Questões de Concurso Sobre crase em português

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Ano: 2014 Banca: MAGNUS Órgão: INES Prova: MAGNUS - 2014 - INES - Administrador |
Q2758237 Português
O emprego da crase é facultativo em:
Alternativas
Q2757406 Português

Texto para responder às questões de 01 a 13.


Peste Alada


Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja, mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores de doenças - como a dengue, que é causada por um vírus chamado DENV. O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela globalização, levou a dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.

Entra em cena o OX513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas). O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito. A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai reduzindo a população da espécie, até extingui-la. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do OX513A- que agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produziro mosquito.

O OX513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo. Em Juazeiro, a população de Aedes aegypti caiu 94% após alguns meses de tratamento com os mosquitos transgênicos. Em Jacobina, 92%. As outras formas de combate, como mutirões de limpeza, campanhas educativas e visitas de agentes de saúde, continuaram sendo realizadas. “Nós não paramos nenhuma ação de controle. Adicionamos mais uma técnica”, diz a bióloga Margareth Capurro, da USP, coordenadora técnica das experiências. Há indícios de que o mosquito transgênico funciona. Mas ele também tem seu lado polêmico. [...]

Mas, e se o mosquito OX513A sofresse uma mutação, e se tornasse imune ao gene letal? Afinal, é assim que a evolução funciona. Mutações são inevitáveis. [...] A Oxitec diz que não há risco. Ela estima que até 5% dos filhotes transgênicos poderão sobreviver ao gene letal, e chegar à idade adulta. Mas eles serão menores e mais fracos do que os mosquitos “selvagens”, e por isso não conseguirão se reproduzir. Mesmo se conseguirem, em tese não terão nenhuma característica que os torne mais perigosos que o Aedes comum. Além disso, como eles são criados em laboratório, seu DNA pode ser monitorado. “Os dois genes [que foram] inseridos são muito estáveis. A linhagem 0X513A foi criada em 2002, e até agora teve mais de cem gerações em laboratório, sem nenhuma mudança nos genes inseridos”, afirmou a empresa em nota enviada à SUPER.

Revista Superinteressante, edição 337, set de 2014

Assinale a opção em que o A deve receber acento grave como em: “chegar à idade adulta.”

Alternativas
Q2757334 Português

A bomba atômica e os jogos olímpicos


No exato momento em que no dia 6 de agosto de 2016 às 20 horas se inaugurarão os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, há 71 anos, no mesmo dia 6 de agosto de 1945 e na mesma hora correspondendo às 8h15 da manhã, será recordada, em Hiroshima no Japão, a nefasta data do lançamento da bomba atômica sobre a cidade. Vitimou 242.437 pessoas entre as que morreram na hora e as que posteriormente vieram a falecer em consequência da radiação nuclear.

O imperador Hirohito reconheceu, no texto de rendição no dia 14 de agosto, que se “tratava de uma arma que levaria à total extinção da civilização humana”. Dias após, ao aduzir, numa declaração ao povo, as razões da rendição, a principal delas era que a bomba atômica “provocaria a morte de todo o povo japonês”. Em sua sabedoria ancestral tinha razão.

A humanidade estremeceu. De repente deu-se conta de que, segundo o cosmólogo Carl Sagan, criamos para nós próprios o princípio de autodestruição. Não disse outra coisa Jean-Paul Sartre: “os seres humanos se apropriaram dos instrumentos de sua própria exterminação”. O grande historiador inglês, Arnold Toynbee, o último a escrever 12 tomos sobre a história das civilizações, aterrado, deixou escrito em suas memórias (Experiências 1969): “Vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade intra-histórica, capaz de ser traduzida em fato, não por um ato de Deus mas do homem”. O grande naturalista francês Thódore Monod disse enfaticamente: “somos capazes de uma conduta insensata e demente; pode-se a partir de agora temer tudo, tudo mesmo, inclusive a aniquilação da raça humana” (E se a aventura humana vier a falhar, 2000).

Com efeito, de pouco valeu o estarrecimento, pois continuaram a desenvolver armas nucleares mais potentes ainda, capazes de erradicar toda a vida do planeta e pôr um fim à espécie humana.

