Questões de Concurso Para economia

Foram encontradas 19.908 questões

Resolva questões gratuitamente!

Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!

Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694845 Economia

Considere um consumidor com uma função de utilidade dada por U (X1, X2 )=X1X2 e restrição orçamentária dada por 2 X1+ X2=20. Quais são as quantidades de X1 e X2 que maximizam a utilidade desse consumidor?

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694844 Economia

Bens normais são definidos assim por terem

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694843 Economia

Analise a figura a seguir.


Imagem associada para resolução da questão


Essa figura representa o resultado de equilíbrio de um mercado qualquer, no qual existem externalidades negativas no processo produtivo. As curvas CMgS, CMgP e CMgE representam, respectivamente, o custo marginal social, o custo marginal privado e o custo marginal externo e D é a curva de demanda de mercado. Qual das áreas em destaque corresponde ao custo de ineficiência gerado à sociedade?

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694842 Economia

A figura, a seguir, representa, hipoteticamente, as curvas de demanda e oferta para suco de laranja na União Europeia. PUE representa os preços vigentes no mercado europeu, PM é o preço mundial e T é a tarifa de importação vigente.


Imagem associada para resolução da questão


O recente acordo firmado entre Mercosul e União Europeia prevê, entre diversas medidas, a redução de tarifas de importação para vários produtos. Considere, hipoteticamente, que a tarifa de importação para suco de laranja seja eliminada e que após grandes protestos realizados por agricultores europeus, que serão prejudicados pela concorrência do produto importado, resulte na criação de um subsídio para estes agricultores, de igual magnitude à tarifa de importação eliminada, T. Neste cenário, o valor monetário da importação de suco de laranja pela União Europeia, considerando as áreas destacadas na figura, será


Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694840 Economia

De acordo com a Teoria Econômica, representa um bem público:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694839 Economia

Analise a figura a seguir.


Imagem associada para resolução da questão


Na figura, o excedente do produtor de uma firma monopolista que consegue praticar discriminação de preços de primeiro grau é dado pela área correspondente aos pontos

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694838 Noções de Informática

O vocábulo inglês malware diz respeito aos programas desenvolvidos com a finalidade de executar ações danosas ou atividades maliciosas em dispositivos computacionais alheios. Dentre os vários tipos existentes de malwares, nos últimos tempos, tem havido elevada ocorrência de danos causados pelos denominados ransomwares. O termo ransomware refere-se a

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694837 Noções de Informática

A área de Segurança da Informação compreende: segurança lógica e segurança física. A alternativa relacionada com segurança física computacional é a seguinte:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694836 Noções de Informática

Um usuário pretende conectar o seu monitor de vídeo novo em uma CPU usada que ele já possuía. Para isso, esse usuário necessitará de um cabo de sinal de vídeo compatível, simultaneamente, com a saída da placa de vídeo que se já encontra instalada nessa CPU e com uma das tecnologias de conexão disponíveis no seu monitor. Qual das tecnologias tem a menor chance de ser usada para resolver o problema mencionado, uma vez que, por tradição de mercado, sua adoção em cabos de sinal de vídeo é incomum?

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694835 Noções de Informática

O mercado de computadores é dividido em diferentes faixas: entrada (entry-level), intermediária (mainstream) e avançada (high-end). A faixa de entrada refere-se aos computadores mais baratos, a faixa intermediária aos computadores com melhor custo/benefício e a faixa avançada aos computadores com alto desempenho. A faixa de mercado não tem correspondência direta com faixa de preço, pois linhas diferentes de produtos de fabricantes distintos possuem variação de valores. Em 2019, a maioria dos microcomputadores PC e iMac novos oferecidos no mercado brasileiro aos consumidores finais na faixa intermediária possuem a sua quantidade de memória RAM dinâmica (DRAM) e a sua capacidade do acionador de disco rígido (HDD) expressas, respectivamente, em

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694830 Noções de Informática

Na Tecnologia da Informação (TI) há muitos estrangeirismos, situação que ocorre em razão das significativas descobertas, invenções, realizações e aperfeiçoamentos ocorridos fora do nosso país. Os vocábulos não aportuguesados “drive” e “driver”, no âmbito da TI, apesar da grande proximidade das suas grafias, trazem consigo significações distintas. Considerando o sistema operacional Microsoft Windows, as palavras “drive” e “driver”, respectivamente, se referem a

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694828 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões 09 e 10.



