Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2226444 Português
Texto CB1A1-I

      Os pais pediram que o menino fosse dormir cedo para que pudesse acordar à hora da passagem do ano. A julgar pela insistência da recomendação, o ano não passaria se ele não se deitasse. O que seria, francamente, um problemão — e para o mundo todo. Se o ano não virasse, tudo o que estava para acontecer a partir da meia-noite bruscamente ficaria retido nas malas, nos pacotes, na escuridão. Por respeito à humanidade, o garoto acatou. Quer dizer, mais ou menos — ficaria na cama de olhos fechados, igual quando brincava de morto, mas dormir mesmo não dormiria. Só estando acordado seria possível devassar de vez o mistério da passagem do ano.
      Os adultos mentem muito, sabia. Até mesmo sua mãe, que lhe pede não mentir nunca, inventava histórias quando ele perguntava “como era a cara do ano velho e do ano novo”. Sempre lhe respondiam, com sorrisos enigmáticos que não esclarecem nada, que tudo dependia da sua maneira de olhar. Mas olhar o quê? O ano velho indo embora tal qual um balão, “subindo, perdendo gás, perdendo gás, até acabar muito chocho”? Ou a chegada do novo, que descia de paraquedas na praça General Osório, trazendo uma mochila munida de “talco, escova de dentes e pombas”, para soltar em sinal de paz e alegria? Pouca coisa fazia sentido naquela cabeça de menino.
      Confinado em seu quarto, correu para a janela depois do beijo materno de boa noite e ali ficou, vigia do réveillon. Era preciso guardar o céu, pois com certeza “o ano passa no ar”. Mas o que faria, então, tanta gente na rua, tanto carro buzinando, sem ninguém olhando para cima? Já estavam, decerto, acostumados. “É ruim, ficar acostumado: não se vê mais nada, as coisas vão se apagando”, concluiu a criança da crônica de Drummond. Ninguém ia perceber a passagem do ano.
        Desiludido, o menino pegou no sono e acordou no chão, apavorado com o estrondo da virada. Foi correndo para a sala, onde os adultos, falando um pouco arrastado, tinham perdido o jeito comum, o jeito diurno. “Ele passou?”, quis saber. Carinhosa, a mãe levou-o de volta para o quarto, encostou o rosto em seu rosto e rogou-lhe que dormisse outra vez. O ano passara sem que ele o visse. Bem que sua mãe tinha alertado: só dependia da maneira de olhar... e ele não acertara com a maneira.

Guilherme Tauil. Para o ano que chega. Internet: < https://cronicabrasileira.org.br> (com adaptações).  

Considerando os aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o próximo item.


O verbo “devassar” (último período do primeiro parágrafo) é empregado com o mesmo sentido de descobrir.


Alternativas
Q2226205 Português

FALTA DE SONO DEIXA AS PESSOAS MAIS EGOÍSTAS, APONTA ESTUDO


Ítalo Wolff – 21 novembro 2022

       Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicaram no periódico PLOS Biology um estudo em que acompanharam os efeitos da falta de sono no comportamento. “A falta de sono molda as experiências sociais que temos e o tipo de sociedade em que vivemos”, escreveu o neurocientista Eti Ben Simon, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

       Para testar a ligação entre perda de sono e a generosidade, Ben Simon e sua equipe levaram 23 jovens adultos ao laboratório por duas noites. Os participantes dormiram uma noite e ficaram acordados por outra noite. No período da manhã, os participantes preencheram um questionário padronizado que avaliava sua probabilidade de ajudar estranhos ou conhecidos em vários cenários. Aproximadamente 80% dos participantes mostraram menos probabilidade de ajudar os outros quando privados de sono do que quando descansados. Os pesquisadores então observaram a atividade cerebral dos participantes em uma máquina de ressonância magnética funcional, comparando a atividade neural de cada participante em um estado de descanso versus em um estado de privação de sono. Isso mostrou que a falta de sono reduziu a atividade em uma rede de regiões cerebrais ligadas à capacidade de empatia.
           
        Em outro experimento, os pesquisadores recrutaram 136 participantes online e fizeram com que eles mantivessem um registro do sono por quatro noites, monitorados por aplicativos que medem a atividade noturna. Cada participante então completou o questionário de altruísmo. Os pesquisadores descobriram que quanto mais tempo os participantes passavam acordados na cama, uma medida de sono ruim, menores eram suas pontuações de altruísmo.
         
         No experimento final, focado no horário de verão, em que uma hora de sono é perdida na mudança, os pesquisadores analisaram doações de caridade de 2001 a 2016 para a Donors Choose, uma organização sem fins lucrativos que arrecada dinheiro para projetos escolares nos Estados Unidos. Na semana de trabalho após a implementação do horário de verão, as doações totais, que normalmente giravam em torno de US$ 82 por dia, caíram para cerca de US$ 73 por dia.


