Questões de Concurso Sobre pontuação em português

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Q3092371 Português

Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda a questão de 11 a 16, que a ele se refere.


Texto 01


Você lembra quando não existia internet?


Rossandro Klinjey


    Para aqueles que se lembram dos dias em que conversas espontâneas em lojas e sorrisos não solicitados eram a norma, a era pré-smartphone, quando a internet ainda era apenas um sonho, foi mágica. Se o auge da sua infância envolvia ouvir sua mãe gritando na rua: “tá na hora do jantar”, ou inventar aventuras apenas com sua imaginação, você provavelmente nutre uma relação de amor e ódio com seu “telefone inteligente”, esse dispositivo maravilhoso com conexão à internet que nos permite andar em cidades que não conhecemos, pedir comida ou comprar roupa com um clique. Enfim, como sobrevivíamos sem Waze e o delivery?

    E, sim, eles podem encontrar quase tudo para nós, de um novo amor a uma refeição saborosa. Mas, por mais que tentem, ainda não conseguem substituir um abraço caloroso. Muito menos uma conversa olho no olho, ou entender as sutilezas do coração humano. Um brinde à ironia de um mundo onde podemos estar a um clique de tudo, exceto da genuína conexão entre gente de verdade.

    Com a ascensão dos smartphones e das redes sociais, ultrapassamos as barreiras de tempo e espaço, inclusive na internet, reconectando-nos com amigos de infância, colegas de escola e parentes em outros países em tempo real. É uma viagem incrível quebrar as limitações do relógio e da geografia com apenas um toque. Quem poderia resistir a tal fascínio? Em seguida, veio o feed infinito das redes sociais pronto para entregar elevadas doses de dopamina e satisfazer a cada um de nós, fornecendo exatamente o que desejávamos naquele momento. [...]

    E assim ficamos presos, quase acreditando que havíamos perdido a capacidade de retornar à nossa humanidade. Agora, começamos a compreender esse dilema. Na busca por experiências externas, desvalorizamos a convivência íntima, aquela que nos permite crescer e dar sentido à nossa vida.

    Não por acaso, atualmente, observa-se uma busca por reconexão com o mundo real, uma tentativa de compensar o empobrecimento dos nossos relacionamentos, que se tornaram superficiais.

    Que venham esses novos/velhos tempos, e que venham logo, pois é estando presente que a gente vive o melhor de nós.


Disponível em: https://vidasimples.co/colunista/voce-lembra-quando-nao-existia-internet/. Acesso em: 30 set. 2024. Adaptado.   


Considere a seguinte passagem do texto: “Agora, começamos a compreender esse dilema. Na busca por experiências externas, desvalorizamos a convivência íntima, aquela que nos permite crescer e dar sentido à nossa vida.”


Analise as afirmativas a seguir, tendo em vista a estrutura morfológica e sintática dessa passagem.


I- A vírgula depois de “externas” foi usada, de acordo com a norma, para separar a expressão adverbial “Na busca por experiências externas”, que se encontra deslocada.


II- O uso do sinal indicativo de crase em “à nossa vida”, de acordo com a norma, é facultativo, tendo em vista a presença do pronome possessivo feminino “nossa”.


III- Os pronomes “aquela” e “que” são anafóricos uma vez que constroem coesão, pois retomam o termo “a convivência íntima”.


IV- O uso da próclise em “aquela que nos permite” de acordo com a norma, é obrigatório, pois a palavra “que” é atrativa.


V- Os termos “que” e “e” foram usados como conjunções subordinativas, uma vez que ligam orações e constroem a coesão.


Estão CORRETAS as afirmativas

Alternativas
Ano: 2024 Banca: CPCON Órgão: Prefeitura de São José de Piranhas - PB Provas: CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Arquiteto | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Assistente Social | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Enfermeiro | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Engenheiro Civil | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Farmacêutico | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Fisioterapeuta (Policlinica) | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Fonoaudiólogo (Policlínica) | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Inspetor Escolar | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Monitor de Música | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Monitor de Pintura | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Médico Psiquiatra (CAPS) | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Nutricionista (Policlínica) | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Nutricionista Educacional | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Odontólogo | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Procurador Jurídico | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Psicopedagogo | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Psicólogo | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Bibliotecário | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Cuidador de Crianças com Necessidades Especiais | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Educador Físico | CPCON - 2024 - Prefeitura de São José de Piranhas - PB - Educador Físico na Saúde |
Q3092260 Português
Leia o Texto I e responda à questão.

