Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2051484 Português

A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


Previdência Social: Reflexões e Desafios

Por José Pimentel, Ministro da Previdência Social 



(Disponível em: http://sa.previdencia.gov.br/site/arquivos/office/3_100202-164641-248.pdf – texto adaptado

especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que apresenta palavra que poderia substituir corretamente o vocábulo “resolutivo” (l. 10), sem causar alteração significativa ao sentido original do trecho em que ocorre. 
Alternativas
Q2051129 Português
TEXTO 1

O cientista e o 'inimigo do povo'

Peça de Ibsen encenada em SP traz embate entre ciência, política e negócios

       Um médico da comunidade, sanitarista e cientista, descobre que as águas da estação balneária da cidade estão contaminadas. As amostras são analisadas nos microscópios da universidade, já que os micróbios não eram visíveis a olho nu. Frequentadores do balneário, em busca de saúde, estavam ficando doentes. O médico coleta a água e em sigilo envia para a universidade fazer as análises. Com a evidência científica em mãos, pede que o alerta seja dado a todos e que providências públicas sejam tomadas. Ele envia a notícia para ser publicada no jornal local, o que evitará que novos turistas se contaminem. O balneário, que é uma empresa privada S.A., deverá fazer novas obras para captar águas limpas noutro ponto e então reabrir as portas. O diagnóstico e a solução parecem corretos e exequíveis. Mas a posição pró-esclarecimento, favorável à saúde pública e baseada em evidência científica, irá sofrer um forte revés.

        A peça de Henrik Ibsen, escrita há 140 anos, é assombrosamente atual. Em cartaz em São Paulo no Teatro Aliança Francesa nos últimos dois meses, a montagem, dirigida por José Fernando de Azevedo, professor da ECA-USP, tem como protagonista um ator negro, Rogério Brito, que interpreta com paixão (e razão) o sanitarista Doutor Thomas Stockmann, e o traz para os dias atuais – o que introduz ao texto de Ibsen uma nova dimensão de raça, tempo e lugar.

[...]

       O médico/cientista negro é o portador da liberdade de pensamento, do esclarecimento, da defesa da vida e da dignidade humana – contra os interesses dominantes. Personagem e ator que se entrelaçam com o Brasil atual, seja com a missão de médicos cubanos, seja com a ampliação de negros nos cursos de medicina, graças às políticas afirmativas e de acesso por cotas. Se a empatia com o protagonista aumenta, por ele ser negro, não há dúvida de que o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida. As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.

      O médico é o protagonista imbuído da verdade, mas despreparado para entender o jogo de poder e interesses que o cercam, daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios que farão frente à sua descoberta. No texto dramático, Ibsen não apenas faz o elogio à ciência, mas ao livre pensamento e à capacidade de defender causas e posições novas, levadas à frente por minorias e que ainda não foram compreendidas pelas multidões, quase sempre manipuladas pelos donos do poder, do dinheiro e da mídia. [...] A reação conservadora é rápida e atua em bloco: domina as notícias, recusa as evidências científicas (como acreditar no que "não se vê a olho nu"?), trata o médico como louco: ele paga com linchamento moral, apedrejamento de sua casa, demissão e despejo.

       A montagem de José Fernando, no entanto, inverte o jogo, sem desrespeitar o texto original. Em uma das últimas cenas, Ibsen constrói uma assembleia, convocada pelo doutor Stockmann, uma vez que o jornal local e as associações de comerciantes não lhe dão voz, para convocar a população e falar a verdade. Ibsen imaginou a cena em palco, com atores formando a assembleia que vocifera, interrompe e ataca o médico. Mas, na montagem brasileira, a assembleia passa a ser composta pelo próprio público da peça. Atores sentados no meio da plateia tentam seguir o texto de Ibsen, de linchamento moral do médico, mas o público de fato reage e o defende, contracenando e invertendo o resultado: a plateia no Aliança Francesa vota ao final pela verdade e em defesa do cientista negro. Resta ao prefeito e ao presidente da associação de proprietários manipular o resultado da votação, voltando a condenar o médico como "inimigo do povo", para que a peça possa seguir o texto original.