     A abordagem de metodologia tripla permitiu aos pesquisadores maior certeza de que outras variáveis além do sono não estivessem causando a queda na generosidade. A privação crônica do sono no mundo moderno é um problema sério, escreveu Ben Simon nas conclusões de seu trabalho. Mas, ao contrário de muitos outros problemas de grande escala, este tem uma solução acessível. Desta forma, promover o sono como Saúde Pública pode economizar bilhões em tratamentos de condições crônicas e melhorar as relações sociais e qualidade de vida dos indivíduos.



Adaptado de: https://www.jornalopcao.com.br/colunas-eblogs/ciencia/falta-de-sono-deixa-as-pessoas-mais-egoistasaponta-estudo-443432/. Acesso em 16 maio 2023. 
Assinale a alternativa em que a palavra fornecida, presente no texto, funciona como um antônimo da ideia de "ajudar estranhos ou conhecidos". 
Alternativas
Q2226201 Português

FALTA DE SONO DEIXA AS PESSOAS MAIS EGOÍSTAS, APONTA ESTUDO


Ítalo Wolff – 21 novembro 2022

       Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicaram no periódico PLOS Biology um estudo em que acompanharam os efeitos da falta de sono no comportamento. “A falta de sono molda as experiências sociais que temos e o tipo de sociedade em que vivemos”, escreveu o neurocientista Eti Ben Simon, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

       Para testar a ligação entre perda de sono e a generosidade, Ben Simon e sua equipe levaram 23 jovens adultos ao laboratório por duas noites. Os participantes dormiram uma noite e ficaram acordados por outra noite. No período da manhã, os participantes preencheram um questionário padronizado que avaliava sua probabilidade de ajudar estranhos ou conhecidos em vários cenários. Aproximadamente 80% dos participantes mostraram menos probabilidade de ajudar os outros quando privados de sono do que quando descansados. Os pesquisadores então observaram a atividade cerebral dos participantes em uma máquina de ressonância magnética funcional, comparando a atividade neural de cada participante em um estado de descanso versus em um estado de privação de sono. Isso mostrou que a falta de sono reduziu a atividade em uma rede de regiões cerebrais ligadas à capacidade de empatia.
           
        Em outro experimento, os pesquisadores recrutaram 136 participantes online e fizeram com que eles mantivessem um registro do sono por quatro noites, monitorados por aplicativos que medem a atividade noturna. Cada participante então completou o questionário de altruísmo. Os pesquisadores descobriram que quanto mais tempo os participantes passavam acordados na cama, uma medida de sono ruim, menores eram suas pontuações de altruísmo.
         
         No experimento final, focado no horário de verão, em que uma hora de sono é perdida na mudança, os pesquisadores analisaram doações de caridade de 2001 a 2016 para a Donors Choose, uma organização sem fins lucrativos que arrecada dinheiro para projetos escolares nos Estados Unidos. Na semana de trabalho após a implementação do horário de verão, as doações totais, que normalmente giravam em torno de US$ 82 por dia, caíram para cerca de US$ 73 por dia.


     A abordagem de metodologia tripla permitiu aos pesquisadores maior certeza de que outras variáveis além do sono não estivessem causando a queda na generosidade. A privação crônica do sono no mundo moderno é um problema sério, escreveu Ben Simon nas conclusões de seu trabalho. Mas, ao contrário de muitos outros problemas de grande escala, este tem uma solução acessível. Desta forma, promover o sono como Saúde Pública pode economizar bilhões em tratamentos de condições crônicas e melhorar as relações sociais e qualidade de vida dos indivíduos.



Adaptado de: https://www.jornalopcao.com.br/colunas-eblogs/ciencia/falta-de-sono-deixa-as-pessoas-mais-egoistasaponta-estudo-443432/. Acesso em 16 maio 2023. 
Assinale a alternativa em que a expressão destacada pode ser substituída por aquela entre parênteses, mantendo-se a correção exigida pela norma-padrão. 
Alternativas
Q2226198 Português

FALTA DE SONO DEIXA AS PESSOAS MAIS EGOÍSTAS, APONTA ESTUDO


Ítalo Wolff – 21 novembro 2022

       Cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicaram no periódico PLOS Biology um estudo em que acompanharam os efeitos da falta de sono no comportamento. “A falta de sono molda as experiências sociais que temos e o tipo de sociedade em que vivemos”, escreveu o neurocientista Eti Ben Simon, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

       Para testar a ligação entre perda de sono e a generosidade, Ben Simon e sua equipe levaram 23 jovens adultos ao laboratório por duas noites. Os participantes dormiram uma noite e ficaram acordados por outra noite. No período da manhã, os participantes preencheram um questionário padronizado que avaliava sua probabilidade de ajudar estranhos ou conhecidos em vários cenários. Aproximadamente 80% dos participantes mostraram menos probabilidade de ajudar os outros quando privados de sono do que quando descansados. Os pesquisadores então observaram a atividade cerebral dos participantes em uma máquina de ressonância magnética funcional, comparando a atividade neural de cada participante em um estado de descanso versus em um estado de privação de sono. Isso mostrou que a falta de sono reduziu a atividade em uma rede de regiões cerebrais ligadas à capacidade de empatia.
           
