Questões de Concurso
Para operador de eta 700
Foram encontradas 8 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...)
Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também, no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta gente estará suspirando por um raio de sol!
Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios! (...)
Chuvas modernas, sem trovoadas, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente! Chuvas que interrompem estradas, estragam lavouras, deixam na miséria aqueles que justamente desejariam a boa rega do céu para a fecundidade de seus campos...
(Cecília Meireles. Escolha o seu sonho. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, s. d., p. 74-76)
No segundo parágrafo do texto, “terras secas” e “terras inundadas” apresentam uma relação de:
I. É um processo que ocorre quando a radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera.
II. A ocorrência de um agravamento do efeito estufa que desestabilize o equilíbrio energético do planeta, pode acarretar um fenômeno conhecido como aquecimento global.
III. O efeito estufa, embora prejudicial em excesso, é também vital para a vida na terra.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):
“Minha mulher é uma santa”, dizem os puladores de cerca desde o tempo das cavernas. Essa figura da “santa” em casa é um mito a ser removido do nosso imaginário: quase sempre elas são acumuladoras de ressentimento e mágoa, que um dia, ou no dia a dia, se vingam até sem perceber. Com cobranças, com acusações, ridicularizando o maridão diante de outros, jogando os filhos contra ele. E, se um dia houver uma separação, pobre do moço: sobre ele serão lançadas todas as fúrias possíveis.
Há quem, sabendo-se traída, argumente curto e grosso: “Agora tenho sossego na cama”. “Eu me vingo gastando os tubos”, ou ainda: “É pelo bem dos filhos” (eles exigem o martírio materno). Mulheres que “perdoaram” o marido e continuaram com ele – a não ser quando há um recíproco e real desejo de refazer a relação – têm no olhar uma tristeza como de viuvez que não se apaga. E o parceiro, confiante na impunidade, já ocupado em novas aventuras, nem se dá conta disso, enquanto a mulher segue em frente, remoendo sabe-se lá que dúvidas, passando sabe-se lá que valores aos filhos, e que modelo às filhas. A mãe vítima é um peso do qual dificilmente hão de se livrar.
E quando esse drama vem a público, com mulheres firmes ao lado de quem enxovalhou amor, confiança e família, mas por apego a cargo ou poder bate no peito, assistimos talvez ao último degrau na descida ao inferno pessoal feminino.
(Revista Veja, Edição 2054, 02/04/08, Lya Luft / com adaptações
De acordo com o texto, quem traz no olhar “uma tristeza como de viuvez que não se apaga”?