Questões de Concurso
Para letras
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Atenção! Leia a crônica para responder à próxima questão.
Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que, agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. Além do que leio pouco: só li muito, e li avidamente o que me caísse nas mãos, entre os treze e os quinze anos de idade. Depois passei a ler esporadicamente, sem ter a orientação de ninguém. Isto sem confessar que – dessa vez digo-o com alguma vergonha – durante anos eu só lia romance policial. Hoje em dia, apesar de ter muitas vezes preguiça de escrever, chego de vez em quando a ter mais preguiça de ler do que de escrever.
Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros “uma profissão”, nem uma “carreira”. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis.
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Adaptado.
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Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que, agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. Além do que leio pouco: só li muito, e li avidamente o que me caísse nas mãos, entre os treze e os quinze anos de idade. Depois passei a ler esporadicamente, sem ter a orientação de ninguém. Isto sem confessar que – dessa vez digo-o com alguma vergonha – durante anos eu só lia romance policial. Hoje em dia, apesar de ter muitas vezes preguiça de escrever, chego de vez em quando a ter mais preguiça de ler do que de escrever.
Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros “uma profissão”, nem uma “carreira”. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis.
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Adaptado.
Atenção! Leia a crônica para responder à próxima questão.
Outra coisa que não parece ser entendida pelos outros é quando me chamam de intelectual e eu digo que não sou. De novo, não se trata de modéstia e sim de uma realidade que nem de longe me fere. Ser intelectual é usar sobretudo a inteligência, o que eu não faço: uso é a intuição, o instinto. Ser intelectual é também ter cultura, e eu sou tão má leitora que, agora já sem pudor, digo que não tenho mesmo cultura. Nem sequer li as obras importantes da humanidade. Além do que leio pouco: só li muito, e li avidamente o que me caísse nas mãos, entre os treze e os quinze anos de idade. Depois passei a ler esporadicamente, sem ter a orientação de ninguém. Isto sem confessar que – dessa vez digo-o com alguma vergonha – durante anos eu só lia romance policial. Hoje em dia, apesar de ter muitas vezes preguiça de escrever, chego de vez em quando a ter mais preguiça de ler do que de escrever.
Literata também não sou porque não tornei o fato de escrever livros “uma profissão”, nem uma “carreira”. Escrevi-os só quando espontaneamente me vieram, e só quando eu realmente quis.
O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. Adaptado.
1. científico – exército – revólver
2. heroína – ânimo – jornalístico.
3. pôr – Paraná – jacaré
Em relação às regras de acentuação gráfica, é correto afirmar que,
(...) um dia correu até minha mãe e pediu ____ ela que lhe fizesse o favor de ver se lhe salvava o marido que queria dar fim ____ própria vida. (...) Pádua obedeceu; confessou que acharia forças para submeter-se ____ vontade de minha mãe.
A alternativa que completa as lacunas, respectivamente, em conformidade com a norma-padrão de emprego do acento indicativo de crase é:
DE ASSIS, Machado. Dom Casmurro. Disponível em: https://machado.mec.gov.br/. Acesso em 20 jul. 2024.
No que se refere aos tipos de discurso e seus efeitos, é correto afirmar que o trecho
Atenção! Leia o texto para responder à próxima questão.
Imperceptivelmente (1977)
Agora toda essa preocupação com o ano 2000! Só pode ser a velha mania ou superstição da conta redonda.
Se vocês estão bem lembrados, ao aproximar-se o Ano Mil já se pensava que era o FIM DO MUNDO. Assim mesmo, com todas as letras maiúsculas. Tanto que, para adiantar serviço, muitos se mataram antes. Como exemplo, eis um ponto em que hoje todos estão concordes: o famoso Século XIX só foi terminar em 1914. E parece que o danado só começou depois da batalha de Waterloo...
