Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q3025366 Português

Leia atentamente o poema Coração numeroso, de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileira, para responder à questão.


Coração numeroso



Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.


Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.


Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.


O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.


ANDRADE, Carlos Drummond de. “Alguma poesia”. In: Poesia completa. Org. de Gilberto Mendonça Teles. Introdução de Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p.20-12.

A partir da leitura de Coração numeroso, é possível afirmar que:
Alternativas
Q3025365 Português

Leia atentamente o poema Coração numeroso, de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileira, para responder à questão.


Coração numeroso



Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.


Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.


Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.


O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.


ANDRADE, Carlos Drummond de. “Alguma poesia”. In: Poesia completa. Org. de Gilberto Mendonça Teles. Introdução de Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p.20-12.

Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – A partir da terceira estrofe, o eu-lírico passa por um processo de adaptação e assimilação do espaço. II – Não há, no poema, menção a elementos naturais. III – É possível afirmar que há uma construção identitária entre o eu-lírico e a cidade do Rio de Janeiro.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões):
Alternativas
Q3025364 Português

Leia atentamente o poema Coração numeroso, de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileira, para responder à questão.


Coração numeroso



Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.


Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.


Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.


O mar batia em meu peito, já não batia no cais.
A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.


ANDRADE, Carlos Drummond de. “Alguma poesia”. In: Poesia completa. Org. de Gilberto Mendonça Teles. Introdução de Silviano Santiago. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p.20-12.

Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – Nas duas primeiras estrofes, o eu-lírico é confrontado com uma realidade diferente da sua realidade habitual, o que lhe causa estranhamento.  II – A partir da leitura das duas primeiras estrofes, é possível afirmar que o eulírico sente nostalgia de Minas Gerais. III – Predomina nas duas primeiras estrofes um sentimento de deslocamento e solidão.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões):
Alternativas
Q3025315 Português

Leia atentamente o poema Legado, de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro, para responder à questão.


Legado
Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.


E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.


Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.


De tudo quanto foi meu passo caprichoso
Na vida, restará, pois o resto se esfuma,
Uma pedra que havia em meio do caminho.


(ANDRADE, Carlos Drummond de, Claro enigma, São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 19.) 

Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – O poeta valeu-se de um tom coloquial, marcado, por exemplo, pelo uso excessivo de interrogações. II – O poeta não se preocupou com a forma do poema, uma vez que os versos não têm rima. III – Em relação à sintaxe, a última estrofe foi escrita em ordem indireta.

É (São) incorreta(s) a(s) afirmação(ões): 
Alternativas
Q3025314 Português

Leia atentamente o poema Legado, de Carlos Drummond de Andrade, escritor brasileiro, para responder à questão.


Legado
Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.


E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.


Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém seu mais secreto espinho.


De tudo quanto foi meu passo caprichoso
Na vida, restará, pois o resto se esfuma,
Uma pedra que havia em meio do caminho.


(ANDRADE, Carlos Drummond de, Claro enigma, São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 19.) 

Leia atentamente as afirmações a seguir:
I – Ao longo do poema, o eu-lírico questiona o valor de sua obra. II – Predomina no poema certo otimismo em relação ao legado deixado pelo poeta. III – Em “Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.” ocorre a figura de linguagem pleonasmo.
É (São) correta(s) a(s) afirmação(ões):  
Alternativas
Respostas
246: B
247: A
248: D
249: D
250: C