Questões de Concurso Para engenharia

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Q2923451 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)



Considerando-se as muitas vozes presentes no texto, pode-se afirmar que a última frase do texto “São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion” só pode ser atribuída:


Alternativas
Q2923450 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)



As vírgulas empregadas no trecho “e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST” (8º parágrafo) se justificam pela mesma norma de pontuação que justifica a(s) vírgula(s) em:

Alternativas
Q2923448 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

A leitura dos três últimos parágrafos permite que se chegue às conclusões abaixo, EXCETO:
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Q2923445 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

Da leitura do 7º parágrafo “Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana”, pode-se depreender que:
Alternativas
Q2923442 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

O pronome relativo em destaque no trecho “Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor QUE dá lugar a uma outra ordem de valores” (6º parágrafo) substitui, no contexto, o termo:
Alternativas
Q2923440 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

Pelo trecho “o cientista político Marcelo Jasmin (...) nota que a palavra carrega, em português, um sentido de 'fantasia', enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação” (6º parágrafo), pode-se depreender que, para o referido cientista político, o conceito de “utopia” está relacionado a algo que:
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Q2923439 Português

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1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

“O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias ” (6º parágrafo), isto é, ____ é o ponto de Utopias Agrárias partida de . Completa-se corretamente a lacuna acima, mantendo-se o sentido do texto, com o que está expresso em:
Alternativas
Q2923438 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

No trecho “esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra” (7º parágrafo), o acento da crase foi corretamente empregado. Das frases abaixo, a única CORRETA quanto ao emprego do acento da crase é a seguinte:
Alternativas
Q2923437 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

Lendo-se com atenção o texto, pode-se perceber que os pares de vocábulos e expressões abaixo estão em oposição de sentido, comEXCEÇÃOdo par:
Alternativas
Q2923436 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

A obra Cidades Mortas , de Monteiro Lobato, aparece, no texto, com as características abaixo, EXCETO:
Alternativas
Q2923435 Português

Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.


1 Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Utopias Agrárias, de vários autores, têm uma conexão possível: aquele ponto impreciso em que o fim de um sonho se confunde com o início do seguinte. Nas crônicas publicadas há 90 anos e agora reeditadas, Monteiro Lobato (1882-1948) retrata a decadência da cultura do café no Vale do Paraíba, em São Paulo.

2 O tom é de sátira social. Um personagem, poeta, obtém o cargo de inspetor agrícola após declarar ter cultivado apenas "batatas gramaticais". Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas.

3 Essa comicidade, ainda eficaz, apesar da dicção lusa, pré-modernista, é temperada pela melancolia, que aparece em histórias como a do proprietário que, com a vã esperança depositada no café, vai vendendo nesgas da fazenda, "pedaços da sua própria carne".

4 A intenção de Lobato transparece já no nome de um de seus vilarejos fictícios: Oblivion, que, em inglês, quer dizer esquecimento.

5 "Desviou-se dela a civilização", resume o autor. Oblivion seria o avesso de Utopia. Enquanto a vila de Lobato remete para o estertor de uma época, a ilha igualmente fictícia de Thomas More (1477-1535) sugere o limiar de uma era.

6 O neologismo do humanista inglês é o ponto de partida de Utopias Agrárias, uma reunião de artigos apresentados num seminário da Universidade Federal de Minas Gerais, em 2006. No texto de abertura, o cientista político Marcelo Jasmin dissocia a utopia de ideais quiméricos. Nota que a palavra carrega, em português, um sentido de "fantasia", enquanto a definição em francês contempla a plausibilidade da imaginação. "O horizonte de expectativas do que é plausível se move com os sujeitos da história, e o que ontem parecia desatino hoje pode ser o próprio senso comum." O resgate semântico da utopia é recorrente em vários autores. Para o doutor em filosofia Carlos Antônio Leite Brandão, a utopia empreende uma suspensão da racionalidade em vigor que dá lugar a uma outra ordem de valores, "ainda não vigentes, mas em formação".

7 Aplicado ao universo agrário, esse conceito revalorizado de utopia qualifica reformas que visam o acesso à terra. Segundo o sociólogo Leonardo Avritzer, a ampliação da propriedade da terra é nada menos do que pré-condição para a extensão da cidadania urbana.

