Questões de Concurso
Para enfermeiro
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Conforme os procedimentos do suporte básico e avançado de vida, realizados por profissionais de saúde, assinale a alternativa que apresenta como deve ser a ventilação de resgate sem compressões torácicas no adulto.
Na ressuscitação cardiopulmonar realizada por profissionais de saúde, é recomendada determinada relação compressãoventilação. Assinale a alternativa que contempla essa relação.
Com relação aos alimentos saudáveis e às refeições, é CORRETO afirmar:
São várias as recomendações específicas sobre dieta, constantes na proposta de Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde, da Organização Mundial da Saúde. Sobre o assunto, assinale a alternativa CORRETA.
A seleção do método para desinfetar ou esterilizar um artigo depende do uso pretendido do artigo ou da natureza do artigo. Com relação ao processo de desinfecção e esterilização, assinale a alternativa CORRETA.
As infecções seguem uma evolução progressiva. Ao compreender a cadeia de infecção, o enfermeiro pode intervir para evitar que as infecções se desenvolvam. Assinale a alternativa que contempla a denominação do intervalo desde o início dos sinais e sintomas inespecíficos até os sintomas mais específicos.
A limpeza sistemática da unidade de saúde e sua manutenção têm como objetivos: prevenir infecções cruzadas, proporcionar conforto e segurança aos pacientes e à equipe de trabalho, bem como manter um ambiente limpo e agradável. Para isso, é importante conhecer as definições da terminologia antiinfecciosa. Sobre o assunto, assinale a alternativa CORRETA.
Considerando que foi prescrito 2,8 milhões de UI de penicilina cristalina EV em 50ml de SG 5% e que o hospital dispõe de frasco ampola com 5.000.000 UI. Assinale a alternativa que apresenta a quantidade de ml que deve ser aspirado deste frasco ampola, após diluído.
Assinale a alternativa que contempla em quanto tempo aproximadamente correrá o esquema de soro SGF 4:1 500ml + KCl 10% 5 ml a 14 gotas por minuto.
Há prescrições médicas que são diferentes das doses oferecidas pelos laboratórios de medicamentos, tendo o enfermeiro que efetuar o cálculo da dosagem para determinar a quantidade que o paciente irá receber. Sabendo disso, está prescrito para um paciente Amoxilina 625 mg via oral, no entanto do laboratório vem preparado líquido com 250 mg, em 5 ml. Assinale a alternativa CORRETA quanto à quantidade de ml que o enfermeiro deve administrar ao paciente.
Para um paciente foi prescrito 1.000 ml de SG a 10%, no entanto, o hospital dispõe somente de SG a 5% - 1.000 ml e ampolas de glicose a 50% de 20 ml. Assinale a alternativa que contempla a quantidade de ampolas de glicose necessárias para a conversão do soro.
Para a administração intramuscular de medicamentos, o enfermeiro deve selecionar o local para a injeção. Portanto, ele localiza o trocânter maior e a espinha ilíaca póstero-superior, desenhando uma linha imaginária entre esses dois pontos e introduz a agulha lateral externa e superior à linha imaginária. Assinale a alternativa que apresenta o local de administração intramuscular descrito.
Os padrões são ações que promovem a prática da enfermagem segura. Para garantir a administração segura de medicamentos, o enfermeiro deve estar ciente de um padrão de enfermagem denominado os “cinco certos”. Assinale a alternativa que contempla os “cinco certos”.
Assinale a alternativa que contempla aspectos observados na avaliação da respiração de um adulto saudável.
O coração atua como uma bomba muscular, que gera variáveis à medida que suas câmaras se contraem e relaxam. A sístole é o período de contração ventricular, e a diástole é o período de relaxamento ventricular. Durante a avaliação cardíaca, auscultam-se as bulhas cardíacas. Acerca dessas bulhas, assinale a alternativa CORRETA.
O julgamento clínico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/processos vitais reais ou potenciais constitui a base para a seleção das intervenções de enfermagem, visando ao alcance dos resultados pelos quais o enfermeiro é responsável. Assinale a alternativa que contempla a etapa a que se refere essa definição.
O processo de enfermagem é sistemático, dinâmico, humanizado, dirigido a resultados, constituído de etapas interrelacionadas. Assinale a alternativa que contempla a sequência desse processo.
O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe privativamente:
RECOMEÇOS PASSADOS E PRESENTES
01 ____ Em 2010 completam-se 100 anos da morte de Joaquim Nabuco e Brasília faz cinquenta anos. São duas efemérides
02 que dizem dos destinos da pátria de forma semelhante – ambas têm a ver com recomeços, ou tentativas de recomeço. Lembrar
03 de Nabuco é lembrar da abolição da escravatura, movimento do qual ele foi talvez o principal dos agentes, e com certeza o
04 mais elegante. Com a abolição pretendeu-se um recomeço. Com Brasília, 72 anos depois da abolição, pretendeu-se outro. Era a
05 aurora de um país destemido, porque avançava por sertões ignotos; dinâmico, porque ousara um empreendimento que só em
06 sonho outros ousariam; justo, porque na nova capital as diferenças de classe e de hierarquia se dissolveriam na homogeneidade
07 das superquadras e das vias expressas; e moderno, porque os terrenos baldios daquele naco do Planalto Central seriam
08 preenchidos por uma arquitetura de riscos deslumbrantemente avançados.
