, em relação ao dispositivo mecânico de sustentação do paciente, considera-se que o ALARA é contrário ao fato de

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Q2710652 Radiologia

Em radiologia, o crânio é uma das partes do corpo com maior complexidade. Para a realização de um exame de Raios-X de crânio, certos pontos de referência são utilizados para o posicionamento preciso da região facial. Sendo assim, o ponto de referência para que a junção do lábio superior com o septo nasal se posicione sobre a linha média, é o ponto

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Q2710649 Radiologia

O esqueleto humano guarda em si mesmo a trajetória do seu desenvolvimento. Sendo assim, os médicos pediatras conseguem averiguar se o desenvolvimento ósseo da criança está compatível com a sua idade biológica, através de um método de aferição da idade óssea, dos quais, o mais comum é o de Greulich Pyle, que compara a radiografia da mão do paciente com aquelas de um Atlas. Nesse contexto, a incidência radiológica que pode substituir a comparativa das mãos e dos punhos é a

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Q2710648 Radiologia

Considere uma situação em que o técnico de radiologia precisou realizar procedimento em um paciente no leito, na posição reclinada (semireto). Na incidência AP do tórax desse paciente, com um aparelho portátil, considerando as patologias que envolvam os pulmões, diafragma e mediastino, o critério correto para realização desse exame é:

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Q2710645 Radiologia

Um paciente com fratura de clavícula deu entrada numa UPA de Parnamirim/RN. Quando foi atendido no setor de imagem, o técnico de radiologia utilizou o raio central de 15º a 30º de inclinação cefálica, em direção à região média da clavícula. Nesse caso, a incidência utilizada pelo técnico durante o atendimento foi uma

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Q2710642 Radiologia

Na incidência AP da articulação tibiotalar, também chamada de encaixe do tornozelo, a rotação interna da perna e do pé deve apresentar uma variação angular para que a linha intermaleolar fique paralela ao filme. Nesse contexto, essa variação angular deve variar de

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Q2710639 Radiologia

Para realizar o exame contrastado de cistouretografia miccional, em homens e mulheres, tem-se como objetivo, o estudo

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Q2709420 Português

Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.



Considere o trecho da dica “Comemore cada conquista”: “Quando não procrastinar, dê a si mesmo uma recompensa[...]”


Se o trecho for passado para o plural, o verbo “dar” assumirá a forma


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Q2709419 Português

Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.


Assinale a alternativa CORRETA, tendo em vista a estrutura morfossintática do texto 02.

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Q2709418 Português

Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.


Os verbos usados nos subtítulos do texto 02 encontram-se no modo imperativo, flexionados de acordo com seus respectivos sujeitos, os quais são representados pela pessoa gramatical


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Q2709417 Português

Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.





Texto 02

Imagem associada para resolução da questão


Disponível em:< https://exame.abril.com.br/carreira/vocce/>. Acesso em: 20 ago. 2019.



Comparando o texto 02 ao texto 01, é CORRETO afirmar:

Alternativas
Q2709416 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

Considere o trecho: “Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto (estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos relacionamentos.” (Linhas 14-17)


Tendo em vista a pontuação usada no trecho, assinale a alternativa CORRETA, de acordo com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa.

Alternativas
Q2709415 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

Assinale a alternativa em que o uso do sinal indicativo de crase se justifica por regra diferente da regra geral (fusão do “a” preposição com o “a” / “as” artigo definido feminino).

Alternativas
Q2709414 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

Para construir o texto, a autora lança mão de alguns recursos de argumentação. Entre os recursos elencados abaixo, assinale a alternativa que apresenta aquele que foi usado com maior predominância no texto.

Alternativas
Q2709413 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

Assinale a alternativa que, segundo a autora, não representa uma causa da procrastinação constante.

Alternativas
Q2709412 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

Assinale a alternativa que, de acordo com os argumentos apresentados no texto, pode ser uma causa e também uma consequência da procrastinação.

Alternativas
Q2709411 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


Você nunca termina suas tarefas?

O problema pode não ser gestão de tempo


1Todo mundo já deixou uma tarefa chata ou complexa para o dia seguinte — e não há nada de errado nisso.

Muitas vezes até precisamos de um tempo extra para tomar uma decisão importante, refletir sobre um ponto de vista

ou avaliar um projeto da empresa.

A procrastinação só vira de fato um problema quando acontece com frequência e impacta negativamente

5a saúde física e mental.

“É o atraso de um ato voluntário, que ocorre apesar de sabermos que ele vai nos prejudicar”, define Timothy

A. Pychyl, professor de psicologia na Carleton University, no Canadá, em seu livro Solving the Procrastination Puzzle

(“Solucionando o quebra-cabeça da procrastinação”, em tradução livre, sem edição no Brasil).

De acordo com Timothy, que estuda o assunto há mais de 20 anos, o hábito de “empurrar com a barriga” não

10está ligado à lassidão ou à má administração da agenda, como a maioria de nós acredita.

“A procrastinação constante é uma inabilidade para gerenciar emoções e impulsos”, afirma. Por isso, segundo

ele, é fundamental descobrir quais gatilhos psicológicos dão origem a seu “depois eu faço” antes de combater esse

inimigo da produtividade.

Pesquisas indicam que cerca de 20% dos adultos são procrastinadores crônicos, ou seja, vivem postergando

15o início ou o término de uma atividade, mesmo sabendo que esse comportamento provoca algum desconforto

(estresse, arrependimento, frustração, ansiedade, culpa) e geralmente causa danos aos estudos, à carreira e aos

relacionamentos.