Pois não é que uma dessas entrevistadoras veio indagar de mim um dia destes se estávamos no fim de uma Era?! Não sou nenhum Nostradamus, de modo que vaticinei — menos obscuramente que este — que nunca se saberá, nunca se notará, nunca se verá o fim de coisa nenhuma. E isto simplesmente porque a vida é contínua. Não uma projeção imóvel de slides, mas o desenrolar de um filme em câmara lenta.
E a transformação da face do mundo é como a transformação da cara da gente, que muda tanto durante toda a vida — mas que, dia a dia, de ontem para hoje, de hoje para amanhã, sempre nos parece a mesma cara no espelho. Deixemos, pois, o Ano Dois Mil chegar imperceptivelmente como um ano qualquer.
QUINTANA, Mario. A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2012.
Atenção! Leia o texto para responder à próxima questão.
Imperceptivelmente (1977)
Agora toda essa preocupação com o ano 2000! Só pode ser a velha mania ou superstição da conta redonda.
Se vocês estão bem lembrados, ao aproximar-se o Ano Mil já se pensava que era o FIM DO MUNDO. Assim mesmo, com todas as letras maiúsculas. Tanto que, para adiantar serviço, muitos se mataram antes. Como exemplo, eis um ponto em que hoje todos estão concordes: o famoso Século XIX só foi terminar em 1914. E parece que o danado só começou depois da batalha de Waterloo...
Pois não é que uma dessas entrevistadoras veio indagar de mim um dia destes se estávamos no fim de uma Era?! Não sou nenhum Nostradamus, de modo que vaticinei — menos obscuramente que este — que nunca se saberá, nunca se notará, nunca se verá o fim de coisa nenhuma. E isto simplesmente porque a vida é contínua. Não uma projeção imóvel de slides, mas o desenrolar de um filme em câmara lenta.
E a transformação da face do mundo é como a transformação da cara da gente, que muda tanto durante toda a vida — mas que, dia a dia, de ontem para hoje, de hoje para amanhã, sempre nos parece a mesma cara no espelho. Deixemos, pois, o Ano Dois Mil chegar imperceptivelmente como um ano qualquer.
QUINTANA, Mario. A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2012.
Direitos da Criança e do Adolescente. Disponível em: https://servicosocialca.paginas.ufsc.br/. Acesso em: 19 jul. 2024. Avalie se as afirmativas a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A expressão “de acordo com” é um conectivo que expressa a ideia de conclusão.
( ) A palavra “infantojuvenil” é formada por um processo de derivação sufixal.
( ) A vírgula em “violação dos direitos infantojuvenis, seja por ação ou por omissão” é considerada opcional e pode ser eliminada, mantendo-se as demais vírgulas do trecho, sem prejuízo da norma-padrão.
As afirmativas são, respectivamente,
VIEIRA, Pe. Antonio. História do Futuro, vol. 1, 1718. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/. Acesso em 19 jul. 2024
No trecho, é possível identificar o emprego das seguintes figuras de linguagem:
“O ponto negativo é que eu não tenho estúdio, né? Eu trabalho na minha casa, e toda a estrutura pra gravar vídeo e tal é montada aqui no meu quarto basicamente. Então assim, eu preciso organizar tudo, então um aspecto negativo dessa rotina é isso. Você perde um pouco a questão do que é lazer e do que é trabalho. Tudo de lazer acaba virando trabalho, porque você acaba gravando, tal. E você não tem meio que dia de lazer, tipo, dificilmente eu vou tirar um dia para não fazer nada sobre o canal”.
Giulianna Bueno Denari, LUZ, CÂMERA E LIKES: o trabalho dos youtubers nas mídias digitais. 2023. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br. Acesso em: 11 jul. 2024.
Considerando o emprego das variedades linguísticas da língua portuguesa, pode-se afirmar que, na entrevista,
I. Produção de textos orais: representação de textos dramáticos.
II. Estratégias de produção: planejamento e produção de textos jornalísticos orais.
III. Oralização de texto literário.
Os objetos de conhecimento presentes na proposta de atividade são: