Questões de Concurso
Para engenheiro químico
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Relacione as características apresentadas com a região de Santa Catarina a qual se integram:
I. Litoral.
II. Nordeste.
III. Vale do Itajaí.
IV. Planalto Norte.
V. Planalto Serrano.
VI. Sul.
VII. Meio-Oeste.
VIII. Oeste.
( ) Rica em florestas nativas provenientes de reflorestamento, concentrando o pólo florestal do estado, um dos mais expressivos da América Latina, com indústrias madeireiras, moveleiras, de papel e papelão.
( ) Com forte tradição germânica, concilia uma economia dinâmica com o respeito à natureza exuberante, onde se desenvolvem indústrias do ramo eletro-metal-mecânico e se registram alto poder aquisitivo e excelente qualidade de vida.
( ) É o “celeiro” de Santa Catarina, onde sai boa parte da produção de grãos, aves e suínos do Brasil, possuindo frigoríficos de grande e médio portes, associados aos produtores rurais em modelo bem sucedido de integração.
( ) Colonizada por açorianos no século XVIII, possui relevo recortado com baías, enseadas, manguezais, lagunas com forte atividade econômica relacionada à pesca e ao turismo.
( ) Tem como característica marcante o jeito simples de viver dos descendentes de italianos com produção de uvas, festas típicas, extrativismo mineral e indústria cerâmica, sem falar nas estações hidrotermais e cânions ricos em biodiversidade.
( ) Com atividades econômicas concentradas no turismo, na pecuária e na indústria florestal, esta região fria oferece paisagens bucólicas com chuvas de neves em algumas cidades e pontos pitorescos como a estrada da Serra do Rio do Rastro que desce em curvas sinuosas de uma altitude de 1.467 metros até o nível do mar.
( ) “Pedacinho da Alemanha” encravado em Santa Catarina, possui forte indústria têxtil e paisagem de morros, matas, rios e cachoeiras, tornando-se rota para o ecoturismo no estado.
( ) Com morros ondulados localizados no centro do estado, é formada por comunidades de pequeno e médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães, austríacos e japoneses, que trabalham na agroindústria, criação de bovinos e produção de maçã, além de possuir indústrias expressivas do pólo metal-mecânico.
A seqüência está correta em:
Sobre o surgimento e o povoamento de Santa Catarina NÃO é correto afirmar que:
Que cidade de Santa Catarina, localizada entre a Serra do Mar e a Baía da Babitonga, é o maior centro exportador do estado, possuindo seu maior parque industrial e tornando-se a porta de entrada para o Caminho dos Príncipes?
Em um supermercado, a reposição de pacotes de arroz nesta segunda-feira, permitiu a construção da seguinte tabela de dados:
Marca do Arroz |
A |
B |
C |
D |
E |
Quantidade de pacotes |
120 |
60 |
280 |
200 |
140 |
Qual das alternativas representa o desvio médio?
O consumo de combustível de um automóvel é medido pelo número de quilômetros que percorre gastando 1 litro de combustível. O consumo depende, entre outros fatores, da velocidade desenvolvida. O gráfico a seguir indica o consumo, na dependência da velocidade, de certo automóvel. Observe:
A análise do gráfico mostra que:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
Com relação à tipologia textual, pode-se afirmar que esse texto deve ser considerado como:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
Observe as frases:
1. “Já com avião a catástrofe é cinematográfica...”
2. “... para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios...”
3. Os agentes a encontraram desacordada.
Os termos grifados são, respectivamente:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
“... nada errado já viu fazer...” (5º§). O verbo, sublinhado nesse segmento, aparece também na frase, EXCETO:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
Em “... mesmo que muitas pessoas se excluam...” (3º§), a expressão destacada tem valor semântico de:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
“... com atrasos e cancelamentos que não se explicam,” (2º§) – o termo em destaque tem a mesma classificação do termo destacado em:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de formação é:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
Constitui recurso expletivo a palavra sublinhada na frase:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
A autora cansou-se de malhar apenas políticos porque:
TEXTO:
Começaria tudo outra vez
É um choque quando muitas pessoas morrem juntas, numa mesma tragédia. Acidente de avião nos desestabiliza. Acidentes de ônibus, carro e atropelamentos têm um teor menor de impacto, mesmo que matem mais gente. Já com avião a catástrofe é cinematográfica e, portanto, está no limiar da ficção – e isso subverte totalmente o que costumamos chamar de vida real.
Junto com a dor vem a necessidade de culpar. Foi falha humana? Falha do equipamento? Governo omisso? Provavelmente um pouco de cada. Acidentes de avião acontecem na França, na Alemanha, na Áustria, por motivos vários. O que devemos seguir cobrando com rigor é a responsabilidade pelo caos que acontece todos os dias em nossos aeroportos, com atrasos e cancelamentos que não se explicam. Ou que talvez se expliquem se colocarmos o dedo onde dói. No caráter nacional.
O Brasil é ótimo em alguns aspectos – natureza, musicalidade, espírito esportivo – mas traz um gene defeituoso que atinge a nação inteira, mesmo que muitas pessoas se excluam dessa análise. “Eu não!” Você não, eu também não, e tantos outros repetirão: nós não! Mas não é momento de se excluir. Todos nós, sim.
