Questões de Concurso
Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português
Foram encontradas 50.161 questões
Resolva questões gratuitamente!
Junte-se a mais de 4 milhões de concurseiros!
Texto 01 (Questões de 01 a 14)
Bibliotecas
Márcio Tavares D'Amaral
A biblioteca de Alexandria foi a maior da Antiguidade. Fundada no século III a.C., teve a missão de engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros escritos no mundo. Setecentos mil rolos e papiros foram protegidos pelas suas paredes! Estava aberta a todas as áreas da poderosa inquietação que nos move a ser e saber mais do que temos sabido e sido. Uma fonte, uma torrente, uma gula de inundar desertos. A biblioteca de Alexandria existiu de verdade. E, tendo sido destruída, é também, até hoje, para quem gosta de livros, um mito. A mãe das bibliotecas. A casa dos sábios.
Alguns dos nossos fundadores trabalharam nela e inventaram uma parte da nossa cultura, a que, dizem hoje alguns, perdeu sua força e vai para as gôndolas de perfumaria no megamercado do mundo. Custa crer. Se ela não tivesse sido incendiada, bastaria ir lá, intoxicar-se com o ar de séculos de poeira acumulada, respirar a História e desmentir essa profecia. Mas ela de fato foi incendiada. Setecentos mil livros! Se parássemos um pouco nossas correrias, poderíamos olhar com veneração para essa fogueira. Nela ardem também outras bibliotecas, aposentam-se da vida outros livros. É triste. E tem um sabor de símbolo nessa época voraz de informação. À época do Kindle, biblioteca portátil.
Pensem que Ptolomeu, o grande astrônomo que defendeu a ideia de que a Terra era o centro do universo, trabalhou lá. Como, antes dele, Aristarco de Samos, que, ao contrário, postulava o sol como centro, e a Terra como humilde circuladora em tomo da sua estrela. Não lhe deram ouvidos. Mas seu livro ficou lá, mudamente dando testemunho da verdade. Foi copiado. Escapou assim do incêndio. E cimentou parte do mundo que é o nosso. E Arquimedes? Também ele trabalhou ali. Pode ter encontrado entre suas prateleiras e armários a ideia extraordinária de com uma alavanca e um apoio mover o mundo, A biblioteca de Alexandria era uma alavanca. E um apoio. Moveu o mundo antigo, pai e mãe do nosso. E Euclides, cujo nome por vinte e três séculos, até o nosso XIX, foi sinônimo de matemática. Euclides também. Como Galeno, que frequentou aquelas salas e foi longamente o mestre da medicina. A mim encanta Hipatia. Foi diretora da Biblioteca, astrônoma e matemática. Mas, sobretudo, até o século XX, a única filósofa registrada na nossa corporação. A única mulher filósofa, É incrível. A filosofia é mulher. A solitária Hipatia aponta um dedo acusador para a nossa cultura de machos. Era pagã. Foi morta por cristãos durante uma sublevação. Também isso fala mal de nós. Devíamos pensar um pouco nessas coisas no tempo em que as bibliotecas, dizem, vão em breve se tornar obsoletas. Cabem num Kindle.
O incêndio da biblioteca de Alexandria é de autoria incerta. Já foi atribuído a Júlio César, e estaria envolvido na história de amor do cônsul romano com a rainha Cleópatra do Egito. Amor e poder, incêndio na certa. A história mais cenográfica é a da queima ordenada pelo governador do Egito logo depois da sua conquista pelo califa Omar. Teria sido em 646. E não um incêndio qualquer: os papiros e pergaminhos teriam sido levados para as caldeiras que esquentavam os banhos públicos e queimados lentamente, esquentando a água, dias a fio. Não tanto o incêndio do prédio: a biblioteca ela mesma, os livros, combustível para a água quente dos alexandrinos. Que imagem! Que sofrimento. Mas o mais provável é que o imperador romano a tenha incendiado de fato 50 anos antes, em 595, como ato de guerra. Guerras, destinos mortais de bibliotecas? Em todo caso, feridas no corpo da nossa história. A Inquisição e o Terceiro Reich também queimaram algumas. A leitura é a nossa arma de combate.
Bibliotecas não apenas guardam. Também geram. Quando, no século IX, Carlos Magno quis restaurar o Império do Ocidente destruído pelos germânicos, precisou de livros. A Europa conservara sua memória nas grandes bibliotecas dos mosteiros da Irlanda, Vieram, os monges e os livros. E a Europa começou de novo. E as universidades foram criadas - em torno de bibliotecas, A Universidade de Paris depois se chamou Sorbonne porque o colégio criado por Robert de Sorbon para moradia e lugar de trabalho para estudantes pobres tinha muitos livros. Os livros criaram a Sorbonne. Era assim, então.