Atualmente há nove países detentores de armas nucleares que, conjuntamente, somam mais ou menos 17.000. E sabemos que nenhuma segurança é total. Os desastres de Tree Islands nos USA, de Chernobyl na Ucrânia e de Fukushima no Japão nos dão uma amostra convincente.

Pela primeira vez um Presidente norte-americano, Obama, visitou há dias, Hiroshima. Apenas lamentou o fato e disse: “a morte caiu do céu e o mundo mudou... começou o nosso despertar moral”. Mas não teve a coragem de pedir perdão ao povo japonês pelas cenas apocalípticas que lá ocorreram.

Vigora uma vasta discussão mundial sobre como avaliar tal gesto bélico. Muitos pragmaticamente afirmam que foi a forma encontrada de levar o Japão à rendição e poupar milhares de vidas de ambos os lados. Outros consideram o uso desta arma letal, na versão oficial japonesa, como “um ato ilegal de hostilidade consoante as regras do direito internacional”. Outros vão mais longe e afirmam tratar-se de um “crime de guerra” e até de “um terrorismo de Estado”.

Hoje estamos inclinados a dizer que foi um ato criminoso anti-vida, de nenhuma forma justificável, pois, pensando em termos ecológicos, a bomba matou muito mais do que pessoas, mas todas as formas de vida vegetal, animal e orgânica, além da destruição total dos bens culturais. Geralmente as guerras são feitas de exércitos contra exércitos, de aviões contra aviões, de navios contra navios. Aqui não. Tratou-se de uma “totaler Krieg” (guerra total) no estilo nazista de matar tudo o que se move, envenenar águas, poluir os ares e dizimar as bases físico-químicas que sustentam a vida. Porque Albert Einstein tinha consciência desta barbaridade se negou a participar no projeto da bomba atômica e a condenou, veementemente, junto com Bertrand Russel.

Ao lado de outras ameaças letais que pesam sobre o sistema-vida e o sistema-Terra, este nuclear continua sendo uma dos mais amedrontadores, verdadeira espada de Dâmocles colocada sobre a cabeça da humanidade. Quem poderá conter a irracionalidade da Coréia do Norte de deslanchar um ataque nuclear avassaladora?

Há uma proposta profundamente humanitária que nos vem de São Paulo, da Associação dos Sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki (chamados de hibakusha, presume-se que haja uns 118 no Brasil), animada pelo militante contra a energia nuclear Chico Whitaker que no dia 6 de agosto, no momento da abertura dos Jogos Olímpicos, faça-se um minuto de silêncio pensando nas vítimas de Hiroshima. Mas não só. Também voltando nossas mentes para a violência contra as mulheres, os refugiados, os negros e pobres que são sistematicamente dizimados (só no Brasil em 2015 60 mil jovens negros), os indígenas, os quilombolas e os sem-terra e sem-teto, em fim, todas as vítimas da voracidade de nosso sistema de acumulação.

O prefeito de Hiroshima, nesse sentido, já encaminhou carta ao Comité Organizador dos Jogos no Rio de Janeiro. Esperamos que ele se sensibilize e promova esse grito silencioso contra as guerras de todo tipo e pela paz entre todos os povos.


(Leonardo Boff. Disponível em: http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2016/06/11/a-bomba-atomica-e-os-jogos-olimpicos/.)

Em “O imperador Hirohito reconheceu, no texto de rendição no dia 14 de agosto, que se ‘tratava de uma arma que levaria à total extinção da civilização humana’.” (2º§), a crase está corretamente empregada. Assinale, a seguir, a alternativa em que o uso do acento indicador de crase é facultativo.

Alternativas
Q2757021 Português

Leia o texto 1 para responder às questões de 01 a 05.

