Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q3030878 Português
A inveja

Inveja não olha de frente. Quem olha de frente tem prazer no que vê. Quem olha de lado olha com olho mau.

   Gosto de tomates. Resolvi plantar uns tomateiros lá em Pocinhas do Rio Verde (MG). Amadureceu o primeiro tomate, todo vermelho, com exceção de um pontinho preto na casca. Nem liguei para o ponto preto. Colhi o tomate e me preparei para comê-lo. Dei a primeira dentada e cuspi. O que havia dentro dele era um verme branco, grande, enrugado, gordo por haver comido toda a polpa do tomate.
   Foi essa a imagem que me veio à memória quando me preparava para falar sobre o mais terrível de todos os demônios. Ninguém suspeita. Ele vai comendo por dentro as coisas boas que crescem no nosso quintal. Eu sempre digo: demônios fazem ninhos no corpo. Cada um tem sua preferência. Neste caso a que me refiro, o demônio faz seu ninho nos olhos. E ele não gosta de coisas ruins e feias. Como o verme, ele prefere os tomates. Gosta de coisas bonitas. E o resultado é que, quando uma coisa bonita que cresce no nosso quintal (note bem: o demônio só faz sua obra no nosso quintal) é tocada pelo olho onde mora o verme ela imediatamente murcha, apodrece, cai. E aí vêm as moscas.
    O demônio que se aloja nos olhos se chama inveja. Inveja vem do latim invidere que, segundo o dicionário Webster, quer dizer “olhar pelos cantos dos olhos”. Inveja não olha de frente. Quem olha de frente tem prazer no que vê. Quem olha de lado olha com olho mau.
   Olho mau, olho gordo: muita gente tem medo desse olhar. Não precisa. O verme da inveja nunca faz nada com os tomates da horta alheia. Ele só come os tomates da horta da gente.
    Explico. Fernando Pessoa diz que a inveja “dá movimento aos olhos”. Olho de inveja não olha numa direção só. Lembre-se do que eu disse: que o olho onde se aninha o verme da inveja só gosta de ver coisas bonitas. Então é assim que acontece. Eu tenho um belo tomate crescendo no meu quintal. É certo que não há vermes dentro dele. Vai dar uma deliciosa salada. Mas, antes, vou mostrar o meu tomate para meu vizinho… Um pouco de exibicionismo faz bem para o ego. Mas aí eu olho para o quintal do vizinho. Ele também cultiva tomates. Vejo o tomate que cresce no tomateiro dele. Lindo! Vermelhíssimo, mais bonito que o meu. É nesta hora que o verme entra no meu olho. Meus olhos se movimentam. Voltam-se para o meu tomate que era minha alegria e orgulho. Já não é mais. Vejo-o agora mirrado, pequeno murcho. E ele corresponde: apodrece repentinamente e cai… Perdi o prazer da minha salada.
   Esse movimento dos olhos é a maldição da comparação. Quando eu comparo o meu “bom-bom-mesmo-mais-que-suficiente-para-me-fazer-feliz” com o “bom” maior do outro, fico infeliz. E o que antes me dava felicidade passa a me dar infelicidade. Com a comparação tem início a infelicidade humana. Isso acontece com tudo. Comparo minha casa, meu carro, minhas roupas, meu corpo, minha inteligência e até mesmo meu filho.
   Frequentemente os filhos são vítimas no jogo de inveja dos seus pais. Aquele meu filho, que é a minha alegria, delícia de criança, com um jeitinho só dele e que me encanta… Mas o filho do vizinho tira notas mais altas que o meu, é campeão de natação, é mais forte, mais alto e não é gordinho… Então, meu olho se movimenta e o verme se aninha. E se dá o mesmo com meu tomate: apodrece.