Texto I

ÊXITO PESSOAL, FRACASSO NACIONAL

O descaso com a educação faz o país avançar muito pouco

    Nos esportes, só comemoramos o vencedor – o segundo colocado não recebe festa. Na educação, porém, consideramos vitória um avanço pessoal, ainda que seja prova de fracasso nacional. A televisão tem mostrado a fala de um jovem brasileiro celebrando ser o primeiro de sua família a ingressar em curso superior. Não há dúvida do sucesso do menino ao ser uma exceção em sua família. Mas seu sucesso pessoal e a publicidade como êxito social são provas do descaso nacional com a educação. Na terceira década do século XXI, duzentos anos depois da independência, quase um século e meio de república, quarenta anos depois da redemocratização, quinze anos de governos de esquerda, o atual ocupante do Planalto comemora o primeiro membro de uma família a ingressar no ensino superior.
    A publicidade revela fracasso ao admitir que o êxito do jovem ainda é uma exceção, sem mesmo dizer qual a qualidade de seu curso para dar-lhe chances na vida e condições de ajudar a construir um Brasil melhor. O governo ignora o fracasso público de não conseguir assegurar a conclusão da educação de base com qualidade a todos os brasileiros, independentemente da renda e do endereço de suas famílias. O jovem merece aplausos, mas sua glória indica que dez governos democráticos ainda comemoram a exceção devido ao descuido por não terem feito do ingresso na faculdade uma regra natural do talento de cada jovem, de qualquer origem social.
    Quando o jovem brilhante e bem-sucedido que aparece na publicidade do governo nasceu, a democracia já tinha 20 anos [...]. Desde então, o Brasil assistiu a diversas políticas públicas positivas que permitiram aumento substancial no número de vagas no ensino superior, inclusive graças à adoção de cotas raciais e sociais. Sem esse aumento de vagas e essas cotas, o jovem talvez não tivesse conseguido ser o primeiro da família a ingressar no ensino superior, mas os governos democráticos, inclusive de esquerda, não conseguiram fazer com que todos os jovens terminem a educação de base em cursos de qualidade para poder caminhar na vida em busca da felicidade pessoal, dispondo do conhecimento necessário para participar da construção do país, e ao mesmo tempo disputar vaga no ensino superior em condições iguais, independentemente da desigualdade social na sua origem. O governo comemora o êxito pessoal devido ao fracasso governamental: a justa comemoração de uma família pobre por conquistar a exceção do ingresso no ensino superior decorre da pobreza do governo na educação de base.
    É como se, no lugar de promover a abolição da escravatura para todos, os governos ainda hoje comemorassem a alforria de um jovem brilhante que consegue o raro feito de ser o primeiro de sua família a sair da escravidão ao ingressar no ensino superior. [...] Precisamos parar de comemorar exceções.

Fonte: BUARQUE, Cristovam. Êxito pessoal, fracasso nacional. Revista Veja, São Paulo, 2884 ed., 15 mar. 2024. Disponível em: https://veja.abril.com.br/coluna/cristovam-buarque/exito-pessoal-fracasso-nacional/. Acesso em: 20 ago. 2024.
Analise o emprego da pontuação no fragmento: “Quando o jovem brilhante e bem-sucedido que aparece na publicidade do governo nasceu, a democracia já tinha 20 anos” (3º§).

I-  A vírgula está sendo empregada adequadamente para separar a oração subordinada adverbial temporal.
II- Uma nova vírgula deveria ser inserida após “publicidade” a fim de isolar a expressão “do governo nasceu”.
III-  A vírgula após “nasceu” delimita a oração subordinada adverbial anteposta.
IV- A vírgula após “nasceu” está delimitando oração subordinada substantiva.

É CORRETO o que se afirma apenas em:
Alternativas
Q3091733 Português
Leia o Texto 1 para responder à questão.

Texto 1

Anedota Dia das Mães

    A professora pediu que os alunos escrevessem uma redação para o Dia das Mães. No final deveriam colocar a frase: “Mãe só tem uma!”.
    Todos os alunos fizeram a redação. Uns elogiavam as mães, outros contavam alguma história, mas todos colocaram no final a frase “Mãe só tem uma!”.
    Faltou o Joãozinho. Aí a professora pediu para ele ler seu trabalho. Então o Joãozinho levantou-se e começou a ler:
     ‒ Tinha uma festa lá em casa e a minha mãe pediu para eu buscar duas Cocas na geladeira. Eu fui até a cozinha, abri a geladeira e falei: “Mãe, só tem uma!”.

Disponível em: <https://armazemdetexto.blogspot.com/2022/02/anedota-diadas-maes-paulo-tadeu.html>.
Acesso em: 19 fev. 2024.
A vírgula foi utilizada na frase “Mãe, só tem uma!” para
Alternativas
Q3091563 Português

Aleitura do Texto 1 é necessária para responder à questão.


Texto 1


[...] Quem suga quem? É certo que as grandes empresas de tecnologia detêm um poder sem precedentes sobre o fluxo de informações e, consequentemente, sobre o pensamento e o comportamento humano. Essa influência não se restringe apenas ao controle da informação, mas se estende à capacidade de moldar opiniões, preferências e até mesmo emoções, utilizando algoritmos de inteligência artificial e técnicas de manipulação. As consequências para a sociedade são grandes. Para você, em particular, talvez se manifeste em forma de esgotamento mental, diminuição da capacidade crítica e enfraquecimento da intelectualidade. A exposição prolongada a plataformas digitais pode prejudicar a sua atenção sustentada e a capacidade de processamento das informações, levando ao consumo superficial e a uma deterioração da sua saúde mental. O constante bombardeio de estímulos e a pressão para estar sempre conectado e atendendo aos modelos de vida expostos podem lhe gerar ansiedade, estresse e dificuldades no controle emocional. É fundamental: a) refletir sobre o papel dessas empresas na nossa vida cotidiana; b) questionar a forma como elas manipulam e extraem valor dos dados e da sua atenção; c) criar um aparato de controle e limitação de uso; d) induzir o algoritmo a lhe entregar conteúdos mais qualificados [...].

B O D A R T , C r i s t i a n o . C a f é  c o m  s o c i o l o g i a  p a r a  a c o r d a r . I l u s t r a ç ã o  d e  A r t e  V i l l a r . D i s p o n í v e l e m https://www.instagram.com/p/C_c5UClpgoD/?igsh=M3V4cDMzMHVlMGM0. Acesso em 19 de agosto. 