Hoje bibliotecas não merecem mais a admiração quase religiosa dos tempos passados. A nossa cultura transforma-se rapidamente numa experiência de estocagem e uso de informação. Arquivamento e consumo. Temos o Kindle. O Kindle é que não haja a menor dúvida, uma das maravilhas da nossa civilização tecnológica. Cabem nele a biblioteca de Alexandria e as dos mosteiros irlandeses, talvez. É verdade. Mas não tem maciez. Não cheira. Não se desfaz, como os livros velhos. Não vive.
Quem tiver uns livros em casa, guarde-os. Se você ainda ama os livros, de fato, conserve-se. São pedaços de História. Podem desaparecer. Podem também salvar.
(Jornal O Globo, Sábado 5.9.2015. Texto adaptado)
Analise as afirmativas abaixo.
I - Com o avanço da tecnologia, as bibliotecas tornaram-se desnecessárias e os livros físicos, obsoletos.
II- A Biblioteca de Alexandria, devido à sua missão, foi o único meio, ao longo da história, que conseguiu reunir tão grande quantidade de livros (700 mil exemplares).
III- Mesmo com a criação do Kindle, as bibliotecas físicas fazem jus ao seu respeito de outrora, em virtude do seu poder gerador.
IV- Uma das diferenças entre as bibliotecas e os dispositivos virtuais é que os livros físicos, além de não serem mortos, podem ser salvadores.
Assinale a opção correta.
Texto 01 (Questões de 01 a 14)
Bibliotecas
Márcio Tavares D'Amaral
A biblioteca de Alexandria foi a maior da Antiguidade. Fundada no século III a.C., teve a missão de engaiolar ao menos um exemplar de todos os livros escritos no mundo. Setecentos mil rolos e papiros foram protegidos pelas suas paredes! Estava aberta a todas as áreas da poderosa inquietação que nos move a ser e saber mais do que temos sabido e sido. Uma fonte, uma torrente, uma gula de inundar desertos. A biblioteca de Alexandria existiu de verdade. E, tendo sido destruída, é também, até hoje, para quem gosta de livros, um mito. A mãe das bibliotecas. A casa dos sábios.
Alguns dos nossos fundadores trabalharam nela e inventaram uma parte da nossa cultura, a que, dizem hoje alguns, perdeu sua força e vai para as gôndolas de perfumaria no megamercado do mundo. Custa crer. Se ela não tivesse sido incendiada, bastaria ir lá, intoxicar-se com o ar de séculos de poeira acumulada, respirar a História e desmentir essa profecia. Mas ela de fato foi incendiada. Setecentos mil livros! Se parássemos um pouco nossas correrias, poderíamos olhar com veneração para essa fogueira. Nela ardem também outras bibliotecas, aposentam-se da vida outros livros. É triste. E tem um sabor de símbolo nessa época voraz de informação. À época do Kindle, biblioteca portátil.
Pensem que Ptolomeu, o grande astrônomo que defendeu a ideia de que a Terra era o centro do universo, trabalhou lá. Como, antes dele, Aristarco de Samos, que, ao contrário, postulava o sol como centro, e a Terra como humilde circuladora em tomo da sua estrela. Não lhe deram ouvidos. Mas seu livro ficou lá, mudamente dando testemunho da verdade. Foi copiado. Escapou assim do incêndio. E cimentou parte do mundo que é o nosso. E Arquimedes? Também ele trabalhou ali. Pode ter encontrado entre suas prateleiras e armários a ideia extraordinária de com uma alavanca e um apoio mover o mundo, A biblioteca de Alexandria era uma alavanca. E um apoio. Moveu o mundo antigo, pai e mãe do nosso. E Euclides, cujo nome por vinte e três séculos, até o nosso XIX, foi sinônimo de matemática. Euclides também. Como Galeno, que frequentou aquelas salas e foi longamente o mestre da medicina. A mim encanta Hipatia. Foi diretora da Biblioteca, astrônoma e matemática. Mas, sobretudo, até o século XX, a única filósofa registrada na nossa corporação. A única mulher filósofa, É incrível. A filosofia é mulher. A solitária Hipatia aponta um dedo acusador para a nossa cultura de machos. Era pagã. Foi morta por cristãos durante uma sublevação. Também isso fala mal de nós. Devíamos pensar um pouco nessas coisas no tempo em que as bibliotecas, dizem, vão em breve se tornar obsoletas. Cabem num Kindle.
O incêndio da biblioteca de Alexandria é de autoria incerta. Já foi atribuído a Júlio César, e estaria envolvido na história de amor do cônsul romano com a rainha Cleópatra do Egito. Amor e poder, incêndio na certa. A história mais cenográfica é a da queima ordenada pelo governador do Egito logo depois da sua conquista pelo califa Omar. Teria sido em 646. E não um incêndio qualquer: os papiros e pergaminhos teriam sido levados para as caldeiras que esquentavam os banhos públicos e queimados lentamente, esquentando a água, dias a fio. Não tanto o incêndio do prédio: a biblioteca ela mesma, os livros, combustível para a água quente dos alexandrinos. Que imagem! Que sofrimento. Mas o mais provável é que o imperador romano a tenha incendiado de fato 50 anos antes, em 595, como ato de guerra. Guerras, destinos mortais de bibliotecas? Em todo caso, feridas no corpo da nossa história. A Inquisição e o Terceiro Reich também queimaram algumas. A leitura é a nossa arma de combate.
