Questões de Concurso Para jornalista

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Q2074701 Jornalismo
De acordo com Haswani (2017), a definição de comunicação pública depende do aspecto que se escolhe para sua consecução. Leia as informações:
Se o foco for o _________, este abrangerá temas de interesse geral; nesse caso, qualquer organização (estatal, do mercado ou do terceiro setor) poderá ser promotora da comunicação pública.
Se o foco for a _________, a comunicação pública será a realização do interesse geral; também aqui, qualquer mensagem terá como emissoras quaisquer organizações ou instituições.
Se o foco estiver no __________, a comunicação pública será, exclusivamente, aquela originada no Estado, ou seja, no setor público governamental; nesse caso só os órgãos públicos farão, de fato, a comunicação chamada de pública.
Os termos que completam corretamente as lacunas são, respectivamente:
Alternativas
Q2074700 Jornalismo
De acordo com Lage (2019, p. 84), do ponto de vista da apresentação, a entrevista varia, evidentemente, conforme o veículo. Leia as afirmativas:
I. A entrevista no jornalismo impresso pode ser tratada como notícia, apresentada na forma de um perfil e na forma de perguntas e respostas.
II. A entrevista no rádio, assim como na televisão, pode ser ocasional ou produzida, gravada ou ao vivo.
III. Ensaiar a entrevista com o entrevistado ou dar conhecimento prévio ao entrevistado do que lhe vai ser exatamente perguntado não prejudica o resultado final. Não se corre o risco de toda a conversa parecer ao ouvinte/espectador um arranjo publicitário ou conluio político.
IV. A entrevista ocasional ou espontânea, ao vivo, é totalmente segura e não é uma caixinha de surpresas.
V. A entrevista televisiva devassa a intimidade do entrevistado, a partir de dados como sua roupa, seus gestos, seu olhar, a expressão facial e o ambiente.
A sequência CORRETA das afirmativas é:
Alternativas
Q2074699 Jornalismo
Rech (2018) e Lage (2019) citam alguns tipos de lide, mas não dão exemplos. Leia atentamente os lides e identifique-os.
I. Enquanto os bombeiros de Belo Horizonte acreditam que podem salvar o menino Robson de Souza, de cinco anos, que caiu ontem à noite em uma cisterna no quintal de casa, localizada à rua Ouro Fino 300, os médicos do Pronto Socorro afirmam que o menor dificilmente sobreviverá se não for retirado até a manhã de hoje.
II. Você poderá, a partir de hoje, entrar em contato com o INSS, a fim de obter esclarecimentos sobre suas dúvidas sobre a “revisão da vida toda” do seu benefício.
III. “Já no início do ano iremos construir uma nova estação de passageiros no aeroporto”, declarou o diretor do Floripa Airport.
IV. Um terremoto, com a duração de 30 segundos, destruiu hoje parcialmente a capital do Haiti, provocando a morte de 300 pessoas e ferindo 5 mil pessoas.
V. “Comigo é assim. Olho por olho, dente por dente.” – declarou ontem Carlos Costa, o Corujão, ao ser capturado, para justificar a morte do desafeto Zeca da Silva, o Sossegadinho.
VI. Enquanto Maria José da Cruz aguardava ansiosa no carro, na porta da igreja de São Tomé de Souza, para se casar, o noivo, Leandro C. Silva saía tranquilamente de um bar na cidade vizinha, Tomás Gonzaga, depois de tomar “a saideira” com os amigos.
A sequência CORRETA de apresentação dos lides é:
Alternativas
Q2074698 Jornalismo
Leia a notícia e observe a sequência de critérios (valores da notícia) que justifica a publicação desta notícia:
Influencer viraliza ao se mostrar catando comida no lixo dos Estados Unidos Hygino Vasconcellos - Adaptado de UOL - Colaboração para Splash, em Balneário Camboriú (SC) 02/12/2022 07h37
A influencer Renata Myrelli, 32 anos, viralizou nas redes sociais ao mostrar sua rotina para encontrar no lixo comida, itens de higiene e até eletrônicos - ainda na caixa e funcionando. Desde 2017, ela mora com o marido nos Estados Unidos, mas só em fevereiro deste ano ela começou a fazer o dumpster diving, como é chamada a prática de vasculhar o lixo alheio. Passados cerca de 10 meses, Renata relata que hoje 80% do que o casal consome vem do lixo e, com isso, eles passaram a economizar US$ 320 (R$ 1.663,40) nas compras do mês
Disponível em: https://www.uol.com.br/splash/noticias/2022/12/02/influencer-viraliza-ao-se-mostrar-catando-comida-no-lixo-dos-estados-unidos.htm
A sequência de critérios (valores da notícia) que justifica a publicação desta notícia é:
Alternativas
Q2074697 Jornalismo
Leia atentamente a citação de Meyer (1991) citado por Lage (2019):