      O momento, contudo, traz o aprendizado da plateia sobre o que vê e sua capacidade de se indignar, reagir e escolher o lado certo – que é derrotado no texto, mas não na vida. De algum modo, esse levante do público, não para aderir, mas para se insurgir contra o negacionismo e as forças do atraso, traz mais uma vez Ibsen para a atualidade. Afinal, a arte segue iluminando a vida. Quem será o verdadeiro "inimigo do povo"?


Pedro Arantes, Soraya Smaili, Maria Angélica Minhoto. Andres Sandoval/SoU_Ciência. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/blogs/sou-ciencia/2022/05/o-cientista-e-o-inimigo-do-povo.shtml Acesso 06/05/22. Adaptado.
Acerca do significado que certas expressões assumem no Texto 1, analise as afirmativas a seguir.
1. No trecho: “O balneário, que é uma empresa privada S.A.,” (primeiro parágrafo), a expressão destacada ressalta a ideia de que o balneário tem interesses opostos à esfera pública.
2. No trecho: “o discurso científico do sanitarista e o jaleco branco são raramente associados no Brasil a peles negras – o que produz uma dissonância de partida.”, a expressão destacada deve ser compreendida como „um estranhamento inicial‟.
3. Releia: “As leituras de raça e gênero são diversas na montagem, com metade do elenco negra, incluindo um dos antagonistas, evitando maniqueísmos étnicos.”. Conforme os autores, um elenco em que todos os atores fossem negros ou todos os antagonistas fossem brancos caracterizaria „maniqueísmo étnico‟.
4. Em: “daí certa ingenuidade idealista que o torna um herói quixotesco diante das forças da ordem e dos negócios”, o tópico sublinhado significa o mesmo que „herói folhetinesco‟.
Estão CORRETOS:
Alternativas
Q2051061 Português
TEXTO 1

'É COMO USAR DROGAS': POR QUE AS PESSOAS ACREDITAM E COMPARTILHAM FAKE NEWS?
Felipe Souza
BBC News Brasil em São Paulo, 26 outubro 2018


      Desde as eleições que elegeram o presidente americano Donald Trump em 2016, a expressão fake news se espalhou mundialmente. Com a popularização dos computadores e smartphones, boa parte da população brasileira tem acesso a redes sociais, como Facebook e WhatsApp, diariamente e se tornou alvo de uma avalanche de notícias falsas disparadas a todo momento.

       Mas além de receber e acreditar em memes, fotos, vídeos e textos falsos, parte da população também compartilha esses arquivos com amigos, familiares e até mesmo em grupos de pessoas desconhecidas. Afinal, por que tanta gente acredita em fake news?

    Em entrevista à BBC News Brasil, o psiquiatra e diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria, Claudio Martins, afirmou que as pessoas que compartilham notícias falsas experimentam uma sensação de bem-estar semelhante à de usar drogas.

   "Quando a pessoa recebe uma notícia que a agrada, são estimulados os mecanismos de recompensa imediata do cérebro e dão uma sensação de prazer instantâneo, assim como as drogas. Ocorre uma descarga emocional e gera uma satisfação imediata. Isso impulsiona a pessoa a transmitir compulsivamente a mesma informação para que seu círculo de amizades sinta o mesmo. Por isso, há os encaminhadores compulsivos", explica o psiquiatra.

    Segundo Claudio Martins, essa sensação de euforia causada pelas notícias falsas impede o desenvolvimento de um senso crítico em quem as recebe. É a "infantilização emocional", que faz com que poucas pessoas se preocupem em checar a origem ou a veracidade da informação.

   O psiquiatra explica ainda que esse movimento causa uma angústia que leva a pessoa a imaginar que é portadora de uma novidade que deve ser contada com extrema urgência. O sentimento, explica ele, é o mesmo quando alguém ouve uma fofoca.
    "Ela, então, transmite informações não checadas, capazes de gerar uma curiosidade ampliada em outras pessoas, além de um alto nível de identificação e propagação de conteúdo. O campo da política é muito propício para esse fenômeno. Uma certeza é que as fake news são um fenômeno novo que atrai pessoas com transtornos de personalidade sérios. Ele é muito simplório e vai ser cada vez mais estudado", afirmou.