Bibliotecas não apenas guardam. Também geram. Quando, no século IX, Carlos Magno quis restaurar o Império do Ocidente destruído pelos germânicos, precisou de livros. A Europa conservara sua memória nas grandes bibliotecas dos mosteiros da Irlanda, Vieram, os monges e os livros. E a Europa começou de novo. E as universidades foram criadas - em torno de bibliotecas, A Universidade de Paris depois se chamou Sorbonne porque o colégio criado por Robert de Sorbon para moradia e lugar de trabalho para estudantes pobres tinha muitos livros. Os livros criaram a Sorbonne. Era assim, então.
Hoje bibliotecas não merecem mais a admiração quase religiosa dos tempos passados. A nossa cultura transforma-se rapidamente numa experiência de estocagem e uso de informação. Arquivamento e consumo. Temos o Kindle. O Kindle é que não haja a menor dúvida, uma das maravilhas da nossa civilização tecnológica. Cabem nele a biblioteca de Alexandria e as dos mosteiros irlandeses, talvez. É verdade. Mas não tem maciez. Não cheira. Não se desfaz, como os livros velhos. Não vive.
Quem tiver uns livros em casa, guarde-os. Se você ainda ama os livros, de fato, conserve-se. São pedaços de História. Podem desaparecer. Podem também salvar.
(Jornal O Globo, Sábado 5.9.2015. Texto adaptado)
Com base no texto “Bibliotecas”, assinale a opção INCORRETA.
Brinquedos das crianças Carajás
As mulheres Carajás, que vivem na Ilha do Bananal, entre os Estados de Tocantins e Mato Grosso, cultivam uma antiga tradição: ___________ suas filhas a moldar pequenas bonecas de barro. Chamadas “licocós”, essas bonecas são modeladas com braços grossos e decoradas com a mesma pintura corporal dos Carajás. Elas trazem dois círculos tatuados no rosto, logo abaixo dos olhos, que são uma marca característica dos Carajás.
Atualmente, essas bonecas são vendidas como artesanato aos turistas que visitam a ilha. As bonecas passaram a ser modeladas praticando diferentes atividades do cotidiano do povo Carajá: pescando, dançando e plantando mandioca. Os Carajás também fazem __________ de madeira, como canoas, chocalhos e arco e flechas, que são brinquedos somente para os meninos. Entre os Carajás, os brinquedos dos meninos são feitos pelos irmãos mais velhos ou pelos pais.
(Fonte: Recreio — adaptado.)
No trecho “[...] que são brinquedos somente para os meninos.”, a alternativa que traz o sentido de “somente” é:
Brinquedos das crianças Carajás
As mulheres Carajás, que vivem na Ilha do Bananal, entre os Estados de Tocantins e Mato Grosso, cultivam uma antiga tradição: ___________ suas filhas a moldar pequenas bonecas de barro. Chamadas “licocós”, essas bonecas são modeladas com braços grossos e decoradas com a mesma pintura corporal dos Carajás. Elas trazem dois círculos tatuados no rosto, logo abaixo dos olhos, que são uma marca característica dos Carajás.
Atualmente, essas bonecas são vendidas como artesanato aos turistas que visitam a ilha. As bonecas passaram a ser modeladas praticando diferentes atividades do cotidiano do povo Carajá: pescando, dançando e plantando mandioca. Os Carajás também fazem __________ de madeira, como canoas, chocalhos e arco e flechas, que são brinquedos somente para os meninos. Entre os Carajás, os brinquedos dos meninos são feitos pelos irmãos mais velhos ou pelos pais.
(Fonte: Recreio — adaptado.)
Segundo o texto, as bonecas chamadas “licocós” são modeladas:
Peixe-leão já é encontrado em oito estados brasileiros
O peixe-leão, espécie nativa do Indo-Pacífico, já pode ser encontrado em oito estados brasileiros. As informações são da Universidade Estadual Paulista (UNESP). De acordo com pesquisadores da instituição, desde março de 2022, o peixe já foi visto no Amapá, no Pará, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Paraíba.
Para os estudiosos, a presença crescente do peixe-leão na costa brasileira é preocupante. Isso porque ele compete com espécies nativas por alimento e habitat, ameaçando a biodiversidade local.
Com cerca de 47 centímetros, corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão tem espinhos venenosos não fatais, que ele usa como defesa.