09 ____ Joaquim Nabuco (1849-1910) forma, com José Bonifácio, o Patriarca da Independência (1763-1838), a dupla de
10 maiores estadistas da história do Brasil. Eles merecem esse título não só pelo que fizeram, mas também pela ideia geral que os
11 movia – a ideia rara, lúcida e generosa de construção de uma nação. José Bonifácio está fora das datas redondas que serão
12 lembradas neste ano, mas é outro que personifica um recomeço – merece uma carona neste texto, por isso. Ele personifica a
13 independência, assim como Nabuco personifica a abolição. Ambos venceram, no sentido de que, em grande parte pelas
14 manobras de Bonifácio, o Brasil em 1822 se tornou independente, assim como, em grande parte pela pregação de Nabuco, a
15 escravidão foi legalmente abolida em 1888. Ambos perderam, porém, no que propunham como sequência necessária de tais
16 objetivos.
17 ____ Bonifácio ousou querer dotar o jovem estado brasileiro de um povo. Ora, um povo não podia ser formado por uma
18 sociedade dividida entre senhores e escravos. Daí que, três gerações antes de Nabuco, ele já propusesse a abolição da
19 escravidão. Falaram mais alto os interesses dos traficantes e dos senhores de escravos. Nabuco, se pegou a fortaleza escravista
20 já mais desgastada, pronta para o assalto final, não teve êxito na segunda parte de sua pregação: a distribuição de terras entre os
21 antigos escravos (ele dizia que a questão da “democratização do solo” era inseparável da emancipação) e o investimento num
22 sistema de educação abrangente o bastante para abrigá-los. Tal qual o de José Bonifácio, o recomeço pretendido por Nabuco
23 ficou pela metade.
24 ____ Que dizer do recomeço representado por Brasília? Há versões segundo as quais, entre os motivos que levaram o
25 presidente Juscelino Kubitschek a projetá-la, estaria a estratégia de fugir da pressão popular presente numa metrópole como o
26 Rio de Janeiro. Uma espúria síndrome de Versalhes contaminaria, desse modo, as nobres razões oficiais para a mudança da
27 capital. Mais perverso que a eventual mancha de origem, no entanto, é o destino que estava reservado à “capital da esperança”.
28 Meros quatro anos depois de inaugurada, ela viraria, com seu isolamento dos grandes centros e suas avenidas tão propícias à
29 investida dos tanques, a capital dos sonhos da ditadura militar. Hoje, é identificada com a corrupção e a tramoia. Pode ser
30 injusto. Falta demonstrar que, em outra cidade, a corrupção e a tramoia teriam curso menos desimpedido. Não importa. Para a
31 desgraça de Brasília, o estigma grudou-lhe na pele.
32 ____ “Falo, falo, e não digo o essencial”, costumava escrever Nelson Rodrigues. O essencial é o seguinte: nunca antes neste
33 país houve um governo tão imbuído da ideia de que veio para recomeçar a história. Embalado por um lado em seus próprios
34 mitos, e por outro em festivos, se não interesseiros, louvores internacionais, chega a esta quadra acreditando que preside a uma
35 inédita mudança de estruturas, na ordem interna, ao mesmo tempo em que é premiado com uma promoção pela comunidade
36 internacional. Assim como ocorreu pelo menos duas vezes, em décadas recentes – com o “desenvolvimentismo” de JK e com o
37 “milagre econômico” dos militares –, propaga-se a ideia de que “desta vez vai”. A noção de que se está reinaugurando o país
38 traz o duplo prejuízo de poder ser interpretada como um embuste, de um lado, e induzir ao autoengano, de outro. Não há
39 refundação possível. Raras são as oportunidades de recomeço. O poder das continuidades é sempre maior.
40 ____ P.S.: É ano novo. Bom recomeço, para quem acredita neles.
TOLEDO, R. P. Recomeços Passados e Presentes. Veja. São Paulo, ed. 2146, ano 43, n. 1, p. 102, 06 jan. 2010.