Sobre o uso do ponto-e-vírgula (;) no trecho “É fundamental: a) refletir sobre o papel dessas empresas na nossa vida cotidiana; b) questionar a forma como elas manipulam e extraem valor dos dados e da sua atenção; c) criar um aparato de controle e limitação de uso; d) induzir o algoritmo a lhe entregar conteúdos mais qualificados”, qual das alternativas a seguir explica CORRETAMENTE a função sintática desse sinal de pontuação?
Alternativas
Q3091525 Português
A partir do texto a seguir, analise o uso da vírgula e assinale a alternativa que justifica corretamente seu emprego:

“Agora é oficial! Hoje, as Nações Unidas, através da candidatura do Governo Brasileiro, escolhem Belém para ser sede da COP30 no ano de 2025. Temos muito trabalho pela frente e eu tenho certeza de que daremos conta e de que estaremos todos juntos, com a vice-governadora Hana na coordenação estadual da COP e o governo do Pará, junto com o governo do Brasil para fazer a mais extraordinária COP de todos os tempos”, disse o governador Helder Barbalho.

ASCOM. Belém é oficialmente confirmada como sede da COP 30 em 2025.Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/2023/12 /11/belem-eoficialmente-confirmada-como-sede-da-cop-30-em-2025/. Acesso em: 20 out. 2024.
Alternativas
Q3090877 Português

A Amazônia registrou, em agosto de 2024, o maior número de queimadas dos últimos dez anos.



A Amazônia está em chamas. A floresta registrou 63 mil focos de fogo desde janeiro até agora. O número é o maior desde 2014 e pode aumentar, já que o levantamento é feito mês a mês e agosto ainda não terminou. Toda essa fumaça que cobre a floresta está viajando milhares de quilômetros.

Esse volume ainda se soma ao que vem do Pantanal, de Rondônia com a queimada no Parque Guajará-Mirim há um mês, e da Bolívia, formando uma densa camada cinza na atmosfera que é arrastada para o restante do mapa formando um "corredor de fumaça".



Disponível em: <https://g1.globo.com/meioambiente/noticia/2024/08/21/amazonia-tem-pior-temporada-de-queimadas-em17-anos-corredor-de-fumaca-se-espalha-e-afeta-10-estados.ghtml>. Acesso

em: 27 set. 2024..

Qual é o efeito do uso das vírgulas na frase “A Amazônia registrou, em agosto de 2024, o maior número de queimadas dos últimos dez anos”?
Alternativas
Q3089877 Português
[Vida a compartilhar]


    Um jovem amigo meu é uma pessoa exasperada e deprimida. Na semana passada, ele foi atraído por uma história edificante. Uma escola americana dedicara um anfiteatro a uma professora de escola fundamenta! que, depois de uma longa carreira de ensino, foi paralisada por uma distrofia muscular, e seguiu ensinando. Quando perdeu a voz, passou a ensinar surdos-mudos. Na reportagem, ela estranhava a atenção e os elogios: era uma mulher em paz consigo mesma e com o mundo, sem furores caritativos ou vocações martirológicas. Sua vida parecia simplesmente normal.

    Meu jovem amigo comentou que, se estivesse no lugar dela, já teria acabado com sua própria vida. Essa ideia, concordei, passaria por qualquer cabeça. Mas por que a professora não foi por esse caminho? O insuportável numa doença como essa, afirmou então meu interlocutor, são os limites, as impotências. 

    Observei-lhe então que há uma infinidade de coisas que não conseguimos fazer. Afinal, não sei voar, nem ficar por respirar mais que dois minutos. Com paciência condescendente, meu amigo explicou que essas são coisas que ninguém, ou quase ninguém, consegue fazer O que dói, acrescentou, é não conseguir fazer as coisas que os outros conseguem. E declarou que, se tivesse uma invalidez grave, talvez pudesse seguir vivendo, mas só entre pessoas tão inválidas quanto ele. Conclusão da conversa: o problema não é a invalidez, o problema são os outros. Melhor dizendo, a necessidade de se comparar aos outros.   

    De todo modo, ficamos sem apurar que tipo de energia animava aquela prejudicada professora, excepcionalmente apta e disposta a só compartilhar o que tinha de positivo.

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 70-71)
É plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
Alternativas
Q3088469 Português
Estilos da vida

     Você se lembra daqueles personagens de quadrinhos que são impiedosamente seguidos por uma nuvem preta, que é uma espécie de guarda-chuva ao contrário? Eles não têm para onde fugir: deslocam-se, mas a chuva os persegue, mesmo debaixo do teto de sua casa.
      Claro, no outro extremo do leque há pessoas que são seguidas por um sol esplendoroso, mesmo quando estão no escuro ou no meio de um desastre que deveria empalidecer a luz do dia (se ela tivesse vergonha na cara).
     Em suma, cada um de nós parece estar sempre numa condição meteorológica que lhe é própria e não depende nem da estação nem dos acontecimentos do momento.
     Talvez sejamos um pouco mais livres para escolher o estilo da vida que levaremos, seja qual for nosso pano de fundo.
    Geralmente, por estilo de vida, entende-se um modelo que a gente imita para construir uma identidade e propô-la aos olhos dos outros. Mas o estilo da vida, que é o que me interessa hoje, é outra coisa: é a forma literária na qual cada um narra sua própria vida, para si mesmo e para os outros. Um exemplo.
    Acabo de ler (e continuarei relendo por um bom tempo) “The Book of Dreams” (O Livro dos Sonhos), de Federico Fellini (ed. Rizzoli). São mais de 400 páginas, em grande formato, que reproduzem fotograficamente os cadernos nos quais o diretor italiano registrou seus sonhos, em palavras e desenhos.
     Vários amigos que me viram ler o livro me perguntaram se, então, os sonhos de Fellini serviam de material para seus filmes. A questão não cabe. O que o livro revela é que, para Fellini, o sonho era, por assim dizer, o gênero literário no qual ele vivia (e, portanto, contava) sua vida – nos cadernos da mesa de cabeceira, nos filmes e no dia a dia.
   Cuidado. Fellini não especulava nem um pouco sobre, sei lá, a “precariedade” de nossa percepção, que pode confundir sonho com realidade. Ele nunca se perguntava se o que estava vivendo era sonho ou realidade, porque, para ele, o sonho era, propriamente, o estilo da realidade.
   Esse estilo era o que fazia com que seu olhar estivesse constantemente maravilhado ou atônito: graças a esse estilo, ele atravessava (e contava) a vida como “um mistério entre mistérios” (palavras dele).
    Pois bem, nós todos adotamos ou inventamos um estilo singular para a história de nossa vida – é o estilo graças ao qual nossa vida se transforma numa história.
   Cada um escolhe, provavelmente, o estilo narrativo que torna sua vida mais digna de ser vivida (e contada). Há estilos meditativos, investigativos, introspectivos, paranoicos ou, como no caso de Fellini, oníricos e mágicos.
    Quanto a mim, o estilo narrativo da minha vida é, sem dúvida, a aventura. Não só pelos livros que me seduziram na infância (“Coração das Trevas”, de Conrad, seria o primeiro da lista). Mas porque a narrativa aventurosa sempre foi o que fez que minha vida valesse a pena, ou seja, não fosse chata, mesmo quando tinha toda razão para ser.
    Quando meu filho, aos quatro ou cinco anos, parecia se entediar, eu sempre recorria a um truque, que ele reconhecia como truque, mas que funcionava. Eu me calava e me imobilizava de repente, como se estivesse ouvindo um barulho suspeito e inquietante; logo eu sussurrava: “Atenção! Os piratas!”.
  Nem ele nem eu acreditávamos na chegada dos piratas, mas ambos achávamos que a vida merecia um pouco de suspense.

(CALLIGARIS, Contardo. Folha de S. Paulo. Em: abril de 2001. Adaptado.)
No fragmento “Claro, no outro extremo do leque há pessoas que são seguidas por um sol esplendoroso, mesmo quando estão no escuro ou no meio de um desastre que deveria empalidecer a luz do dia (se ela tivesse vergonha na cara).” (2º§), os parênteses denotam que o autor: 
Alternativas
Q3088327 Português
Tira férias


    A noção de férias está ligada a figuras de viagem, esporte, aplicações intensivas do corpo, quase nada a descanso. As pessoas executam durante esse intervalo aquilo que não puderam fazer ao longo do ano; fazem “mais” alguma coisa, de sorte que não há férias, no sentido religioso e romano de suspensão de atividades.

    Matutando nisso, resolvi tirar férias e gozá-las como devem ser gozadas, sem esforço para torná-las amenas. A ideia de viagem foi expulsa do programa: é das iniciativas mais comprometedoras e tresloucadas que poderia tomar o trabalhador vacante. As viagens ou não existem, como é próprio da era do jato, em que somos transportados em velocidade superior à do nosso poder de percepção e de ruminação de impressões, ou existem demais como burocracia de passaporte, filas, falta de vaga em hotel, atrasos, moeda aviltada, alfândega, pneu estourado no ermo, que mais?

    Tudo aboli e fiz a experiência das férias propriamente ditas. Se me pedirem para contar o que fiz afinal nestas férias, direi legalmente: ignoro. Aos convites disse não, alegando estar em férias, alegação tão forte como a de estar ocupadíssimo. Durante esse período, o pensamento errou entre mil paragens, não se deteve em nenhuma; cada dia amadureceu e caiu como um fruto. Nada aconteceu? O não acontecimento é a essência das férias. E agora, é trabalhar duro onze meses para merecer as inofensivas e deliciosas férias do não.


(ANDRADE, Carlos Drummond. Cadeira de balanço. 22a. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 69- 71)
É plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
Alternativas
Q3087925 Português
Leia o Texto 2 para responder à questão.

Texto 2

Hoje, excepcionalmente, de Antônio Prata

Hoje, excepcionalmente, não escrevo esta coluna. Semana retrasada eu também não escrevi, verdade. Pensando bem, minha falha não soa assim tão excepcional. Gostaria de dizer que a sequência de mancadas visa a normalizar o erro, num ato antissistema, antieficiência, Manifesto Pau-Brasil, "toca Raul!" e viva Domenico De Masi, mas estaria mentindo. A explicação é mais prosaica. Semana retrasada eu estava na praia, caiu um temporal, fiquei sem luz por 30 horas, o computador morreu, o celular morreu, tive medo de morrer também enfrentando a Rio-Santos e "Hoje, excepcionalmente"...
Agora é diferente. Embora eu esteja na praia, de novo, tem luz. É sexta-feira de Carnaval. Não chove, muito pelo contrário. O sol se põe no mar em algum ponto do horizonte entre Senegal e Angola, com requintes de calendário. Tem uma moqueca saindo do fogão à lenha. Seis crianças correm pelo gramado me chamando pra um esconde-esconde e um freezer horizontal cheio de Heinekens abre e fecha a tampa, murmurando "Antooooooonio... Antooooooonio".

Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2024/02/hojeexcepcionalmente.shtml>. Acesso em: 11 fev. 2024.
Na expressão “toca Raul!”, o sinal de exclamação tem a função de
Alternativas
Q3087245 Português
Por que uma pausa de 10 minutos no trabalho melhora a sua saúde mental

Quem me conhece sabe que sempre finalizo 10 a 15 minutos antes todas as reuniões das quais participo. Mesmo o agendamento das consultas dos meus pacientes é feito de tal forma que haja um pequeno intervalo entre elas.

A verdade é que fazer pausas regulares durante o dia de trabalho ou de estudos melhora o nosso bem-estar geral, além de elas atuarem como aqueles pinos de uma panela de pressão que permitem que o vapor saia, reduzindo as chances de ela explodir.

Vivemos em uma cultura que prioriza a produtividade e que, por vezes, esquece da saúde mental. Seremos convocados, seduzidos até, a seguir trabalhando sem parar até o final da jornada de trabalho. Caberá a nós estabelecer limites e programar pequenos intervalos ao longo do dia.

A ideia da pausa é vivenciá-la de modo que você se desligue do que está fazendo por um período. Ou seja, a maneira como vivenciamos o intervalo é tão importante quanto o tempo que estabelecemos para ele, como mostrou um estudo de 2022.

Assim, talvez não seja produtivo ficar colado na tela do celular durante a sua pausa, porque o tempo despendido nas redes sociais não é capaz de nos recarregar.

Outra constatação interessante desse estudo é que intervalos de 10 ou mais minutos são capazes de reduzir o estresse e a fadiga, coisas que sabemos prejudicam a produtividade no local de trabalho. A pesquisa também mostrou que os colaboradores voltam mais concentrados às suas atividades.

Isso, inclusive, pode servir de incentivo a gestores para que estimulem seus times a se afastarem temporariamente do que estão fazendo para simplesmente respirar, relaxar, conversar com outros colegas, hidratar-se, fazer um lanche, enfim.

A ideia da pausa também é mexer o corpo. Hoje, já há inúmeros estudos que mostram que permanecer sentado por mais de oito horas por dia sem que haja um intervalo ativo, em que você possa dar uma caminhada e alongar, está associado a um risco de morte semelhante ao representado pelo tabagismo e pela obesidade.

Períodos prolongados sentado também estão associados a uma série de outras questões de saúde, como aumento dos níveis de colesterol ruim e das taxas de açúcar no sangue, entre outros.

A melhor dica para que você consiga estabelecer intervalos periódicos é se organizando para isso. Você pode programar no seu celular alarmes a cada uma hora, por exemplo. Há também aplicativos que nos lembra que é hora de levantar da cadeira.

https://forbes.com.br/forbessaude/2024/08/arthur-guerra-por-que-uma-pausa-de-10-minutos-no-trabalho-melhora-a-sua-saude-mental/
"Ou seja, a maneira como vivenciamos o intervalo é tão importante quanto o tempo que estabelecemos para ele, como mostrou um estudo de 2022."
Nos termos da Norma Culta da Língua Portuguesa, pode-se afirmar que o emprego de vírgula no trecho do texto lido acima está incorreto.
Alternativas
Q3087202 Português
Felicidade realista

    De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
     Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
    É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
    Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
    Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

(Martha Medeiros. Montanha-Russa. Porto Alegre: L&PM Editores, 2003. Adaptado.)
Ao longo do 2º§ a autora emprega o uso dos dois-pontos; é possível afirmar que esse sinal de pontuação pode ser usado, EXCETO:
Alternativas
Q3086876 Português

Os adolescentes, a criatividade, as bolhas e os algoritmos


    País do futebol arte, da bossa nova, do carnaval espetáculo, do cinema novo e de tantas outras formas de arte admiráveis. Essas sempre foram justificativas para que o Brasil fosse visto como um país criativo, que inova em diversas situações. Por isso, qual não foi a surpresa quando o Pisa, a avaliação internacional para estudantes com 15 anos, realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgou os resultados do exame de 2022 no quesito pensamento criativo: estamos no 49º lugar, com 23 pontos.

     Desde o ano 2000, o Pisa avalia os conhecimentos gerais em matemática, ciências e leitura de alunos de escolas públicas e particulares, e essa foi a primeira vez em que a criatividade foi considerada nas respostas. Com o tema “Mentes criativas e escolas criativas”, a proposta era avaliar como os diferentes países integram a criatividade nos currículos escolares, com o objetivo de formar cidadãos capazes de explorar novas perspectivas para solucionar problemas de maneira original e eficaz. Mas por que será que o Brasil apareceu entre os 12 piores resultados?

     Especialistas analisam a questão sob diferentes perspectivas: a escola brasileira precisa ser um ambiente mais propício à criatividade, oferecendo mais espaço para disciplinas e atividades que estimulem os alunos a buscarem alternativas novas para os problemas cotidianos e não apenas focar nas disciplinas obrigatórias; os educadores precisam ser melhor formados para implementar atividades e projetos que desenvolvam diferentes competências e habilidades artísticas e inovadoras nas crianças e jovens; os brasileiros são um dos públicos que mais tempo passa em frente às telas de celulares e tablets e, por fim, há quem chame a atenção para as imensas desigualdades de toda ordem existentes em nosso país, que dificultam o aprendizado de conteúdos básicos como leitura, escrita e cálculo.

     Todas as análises fazem sentido, porém, questões complexas como essa pedem respostas na mesma linha. Há uma crise de criatividade entre as crianças e jovens das novas gerações, e isso é um sinal de que há algo acontecendo nos corações e mentes desse público no mundo inteiro. Como sabemos, a adolescência é a fase de transição entre a infância e a vida adulta, e traz, em seu bojo, a dicotomia entre a saudade dos tempos pueris e o desejo de desbravar o desconhecido, de preferência, por conta e risco. Em tempos em que as conexões digitais têm tomado o espaço precioso das interações reais em que se aprendia a solucionar os problemas por meio da experiência concreta de ter de lidar cara a cara com o diferente e o diverso, assistimos a esses indivíduos aguardando que os algoritmos e sistemas de busca lhes forneçam todas as respostas. E como as máquinas ainda não dão conta da miríade de possibilidades que as relações nos oferecem para a resolução dos problemas, temos meninos e meninas mais acomodados, passivos, entediados. Como exercer a criatividade em uma bolha na qual todos pensam e agem de maneira igual? Como buscar novas visões sobre o que nos rodeia com um algoritmo nos propondo, sem cessar, mais conteúdos sobre o que gostamos e com os quais nos sentimos mais confortáveis?

     Essas são perguntas que também nós, adultos, temos de nos fazer. Não só como educadores dessa nova geração, mas como indivíduos e cidadãos. Sair das bolhas, combater a polarização e tudo o que nos divide e desumaniza é um exercício cotidiano de criatividade. “Consumimos sempre as mesmas coisas nas redes, ignorando o que é diferente. Por isso, é sempre bom dar um nó no algoritmo. Ouvir playlists fora do que estamos acostumados, andar por regiões diferentes, escutar o que os outros pensam, nos relacionar com pessoas que trazem olhares diferentes das coisas”, aconselha a jornalista e especialista em comunicação digital Pollyana Ferrari, autora do livro “Como sair das bolhas”. Olhar para além das redes é, sobretudo, um exercício de manutenção da saúde mental, mas, como tudo o que envolve um certo esforço e nos desacomoda, torna-se um grande desafio. E andamos cansados demais para dar conta desses e de tantos outros que a vida contemporânea tem nos colocado.

     É interessante observar como a aparente facilidade que nos é oferecida pelos algoritmos e bolhas vai diminuindo não apenas a nossa criatividade e criticidade. Eles, ao moldarem nossos gostos e necessidades, resumem as nossas preferências a meia dúzia de coisas que conduzem a uma reprodução automática, gerando tédio e desinteresse pelo que nem sabemos existir. Como afirmou um estudante que entrevistamos para o podcast “curti, e daí?”: “Eu estava no TikTok e apareceu um vídeo para mim. Coisas que eu mais gosto, e aí, todas as coisas que apareceram no vídeo eram as coisas que eu mais gostava de fazer. Eu percebo que a cada dia isso é mais evidente, como se fosse diminuindo tudo que eu gosto mais, sabe? Como se fosse compactando as coisas que eu mais gosto…”.

     Ter consciência do que nos acontece é sempre um bom começo. Porém, é preciso lembrar do porquê de estarmos nas redes: em busca da sensação de pertencimento, algo que é fundamental para o ser humano e mais ainda para aqueles que estão em formação. Estamos sempre à procura de afeto e reconhecimento, e nas redes isso vem de maneira rápida e volumosa, traduzido por cliques e likes. “Desinformação, fake news, tudo é sintoma. Tire-as da reta e o problema continuará ali, igual, de pé. Porque o problema principal é o do alinhamento de identidades e de como é reconfortante estar num grupo homogêneo. Toda conversa, nas redes sociais, se torna um ritual de reafirmação dessa identidade alinhada. Somos atores num palco eternamente demonstrando o quanto somos parecidos com os nossos e distintos daqueles outros”, alerta o jornalista Pedro Dória em seu artigo “A rede social perfeita para as democracias”, publicado no Canal Meio.

    Nesse sentido, cabe-nos perguntar não apenas por que vivemos uma crise de criatividade, mas sobretudo por que não conseguimos nos encontrar nos espaços que promovem o diálogo, a interação corpo a corpo, que estimulam a imaginação nos trazendo novas paisagens (físicas e ficcionais). Precisamos recuperar a nossa capacidade de imaginar para além dos fatos, dados e informações, já que estamos inundados por eles. Um bom começo pode estar no resgate de alguns sonhos e projetos que não estão no nosso feed. Não requer muito esforço, apenas iniciativa, atitude indissociável da criatividade.


(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2024/07/04/os-adolescentes-a-criatividade-as-bolhas-e-os-algoritmos. Acesso em: setembro de 2024. Adaptado.)

Considerando as prescrições da norma culta escrita, assinale a alternativa que contém justificativa INADEQUADA para o emprego dos sinais de pontuação, conforme as ideias do texto.
Alternativas
Q3086731 Português
Cafezinho

   Rubem Braga

   Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.

   Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:

   – Ele foi tomar café.

   A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um "cafezinho". Para quem espera nervosamente, esse "cafezinho" é qualquer coisa infinita e torturante.

   Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:

   – Bem cavaleiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho.

   Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago:

   – Ele saiu para tomar um café e disse que volta já.

   Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:

   – Ele está?

    – Alguém dará o nosso recado sem endereço.

   Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo:

   – Ele disse que ia tomar um cafezinho...

   Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão:

   – Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí...

   Ah! fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar.

   Quando vier a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.


(https://www.culturagenial.com/cronicas)
[Questão Inédita] Em cada alternativa, há, primeiramente, a frase original do texto. Em seguida, após a barra (/), há a mesma frase com inserção ou omissão de vírgula.
Marque a alternativa em que a mudança dessa pontuação prejudica a correção gramatical. 
Alternativas
Q3086674 Português

A minha única salvação é a alegria. Uma alegria atonal dentro do it essencial. Não faz sentido? Pois tem que fazer. Porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos como garantia senão a fé em trevas − porque é cruel demais, então respondo com a pureza de uma alegria indomável. Recuso-me a ficar triste. Sejamos alegres. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade.


LISPECTOR, Clarice. Água viva. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1973, p.         

Os cinco primeiros períodos do texto podem ser reescritos, garantindo a correta pontuação, da seguinte forma: A minha única salvação é a alegria, uma alegria atonal dentro do it essencial, e, embora isso possa parecer sem sentido, tem que fazer, porque é cruel demais saber que a vida é única e que não temos outra garantia senão a fé em trevas; por ser tão cruel, respondo com a pureza de uma alegria indomável.
Alternativas
Q3085818 Português
Assinale a opção em que a vírgula se justifica pelo mesmo motivo do que em “se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição”.
Alternativas
Q3085057 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Por que percebemos quando alguém nos encara fixamente

Um pesquisador britânico fez vários experimentos para testar se realmente sentimos que estamos sendo observados. Em seus estudos, as pessoas acertavam mais do que o esperado na hora de adivinhar se alguém estava olhando para elas, o que o levou a pensar que haveria algo especial nesta habilidade.
Um dos fatores que explica esta sensação é que fomos projetados para estar constantemente vigilantes, mesmo quando não prestamos atenção conscientemente.
Este sistema de alerta, denominado atenção exógena, é a capacidade do cérebro de reagir automaticamente a estímulos repentinos ou mudanças em nosso ambiente.
Com a sua ajuda, detectamos o que acontece ao nosso redor, como movimentos inesperados ou mudanças na luz.
A atenção exógena foi crucial para a sobrevivência da nossa espécie. Imagine que você é um ser humano primitivo no meio de uma floresta. Se você não fosse capaz de detectar rapidamente o olhar de um predador ou de outro ser humano, poderia estar em perigo.
Embora hoje não precisemos nos preocupar tanto com os predadores, ainda somos muito bons em captar pequenos sinais do ambiente, como o movimento dos olhos de outra pessoa.

(Fonte:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1jde369py6o.adaptado)
Se você não fosse capaz de detectar rapidamente o olhar de um predador ou de outro ser humano, poderia estar em perigo.

Assinale a opção correta quanto à nova pontuação sem alteração do sentido original da frase.
Alternativas
Q3084962 Português

O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


A comunicação silenciosa 


A comunicação verbal é uma das muitas razões pelas quais os seres humanos se tornaram tão bem-sucedidos como espécie. Desde alertar uns aos outros sobre perigos até comunicar informações complexas, nossa capacidade de falar tem sido crucial.


Mas não são apenas os seres humanos e outros animais que desenvolveram uma comunicação sofisticada. Muitas pessoas pensam nas plantas como seres passivos, mas elas têm sua própria maneira de interagir umas com as outras. Esta ideia já existe há algum tempo, tendo inspirado até mesmo filmes de Hollywood, como Avatar.


A ciência recente mostra que os sistemas de comunicação das plantas são mais complexos do que imaginávamos. Para entender como organismos que não conseguem falar transmitem informações uns aos outros, é importante compreender que os seres humanos também têm um sistema de comunicação não verbal. Isso inclui nossos sentidos de visão, olfato, audição, paladar e tato.


Por exemplo, as empresas de gás natural adicionam uma substância química chamada mercaptano ao gás natural, dando a ele aquele cheiro característico de ovo podre para nos alertar sobre vazamentos. Pense também em como desenvolvemos a linguagem de sinais, enquanto muitas pessoas são hábeis em leitura labial.


(Fonte:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c206g47157yo.adaptado)


Esta ideia já existe há algum tempo, tendo inspirado até mesmo filmes de Hollywood, como Avatar.

Assinale a opção correta quanto à nova pontuação sem alteração do sentido original da frase.
Alternativas
Q3084810 Português
Relembre as trajetórias dos medalhistas brasileiros nas Olimpíadas de Paris

Os atletas brasileiros subiram em 20 pódios na competição, entre disputas individuais e por equipes, garantindo medalhas de ouro, prata e bronze.

    Há pouco mais de uma semana, no dia 11 de agosto de 2024, o mundo se despedia das Olimpíadas de Paris. Ao longo da competição, o Brasil foi representado em 20 pódios, somou três medalhas de ouro, sete de prata, dez bronzes e momentos que entraram para a história. Relembre as trajetórias dos medalhistas brasileiros.
    Ginástica Artística – O Brasil conquistou sua primeira medalha da história em Olimpíadas na disputa por equipes na ginástica artística com Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Júlia Soares e Lorrane Oliveira, que garantiram o bronze na categoria. Além do bronze por equipes, a ginasta Rebeca Andrade ganhou outras três medalhas.
    Vôlei de Praia – A dupla Ana Patrícia e Duda protagonizou uma campanha invicta para chegar ao lugar mais alto do pódio. Da fase de grupos à final, as campeãs olímpicas perderam apenas dois sets.
   Judô – Beatriz Souza foi vencedora na categoria acima de 78 kg. A medalha de ouro veio na disputa contra a israelense Raz Hershko. Para conquistar a prata na categoria até 66 kg, Willian Lima venceu três disputas no tatame e chegou à final para enfrentar o japonês Hifumi Abe. O caminho de Larissa Pimenta até o bronze do judô na categoria até 52 kg contou com cinco lutas, entre a eliminatória, repescagem e disputa da medalha.
   Skate – Para chegar ao pódio do skate street, Rayssa Leal passou pela fase classificatória entre as oito melhores. A medalha de bronze chegou na última manobra, quando a Fadinha conquistou 88.83 e garantiu a vaga no pódio. Augusto Akio também terminou a fase eliminatória entre os oito melhores no ranking geral e avançou à final do torneio. Na decisão, sem conseguir boas notas nas duas voltas iniciais, Akio apostou tudo na última tentativa e levou o bronze.
   Surfe – Gabriel Medina conquistou o bronze no surfe após passar pelas classificatórias, o mata-mata e a disputa do terceiro lugar. Para garantir a primeira medalha olímpica do surfe na categoria feminina, Tatiana Weston-Webb superou três baterias classificatórias, seguiu as eliminatórias até a decisão e conquistou a prata.
   Canoagem – Para ganhar a prata, Isaquias Queiroz largou atrás dos adversários, ganhou ritmo ao longo da disputa e recuperou posições na última parte da prova.
   Taekwondo – Edival Pontes, o Netinho, levou o bronze ao superar o espanhol Javier Perez Polo por 2 rounds a 1.
   Boxe – Na disputa da semifinal, Bia Ferreira enfrentou a irlandesa Kellie Harrington. A luta foi intensa e equilibrada até o último round, que definiu a finalista da categoria de 60 kg. Com a decisão da arbitragem, a brasileira foi superada por 4 a 1.
  Atletismo – Caio Bonfim, na marcha atlética, investiu na velocidade, finalizou a prova em 1h19min09s e levou a prata. Para chegar ao pódio dos 400 metros com barreiras, Alison dos Santos, o Piu, ultrapassou as barreiras com tranquilidade e deixou os adversários para trás, para conquistar o bronze.
   Futebol – Na final, o Brasil enfrentou os Estados Unidos, mesmo adversário das outras duas finais olímpicas que disputou. Repetindo os pódios de 2004 e 2008, as brasileiras sofreram o revés e conquistaram a prata.
  Vôlei – Na disputa do terceiro lugar, as brasileiras garantiram 3 sets a 1 contra a Turquia e levaram o bronze.

(Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/jogos-olimpicos/ Acesso em: agosto de 2024. Adaptado.)
Indique a alternativa em que a vírgula está empregada corretamente.
Alternativas
Q3084005 Português

Um ano a menos



    Estamos nos aproximando do final de 2024 e temos um ano a menos para alcançar a meta do Pacto Contra a Fome: erradicar a fome até 2030 e garantir que todas as pessoas estejam bem alimentadas até 2040. Mais uma vez, é necessário destacar uma realidade alarmante: enquanto 64 milhões de brasileiros têm acesso restrito à alimentação, o país desperdiça 55 milhões de toneladas de alimentos todos os anos. Esse paradoxo entre abundância e escassez é um reflexo cruel da nossa atual crise alimentar.

    O Brasil é conhecido mundialmente como o celeiro do planeta e tem a capacidade de produzir alimentos suficientes para sua população e muito mais. No entanto, a realidade é que, enquanto uma parcela significativa da população enfrenta insegurança alimentar, uma quantidade impressionante de recursos é descartada.

    Esse desperdício não apenas perpetua a fome, mas também tem um impacto ambiental significativo. O ciclo de produção e descarte de alimentos é responsável por 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa e contribui para a degradação ambiental.

    Além de ser um gigante agrícola, o Brasil enfrenta graves crises ambientais. As mudanças no clima estão intensificando eventos climáticos extremos, como enchentes e secas prolongadas, desencadeando efeitos diretos sobre a agricultura e a segurança alimentar. Enchentes e secas podem destruir colheitas, danificar infraestruturas, reduzir a produtividade agrícola e aumentar os preços dos alimentos. O impacto dessas crises é sentido não apenas pelos agricultores, mas também por toda a população, exacerbando as desigualdades existentes.

    Em um recente comunicado, o alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Volker Turk, alertou que a crise climática pode colocar 80 milhões de pessoas a mais em risco de fome até a metade deste século.

    O Brasil tem um papel importante na luta contra a fome e as mudanças climáticas. Como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país pode influenciar positivamente a segurança alimentar tanto nacional quanto global. No entanto, isso requer uma mudança de paradigma: precisamos adotar práticas mais sustentáveis e reduzir o desperdício de alimentos.

    Temos o potencial para liderar a transição para soluções climáticas. Nosso país possui vastos recursos naturais e uma crescente capacidade de gerar energia limpa, especialmente no Nordeste, que se destaca pela alta incidência solar e pelos ventos fortes, proporcionando um ambiente ideal para o avanço das fontes de energia renovável. Além disso, o Brasil já possui uma longa tradição no uso de bioenergia, com o etanol de cana-de-açúcar, e está investindo cada vez mais em tecnologias verdes. Esse investimento não só ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também pode impulsionar o crescimento econômico por meio da criação de novos setores e empregos. 

    Estamos diante de uma encruzilhada. O futuro do Brasil – e do mundo – depende das escolhas que fazemos hoje. Precisamos urgentemente abordar o desperdício de alimentos e garantir que a produção agrícola em grande escala e dos pequenos produtores beneficie a todos. Além disso, a transição para práticas sustentáveis não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica. Nosso país pode se tornar uma potência verde, gerando renda e reduzindo desigualdades enquanto combate as crises ambientais.

    O que estamos vivenciando nos últimos tempos é um reflexo direto das escolhas que fizemos no passado. O aumento dramático de impactos ambientais, como queimadas e enchentes, é um sinal claro de que a falta de ação e a negligência em relação à sustentabilidade têm consequências severas. É urgente reavaliar e reformular nossas práticas diárias. Cada decisão que tomamos, desde o consumo até a gestão de resíduos, influencia o futuro do nosso planeta.

    Temos um ano a menos para tomar medidas efetivas. Se continuarmos ignorando a responsabilidade social e ambiental, o país e o mundo estarão drasticamente diferentes em 2030. As consequências de nossa inação se manifestarão em desastres ambientais mais frequentes, agravamento das desigualdades sociais e uma crise global de recursos. Cada dia que passa sem um compromisso firme com a sustentabilidade e a justiça social é um dia perdido para garantir um futuro habitável e equitativo. Temos menos tempo do que imaginamos para mudar o rumo de nossa trajetória e assegurar um futuro viável para todos. A hora de agir é agora, e o caminho para um mundo mais justo e equilibrado começa com nossas decisões de hoje.


(Disponível em: cnnbrasil.com.br/colunas/geyze-diniz/nacional/um-ano-a-menos/. Acesso em: setembro de 2024.)

Assinale a alternativa que justifica adequadamente o emprego das vírgulas em “Enchentes e secas podem destruir colheitas, danificar infraestruturas, reduzir a produtividade agrícola e aumentar os preços dos alimentos.” (4º§) 
Alternativas
Respostas
561: C
562: A
563: A
564: C
565: C
566: A
567: A
568: D
569: B
570: A
571: E
572: C
573: A
574: C
575: C
576: C
577: A
578: C
579: A
580: D