Não se sabe exatamente como o animal chegou ao Oceano Atlântico, mas acredita-se que peixes de aquário tenham sido liberados no mar, na década de 1990, na Flórida, Estados Unidos, o que tem feito o animal se espalhar pela costa de todo continente desde então, visto que seus predadores são encontrados no Indo-Pacífico.
No Brasil, desde 2020, já foram encontrados cerca de 300 indivíduos de peixe-leão, embora, segundo os pesquisadores, não seja possível determinar o tamanho exato da população na costa brasileira. Por aqui, caso um peixe-leão seja capturado, é necessário contatar o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e autoridades locais.
(Fonte: Globo — adaptado.)
A palavra “que”, sublinhada no terceiro parágrafo, faz referência:
Peixe-leão já é encontrado em oito estados brasileiros
O peixe-leão, espécie nativa do Indo-Pacífico, já pode ser encontrado em oito estados brasileiros. As informações são da Universidade Estadual Paulista (UNESP). De acordo com pesquisadores da instituição, desde março de 2022, o peixe já foi visto no Amapá, no Pará, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Paraíba.
Para os estudiosos, a presença crescente do peixe-leão na costa brasileira é preocupante. Isso porque ele compete com espécies nativas por alimento e habitat, ameaçando a biodiversidade local.
Com cerca de 47 centímetros, corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão tem espinhos venenosos não fatais, que ele usa como defesa.
Não se sabe exatamente como o animal chegou ao Oceano Atlântico, mas acredita-se que peixes de aquário tenham sido liberados no mar, na década de 1990, na Flórida, Estados Unidos, o que tem feito o animal se espalhar pela costa de todo continente desde então, visto que seus predadores são encontrados no Indo-Pacífico.
No Brasil, desde 2020, já foram encontrados cerca de 300 indivíduos de peixe-leão, embora, segundo os pesquisadores, não seja possível determinar o tamanho exato da população na costa brasileira. Por aqui, caso um peixe-leão seja capturado, é necessário contatar o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e autoridades locais.
(Fonte: Globo — adaptado.)
Por que, para os pesquisadores, é preocupante a presença crescente do peixe-leão?
Peixe-leão já é encontrado em oito estados brasileiros
O peixe-leão, espécie nativa do Indo-Pacífico, já pode ser encontrado em oito estados brasileiros. As informações são da Universidade Estadual Paulista (UNESP). De acordo com pesquisadores da instituição, desde março de 2022, o peixe já foi visto no Amapá, no Pará, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio Grande do Norte, em Pernambuco e na Paraíba.
Para os estudiosos, a presença crescente do peixe-leão na costa brasileira é preocupante. Isso porque ele compete com espécies nativas por alimento e habitat, ameaçando a biodiversidade local.
Com cerca de 47 centímetros, corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão tem espinhos venenosos não fatais, que ele usa como defesa.
Não se sabe exatamente como o animal chegou ao Oceano Atlântico, mas acredita-se que peixes de aquário tenham sido liberados no mar, na década de 1990, na Flórida, Estados Unidos, o que tem feito o animal se espalhar pela costa de todo continente desde então, visto que seus predadores são encontrados no Indo-Pacífico.
No Brasil, desde 2020, já foram encontrados cerca de 300 indivíduos de peixe-leão, embora, segundo os pesquisadores, não seja possível determinar o tamanho exato da população na costa brasileira. Por aqui, caso um peixe-leão seja capturado, é necessário contatar o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e autoridades locais.
(Fonte: Globo — adaptado.)
De uma forma geral, o texto trata sobre:
Nova Zelândia se mobiliza para salvar o kiwi, sua ave-símbolo
O kiwi, ave-símbolo da Nova Zelândia, está de volta: pela primeira vez em um século, kiwis perambulam pelas colinas verdejantes de Wellington, após uma campanha de eliminação de seus predadores invasores que rondavam a capital.
Qualquer um que tenha passado pela Nova Zelândia há um milênio teria visto um verdadeiro paraíso ornitológico, povoado por seres emplumados de todo tipo, que evoluíram sem a sombra de um predador mamífero.
Mas a chegada das populações polinésias, no século XIII, e depois dos europeus mudou a situação. Os ratos eliminaram os petréis e os ralídeos. Os ratos roíam todas as sementes e bagas, deixando pouco para as aves bicarem.
Os gambás, introduzidos por sua pelagem, despojaram as árvores. Os coelhos se reproduziram tão rápido que devoraram pastagens. E os furões, importados para acabar com os coelhos, ceifaram as populações de aves de toca, tordos, corujas e codornas.
Assim, a quantidade de aves endêmicas da Nova Zelândia que não voam caiu, caso do kiwi. Restam apenas 70 mil kiwis silvestres, segundo o Ministério da Conservação, encarregado de preservar o patrimônio natural e histórico do país.
E embora o “Apterygiforme” seja um verdadeiro símbolo do país, poucos neozelandeses viram essa ave na natureza, com seu bico longo, plumagem parda e asas pequenas demais para voar.