        Em outro experimento, os pesquisadores recrutaram 136 participantes online e fizeram com que eles mantivessem um registro do sono por quatro noites, monitorados por aplicativos que medem a atividade noturna. Cada participante então completou o questionário de altruísmo. Os pesquisadores descobriram que quanto mais tempo os participantes passavam acordados na cama, uma medida de sono ruim, menores eram suas pontuações de altruísmo.
         
         No experimento final, focado no horário de verão, em que uma hora de sono é perdida na mudança, os pesquisadores analisaram doações de caridade de 2001 a 2016 para a Donors Choose, uma organização sem fins lucrativos que arrecada dinheiro para projetos escolares nos Estados Unidos. Na semana de trabalho após a implementação do horário de verão, as doações totais, que normalmente giravam em torno de US$ 82 por dia, caíram para cerca de US$ 73 por dia.


     A abordagem de metodologia tripla permitiu aos pesquisadores maior certeza de que outras variáveis além do sono não estivessem causando a queda na generosidade. A privação crônica do sono no mundo moderno é um problema sério, escreveu Ben Simon nas conclusões de seu trabalho. Mas, ao contrário de muitos outros problemas de grande escala, este tem uma solução acessível. Desta forma, promover o sono como Saúde Pública pode economizar bilhões em tratamentos de condições crônicas e melhorar as relações sociais e qualidade de vida dos indivíduos.



Adaptado de: https://www.jornalopcao.com.br/colunas-eblogs/ciencia/falta-de-sono-deixa-as-pessoas-mais-egoistasaponta-estudo-443432/. Acesso em 16 maio 2023. 
Assinale a alternativa em que o verbo "deixar" tem o mesmo sentido que no título do texto
Alternativas
Q2225774 Português
Leia o texto para responder à questão.

        Tenho uma coisa por bibliotecas. Livrarias são lindas, e cada vez mais raras. Mas bibliotecas têm algo a mais em sua beleza – essa ideia de comunidade, de compartilhamento, de armazenamento, de conhecimento e histórias comuns, guardadas como se guarda algo precioso, para servir de alimento e inspiração para quem quiser e quem precisar.

        Criança, na escola, eu me refugiava na biblioteca. Tinha tanta coisa contra mim – a asma, o aparelho nos dentes, a família classe média em um colégio de elite, minha absoluta falta de jeito para esportes que não fossem na água, meus fracos pendores para o papel de boa moça, que era essencial naquele contexto, e a mistura de CDF com rebeldia. Nenhum refúgio me parecia possível até o dia em que descobri a biblioteca. Ficava no segundo andar, e era silenciosa, quieta, sempre na penumbra. Lá fora o sol do Rio, mas ali, na minha caverna, havia apenas esse tesouro de respostas para tantas perguntas que eu nunca havia feito. Ali eu descobri Brecht, Darwin, Madame Curie, Platão, a Odisseia, as artes e as ciências e um novo mundo sem limites.

        A paixão ficou pra vida toda. Quando vim morar aqui não sabia exatamente o quanto Los Angeles amava as bibliotecas, e o quanto elas eram parte integral da cidade. Descobri primeiro a maravilhosa Biblioteca Central, no coração do que um dia foi o Pueblo, onde a cidade foi fundada. Depois vieram outras: a biblioteca da University of Southern California, a biblioteca da UCLA, onde eu pesquisava minhas matérias na era pré-internet, e às vezes só saía de lá quando o faxineiro já estava me olhando atravessado. E meu novo refúgio favorito: a Biblioteca Margaret Herrick da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, repositório da história do cinema desde que ele desembarcou por estas plagas.

        Tenho inscrição em todas essas bibliotecas. Mas gosto mesmo é de visitar minha biblioteca do bairro, ver os novos títulos, pegar um ou dois ou três volumes, checar a lista de atividades do mês, me deixar ficar por alguns momentos com meus amigos desconhecidos, meus vizinhos, as pessoas da minha rua, quem sabe, que compartilham comigo esse banquete de ideias, sempre ali, sempre possível, sempre propondo novas perguntas.

(Ana Maria Bahiana. https://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/Meu-amor-de-biblioteca. 20.09.2022. Adaptado)
São sinônimos das expressões em destaque no trecho − ...minha absoluta falta de jeito para esportes que não fossem na água, meus fracos pendores para o papel de boa moça –, respectivamente, as palavras 
Alternativas
Respostas
2076: C
2077: C
2078: C
2079: E
2080: A