O mundo tornou-se tão complicado, tão intenso o incremento da informação disponível, que o jornalista tem que ser alguém que cria, e não só transmite, um organizador, e não só um intérprete, alguém que junte os fatos e os torne acessíveis. Além de saber como redigir informações de imprensa ou como contá-las nos meios audiovisuais, deve descobrir como fazê-las chegar à mente de seu público. Em outras palavras, o jornalista tem agora que ser um administrador de dados acumulados, processador e analista desses dados.


A partir da citação, analise quais afirmativas estão corretas:
I. O jornalista não precisa ser rigoroso na apuração da informação. II. O jornalista precisa transmitir a notícia de modo a suplantar o burburinho da sobrecarga informacional e chegar ao público que dela necessita ou deseja. III. O jornalista precisa saber como encontrar a informação. IV. O jornalista não tem que avaliar e analisar a informação. V. O jornalista deve evitar a divulgação de superstições e crenças sem fundamento, mesmo que atraentes o bastante para convencer até mesmo pessoas com longa formação escolar.
Estão CORRETAS apenas as afirmativas: 
Alternativas
Q2074696 Jornalismo
A seguir estão as definições de tipos de entrevistas, do ponto de vista dos objetivos, de acordo com Lage (2019).
____________: o objetivo da entrevista, aí, não é um tema particular ou um acontecimento específico, mas a figura do entrevistado, a representação de mundo que ele constrói, uma atividade que ele desenvolve ou um viés de sua maneira de ser, geralmente, relacionada com outros aspectos da sua vida. _____________: é geralmente breve. O ponto de interesse está mais centrado na exposição (da voz, da figura) do entrevistado do que no que ele tem a dizer. As declarações ou são irrelevantes, ou esperadas, ou ainda mera formalidade a que, por algum motivo, se atribui dimensão simbólica. ____________: aborda um assunto sobre o qual se supõe que o entrevistado tenha condições e autoridade para discorrer. Geralmente, consiste na exposição de versões ou interpretações de acontecimentos. ____________: trata-se do relato do entrevistado sobre algo de que ele participou ou a que assistiu.
A sequência de termos que completa corretamente as lacunas é: 
Alternativas
Q2074695 Jornalismo
São exemplos de formatos e de gêneros radiofônicos, segundo Filho (2003) citado por Rech (2018):
Alternativas
Q2074694 Jornalismo
Leia primeiro, atentamente, as informações. Elas estão fora da ordem, mas são partes constituintes de uma pauta.
I - José Júnior (Produtor)
II - O repórter poderá verificar há quanto tempo o trabalho de prevenção vem sendo feito, o lançamento da campanha contra a meningite e se haverá outras campanhas ao longo do ano. Deverá verificar se haverá alguma estratégia especial e perceber como o público interno e externo (comunidade) vê o trabalho realizado pelos profissionais no ambulatório.
III - Responsável pelo ambulatório: João Carlos Souza Enfermeira: Maria da Consolação Silva Médico: Dr. Carlos Palhares Entrevistas com o público interno e comunidade do entorno sobre o trabalho do ambulatório.
IV - O ambulatório da Universidade Paulo Seixas desenvolve um trabalho junto aos alunos, professores, funcionários e público do entorno da instituição a partir de campanhas de conscientização e prevenção a doenças. No dia 29 de janeiro (hoje), às 10 horas, haverá uma reunião com toda a equipe para lançar uma campanha especial de vacinação contra a meningite.
V - Ambulatório da Universidade Paulo Seixas – próximo ao Bloco B Rua Bezerra da Silva, 400. Bairro Jacareípe.
VI - Antônio Pedro (Repórter)
VII - Documentos anexados: Relatório com dados da Secretaria Municipal de Saúde sobre meningite na região. Release enviado pela universidade.
VIII - 29/01/2023
A alternativa CORRETA da sequência dessas informações é:
Alternativas
Q2074693 Jornalismo
As definições do termo “retranca” no jornalismo impresso e no radiojornalismo/telejornalismo são, respectivamente
Alternativas
Q2074692 Jornalismo
O texto jornalístico TRADICIONAL, de caráter informativo, apresenta as seguintes características:
Alternativas
Q2074691 Jornalismo
Na hora de determinar a hierarquia das manchetes e das reportagens de um meio de informação, é fundamental levar em conta os critérios de:
Alternativas
Q2074690 Jornalismo
Os termos “projeto gráfico” e “projeto editorial” correspondem, respectivamente, às seguintes definições:
Alternativas
Q2074689 Jornalismo
A CORRETA definição de “enquadramento noticioso”, segundo Rech (2018), é:
Alternativas
Q2074688 Jornalismo
Autores na área de jornalismo consideram que, na estruturação da pirâmide invertida, as duas primeiras questões (o quê? e quem?) devem estar no primeiro parágrafo do texto para que o receptor da informação saiba em que consiste o fato e identifique quem está diretamente envolvido nele. Já o “quando” __________________________e o “onde” ___________________________.
Os termos que preenchem corretamente as lacunas são:
Alternativas
Q2074682 Direito Constitucional
O sistema de governo adotado pelo Estado brasileiro, sob a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, considerando a relação entre os poderes legislativo e executivo, pode ser classificado como:
Alternativas
Q2074677 Português
TEXTO 2

INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo para responder à questão

Conversinha mineira
Fernando Sabino

— É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
— Sei dizer não senhor: não tomo café.
— Você é dono do café, não sabe dizer?
— Ninguém tem reclamado dele não senhor.
— Então me dá café com leite, pão e manteiga.
— Café com leite só se for sem leite.
— Não tem leite?
— Hoje, não senhor.
— Por que hoje não?
— Porque hoje o leiteiro não veio.
— Ontem ele veio?
— Ontem não.
— Quando é que ele vem?
— Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
— Mas ali fora está escrito “Leiteria”!
— Ah, isso está, sim senhor. 
— Quando é que tem leite?
— Quando o leiteiro vem.
— Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
— O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
— Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
— Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
— E há quanto tempo o senhor mora aqui?
— Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
— Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
— Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
— Para que Partido?
— Para todos os Partidos, parece.
— Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
— Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
— E o Prefeito?
— Que é que tem o Prefeito?
— Que tal o Prefeito daqui?
— O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
— Que é que falam dele?
— Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
— Você, certamente, já tem candidato.
— Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
— Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
— Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13152/conversinha-mineira Acesso em: 03 jan. 2023
Em: “Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.”, pode-se perceber características de uma variação linguística
Alternativas
Q2074676 Português
TEXTO 2

INSTRUÇÃO: Leia o texto abaixo para responder à questão

Conversinha mineira
Fernando Sabino

— É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
— Sei dizer não senhor: não tomo café.
— Você é dono do café, não sabe dizer?
— Ninguém tem reclamado dele não senhor.
— Então me dá café com leite, pão e manteiga.
— Café com leite só se for sem leite.
— Não tem leite?
— Hoje, não senhor.
— Por que hoje não?
— Porque hoje o leiteiro não veio.
— Ontem ele veio?
— Ontem não.
— Quando é que ele vem?
— Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
— Mas ali fora está escrito “Leiteria”!
— Ah, isso está, sim senhor. 
— Quando é que tem leite?
— Quando o leiteiro vem.
— Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
— O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
— Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
— Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
— E há quanto tempo o senhor mora aqui?
— Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
— Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
— Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
— Para que Partido?
— Para todos os Partidos, parece.
— Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
— Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
— E o Prefeito?
— Que é que tem o Prefeito?
— Que tal o Prefeito daqui?
— O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
— Que é que falam dele?
— Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
— Você, certamente, já tem candidato.
— Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
— Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
— Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...

Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/13152/conversinha-mineira Acesso em: 03 jan. 2023
A crônica traça o perfil de um mineiro por meio de um diálogo, no qual chama(m) a atenção, principalmente,
Alternativas
Q2074673 Português
TEXTO 1

(-------------)
Milly Lacombe

        Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.
        Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.
       Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.
       Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.
        Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.
        Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.
       Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.
        Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.
       O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.
Em: “Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado.”, “o” é um pronome 
Alternativas
Q2074672 Português
TEXTO 1

(-------------)
Milly Lacombe

        Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.
        Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.
       Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.
       Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.
        Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.
        Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.
       Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.
        Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.
       O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.
A vírgula foi usada com a mesma função: indicar a inversão das orações subordinadas adverbiais, EXCETO em:
Alternativas
Q2074671 Português
TEXTO 1