A população desses animais voltou a crescer graças as mais de 90 iniciativas em escala nacional desenvolvidas para protegê-los. Entre elas, está a Capital Kiwi Project, uma organização beneficente dotada de milhões de dólares neozelandeses, provenientes de subvenções governamentais e doações privadas.
O acompanhamento regular mostra que essa primeira geração evolui bem. Nos próximos cinco anos, o projeto tem como meta liberar 250 aves e incorporar seu característico grito estridente à vida cotidiana dos moradores dos arredores da capital.
(Fonte: G1 Globo — adaptado.)
O termo “ceifaram”, sublinhado no quarto parágrafo, representa uma ação referente a quais animais?
Nova Zelândia se mobiliza para salvar o kiwi, sua ave-símbolo
O kiwi, ave-símbolo da Nova Zelândia, está de volta: pela primeira vez em um século, kiwis perambulam pelas colinas verdejantes de Wellington, após uma campanha de eliminação de seus predadores invasores que rondavam a capital.
Qualquer um que tenha passado pela Nova Zelândia há um milênio teria visto um verdadeiro paraíso ornitológico, povoado por seres emplumados de todo tipo, que evoluíram sem a sombra de um predador mamífero.
Mas a chegada das populações polinésias, no século XIII, e depois dos europeus mudou a situação. Os ratos eliminaram os petréis e os ralídeos. Os ratos roíam todas as sementes e bagas, deixando pouco para as aves bicarem.
Os gambás, introduzidos por sua pelagem, despojaram as árvores. Os coelhos se reproduziram tão rápido que devoraram pastagens. E os furões, importados para acabar com os coelhos, ceifaram as populações de aves de toca, tordos, corujas e codornas.
Assim, a quantidade de aves endêmicas da Nova Zelândia que não voam caiu, caso do kiwi. Restam apenas 70 mil kiwis silvestres, segundo o Ministério da Conservação, encarregado de preservar o patrimônio natural e histórico do país.
E embora o “Apterygiforme” seja um verdadeiro símbolo do país, poucos neozelandeses viram essa ave na natureza, com seu bico longo, plumagem parda e asas pequenas demais para voar.
A população desses animais voltou a crescer graças as mais de 90 iniciativas em escala nacional desenvolvidas para protegê-los. Entre elas, está a Capital Kiwi Project, uma organização beneficente dotada de milhões de dólares neozelandeses, provenientes de subvenções governamentais e doações privadas.
O acompanhamento regular mostra que essa primeira geração evolui bem. Nos próximos cinco anos, o projeto tem como meta liberar 250 aves e incorporar seu característico grito estridente à vida cotidiana dos moradores dos arredores da capital.
(Fonte: G1 Globo — adaptado.)
No sexto parágrafo, há a afirmação de que mesmo sendo um símbolo nacional, poucos neozelandeses viram este animal. Isso se deve:
Nova Zelândia se mobiliza para salvar o kiwi, sua ave-símbolo
O kiwi, ave-símbolo da Nova Zelândia, está de volta: pela primeira vez em um século, kiwis perambulam pelas colinas verdejantes de Wellington, após uma campanha de eliminação de seus predadores invasores que rondavam a capital.
Qualquer um que tenha passado pela Nova Zelândia há um milênio teria visto um verdadeiro paraíso ornitológico, povoado por seres emplumados de todo tipo, que evoluíram sem a sombra de um predador mamífero.
Mas a chegada das populações polinésias, no século XIII, e depois dos europeus mudou a situação. Os ratos eliminaram os petréis e os ralídeos. Os ratos roíam todas as sementes e bagas, deixando pouco para as aves bicarem.
Os gambás, introduzidos por sua pelagem, despojaram as árvores. Os coelhos se reproduziram tão rápido que devoraram pastagens. E os furões, importados para acabar com os coelhos, ceifaram as populações de aves de toca, tordos, corujas e codornas.
Assim, a quantidade de aves endêmicas da Nova Zelândia que não voam caiu, caso do kiwi. Restam apenas 70 mil kiwis silvestres, segundo o Ministério da Conservação, encarregado de preservar o patrimônio natural e histórico do país.
E embora o “Apterygiforme” seja um verdadeiro símbolo do país, poucos neozelandeses viram essa ave na natureza, com seu bico longo, plumagem parda e asas pequenas demais para voar.
A população desses animais voltou a crescer graças as mais de 90 iniciativas em escala nacional desenvolvidas para protegê-los. Entre elas, está a Capital Kiwi Project, uma organização beneficente dotada de milhões de dólares neozelandeses, provenientes de subvenções governamentais e doações privadas.
O acompanhamento regular mostra que essa primeira geração evolui bem. Nos próximos cinco anos, o projeto tem como meta liberar 250 aves e incorporar seu característico grito estridente à vida cotidiana dos moradores dos arredores da capital.
(Fonte: G1 Globo — adaptado.)
