Questões de Concurso Para engenheiro de segurança do trabalho

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Q663581 Português

Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão

“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo. ”

Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito meses que parei”:
Alternativas
Q663579 Português

Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão

“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola? Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo. ”

A pontuação, além de um recurso gramatical sujeito a regras, pode contribuir, significativamente, para a expressividade do texto, sugerindo, inclusive, efeitos de sentido. Sendo assim, levando em consideração o contexto em que aparece, assinale a opção que MELHOR expressa a idéia sugerida pela interrogação em “E já estão me confundindo com Artur da Távola?”:
Alternativas
Q663577 Português

Texto

Crise de Identidade

    Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe? —, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. Ia ao dentista. Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia uma fã. Correspondí, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: “Artur da Távola!”

    Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola?Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo.

    Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça? Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras. Bem que eu tentei dizer que nunca escreví às sextas, mas ela me interrompeu e acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo. Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros.

    Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses 23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a me identificar nas ruas.

    Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: “O senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN”. Eu confirmo e vou em frente. Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo autografo ou peço pro Cony autografar.

     As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. “Não deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.” Ou “o senhor não está mais no programa da Maria Padilha?” Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?

    Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escreví um livro de mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.

    Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?

(Artur Xexéo)

Assinale a opção que apresenta, corretamente, a classificação sintática dos termos em destaque na frase “Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se aproximando” (1°§):
Alternativas
Q663575 Português

Texto

Crise de Identidade

    Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe? —, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. Ia ao dentista. Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia uma fã. Correspondí, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: “Artur da Távola!”

    Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola?Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo.

    Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça? Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras. Bem que eu tentei dizer que nunca escreví às sextas, mas ela me interrompeu e acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo. Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros.

    Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses 23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a me identificar nas ruas.

    Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: “O senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN”. Eu confirmo e vou em frente. Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo autografo ou peço pro Cony autografar.

     As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. “Não deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.” Ou “o senhor não está mais no programa da Maria Padilha?” Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?

    Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escreví um livro de mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.

    Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?

(Artur Xexéo)

“Copacabanense” (1°§) é um adjetivo criado pelo autor. De acordo com o texto, é possível inferir que ele é um indicador de:
Alternativas
Q663573 Português

Texto

Crise de Identidade

    Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe? —, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. Ia ao dentista. Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia uma fã. Correspondí, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: “Artur da Távola!”

    Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola?Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo.

    Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça? Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras. Bem que eu tentei dizer que nunca escreví às sextas, mas ela me interrompeu e acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo. Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros.

    Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses 23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a me identificar nas ruas.

    Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: “O senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN”. Eu confirmo e vou em frente. Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo autografo ou peço pro Cony autografar.

     As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. “Não deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.” Ou “o senhor não está mais no programa da Maria Padilha?” Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?

    Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escreví um livro de mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.

    Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?

(Artur Xexéo)

Com base no texto, a crise de identidade a que o título faz menção justifica-se:
Alternativas
Q663570 Português

Texto

Crise de Identidade

    Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe? —, o Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-fronteiras. Sou sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de turista, admirado com suas madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua Dias Ferreira e, principalmente, com a crença da quase totalidade de seus moradores de que o pão e o presunto foram inventados no Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei de assunto e estou perdendo o fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No Leblon. Ia ao dentista. Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra esquina, uma senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia uma fã. Correspondí, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: “Artur da Távola!”

    Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola?Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo.

    Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é tempo bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça? Outro dia mesmo, dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros, outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela não se deu conta de que eu não estava escrevendo), que se identificava com as minhas histórias, e que minha coluna era a primeira coisa que buscava no jornal às sextas-feiras. Bem que eu tentei dizer que nunca escreví às sextas, mas ela me interrompeu e acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela gostava mesmo de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o ídolo. Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros.

    Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses 23 anos, por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido com o Zuenir, o Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com a Cora. E olha que eu também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu nunca tenha conseguido criar, nos meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a me identificar nas ruas.

    Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um táxi e, logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: “O senhor é o Cony, não é? Ouço o senhor todo dia na CBN”. Eu confirmo e vou em frente. Ainda não desisti do plano de andar com uns livros do Cony na mochila para dar edições autografadas aos motoristas da cidade. Só não decidi ainda se eu mesmo autografo ou peço pro Cony autografar.

     As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me cercam. É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. “Não deixo de ver o senhor no programa da Andréa Beltrão.” Ou “o senhor não está mais no programa da Maria Padilha?” Adianta eu dizer que o programa é da Maria Beltrão?

    Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta coluna, agora só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que eu sou eu. É fácil. Não falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em Ipanema da minha janela, não analiso a conjuntura política, nunca escreví um livro de mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele que fala de amenidades, pega no pé do prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a eleição da Mala do Ano, já fez o concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o Caetano. Ainda não lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele que tem muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos colunistas talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo confunde com os outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de voltar a se encontrar semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu escrever. Tem que ter você aí do outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo.

    Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho?

(Artur Xexéo)

A leitura da crônica revela que as colocações feitas por Artur Xexéo traduzem o objetivo central de:
Alternativas
Q659856 Segurança e Saúde no Trabalho
O Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP
Alternativas
Q659855 Segurança e Saúde no Trabalho
De acordo com a legislação previdenciária dirigida à segurança e saúde do trabalhador,
Alternativas
Q659854 Segurança e Saúde no Trabalho
O Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho – LTCAT
Alternativas
Q659853 Segurança e Saúde no Trabalho
A respeito dos procedimentos envolvidos e dos equipamentos utilizados na avaliação da exposição ocupacional ao calor, é correto afirmar que
Alternativas
Q659852 Segurança e Saúde no Trabalho
Na avaliação da exposição ocupacional ao ruído, são utilizados medidores integradores de uso pessoal, também conhecidos por dosímetros de ruído, que devem atender às normas específicas aplicáveis. Entre os requisitos técnicos e os parâmetros a serem atendidos, tem-se
Alternativas
Q659851 Segurança e Saúde no Trabalho
A realização de auditorias periódicas destina-se à avaliação do sistema de gestão da segurança e da saúde no trabalho e de seus elementos quanto à sua eficácia na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Dessa maneira,
Alternativas
Q659850 Segurança e Saúde no Trabalho
Na elaboração e na implementação de um Programa de Segurança na Utilização de Ferramentas Manuais ou Portáteis, há que se considerar, entre outros aspectos, que
Alternativas
Q659849 Segurança e Saúde no Trabalho
O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT deverá, em conformidade com a legislação vigente,
Alternativas
Q659848 Segurança e Saúde no Trabalho
Em face dos conhecimentos acerca do trabalho humano, desenvolvidos no campo da Ergonomia, a organização do trabalho deverá considerar, entre outros aspectos envolvidos,
Alternativas
Q659847 Segurança e Saúde no Trabalho
A adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, é um dos objetivos da Ergonomia. Para tanto, a prática ergonômica
Alternativas
Q659846 Segurança e Saúde no Trabalho
O gerenciamento de riscos, praticado no âmbito de um sistema de gestão em segurança, saúde e meio ambiente de trabalho, demanda a utilização de uma técnica de análise de riscos, como
Alternativas
Q659844 Segurança e Saúde no Trabalho
Considerando os conhecimentos mobilizados na área de prevenção e combate a incêndios, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q659843 Segurança e Saúde no Trabalho
Os integrantes da Brigada de Incêndio devem possuir conhecimentos e habilidades que lhes permitam atuar na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, no abandono de área e nos primeiros socorros. Considerando isso, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q659842 Segurança e Saúde no Trabalho
Não é raro que, após um alarme de incêndio, o pânico instalado cause mais acidentados que o fogo, propriamente dito. Por isso, o Plano de Abandono
Alternativas
Respostas
6961: C
6962: D
6963: A
6964: B
6965: E
6966: C
6967: B
6968: C
6969: A
6970: D
6971: E
6972: B
6973: E
6974: C
6975: A
6976: D
6977: E
6978: A
6979: B
6980: C