Texto 1

Quanto a isto, não tenho como mentir: nasci. Há documentos a respeito. Provam que nasci

a 23 de março de 1937, na cidade de Porto Alegre; mais precisamente, na Beneficência

Portuguesa, um dos prédios mais antigos desta cidade, que, como muitas outras cidades

brasileiras, tem escassa memória. Nasci, sim. “Logo depois que nasci correu pela

05 vizinhança que eu me chamava Mico...” Estas linhas, se bem as lembro – e bem as lembro,

sim! – faziam parte de meu primeiro texto, escrito em papel de embrulho: uma autobiografia,

muito precoce e necessariamente curta, pois eu não teria mais de seis anos. Alfabetizado

precocemente por minha mãe, que era professora primária, eu optara por escrever, ao invés

de jogar futebol (também jogava futebol, na calçada da minha rua; longas partidas, em que

10 eram marcadas dezenas de gols; mas o futebol era – é – realidade, uma realidade

terrivelmente importante neste país; e à realidade eu preferia a ficção. A narrativa). Mico.

Este apelido me marcou, pois os nomes marcam as pessoas. Todos os Brunos são fortes,

todos os Betos são irrequietos – tenho um filho chamado Beto, sei disto. Mico – o que é que

eu podia esperar da vida? Mico. Nunca conheci ninguém com este apelido. Na minha rua

15 havia um Mike, e depois tive um amigo chamado Micão, mas Mico, de macaco, era só eu.

Por causa deste apelido, acho, nunca pude me levar a sério. Felizmente. Nada mais chato

que um sujeito que se leva inteiramente a sério. Cada vez que me julgo importante, por ser

escritor, ou por ser médico, ou por escrever no jornal, uma vozinha debochada me chama à

realidade – que besteiras são essas que andas escrevendo, Mico? – e me faz lembrar que é

20 preciso ser humilde. Nascido em Porto Alegre, passei parte de minha infância na cidade de

Passo Fundo, onde meu pai tinha um bazar. (Tinha mesmo? Preciso perguntar a ele.

Preciso perguntar muitas coisas a ele. Não o faço por medo que não saiba responder. Ou

por medo de que saiba responder. Ou por medo, simplesmente. Diante de nossos pais,

somos sempre crianças. Somos sempre o Mico.)

25 De Passo Fundo lembro uma cena, que depois dei, generosamente, a um personagem

(Benjamim – Os Voluntários). Tinha – tenho – três, quatro anos. Caminho por minha rua;

vou apressado. Nuvens ameaçadoras se acumulam no céu, vem um temporal, preciso

chegar logo em casa. Os primeiros grossos pingos caem; mas neste momento avisto na

calçada coisinhas – baganas de cigarro, fósforos queimados. Pobrezinhas, ali expostas à

30 chuva, quem cuidará delas? Olho ao redor. Há uma porta aberta. Por acaso ou não, é a

porta da Delegacia de Polícia, símbolo, para mim, do Poder. Sem vacilar, sem me importar

com a chuvarada torrencial, entrego-me à tarefa de recolher baganas e fósforos para o

vestíbulo da Delegacia. Faço-o chorando; não sei se de alegria, ou de dor, ou de medo.

Choro, ao recolher os dispersos para o que agora poderá ser sua Casa.

(SCLIAR, Moacyr. Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo: Ed. Nacional, 1984, p. 9-11. Fragmento.) Disponível em: <http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/minha_mae_nao_dorme_2011.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016.

Sobre a utilização da crase ao longo do texto 1, analise as opções em que a crase foi utilizada por exigência da comparação realizada pelo termo regente e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.


( ) “[...] à realidade eu preferia a ficção [...]” (linha 11)

( ) “[...] me chama à realidade [...]” (linha 18-19)

( ) “[...] ali expostas à chuva [...]” (linhas 29-30)

( ) “[...] entrego-me à tarefa [...]” (linha 32)


A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é

Alternativas
Q2756201 Português

As questões de 1 a 5 têm como base o texto abaixo. Leia-o com atenção.


Amai o próximo, etc...


Atendo o telefone na minha casa. “Victor está?” diz a voz do outro lado sem sequer um alô, um por favor, nada. Eu, amável, informo que Victor não está nem pode estar porque não mora aqui. O outro bate o telefone na minha cara. Dois minutos, e o telefone toca novamente. “Quero falar com Victor” vem a mesma voz. “O senhor é muito mal-educado”, ataco logo para não lhe dar tempo de desligar. “Acabou de ligar, nem me agradeceu, nem me pediu desculpas, e bateu com o telefone. Como já lhe disse, Victor não mora aqui.” A voz se faz mais mansa, “A senhora desculpe. Muito obrigado.” E desliga.