De acordo com o texto, por qual motivo os kiwis voltaram a perambular pelas colinas de Wellington?
As frases apresentadas abaixo têm caráter argumentativo. Assinale a opção em que a classificação do tipo do argumento apresentado é feita de forma adequada.
Leia o texto para responder às questões de números 08 e 09.
O local do enterro de uma criança que viveu 8 mil anos atrás foi descoberto no leste da Finlândia, fornecendo um raro vislumbre de como os humanos da Idade da Pedra tratavam seus falecidos.
A sepultura de Majoonsuo chamou a atenção de pesquisadores pela primeira vez em 1992 no município de Outokumpu, quando o ocre vermelho brilhante, uma argila rica em ferro, foi visto na superfície de uma nova trilha de serviço na floresta. O ocre vermelho tem sido associado à arte rupestre, bem como à ornamentação e aos enterros.
A Agência Finlandesa do Patrimônio começou a escavar o local em 2018 devido a preocupações com a erosão e o tráfego motorizado.
As sociedades finlandesas da Idade da Pedra enterravam seus mortos em covas no solo, o qual é tão ácido na Finlândia que pouco resta preservado após milhares de anos, o que significa que vestígios de evidências arqueológicas são extremamente raros.
Os dentes de uma criança foram encontrados no túmulo, além de outros objetos, como fragmentos de penas de pássaros, fibras de plantas e fios de cabelo canino, os quais só foram constatados após análise usando um protocolo meticuloso para descobrir traços microscópicos desses objetos.
“Tudo isso nos dá uma visão muito valiosa sobre os hábitos funerários na Idade da Pedra, indicando como as pessoas prepararam a criança para a jornada após a morte”, disse a autora principal do estudo, Tuija Kirkinen.
(Ashley Strickland. Túmulo de criança da Idade da Pedra na Finlândia revela surpresas. www.cnnbrasil.com.br, 03.11.2022. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado introduz informação que detalha o que foi anteriormente mencionado.
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 05.
Jamain mora em uma casa de paredes de madeira e telhado de palha com sua mulher, Pakao, e seu filho bebê. Tem 26 anos, rosto largo, com maxilares protuberantes, que lhe dão uma aparência peculiar.
Jamain não nasceu naquela aldeia, mas em outra, a três dias de caminhada. Foi viver ali depois que se casou com Pakao, filha de Moroxin, que lhe fora prometida no dia de seu nascimento. Jamain era então um menino de 12 anos e estava na aldeia de visita. Assim que Pakao nasceu, vieram lhe chamar na casa dos homens, onde ele dormia. Deram-lhe uma lâmina afiada de bambu e pediram que cortasse o cordão umbilical. Em seguida, colocaram o bebê em seu colo. Ele ainda se lembra da horrível sensação daquela coisa melada e vermelha em seus braços, se mexendo e fazendo caretas. Ficou de cabeça baixa, olhando para o chão, esperando que lhe pedissem o bebê de volta. Rindo, disseram: “ela é tua esposa!”.
Doze anos depois, quatro homens chegaram a sua aldeia com ar solene. Eram o seu futuro sogro com dois de seus irmãos e Tokorom, irmão de Pakao. O futuro sogro, depois de um tempo em silêncio, disse aos pais de Jamain que o rapaz devia ir até lá buscar a esposa e trazê-la para viver com ele. Foi um rebuliço na casa! Jamain dizia que não se casaria, que era novo ainda. Saiu pela porta e foi se esconder na casa de um primo, mas seu pai o encontrou e o trouxe de volta, para falar com o sogro.
Muito amuado, Jamain pegou um pequeno cesto e pendurou sua alça no peito, deixando-o descer pelas costas. Já na outra aldeia, foi a vez de Pakao dizer que não partiria com aquele rapaz de jeito nenhum. Sua mãe a pegou pelas orelhas e a levou até ele. Assim que tomaram o caminho, ela diminuiu o passo até sair da vista do marido e correu de volta. Dando-lhe uma bronca, a mãe arrastou-a novamente pelas orelhas até o marido. Depois de várias tentativas, Jamain acabou voltando para sua aldeia sem a noiva, aliviado por não tê-la trazido. Uma semana depois, no entanto, viu chegarem a sua casa os futuros sogro e sogra, trazendo a menina com seu cesto de roupas e assim começou sua vida de casal.
(Aparecida Vilaça e Francisco Vilaça Gaspar. Ficções amazônicas. Todavia, 2022. Adaptado)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que
Leia a tira para responder às questões de números 01 a 03.
(Bill Watterson. O melhor de Calvin. https://cultura.estadao.com.br, 20.01.2023)
A partir da leitura da tira, é correto afirmar que
Atenção: Para responder às questões de números 11 a 14, leia o texto abaixo.