Ora, se a procrastinação prejudica nosso bem-estar, por que promovemos essa autossabotagem? “Ao protelar

algo que nos parece desagradável, usufruímos uma súbita sensação de prazer”, diz Christian Dunker, psicanalista e

20professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Só que esse alívio é temporário, pois em

algum momento teremos de resolver as pendências.

Como é uma necessidade humana buscar a satisfação e fugir do sofrimento, quem cultiva o hábito de

“transferir para outro dia” entra num círculo vicioso, do qual é difícil se libertar.

Portanto, a procrastinação constante não está ligada à má gestão do tempo — ela nada mais é do que uma

25estratégia do cérebro para lidar com as emoções negativas. “Sendo assim, é preciso aceitar o problema e entender o

que está por trás dele para começar a superá-lo”, afirma Tânia Campanharo, psicóloga clínica de São Paulo.

Quando se transforma num estilo de vida, a procrastinação pode ser um sintoma de ansiedade — estado

emocional que aparece ao encararmos algo que provoca medo, expectativa ou dúvida. “As pessoas ansiosas não

pensam nem agem”, diz Christian.

30Como geralmente estão com a cabeça voltada para o futuro, elas têm dificuldade de realizar algumas

atividades e acabam jogando-as para a frente. A ansiedade também é um dos fatores que desencadeiam a

depressão, outra mola propulsora do adiamento ou do atraso frequentes.

Quem apresenta essa condição sofre com pensamentos negativos, sensação de inutilidade e sentimento de

culpa. Qualquer tarefa se torna incômoda e complicada. “O depressivo não tem vontade nem energia para agir”, diz

35Tânia. Vale dizer que a procrastinação e a depressão se retroalimentam — e nem sempre é fácil apontar qual delas

surgiu primeiro.

Outro elemento é o estresse, que também está relacionado a quadros de depressão e ansiedade. Nesse

estado de ânimo, a pessoa vive nervosa e frustrada, se distrai com facilidade e, como se cobra demasiadamente, às

vezes tem bloqueios mentais.

40Ela costuma deixar de lado uma tarefa relevante, priorizando as secundárias como forma de alívio. Aliás, essa

é uma característica do procrastinador de carteirinha: avaliar a realização de uma atividade pela satisfação que ela

proporciona, e não pelo nível de importância que ela tem para si mesmo ou para os outros.

“A procrastinação também pode estar associada a transtornos de personalidade e ao déficit de atenção”, diz

Rita Martins, psicanalista e professora na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

45Há mais fatores emocionais que podem sustentar o comportamento. Um deles é o medo — do fracasso ou do

sucesso, por exemplo.

Pessoas com esse perfil postergam decisões e tarefas sobretudo por três motivos: primeiro, porque desejam

evitar a crítica alheia; segundo, porque as coisas podem não sair do jeito que gostariam; e terceiro, porque acham

que não vão “dar conta do recado”.

50“O medo é uma das maiores travas que enfrentamos na vida”, afirma José Roberto Marques, presidente do

Instituto Brasileiro de Coaching.

Um exemplo disso foi o que aconteceu com o designer gráfico David Arty, de 31 anos. Na última empresa em

que atuou, ele fazia home office e tinha dificuldade de organizar a rotina — acabava deixando tudo para a última

hora. “Dormia mal, vivia estressado e não me sentia produtivo”, diz.

55Nessa época, David já sonhava em trabalhar por conta própria, mas o receio de fracassar fez com que adiasse

esse projeto. Depois que tomou coragem e virou freelancer, aprendeu a estabelecer prioridades e a administrar a

agenda. “Também passei a lidar melhor com o perfeccionismo, outra razão pela qual eu procrastinava”, afirma.

A mania de perfeição, aliás, pode andar de mãos dadas com o atraso frequente. Além do medo de ser

julgado, quem sofre desse mal presta tanta atenção nos detalhes que conclui os trabalhos só no último segundo.

60Isso faz com que o perfeccionista cometa erros, mantendo-se preso à ciranda da procrastinação.

A desmotivação também costuma estar por trás do adiamento constante — quando a pessoa não vê sentido

naquilo que faz, fica propensa a “empurrar com a barriga”. Segundo Timothy A. Pychyl, esse comportamento pode

indicar problemas maiores, como falta de direção na vida ou de identidade.

Esse era o caso de Sousete Silva, de 50 anos, coordenadora de compras do Minas Tênis Clube. Embora

65atuasse nessa mesma área, ela se sentia frustrada no emprego anterior e vivia cheia de pendências.

“Procrastinava no escritório e na vida pessoal”, diz. Ao se desligar da empresa, Sousete buscou o

autoconhecimento frequentando cursos de filosofia.

“Descobri que o antigo trabalho não estava alinhado com meus valores, daí o motivo da insatisfação”, afirma.

Hoje ela fez as pazes com a rotina e mantém a procrastinação sob controle focando três princípios: organização,

70disciplina e eficiência.



LIMA, Paula. Você nunca termina suas tarefas? O problema pode não ser getão de tempo. Disponível em:<https://exame.abril.com.br/carreira/voce-nunca-termina-suas-tarefas-o-problema-pode-nao-ser-gestao-de-tempo/. >Acesso em: 20 ago. 2019.

O texto apresenta definições para o termo “procrastinar”. Assinale aquele que se encontra em linguagem coloquial e metafórica.

Alternativas
Respostas
861: A
862: D
863: C
864: D
865: B
866: A
867: D
868: B
869: D
870: C
871: D
872: C
873: A
874: E
875: C
876: A
877: E
878: B
879: B
880: D