Futebol, religião e política

        Em uma analogia com futebol e religião, o psiquiatra explica que a política é um assunto tratado como uma crença por parte da população.

     "O ser humano tem essa tendência a buscar essas crenças, mágicas. Quando ele recebe correntes de pensamento político, incorpora aquilo como uma verdade absoluta, amplia e divulga para reforçar sua satisfação. Ele usa o mecanismo para compartilhar sem pensar. Muitas vezes, acaba repassando até para grupos que nem tratam do assunto", afirma.

     Assim como no futebol, o psiquiatra explica que a política funciona no cérebro de parte da população como um sistema de projeção em que o indivíduo se sente como se fosse o próprio candidato. "Se o meu time marca um gol ou ganha um título é como se o gol fosse meu e o título também. É inclusive assim que comento com os amigos", compara o psiquiatra.

    Claudio Martins diz que o problema dessa crença é que as pessoas que recebem informações sobre política não querem saber se são verdadeiras. "Ela age com impulsividade. Não pesquisa, não quer saber quem mandou. Só pensa em dar impacto àquela informação que ela recebeu, como se fosse algo exclusivo, e numa impulsão, ela repassa aquilo como se fosse algo que vai alterar a realidade do mundo." 

     "Crença é algo muito difícil de combater, principalmente nos espaços mais radicais. A crença religiosa é tão forte quanto a política, gera uma cegueira. A religiosa não tem evidências científicas, mas para quem crê isso não interessa porque ela não busca evidências que possam comprovar um sentido. A pessoa apenas incorpora aquilo como uma necessidade de ter a idealização de alguém ou grupo político que possa suprir suas carências porque o ser humano é muito carente. Quando a pessoa está necessitada, ela deseja ter um super protetor", afirmou.
         O codiretor do Instituto Tecnologia e Equidade, Thiago Rondon, diz que os produtores de notícias falsas sabem disso e têm dois objetivos como estratégia ao criar suas correntes: gerar medo e emergência. Segundo ele, essa situação de alarde é vital para que as pessoas repassem a informação.
       "É necessário tomar medidas estruturais para evitar que essa situação se agrave. Uma delas é que nosso sistema educacional discuta esse tipo de assunto nas escolas. É necessário fortalecer as pessoas com consciência e educação desde cedo. A gente precisa se organizar para se adequar a esse mundo digital. A solução não é bloquear o uso de aplicativos de troca de mensagens, pois esses lugares são excelentes para troca de ideias e debates. Ações assim são um erro em relação a liberdades", afirmou.

        Ele afirma também que deve haver mecanismos mais eficientes para combater notícias falsas. Um deles é dar ferramentas para que a população as identifique por conta própria.

        "É necessário mudar a forma de se comunicar, não apenas negando e desmentindo informações porque elas dificilmente vão ter o mesmo alcance da fake news. Por exemplo, no primeiro turno deste ano um boletim de urna (compartilhado no WhatsApp) mostrava um dos candidatos com mais de 9 mil votos registrados. O TSE poderia divulgar como o eleitor pode ter acesso a esses documentos, usar o aplicativo oficial e confirmar se aquela informação é real", afirmou Rondon.

Analfabetismo digital e bolhas ideológicas

      O diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria diz que a crença em fake news é um fenômeno sociocultural que envolve diversos fatores de alta complexidade. Entre os mais relevantes, ele cita o analfabetismo digital da população brasileira, já que a popularização da internet e a chegada do WhatsApp são recursos novos para boa parte dos cidadãos.

      "Isso demonstra claramente uma falha na educação digital que precisa ser corrigida com urgência. Prova que há uma ausência de educação digital no Brasil", afirmou.

         Os especialistas ouvidos pela reportagem apontam ainda que a formação de bolhas ideológicas nas redes também facilita a propagação de notícias falsas. O psiquiatra faz uma nova analogia com times de futebol para explicar o fenômeno.

        "As pessoas procuram estar perto dos pertencentes aos grupos que se identificam. Isso é natural. Se o cara é palmeirense, ele vai tentar andar com o grupo dos palmeirenses. Isso não tem nenhum problema. O problema é quando a gente perde a capacidade de senso crítico, fica cego, e perde a habilidade de saber se os palmeirenses estão mentindo", afirmou.

[...]

Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45767478 Acesso: 26 out. 2018 (Adaptado).
As palavras em destaque podem ser substituídas pelas que estão entre parênteses, sem alteração do sentido original no Texto 1, EXCETO em: 
Alternativas
Q2050057 Português
Respeitai-vos uns aos outros

Stephen Kanitz

    “Amai-vos uns aos outros” (João 13,34) é um comando religioso claro e inequívoco, mais conhecido do que os dez mandamentos. É um mandamento exigente, difícil de cumprir. Se a paz mundial depender da incorporação desse valor, o futuro não será muito otimista. Estamos nestes 2.000 anos caminhando no sentindo inverso, a cada dia que passa.
    Não sou estudioso de religião. Portanto, aceitem esses comentários com as devidas reservas. Minha singela observação é repetir o que todo administrador constata em sua vida secular: metas muito elevadas acabam tendo um efeito contrário ao que se deseja. Talvez seja isso o que está acontecendo no mundo cristão, a meta é ambiciosa demais.
    Ou, talvez, alguém ____ 2.000 anos ___________________ tenha errado na tradução do hebraico. Em vez de “Amai-vos uns aos outros”, a tradução correta deveria ter sido “Respeitai-vos uns aos outros”. Um mandamento mais brando, mais fácil, é um bom começo para voos mais altos.
     Respeitar as nossas diferenças como seres humanos, nossas culturas, nossas religiões e nossos tiques individuais é bem diferente de amar a cultura, a religião, e os tiques nervosos do próximo. Posso perfeitamente respeitar uma pessoa diferente e estranha, embora nunca pretenda amá-la.
    Não vejo como alguém criado com preconceitos possa passar ____ amar seu concidadão, um salto quântico impossível. Mas ensinar nossos jovens a pelo menos respeitar o negro, o oriental, o gay é uma meta mais factível do que amá-los.
    Nunca ouvi um líder negro exigir ou pedir o amor dos brancos. O que ouvimos das lideranças negras é um pedido de mais respeito, alguns chegam a exigir “um mínimo de respeito”.
    A que ponto chegamos! ________ não tentamos criar uma sociedade em que ______ o “máximo” de respeito e deixamos o amor para os jovens apaixonados?
    Teólogos ortodoxos irão argumentar que ser cristão é para quem pode, não para quem quer. Padrões éticos e religiosos são para ser seguidos e não relaxados, só _________ ninguém consegue cumpri-los. Seria um desastre reduzir o nível ético só para aumentar o número de devotos, algo que muitas religiões estão fazendo. Mas não deixa de ser um desastre a falta generalizada de respeito mútuo que o mundo atravessa hoje.
    Um dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil, Rolim Amaro, um amigo de quem sinto uma enorme saudade, nasceu extremamente pobre. Ele me confessou que o pior da pobreza não era a fome, o frio nem as privações materiais. “O pior é o desrespeito. O desrespeito dos mais ricos, dos funcionários públicos, da classe média arrogante.”
    Ninguém é pobre porque quer. A pobreza já rebaixa muito a autoestima e reforça essa condição de pobreza. E a última coisa de que um pobre precisa é ter de aturar o desrespeito dos outros. Trate um pobre com respeito e você estará de imediato aumentando sua autoestima, o que é um início da solução de seus problemas.
    Quem não aceita acumular riqueza e poupança para a velhice é intelectual de universidade, que curiosamente tem um salário e aposentadoria integral garantidos.
    O Brasil vem sendo governado por oligarquias intolerantes e intelectuais arrogantes que não respeitam nem ouvem a opinião de ninguém. Não é por acaso que nossa autoestima como nação está lá _____________ e a arrogância dos donos do poder está lá em cima.
    Governos que não respeitam a opinião de seus cidadãos acabam com populações que não respeitam seus governos. É o fim da democracia. Vamos começar o ano com uma meta mais light, menos exigente.
    Vamos começar respeitando-nos uns aos outros.
    Feliz ano novo, com todo o respeito.
Em todas alternativas a palavra destacada está corretamente interpretada, de acordo com o seu sentido no texto, EXCETO em:
Alternativas
Respostas
3006: B
3007: C
3008: A
3009: B
3010: D