Quando me separei, deixei a beira-mar e voltei a morar num topo de ladeira, quase no mesmo endereço que dividi anos atrás com a minha primeira mulher. Ela ainda mora naquele prédio de pasfilhas, quatro abaixo do meu, e já deve ter me visto passar sob a sua janela. Talvez pense que ensaio uma reconciliação, embora esfeja cansada de saber que sou adepto de caminhadas peripatéticas*, sobretudo nos dias em que sento para escrever e me sinto amarrado, com a vista saturada de letras. Desço à rua sempre que as letras endurecem no papel, comprimidas entre si como as pequenas pedras em preto e branco do calçamento que piso. Pouco a pouco meus olhos se deixam levar por um automóvel, uma saia, uma folha, uma lagartixa, umas crianças de escola, passarinhos. Mais adiante já não vejo mais que cores, arestas, vultos, halos, e ideias solias me vêm à cabeça, esta boa, esta má, e toca a subir e descer a ladeira debaixo de sol ou chuva, pensando alto, discutindo comigo mesmo, com aqueles tiques e gestos falhos de que fala o poeta, aquelas caretas que fazem os porteiros abanar a cabeça: aê, o esquisitão voltou.
(Adaptado de: BUARQUE, Chico. Essa gente. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, edição eletrônica)
* peripatético: que é exagerado na expressão e nos gestos.
No trecho, o narrador relata que sua atitude, durante a caminhada,
Atenção: Para responder às questões de números 9 e 10, leia o texto abaixo.
A emissão de gases de efeito estufa é o principal motivo que torna o clima na Terra progressivamente mais quente a partir de meados do século x 1x. Do início da Segunda Revolução Industrial até hoje, a femperatura média do planeta subiu cerca de 1,1 grau Celsius (ºC). No plano local, o estilo de vida urbano adotado atualmente pela maior parte da população global potencializa ainda mais o calor de fundo criado pelas mudanças climáticas. Desde 2007, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), mais pessoas vivem em cidades do que no campo, um padrão de habitação e ocupação do solo provavelmente inédito na história da humanidade. Hoje, mais de 55% dos & bilhões de habitantes do planeta moram em centros urbanos. Em muitos países, esse percentual é bem maior e, no Brasil, chega a 88%.
Com menos áreas verdes, mais concreto e asfalto e ocupação geralmente desordenada do solo, as cidades são mais abafadas do que as áreas rurais. Dentro do meio urbano, as zonas com menos árvores e vegetação são ainda mais quentes e formam bolsões de clima abafado. Esse efeito é denominado ilha de calor urbana. Até poucos anos atrás, ele era mais sentido e estudado em grandes cidades, com milhões de habitantes, como São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer outra grande metrópole. Hoje, as ilhas de calor se manifestam em cidades de qualquer tamanho, das menores às maiores.
(PIVETTA, Marcos. Disponivel em: https :revistapesquisa fapesp.br)
A redação em que se mantém a correção e a relação lógica entre as ideias expostas no texto está em:
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 8, leia um trecho do romance de Milton Hatoum.
[A mulher] trouxe uma fotografia em preto e branco: Yagub e minha mãe juntos, numa canoa, em frente da palafita, o Bar da Margem, Ele olhou a imagem, e procurou com os olhos o lugar em que algum dia fora feliz. Depois falou que morava muito longe, em São Paulo, fazia anos que não visitava a cidade. A mulher quis puxar conversa, mas Yaquhb quase não falou, sua alegria foi se apagando, o rosto ficou sério. Despediu-se com poucas palavras, a mulher lhe ofereceu a foto, ele agradeceu: talvez voltasse com Domingas ao Bar da Margem. Na canoa, remando para o pequeno porto, ele me disse que nunca ia se esquecer do dia em que saiu de Manaus e foi para o Libano. Tinha sido horrível. “Fui obrigado a me separar de todos, de tudo... não queria.”
A dor dele parecia mais forte que a emoção do reencontro com o mundo da infância. Ele molhou o rosto com a água do no e pediu que o canoeiro contornasse a Cidade Flutuante, onde já piscavam chamas de velas e de candeeiros. A floresta escurecia às nossas costas, e o clarão da cidade aumentava enquanto navegávamos na noite úmida. Eu via o rosto sério de Yaqub, e imaginei o que teria lhe acontecido durante o tempo em que viveu numa aldeia do sul do Libano. Talvez nada, talvez nenhuma torpeza ou agressão tivesse sido tão violenta quanto a brusca separação de Yaqub do seu mundo. Seu entusiasmo para redescobrir certas pessoas, paisagens, cheiros e sabores era logo sufocado pela lembrança dessa ruptura.
(Adaptado de: HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, edição eletrônica)
a mulher lhe ofereceu a foto (1º parágrafo)
Ele olhou a imagem, e procurou com os olhos o lugar em que algum dia fora feliz (1º parágrafo)
imaginei o que teria lhe acontecido durante o tempo em que viveu numa aldeia do sul do Libano (2º parágrafo)
Os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 8, leia um trecho do romance de Milton Hatoum.