Exulto. Ponto a favor da educação. Pois, se com medo de infligir-lhe as regras, sempre me abstenho de reprimendas desse tipo, é justamente para mantê-las vivas – as regras, não as reprimendas – que convém fazê-las.

Digo obrigada ____ caixa do supermercado, que não me responde. Peço por favor ao funcionário do guichê que nem levanta os olhos para a minha pessoa. Dou bom-dia ao sujeito do açougue que parece não entender de que dia ou de que qualidade estou falando. Sou uma otária? Não, sou uma resistente.

Minha amiga Claudine de Castro, socialite das mais elegantes, publicou um livro de etiqueta. Uma graça o livro, bem-humorado, prático. Fui ao lançamento. Todos ali éramos veteranos praticantes daquilo que se chamava “boas maneiras”. Um bando de micos-leões-dourados, pensei. Ameaçados de extinção. Uma amiga comum comentou que daria o livro ao sobrinho, ela não precisava. “Os jovens” acrescentou, “andam muito mal-educados”.

Os jovens? Não era jovem o senhor bem vestidérrimo que quase me segurou no meio da rua, interrompendo minha marcha célere, para pedir orientação ____ respeito de um endereço. Orientação fornecida, o cavalheiro, que certamente não fazia jus ____ definição, partiu sem dizer água vai. E fiquei eu, no resto da manhã, irritada pela brutalidade.

No Japão, a primeira expressão que me ensinaram quando cheguei foi sumi-masen. Equivale ao nosso por favor. Para ajudar-me a gravar essa chave fundamental em qualquer situação, sugeriram que lembrasse da nossa tão frequente corrupção e dissesse em português: sumiu mais cem. Cravou-se, indelével, na minha memória. E dela lancei mão infinitas vezes, com aquela segurança com que se saca um ás da manga. Nunca conheci povo tão bem-educado. Todos te atendem sorridentes. Todos te ajudam. Ninguém te esbarra. Ninguém te esbarra mesmo em meio ____ multidão. E multidão é coisa frequente no Japão. Sem grandes antropologismos, podemos deduzir que ____ viver tantos em país tão pequeno ou se entredevoravam ou se educavam. Preferiram educar-se.

Entre nós, os livros de etiqueta como o de Claudine vendem feito pão. Ânsia de educar-se para sobreviver? Não, necessidade de aprender as regras para ascender. Os recém-chegados ______ mesas de muitos talheres – e há sempre levas novas que chegam e mesas novas são postas – querem saber que garfo pegar. Pena que o garfo certo não seja fundamental, ou sequer importante, para a boa educação. Boa educação sendo, por exemplo, aquela que as pessoas da roça, de tão poucos talheres e tão pouca comida no prato, praticam com doçura e naturalidade. Cumprimentar o desconhecido com quem se cruza na trilha, coar café ou oferecer água ao visitante que chega.

Dar atenção é a essência da boa educação. Só isso. Em vez do humilde “por favor”, deveríamos dizer: peço a sua atenção. Pois não é favor algum atender o semelhante que precisa de nós. E nenhum contato pode ser gentil sem atenção. No entanto, em todas as línguas, quando se quer ser educado é por favor que se pede, ou desculpas, pois está estabelecido que necessitar do outro, tirar o outro do seu rumo por instantes é algo quase inconveniente, pelo qual devemos nos penitenciar. Convenhamos, há um erro de base. Ou, se quisermos ir um pouco mais além no sentido desses mínimos encontros, há uma lamentável regra de desamor.


COLASANTI, Marina. Antologia de crônicas – Crônica brasileira contemporânea. Organização de Manuel da Costa Pinto. São Paulo: Salamandra.

Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE as lacunas do texto, na ordem em que aparecem.

Alternativas
Respostas
271: C
272: D
273: A
274: A
275: B