Assim como “abolição” (𝓁. 3), faz plural em “ões” o substantivo:
RECOMEÇOS PASSADOS E PRESENTES
01 ____ Em 2010 completam-se 100 anos da morte de Joaquim Nabuco e Brasília faz cinquenta anos. São duas efemérides
02 que dizem dos destinos da pátria de forma semelhante – ambas têm a ver com recomeços, ou tentativas de recomeço. Lembrar
03 de Nabuco é lembrar da abolição da escravatura, movimento do qual ele foi talvez o principal dos agentes, e com certeza o
04 mais elegante. Com a abolição pretendeu-se um recomeço. Com Brasília, 72 anos depois da abolição, pretendeu-se outro. Era a
05 aurora de um país destemido, porque avançava por sertões ignotos; dinâmico, porque ousara um empreendimento que só em
06 sonho outros ousariam; justo, porque na nova capital as diferenças de classe e de hierarquia se dissolveriam na homogeneidade
07 das superquadras e das vias expressas; e moderno, porque os terrenos baldios daquele naco do Planalto Central seriam
08 preenchidos por uma arquitetura de riscos deslumbrantemente avançados.
09 ____ Joaquim Nabuco (1849-1910) forma, com José Bonifácio, o Patriarca da Independência (1763-1838), a dupla de
10 maiores estadistas da história do Brasil. Eles merecem esse título não só pelo que fizeram, mas também pela ideia geral que os
11 movia – a ideia rara, lúcida e generosa de construção de uma nação. José Bonifácio está fora das datas redondas que serão
12 lembradas neste ano, mas é outro que personifica um recomeço – merece uma carona neste texto, por isso. Ele personifica a
13 independência, assim como Nabuco personifica a abolição. Ambos venceram, no sentido de que, em grande parte pelas
14 manobras de Bonifácio, o Brasil em 1822 se tornou independente, assim como, em grande parte pela pregação de Nabuco, a
15 escravidão foi legalmente abolida em 1888. Ambos perderam, porém, no que propunham como sequência necessária de tais
16 objetivos.
17 ____ Bonifácio ousou querer dotar o jovem estado brasileiro de um povo. Ora, um povo não podia ser formado por uma
18 sociedade dividida entre senhores e escravos. Daí que, três gerações antes de Nabuco, ele já propusesse a abolição da
19 escravidão. Falaram mais alto os interesses dos traficantes e dos senhores de escravos. Nabuco, se pegou a fortaleza escravista
20 já mais desgastada, pronta para o assalto final, não teve êxito na segunda parte de sua pregação: a distribuição de terras entre os
21 antigos escravos (ele dizia que a questão da “democratização do solo” era inseparável da emancipação) e o investimento num
22 sistema de educação abrangente o bastante para abrigá-los. Tal qual o de José Bonifácio, o recomeço pretendido por Nabuco
23 ficou pela metade.
24 ____ Que dizer do recomeço representado por Brasília? Há versões segundo as quais, entre os motivos que levaram o
25 presidente Juscelino Kubitschek a projetá-la, estaria a estratégia de fugir da pressão popular presente numa metrópole como o
26 Rio de Janeiro. Uma espúria síndrome de Versalhes contaminaria, desse modo, as nobres razões oficiais para a mudança da
27 capital. Mais perverso que a eventual mancha de origem, no entanto, é o destino que estava reservado à “capital da esperança”.
28 Meros quatro anos depois de inaugurada, ela viraria, com seu isolamento dos grandes centros e suas avenidas tão propícias à
29 investida dos tanques, a capital dos sonhos da ditadura militar. Hoje, é identificada com a corrupção e a tramoia. Pode ser
30 injusto. Falta demonstrar que, em outra cidade, a corrupção e a tramoia teriam curso menos desimpedido. Não importa. Para a
31 desgraça de Brasília, o estigma grudou-lhe na pele.
32 ____ “Falo, falo, e não digo o essencial”, costumava escrever Nelson Rodrigues. O essencial é o seguinte: nunca antes neste
33 país houve um governo tão imbuído da ideia de que veio para recomeçar a história. Embalado por um lado em seus próprios
34 mitos, e por outro em festivos, se não interesseiros, louvores internacionais, chega a esta quadra acreditando que preside a uma
35 inédita mudança de estruturas, na ordem interna, ao mesmo tempo em que é premiado com uma promoção pela comunidade
36 internacional. Assim como ocorreu pelo menos duas vezes, em décadas recentes – com o “desenvolvimentismo” de JK e com o
37 “milagre econômico” dos militares –, propaga-se a ideia de que “desta vez vai”. A noção de que se está reinaugurando o país
38 traz o duplo prejuízo de poder ser interpretada como um embuste, de um lado, e induzir ao autoengano, de outro. Não há
39 refundação possível. Raras são as oportunidades de recomeço. O poder das continuidades é sempre maior.
40 ____ P.S.: É ano novo. Bom recomeço, para quem acredita neles.
TOLEDO, R. P. Recomeços Passados e Presentes. Veja. São Paulo, ed. 2146, ano 43, n. 1, p. 102, 06 jan. 2010.
A palavra “desimpedido” (𝓁. 30) é grafada com um “s” porque: