Questões de Concurso Sobre tipologia textual em português

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Q3027067 Português

O texto a seguir se refere à questão.


O perigo de uma história única


    Sou de uma família nigeriana convencional, de classe média. Meu pai era professor universitário e minha mãe era administradora. Tínhamos, como era comum, empregados domésticos que moravam em nossa casa e que, em geral, vinham de vilarejos rurais próximos. No ano em que fiz oito anos, um menino novo foi trabalhar lá em casa. O nome dele era Fide. A única coisa que minha mãe nos contou sobre ele foi que sua família era muito pobre. Minha mãe mandava inhame, arroz e nossas roupas velhas para eles. Quando eu não comia todo o meu jantar, ela dizia: “Coma tudo! Você não sabe que pessoas como a família de Fide não têm nada?”. E eu sentia uma pena enorme deles. Certo sábado, fomos ao vilarejo de Fide fazer uma visita. Sua mãe nos mostrou um cesto de palha pintado com uns desenhos lindos que o irmão dele tinha feito. Fiquei espantada. Não havia me ocorrido que alguém naquela família pudesse fazer alguma coisa. Eu só tinha ouvido falar sobre como eram pobres, então ficou impossível para mim vê-los como qualquer coisa além de pobres. A pobreza era minha história única deles.

    Anos depois, pensei nisso quando saí da Nigéria para fazer faculdade nos Estados Unidos. Eu tinha dezenove anos. Minha colega de quarto americana ficou chocada comigo. Ela perguntou onde eu tinha aprendido a falar inglês tão bem e ficou confusa quando respondi que a língua oficial da Nigéria era o inglês. Também perguntou se podia ouvir o que chamou de minha “música tribal”, e ficou muito decepcionada quando mostrei minha fita da Mariah Carey. Ela também presumiu que eu não sabia como usar um fogão. O que me impressionou foi: ela já sentia pena de mim antes de me conhecer. Sua postura preestabelecida em relação a mim, como africana, era uma espécie de pena condescendente e bem-intencionada. Minha colega de quarto tinha uma história única da África: uma história única de catástrofe. Naquela história única não havia possibilidade de africanos serem parecidos com ela de nenhuma maneira; não havia possibilidade de qualquer sentimento mais complexo que pena; não havia possibilidade de uma conexão entre dois seres humanos iguais.

    Devo dizer que, antes de ir para os Estados Unidos, eu não me reconhecia conscientemente como africana. Mas, naquele país, sempre que a África era mencionada, as pessoas se voltavam para mim. Não importava que eu não soubesse nada sobre lugares como a Namíbia. Passei a aceitar essa identidade e, de muitas formas, agora penso em mim como africana, embora ainda que bastante irritada quando dizem que a África é um país. O exemplo mais recente disso foi num voo da Virgin, maravilhoso em todos os outros aspectos, que peguei em Lagos dois dias atrás, durante o qual falaram de obras de caridade feitas “na Índia, na África e em outros países”. Depois que passei alguns anos nos Estados Unidos como africana, comecei a entender a reação da minha colega de quarto em relação a mim. Se eu não tivesse crescido na Nigéria e se tudo o que eu soubesse sobre a África viesse das imagens populares, também ia achar que se tratava de um lugar com paisagens maravilhosas, animais lindos e pessoas incompreensíveis travando guerras sem sentido, morrendo de pobreza e de aids, incapazes de falar por si mesmas e esperando para serem salvas por um estrangeiro branco e bondoso. Veria os africanos da mesma maneira como eu via a família de Fide quando era criança. Acho que essa história única da África veio, no final das contas, da literatura ocidental.

Fonte: ADICHIE, Chimamanda. O perigo de uma história única [fragmento] São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

Releia o trecho: !Sou de uma família nigeriana convencional, de classe média. Meu pai era professor universitário e minha mãe era administradora. Tínhamos, como era comum, empregados domésticos que moravam em nossa casa e que, em geral, vinham de vilarejos rurais próximos”.
Considerando o trecho lido, qual a tipologia textual predominante?
Alternativas
Q3027044 Português

Leia o texto a seguir.