(ALVES, Rubem. Revista Psique. Em: maio de 2009.)
A ideia principal do texto é:
Alternativas
Q3030831 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Tecnologia e emprego: uma nova escola para o jovem do futuro

A digitalização permeia todos os setores produtivos, amplia a automação, substitui atividades repetitivas ou de baixa complexidade

O envelhecimento da população, a flexibilização das relações de trabalho e as mudanças climáticas são discussões atuais que impactam o futuro da população brasileira e devem ser debatidas pelo governo, formadores de opinião e, claro, nossos jovens que ainda estão no ensino médio. Estes últimos, iniciam a trajetória produtiva daqui a alguns anos e sofrerão o impacto da crescente digitalização da economia.

Essas tendências estão no estudo "Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras" − realizado em parceria entre Fundação Telefônica Vivo, Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymax e GOYN SP, e liderado pelo Instituto Cíclica com o Instituto Veredas.

A digitalização permeia todos os setores produtivos, amplia a automação, substitui atividades repetitivas ou de baixa complexidade e atinge em cheio o mercado de trabalho, impactando a atuação humana. Segundo o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023, do Fórum Econômico Mundial, até 2027, 83 milhões de empregos podem ser substituídos, enquanto 69 milhões novos postos podem surgir a partir de oportunidades e necessidades geradas por esses novos cenários, especialmente as associadas à tecnologia. O estudo estima ainda que a oferta de vagas como de cientistas de dados, especialistas em Big Data, Inteligência Artificial e segurança cibernética cresça em média 30% até 2027.

Nesse contexto tão incerto quanto vasto em possibilidades é que se torna eminente a necessidade de desenvolver competências e habilidades tecnológicas, fundamentais para a inserção produtiva dos nossos jovens desde o início da fase escolar. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já traz, a cultura digital como competência geral em todas as etapas, da educação básica e prevê a inserção da computação para todos, os estudantes. Investir em letramento digital é essencial para garantir a real compreensão das potencialidades das tecnologias e de como aplicá-las de maneira crítica para o trabalho e para o pleno exercício da cidadania.

Quase todos (98%) os jovens que estão hoje no Ensino Médio das redes públicas querem uma escola diferente, que os prepare para o mercado de trabalho, como mapeou a "Pesquisa de opinião com estudantes do Ensino Médio", encomendada pelo Todos Pela Educação em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, o Instituto Natura e o Instituto Sonho Grande, realizada pelo Datafolha no ano passado. . Mas, para isso, precisam receber apoio e orientação para fazer as melhores escolhas profissionais.

Falta cursos de qualificação profissional e técnica adequados para o acesso dos diferentes perfis de jovens brasileiros; os currículos dos cursos existentes são muitas vezes dessintonizados das vagas existentes no mercado; há falta de professores nessas áreas na escala que o Brasil precisaria; e, muitas empresas ainda têm barreiras de entrada para egressos de cursos técnicos.

Os setores produtivos precisarão de profissionais com perfis tech, especialmente os das novas economias verde, criativa, digital e prateada (com foco na população 50+). O futuro está logo ali e garantir que as nossas diferentes juventudes estejam com as ferramentas adequadas é dever de governos, iniciativa privada e sociedade em geral. O jovem que tiver a chance de expandir seus conhecimentos sobre tecnologia será um cidadão mais apto a viver e trabalhar em um mundo que evolui rapidamente.


(https://www.terra.com.br/noticias/educacao/opiniao/lia-glaz/tecnologiae-emprego-uma-nova-escola-para-o-jovem-do-futuro adaptado)
Em relação ao texto é INCORRETO afirmar: 
Alternativas
Q3030687 Português
Leia os textos A e B e a seguir responda à pergunta:

A)
Silvana:
Não se esqueça de organizar os EPIs até o final de outubro. Os colaboradores farão a retirada contigo. Se precisar de ajuda conte comigo.
Abraço
  Imagem associada para resolução da questão


B) Senhores colaboradores:
Solicitamos que retirem seus EPIs no setor de manutenção, até o dia 05 de novembro de 2024, e assinem a lista de retirada. Lembramos que nenhum colaborador poderá realizar suas atividades sem seu EPI. A sua segurança é a segurança de todos.  
Abraço   Imagem associada para resolução da questão


Sobre os textos, assinale a alternativa correta: 
Alternativas
Q3030680 Português
Cadê a floresta que estava aqui?


    A paisagem da Terra mudou muito com a interferência humana. [...] Nós eliminamos áreas de floresta para plantar o que comemos, para criar animais, para construir nossas moradias, nossas cidades, as estradas… Também inundamos grandes áreas verdes para construir as usinas hidrelétricas, que geram energia para o nosso bem-estar. Com essas ações, o nosso planeta perdeu e segue perdendo muitos ambientes naturais. E como fica o futuro?

     O nosso planeta é cheio de vida! Há plantas, animais, fungos, bactérias… Há seres adaptados à vida na terra firme, na água e no ar. Todos, não importa a forma ou o tamanho, têm papel importante no seu lugar de origem, isto é, no seu hábitat. Mas, quando nós, humanos, interferimos nesses hábitats, algumas espécies podem perder a capacidade de manter suas populações e, pouco a pouco, desaparecer.

   O desaparecimento ou eliminação da espécie e de sua “casa”, ou melhor, do seu ambiente natural, recebe o nome de extirpação da população. Se você pensa que o desaparecimento de algumas plantas ou de alguns animais não é lá coisa muito grave, vamos entender melhor…

  Um exemplo dos efeitos da perda do hábitat natural na biodiversidade é quando pensamos em uma floresta que é derrubada e substituída por plantações, pastos, estradas ou construções. Isso aconteceu, por exemplo, de forma drástica nos arredores do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso. Trinta anos atrás, a região era praticamente toda de florestas. Mas, com o passar do tempo, foram aumentando os desmatamentos, e a paisagem mudou no entorno do Parque. Hoje, o ambiente natural só está preservado lá dentro por se tratar de uma reserva, um espaço protegido da devastação por lei.

(Texto adaptado especialmente para essa prova. de Tatiana Motta-Tavares Carlos Frederico Duarte Rocha - Depto

de Ecologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Revista CHC. Ed 355. Acesso em 02/09/2024)
Conforme o texto, a paisagem da terra mudou porque: 
Alternativas
Q3030679 Português
Cadê a floresta que estava aqui?


    A paisagem da Terra mudou muito com a interferência humana. [...] Nós eliminamos áreas de floresta para plantar o que comemos, para criar animais, para construir nossas moradias, nossas cidades, as estradas… Também inundamos grandes áreas verdes para construir as usinas hidrelétricas, que geram energia para o nosso bem-estar. Com essas ações, o nosso planeta perdeu e segue perdendo muitos ambientes naturais. E como fica o futuro?

     O nosso planeta é cheio de vida! Há plantas, animais, fungos, bactérias… Há seres adaptados à vida na terra firme, na água e no ar. Todos, não importa a forma ou o tamanho, têm papel importante no seu lugar de origem, isto é, no seu hábitat. Mas, quando nós, humanos, interferimos nesses hábitats, algumas espécies podem perder a capacidade de manter suas populações e, pouco a pouco, desaparecer.

   O desaparecimento ou eliminação da espécie e de sua “casa”, ou melhor, do seu ambiente natural, recebe o nome de extirpação da população. Se você pensa que o desaparecimento de algumas plantas ou de alguns animais não é lá coisa muito grave, vamos entender melhor…

  Um exemplo dos efeitos da perda do hábitat natural na biodiversidade é quando pensamos em uma floresta que é derrubada e substituída por plantações, pastos, estradas ou construções. Isso aconteceu, por exemplo, de forma drástica nos arredores do Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso. Trinta anos atrás, a região era praticamente toda de florestas. Mas, com o passar do tempo, foram aumentando os desmatamentos, e a paisagem mudou no entorno do Parque. Hoje, o ambiente natural só está preservado lá dentro por se tratar de uma reserva, um espaço protegido da devastação por lei.

(Texto adaptado especialmente para essa prova. de Tatiana Motta-Tavares Carlos Frederico Duarte Rocha - Depto

de Ecologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Revista CHC. Ed 355. Acesso em 02/09/2024)
Segundo o texto, quem interfere na natureza são ou é:
Alternativas
Respostas
101: D
102: A
103: A
104: A
105: B