[A mulher] trouxe uma fotografia em preto e branco: Yagub e minha mãe juntos, numa canoa, em frente da palafita, o Bar da Margem, Ele olhou a imagem, e procurou com os olhos o lugar em que algum dia fora feliz. Depois falou que morava muito longe, em São Paulo, fazia anos que não visitava a cidade. A mulher quis puxar conversa, mas Yaquhb quase não falou, sua alegria foi se apagando, o rosto ficou sério. Despediu-se com poucas palavras, a mulher lhe ofereceu a foto, ele agradeceu: talvez voltasse com Domingas ao Bar da Margem. Na canoa, remando para o pequeno porto, ele me disse que nunca ia se esquecer do dia em que saiu de Manaus e foi para o Libano. Tinha sido horrível. “Fui obrigado a me separar de todos, de tudo... não queria.”
A dor dele parecia mais forte que a emoção do reencontro com o mundo da infância. Ele molhou o rosto com a água do no e pediu que o canoeiro contornasse a Cidade Flutuante, onde já piscavam chamas de velas e de candeeiros. A floresta escurecia às nossas costas, e o clarão da cidade aumentava enquanto navegávamos na noite úmida. Eu via o rosto sério de Yaqub, e imaginei o que teria lhe acontecido durante o tempo em que viveu numa aldeia do sul do Libano. Talvez nada, talvez nenhuma torpeza ou agressão tivesse sido tão violenta quanto a brusca separação de Yaqub do seu mundo. Seu entusiasmo para redescobrir certas pessoas, paisagens, cheiros e sabores era logo sufocado pela lembrança dessa ruptura.
(Adaptado de: HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, edição eletrônica)
Do ponto de vista do narrador, causou uma “ruptura” na vida do personagem Yaqub
Atenção: Para responder às questões de números 6 a 10, baseie-se no texto abaixo.
Males de nossas sociedades
A enfermidade do Ocidente, mais do que social ou econômica, é moral. É verdade que os problemas econômicos são graves é não foram resolvidos. Também é certo que, apesar da abundância, a pobreza não desapareceu. Vastos grupo — as mulheres, as minorias raciais, religiosas e linguísticas - seguem sendo ou sentindo-se excluídos.
Porém, a verdadeira e mais profunda discórdia está na alma de cada um. O futuro se tornou a região do horror, e o presente se converteu num deserto. As sociedades liberais giram incansavelmente: não avançam, se repetem. Se mudam, não se transfiguram. O hedonismo do Ocidente é a outra face do seu desespero; o seu ceticismo não é uma sabedoria, e sim uma renúncia; o seu niilismo desemboca no suicídio e em formas degradadas de credulidade, como os fanatismos políticos e as quimeras da magia.
O lugar vazio deixado pelo cristianismo nas almas modernas não foi ocupado pela filosofia, mas pelas superstições e interesses mais grosseiros. Nosso erotismo é uma técnica, não mais uma arte ou uma paixão. O hedonismo contemporâneo desconhece a temperança: trata-se de um recurso de angustiados e desesperados, uma expressão do niilismo que corrói implacavelmente o Ocidente.
(Adaptado de PAZ, Octavio, 1978. Apud GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 141)
No contexto do 2º parágrafo, a frase Se mudam, não se transfiguram conserva seu sentido caso seja substituida por
Atenção: Para responder às questões de números 6 a 10, baseie-se no texto abaixo.
Males de nossas sociedades
A enfermidade do Ocidente, mais do que social ou econômica, é moral. É verdade que os problemas econômicos são graves é não foram resolvidos. Também é certo que, apesar da abundância, a pobreza não desapareceu. Vastos grupo — as mulheres, as minorias raciais, religiosas e linguísticas - seguem sendo ou sentindo-se excluídos.
Porém, a verdadeira e mais profunda discórdia está na alma de cada um. O futuro se tornou a região do horror, e o presente se converteu num deserto. As sociedades liberais giram incansavelmente: não avançam, se repetem. Se mudam, não se transfiguram. O hedonismo do Ocidente é a outra face do seu desespero; o seu ceticismo não é uma sabedoria, e sim uma renúncia; o seu niilismo desemboca no suicídio e em formas degradadas de credulidade, como os fanatismos políticos e as quimeras da magia.
O lugar vazio deixado pelo cristianismo nas almas modernas não foi ocupado pela filosofia, mas pelas superstições e interesses mais grosseiros. Nosso erotismo é uma técnica, não mais uma arte ou uma paixão. O hedonismo contemporâneo desconhece a temperança: trata-se de um recurso de angustiados e desesperados, uma expressão do niilismo que corrói implacavelmente o Ocidente.
(Adaptado de PAZ, Octavio, 1978. Apud GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 141)
Ao afirmar sua convicção de que a enfermidade do Ocidente é moral, o autor do texto