Disponível em: < https://www.humorpolitico.com.br/tag/matando -moradores-de-rua/ >. Acesso em : 11 jul. 2019.

O aspecto que torna o complemento do verbo “dizer” diferente do complemento do verbo “matar” é o seguinte:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694827 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões 09 e 10.



Disponível em: < https://www.humorpolitico.com.br/tag/matando -moradores-de-rua/ >. Acesso em : 11 jul. 2019.

Na charge, a construção do humor foi possibilitada pelo fato de que

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694826 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão 08.



Campanha 2019 da Prefeitura de São Paulo contra o frio.



Disponível em: < http://propmark.com.br/agencias/moradores- de-rua-protagonizam-campanha-deinverno-da- prefeitura-de-sao-paulo >. Acesso em: 12 jul. 2019.

Um dos problemas das grandes cidades é o frio que os moradores de rua enfrentam. Na campanha publicitária da Prefeitura de São Paulo, o jogo de palavras criado para provocar efeito de sentido manifesta-se por meio do

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694825 Português

Leia os textos a seguir para responder às questões 06 e 07.


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar sozinho, à noite

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Poema de Gonçalves Dias, exilado em Portugal.


Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ De talheObraForm.do? select_action=&co_obra=2112 > . Acesso em: 11 jul. 2019.


Minha terra é a Penha,

o medo mora aqui.

Todo dia chega a notícia

que morreu mais um ali.


Nossas casas perfuradas

pelas balas que atingiu (sic).

Corações cheios de medo

do polícia que surgiu.


Se cismar em sair à noite,

já não posso mais.

Pelo risco de morrer

e não voltar para os meus pais.


Minha terra tem horrores

que não encontro em outro lugar.

A falta de segurança é tão grande,

que mal posso relaxar.


'Não permita Deus que eu morra',

antes de sair deste lugar.

Me leve para um lugar tranquilo,

onde canta o sabiá


Texto produzido por dois estudantes da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro e divulgado nas redes sociais e em notícias.


Disponível em: < https://g1.globo.com/rio-de- janeiro/noticia/minha-terra-tem-horrores- versao-de-poemafeita-por-alunos-do-rio- causa-comocao-nas-redes-sociais.ghtml >. Acesso em: 11 jul. 2019.

No trecho “a falta de segurança é tão grande, /que mal posso relaxar”, retirado do texto 2, há uma relação de

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694824 Português

Leia os textos a seguir para responder às questões 06 e 07.


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.


Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.


Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar sozinho, à noite

Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu'inda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.


Poema de Gonçalves Dias, exilado em Portugal.


Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ De talheObraForm.do? select_action=&co_obra=2112 > . Acesso em: 11 jul. 2019.


Minha terra é a Penha,

o medo mora aqui.

Todo dia chega a notícia

que morreu mais um ali.


Nossas casas perfuradas

pelas balas que atingiu (sic).

Corações cheios de medo

do polícia que surgiu.


Se cismar em sair à noite,

já não posso mais.

Pelo risco de morrer

e não voltar para os meus pais.


Minha terra tem horrores

que não encontro em outro lugar.

A falta de segurança é tão grande,

que mal posso relaxar.


'Não permita Deus que eu morra',

antes de sair deste lugar.

Me leve para um lugar tranquilo,

onde canta o sabiá


Texto produzido por dois estudantes da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro e divulgado nas redes sociais e em notícias.


Disponível em: < https://g1.globo.com/rio-de- janeiro/noticia/minha-terra-tem-horrores- versao-de-poemafeita-por-alunos-do-rio- causa-comocao-nas-redes-sociais.ghtml >. Acesso em: 11 jul. 2019.

Uma análise dos textos 1 e 2 conduz à inferência de que:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694823 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 05. 


A rua 


          Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...] 

          Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei infólios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações... 

          Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. [...] A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. [...] A rua continua matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. [...] 

          A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. [...] 

          Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar: É fatigante o exercício? 

          Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! [...] Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco [...]; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado [...] 


RIO, João do. A rua. In: A alma encantadora das ruas. Ministério da Cultura.Disponível em: < http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livro s_eletronicos/alma_encantadora_das_ruas.pdf >. Acesso em: 11 jul. 2019.

No texto, o enunciador defende a necessidade de praticar o exercício de “flanar”. Com base nas informações do texto, a definição mais próxima do dicionário para o verbo “flanar” é:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694822 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 05. 


A rua 


          Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...] 

          Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei infólios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações... 

          Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. [...] A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. [...] A rua continua matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. [...] 

          A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. [...] 

          Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar: É fatigante o exercício? 

          Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! [...] Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco [...]; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado [...] 


RIO, João do. A rua. In: A alma encantadora das ruas. Ministério da Cultura.Disponível em: < http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livro s_eletronicos/alma_encantadora_das_ruas.pdf >. Acesso em: 11 jul. 2019.

No texto, a justificativa dada para fundamentar a ideia de que “a rua nasce, como o homem, do soluço e do espasmo” é a seguinte:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694821 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 05. 


A rua 


          Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...] 

          Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei infólios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações... 

          Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. [...] A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. [...] A rua continua matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. [...] 

          A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. [...] 

          Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar: É fatigante o exercício? 

          Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! [...] Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco [...]; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado [...] 


RIO, João do. A rua. In: A alma encantadora das ruas. Ministério da Cultura.Disponível em: < http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livro s_eletronicos/alma_encantadora_das_ruas.pdf >. Acesso em: 11 jul. 2019.

Em relação ao trecho “A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela.”, interpreta-se que

Alternativas
Ano: 2019 Banca: IV - UFG Órgão: UFG Prova: CS-UFG - 2019 - UFG - Economista |
Q2694820 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões de 01 a 05. 


A rua 


          Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua. [...] 

          Os dicionários só são considerados fontes fáceis de completo saber pelos que nunca os folhearam. Abri o primeiro, abri o segundo, abri dez, vinte enciclopédias, manuseei infólios especiais de curiosidade. A rua era para eles apenas um alinhado de fachadas, por onde se anda nas povoações... 

          Ora, a rua é mais do que isso, a rua é um fator da vida das cidades, a rua tem alma! Em Benarès ou em Amsterdã, em Londres ou em Buenos Aires, sob os céus mais diversos, nos mais variados climas, a rua é a agasalhadora da miséria. Os desgraçados não se sentem de todo sem o auxílio dos deuses enquanto diante dos seus olhos uma rua abre para outra rua. A rua é o aplauso dos medíocres, dos infelizes, dos miseráveis da arte. [...] A rua é generosa. O crime, o delírio, a miséria não os denuncia ela. A rua é a transformadora das línguas. [...] A rua continua matando substantivos, transformando a significação dos termos, impondo aos dicionários as palavras que inventa, criando o calão que é o patrimônio clássico dos léxicons futuros. [...] 

          A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres, e haveis de ter visto pedreiros e canteiros, ao erguer as pedras para as frontarias, cantarem, cobertos de suor, uma melopeia tão triste que pelo ar parece um arquejante soluço. A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas. [...] 

          Essas qualidades nós as conhecemos vagamente. Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível; é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes – a arte de flanar: É fatigante o exercício? 

          Para os iniciados sempre foi grande regalo. A musa de Horácio, a pé, não fez outra coisa nos quarteirões de Roma. Sterne e Hoffmann proclamavam-lhe a profunda virtude, e Balzac fez todos os seus preciosos achados flanando. Flanar! [...] Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali à esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco [...]; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado [...] 


RIO, João do. A rua. In: A alma encantadora das ruas. Ministério da Cultura.Disponível em: < http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livro s_eletronicos/alma_encantadora_das_ruas.pdf >. Acesso em: 11 jul. 2019.

O enunciador discorda parcialmente da definição dada à palavra “rua” pelos dicionários e enciclopédias porque esses compêndios

Alternativas
Respostas
1681: A
1682: D
1683: C
1684: D
1685: B
1686: B
1687: B
1688: A
1689: D
1690: C
1691: B
1692: C
1693: A
1694: D
1695: A
1696: C
1697: B
1698: C
1699: D
1700: A