TOMARA

Vinicius de Moraes


Tomara

Que você volte depressa

Que você não se despeça

Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa

E pense muito

Que é melhor se sofrer junto

Que viver feliz sozinho 


Tomara

Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz


E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz 


E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais. 

A tipologia textual CONSISTE num:
Alternativas
Q3025664 Português

Leia atentamente o poema Lembrança rural, de Cecília Meireles, para responder à questão.

Lembrança rural 



Chão verde e mole. Cheiros de selva. Babas de lodo.
A encosta barrenta aceita o frio, toda nua.
Carros de bois, falas ao vento, braços, foices.
Os passarinhos bebem do céu pingos de chuva.


Casebres caindo, na erma tarde. Nem existem
na história do mundo. Sentam-se à porta as mães descalças.
É tão profundo, o campo, que ninguém chega a ver que é triste.
A roupa da noite esconde tudo, quando passa...


Flores molhadas. Última abelha. Nuvens gordas.
Vestidos vermelhos, muito longe, dançam nas cercas.
Cigarra escondida, ensaiando na sombra rumores de bronze.
Debaixo da ponte, a água suspira, presa...


Vontade de ficar neste sossego toda a vida:
bom para ver de frente os olhos turvos das palavras,
para andar à toa, falando sozinha,
enquanto as formigas caminham nas árvores...


Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – É possível afirmar que o poema é descritivo. II – O verso “Flores molhadas. Última abelha. Nuvens gordas.” contém três exemplos de orações nominais. III – O eu lírico descreve a paisagem e o cotidiano de uma cidade rural.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões): 
Alternativas
Q3025515 Português
Comportamento Sedentário


Atividades realizadas na posição sentada, reclinada ou deitada,
com pouco gasto de energia, quando se está acordado.



     De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, produzido pelo Ministério da Saúde, o comportamento sedentário envolve atividades realizadas quando se está acordado sentado, reclinado ou deitado e gastando pouca energia. Essas atividades geralmente são realizadas em frente a telas de computador, televisão, celulares e tablets, mas também incluem o tempo sentado para se deslocar de um lugar a outro utilizando carro, ônibus ou metrô, e para realizar trabalhos manuais, jogar cartas ou jogos de mesa.

    As evidências científicas mostram que longos períodos em comportamentos sedentários estão relacionados a um maior risco de mortalidade, ao surgimento de diabetes, de doenças cardiovasculares e de câncer, independentemente da quantidade de atividade física praticada. A parte preocupante disso é que mesmo para as pessoas que praticam alguma atividade física ao longo do dia, o tempo excessivo em comportamento sedentário oferece riscos para a saúde.

       Ou seja, a prática de atividade física não compensa os efeitos do tempo em comportamento sedentário. Portanto, além de incluir mais atividade física na sua rotina, se tornando mais ativo fisicamente, diminuir o tempo gasto em comportamento sedentário é tão importante quanto!

        Sendo assim, para quem passa muito tempo sentado ou deitado, é importante reduzir e interromper esse comportamento sempre que possível.

      Como atualmente o trabalho, os estudos e até mesmo os momentos de lazer, bem como algumas condições de saúde, levam as pessoas a ficarem cada vez mais sentadas por muitas horas ao longo do dia, o uso de estratégias que ajudam a diminuir e a interromper o comportamento sedentário, de forma simples e eficiente, é uma maneira de amenizar os efeitos prejudiciais desses comportamentos. 



(Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/comportamento-sedentario. Acesso em: 25 ago.
2024, com adaptações.)

Assinale a alternativa que apresenta o tipo textual predominante no texto. 
Alternativas
Respostas
16: E
17: D
18: C
19: D
20: A