8 Há entre os autores predominância de perspectivas de esquerda - o que não exclui críticas ao marxismo, por ter rebaixado o status da utopia - e não por acaso o volume termina com um depoimento de Manoel da Conceição Santos, líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra, uma dissidência radical do MST. "Na minha utopia agrária de hoje, a terra não deve ter dono, nem pequeno nem grande."

9 O alvo do comentário utópico-socialista de Mané, como ele prefere ser chamado, são seus antigos companheiros de luta que hoje querem ser capitalistas. "Tem companheiro assentado da reforma agrária que já quer ir para outro Estado, porque o gado não cabe mais na terra dele."

10 A menção a um projeto comunista suscita o debate sobre os limites da democracia como regime capaz de promover e de beneficiar-se de uma reforma agrária. Esse é o tema de Newton Bignotto (UFMG), autor de Origens do Republicanismo Moderno.

11 Citando Alexis de Tocqueville, para quem o ideal democrático é a perfeita coincidência entre igualdade e liberdade, ele afirma que a luta pela terra é condição necessária, embora não suficiente, para a implementação de uma democracia efetiva no Brasil. É uma advertência à direita.

12 Mas ele também adverte a esquerda: "A busca pela igualdade a todo preço pode conter os germes da destruição das sociedades democráticas". São limites para a reforma agrária, mas, entre um extremo e outro, há espaço de sobra para que Utopia não repita Oblivion.


(Oscar Pilagallo)

O período “Outro, ao negar um empréstimo, alega querer preservar a amizade, já que tem menos amigos do que patacas” (2º parágrafo) foi reescrito abaixo de cinco formas distintas. A redação em que há flagrante alteração de sentido é:
Alternativas
Q2922938 Engenharia Agronômica (Agronomia)

A organização da produção de sementes do Brasil teve o seu primeiro marco legal em 1965. De lá para cá alterações foram realizadas, quando surgiu um fato novo que obrigou uma revisão em todo o sistema de sementes no país: Lei de Proteção de Cultivares. Essa Lei extingue a classe de semente fiscalizada, onde não existia um controle das gerações e passa a reconhecer, dentro do sistema de certificação, novas classes de sementes. Identifique abaixo a seqüência correta desta nova classificação de sementes.

Alternativas
Q2922937 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Identifique abaixo, a técnica não-recomendada no sistema de produção de uma determinada cultura agrícola, considerando-se os princípios básicos da agricultura orgânica.

Alternativas
Q2922936 Engenharia Agronômica (Agronomia)

A agricultura orgânica fundamenta-se em princípios agroecológicos e de conservação de recursos naturais. Assim, identifique abaixo o primeiro e principal desses princípios.

Alternativas
Q2922935 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Dos conceitos abaixo relacionados, identifique aquele que não condiz com os preceitos básicos da agricultura orgânica.

Alternativas
Q2922934 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Dentre as afirmativas abaixo relacionadas, identifique a correta em relação ao que determina o Receituário Agronômico.

Alternativas
Q2922933 Engenharia Agronômica (Agronomia)

A legislação vigente determina que o transporte de embalagens vazias de agrotóxicos e afins seja feito da seguinte maneira:

Alternativas
Q2922932 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Dentre os centros colaboradores credenciados para proceder a Análise de Risco de Pragas, identifique abaixo a seqüência correta de três Instituições de Ensino Superior aptas a realizar a referida análise.

Alternativas
Q2922931 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Longos, complexos, diversos e confundíveis são os conceitos de controle e manejo, integrado ou não, tanto de pragas como de doenças. Porém, considerando-se os conceitos básicos tanto de um quanto de outro, identifique abaixo a opção que não corresponde aos princípios gerais de manejo ou manejo integrado de pragas e doenças.

Alternativas
Q2922929 Engenharia Agronômica (Agronomia)

Das pragas abaixo relacionadas, identifique aquela que, em feijão-de-corda (Vignia unguiculata), provoca os seguintes danos: “Furos nos grãos”.

Alternativas
Respostas
781: E
782: D
783: A
784: A
785: C
786: C
787: E
788: C
789: D
790: E
791: B
792: E
793: D
794: C
795: E
796: C
797: A
798: D
799: A
800: D