O brasileiro, generalizando, sofre de fraqueza moral. A corrupção é um problema que atinge o mundo inteiro, mas aqui essa praga foi institucionalizada, está em todos os setores, em todas as relações. Pais e mães que presenteiam os filhos por tirarem boas notas já introduzem o vírus. Aprende-se que as coisas só funcionam diante de “acertos” prévios. Quando o Gérson fez aquela propaganda em que dizia que o importante era levar vantagem em tudo, estava traduzindo exatamente o que somos e pensamos. Foi na mosca. Doeu de tão verdadeiro. O aceno de um cheque basta para flexibilizar regulamentos e desfazer leis. Temos uma inclinação natural para o lucro a qualquer custo. Claro que há muita gente honesta, mas não em número suficiente para contrabalançar. E mesmo alguns desses honestos têm seu preço.
Eu sei: você não, sua família também não, a minha tampouco. Mas me permita colocar todos no mesmo barco, para não ser mais uma colunista a apontar os defeitos alheios como se estivesse acima do bem e do mal. Mesmo quem nunca fez nada errado já viu fazer e não denunciou, não interferiu. Ninguém é santo neste país, a não ser Frei Galvão.
Ando cansada de malhar apenas os políticos, como se eles tivessem sido criados em cativeiro, como se homens e mulheres com cargos públicos viessem de um país estranho ao nosso, como se o “eles lá” e o “nós aqui” determinassem uma natural fronteira ética. Então eles são a corja e nós somos as vítimas? Simples assim?
Perdoem-me os trabalhadores corretos e incorruptíveis, sei que são muitos, mas, ainda assim, muito poucos. A saída para o Brasil é uma mudança radical de caráter, uma reeducação avassaladora em todos os lares, em toda a sociedade. Como se faz isso? Talvez privilegiando o assunto no currículo escolar, incentivando a delação dos corruptos que agem em pequenas esferas e havendo muito mais rigor na punição. Mas se os próprios agentes punidores são os primeiros a aceitar uma cervejinha, o que nos resta? Nossa dignidade segue restrita a um blábláblá inoperante. Somos os reis da boa intenção, enquanto a gaiatice rola solta. Desculpem a total falta de esperança, mas para sermos um país decente pra valer, só sendo descobertos de novo.
(MEDEIROS, Martha. In: Revista O GLOBO ano 3- Nº 157- 29 de julho de 2007)
As afirmativas abaixo refletem opiniões que a autora expressou no texto, EXCETO:
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Só NÃO deve receber acento grave o a(s) da opção
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Há três substantivos em
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Coloque C ou I nos parênteses, conforme esteja correta ou incorreta a concordância nominal.
( ) É necessário a devida cautela com certas previsões.
( ) As informações vêm acompanhadas do endosso e confirmação exigidos.
( ) Conseguimos na internet bastante dados sobre o autor.
Assinale a sequência correta.
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Foram inúmeros os problemas ________ nos defrontamos e inúmeras as experiências ________ passamos.
De acordo com a norma culta da língua, completam a frase, respectivamente,
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
Muitas vezes ____________ experiências inovadoras.
Dificuldades jamais ____________ o avanço tecnológico.
Preenchem corretamente as lacunas as formas verbais
A moda terminal
Já declararam o fim da memória, da escrita, da
pintura, da fotografia, do teatro, do rádio, das ferrovias,
da História e já anunciaram até que o mundo ia se
acabar. Todos os que previram esses desfechos
5 chegaram ao fim antes. Agora, a moda é decretar que
o jornalismo está terminando (e o livro também). Citam
importantes jornais do mundo como alguns dos veículos
com sérias dificuldades financeiras. Reconheço que
há argumentos respeitáveis e indícios preocupantes.
10 Mas vamos relativizar o pânico. No Brasil, por
exemplo, nos dois últimos anos, a circulação dos
diários cresceu. Em 2007, enquanto a expansão
mundial não passou de 2,5%, aqui foi de 11,8%.
Desconfio muito das antecipações feitas por
15 um mundo que não conseguiu prever nem a crise
econômica atual. Além do mais, nunca uma nova
tecnologia de comunicação eliminou a anterior. Com
o advento da escrita – para citar a primeira dessas
transformações – acreditava-se que, por desuso, a
20 memória iria desaparecer. Dispondo de um suporte
mecânico para registrar suas experiências, o homem
não usaria mais a cabeça. Para que decorar, se era
possível guardar tudo em forma de letrinhas? (a última
especulação no gênero é a de que o Google vai tornar
25 inúteis arquivos e bibliotecas).
Antes se dizia que a “civilização visual” (a TV)
iria abolir a “civilização verbal”. Uma imagem vale mais
que mil palavras, repetia-se, esquecendo-se de que só
se diz isso com palavras. Agora se afirma, veja a ironia,
30 que a Internet veio salvar a escrita que a TV estava
matando. De fato, nunca se escreveu tanto quanto hoje,
pelo menos em e-mails. A onipresença desse universo
on-line passou então a funcionar como uma espécie de
pá de cal sobre o jornal. Só que a Internet ainda precisa
35 da confirmação e do endosso do “impresso”, de seu
prestígio e credibilidade. Os blogueiros sérios que me
perdoem, mas a rede não é confiável (ainda bem, para
Veríssimo e Jabor, pelo que costumam atribuir a eles
ali). Uma vez, um site noticiou que eu tinha morrido.
40 Houve controvérsia, mas eu só não morri mesmo
porque a notícia não saiu nos jornais.
Por tudo isso, é provável que, em vez de
extermínio, haja convergência e convivência de mídias,
como já está ocorrendo. Muitos dos blogs e sites mais
45 influentes estão hospedados em jornais e revistas.
VENTURA, Zuenir. O Globo – 14 fev. 2009. (com adaptações)
De acordo com o texto, a Internet seria duplamente responsável: