Questões de Concurso Para professor - libras

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Q2373456 Português
No período: “Visava ao circunstancial, ao episódico”, o verbo é: 
Alternativas
Q2373455 Português

Textos para a questão.


A última crônica

Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 

[...]

[Trecho inicial do texto A última crônica, de Fernando Sabino]. Disponível em:
https://contobrasileiro.com.br/a-ultima-cronica-fernando-sabino/. Acesso em: 03 jan.
2024


Meu último poema 

Manuel Bandeira 

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais 

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/1711/o-ultimo-poema. Acesso em: 04 jan. 2024.  


Fernando Sabino faz alusão ao poema de Manuel Bandeira em sua crônica, num claro exemplo de:
Alternativas
Q2373454 Português

Textos para a questão.


A última crônica

Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 

[...]

[Trecho inicial do texto A última crônica, de Fernando Sabino]. Disponível em:
https://contobrasileiro.com.br/a-ultima-cronica-fernando-sabino/. Acesso em: 03 jan.
2024


Meu último poema 

Manuel Bandeira 

Assim eu quereria o meu último poema

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais 

Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas 

Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos

A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/1711/o-ultimo-poema. Acesso em: 04 jan. 2024.  


São funções da linguagem comuns aos dois textos: 
Alternativas
Q2373453 Português
Uma esperança

Clarice Lispector

Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto. 

        Houve um grito abafado de um de meus filhos: 

        -- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira!

     Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.

       -- Ela quase não tem corpo, queixei-me. 

      --Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.         

       Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender. 

       -- Ela é burrinha, comentou o menino.         

       -- Sei disso, respondi um pouco trágica.         

       -- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.         

       -- Sei, é assim mesmo.         

       -- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.         

       -- Sei, continuei mais infeliz ainda. 

      Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse. 

       -- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim. 

[...]


Trecho do texto disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2018/10/conto-
uma-esperanca-clarice-lispector.html

Do ponto de vista da sintaxe, sobre o período: “Aqui em casa pousou uma esperança”, pode-se afirmar que:
I. Está escrito em ordem inversa/indireta.
II. O verbo é intransitivo.
III.  uma esperança tem a função de objeto direto. 
Alternativas
Q2373451 Português
Uma esperança

Clarice Lispector

Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto. 

        Houve um grito abafado de um de meus filhos: 

        -- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira!

     Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.

       -- Ela quase não tem corpo, queixei-me. 

      --Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.         

       Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender. 

       -- Ela é burrinha, comentou o menino.         

       -- Sei disso, respondi um pouco trágica.         

       -- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.         

       -- Sei, é assim mesmo.         

       -- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.         

       -- Sei, continuei mais infeliz ainda. 

      Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse. 

       -- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar devagar assim. 

[...]


Trecho do texto disponível em: https://armazemdetexto.blogspot.com/2018/10/conto-
uma-esperanca-clarice-lispector.html

A palavra que funciona como um mecanismo de coesão textual, retomando um antecedente, em: 
Alternativas
Respostas
956: B
957: C
958: D
959: B
960: B