(-------------)
Milly Lacombe

        Minhas duas primeiras memórias de infância envolvem meu pai.
        Na primeira delas, estou em seus ombros, no meio de uma multidão que cantava, pulava e festejava. Enrolados em uma bandeira do Brasil que minha mãe havia feito na máquina de costura, que ficava no mesmo quarto da TV em branco e preto. Eu tinha três anos, ele tinha 43. A seleção tinha acabado de ser tricampeã mundial de futebol e meu pai e eu celebrávamos no meio de outras centenas de pessoas na rua General Glicério, em Laranjeiras, no Rio.
       Na segunda memória, estou subindo com ele a rampa do Maracanã. Eu tinha um pouco mais que três anos, mas não muito mais. Lembro-me da mão dele segurando a minha, lembro-me de olhar para cima e vê-lo ali sorrindo para mim. Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro-me das camisas e bandeiras misturadas: vermelho e preto em alguns; verde, branco e grená em outros. Ele e eu fazíamos parte desse segundo grupo de pessoas. Na minha outra mão, uma almofadinha com as cores do Fluminense, feita por minha mãe na máquina de costura que ficava no mesmo quarto da TV branco e preta. A almofadinha era uma solução à dureza do concreto da arquibancada.
       Subindo a rampa, lembro-me de ver, lá bem longe e já no topo, uma abertura para o céu. Era para lá que caminhávamos, meu pai e eu, de mãos dadas. O que haveria ali além do céu? Depois de uma subida, bastante longa para um pequeno corpo que ainda não tinha feito cinco anos, lembro-me de conhecer o que, anos depois, entenderia ser o êxtase que vem com a experiência do sagrado. Ao final da rampa, uma abertura para um campo verde, de marcas brancas e milhares de pessoas cantando ao redor.
        Capturada pela imensidão do momento, outra vez olhei para cima e vi meu pai. Ele sorria e não se movia, como quem sabe que seria importante me deixar ali um pouco, apenas sentindo a grandeza do momento, apenas absorvendo uma experiência inaugural de amor e paixão. Depois de um tempo, ele me pegou no colo e subimos os degraus da arquibancada, sendo abençoados por um tanto de pó de arroz a cada passo. Não me lembro de mais nada.
        Não me lembro do placar, não me lembro do que aconteceu em campo, não me lembro do que comemos, nem dos sorvetes que não pedi. Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia. Mas, mais que qualquer coisa, lembro-me da mão de meu pai na minha. Se fechar os olhos, posso sentir a temperatura e a textura de sua mão na minha. Se fechar os olhos, sinto outra vez a exata pressão que a mão dele fazia na minha, todas as vezes que andávamos assim pelas ruas, e sinto a segurança que aquelas mãos me davam.
       Meu pai não está mais aqui, mas a sensação de sua mão na minha está. Pouca coisa, aliás, se manteve presente além dessa sensação. Talvez apenas a emoção de subir uma rampa cujo final é um campo de futebol onde dois times se enfrentarão. O caminho do sagrado, do final de um período escuro, frio e penoso que se abre para uma imensidão de luzes, sonhos e possibilidades.
        Anos depois, eu conduziria meu sobrinho pela mesma rampa, mas agora interpretando o papel feito por meu pai.
       O que é a vida se não esse contínuo trocar de lugares e essa perpétua caminhada que pode nos levar a encontros grandiosos? Não muita coisa, eu acho. Um passo atrás do outro, uma batalha atrás da outra. Conquistas, fracassos. Vitórias, derrotas. Dias bons, dias ruins. Partidas, chegadas. E lá vamos nós outra vez.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/nosso-estranhoamor/2022/11/[...].shtml (Adaptado) Acesso em: 30 dez. 2022.
Observe a regência dos verbos destacados nas frases abaixo:
1- Lembro-me das pessoas passando em volta, apressadas e felizes. Lembro das pessoas passando em volta, apressadas e felizes.
2- Lembro-me da mão dele segurando a minha. Lembro a mão dele segurando a minha.
3- “Lembro-me apenas das sensações e das emoções daquele dia.” Lembro apenas as sensações e as emoções daquele dia.
4 - Não me lembro do que aconteceu em campo. Não me lembro o que aconteceu em campo.
Quanto à regência dos verbos, as frases acima poderiam ser reescritas, sem prejuízo sintático, em:
Alternativas
Respostas
1861: B
1862: C
1863: D
1864: B
1865: D
1866: A
1867: A
1868: C
1869: B
1870: C
1871: D
1872: A
1873: B
1874: D
1875: D
1876: B
1877: B
1878: A
1879: B
1880: C