Questões de Vestibular
Sobre os pré-socráticos em filosofia
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“São apresentados aqui os resultados das investigações de Heródoto de Halicarnassos, para que a memória dos acontecimentos não se apague entre os homens com o passar do tempo; e para que os feitos maravilhosos e admiráveis dos gregos e dos bárbaros não deixem de ser lembrados, inclusive as razões pelas quais eles guerrearam uns contra os outros”.
HERÓDOTO. História, I, 1. – 3ª ed. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1988, p. 20 (Texto adaptado).
Assim como a Filosofia, a narrativa de Heródoto testemunha a transição do mito ao logos porque
(SÓLON, fr. 9, in: RAGUSA, Giuliana; BRUNHARA, Rafael. Elegia grega arcaica. Araçoiaba da Serra: Editora Mnema, 2021).
Com base no texto, analise as assertivas a seguir e marque V para as verdadeiras e F para as falsas.
( ) A pólis se sustenta na ignorância do povo. ( ) O poder de um só produz a ignorância. ( ) A ignorância causa a escravidão do povo. ( ) A pólis não pode apoiar-se na ignorância.
A sequência correta, de cima para baixo, é
“É que, realmente, jovem feliz, nos vemos frente a uma questão extremamente difícil. Afinal, mostrar e parecer sem ser, dizer algo, entretanto, sem dizer com verdade, são maneiras que trazem grande dificuldades... Que modo encontrar, na realidade, para dizer ou pensar que o falso é real sem que, já ao dizer isso, nos encontramos enredados numa contradição? [...] A audácia dessa afirmação é supor o não ser como ser; e, na realidade, nada pode ser dito falso sem esta condição”.
PLATÃO. Sofista, 236e-237-a. São Paulo: Abril Cultural, 1972. Coleção Os Pensadores (Texto adaptado).
Segundo o Estrangeiro, a dificuldade dessa afirmação, sua contradição inicial, a ser elucidada na continuidade do diálogo, estaria em que
Não vos deixeis enganar! É vossa curta vista, não a essência das coisas, que vos faz acreditar ver terra firme onde quer que seja no mar do vir-a-ser e perecer. Usais nomes das coisas, como se estas tivessem uma duração fixa: mas mesmo o rio, em que entrais pela segunda vez, não é o mesmo da primeira vez.
(HERÁCLITO DE ÉFESO. Coleção Os Pensadores. Vol. I. São Paulo: Victor Civita, 1973, p. 109.)
Com base no texto e no conhecimento sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, considere as seguintes afirmativas: 1. Em todas as coisas, tem-se a constante transformação e não realidades fixas. 2. Os olhos e os ouvidos são más testemunhas para os homens. 3. A ideia de que tudo se transforma diz respeito ao mundo físico, sendo que em sua essência as coisas não se alteram. 4. O vir-a-ser e o perecer conduzem as pessoas ao engano.
Assinale a alternativa correta.
“Os grandes cientistas de Tales a Demócrito e Anaxágoras costumam ser descritos nos livros de história ou de filosofia como ‘pré-socráticos’, como se sua principal função fosse sustentar a fortaleza filosófica até o advento de Sócrates, Platão e Aristóteles, e talvez influenciá-los um pouco. Na verdade, os antigos jônios representam uma tradição diferente e bastante questionadora, muito mais compatível com a ciência moderna.”
SAGAN, Carl. A espinha dorsal da noite. In: Cosmos. Trad. bras. Paulo Seiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
É implícita a essa passagem de Carl Sagan (1934- 1996) acerca do surgimento e da história da filosofia grega a visão de que
“Foi somente após se desarticularem a visão tradicional do mundo e as normas costumeiras de vida que os gregos começaram a sentir as necessidades que a filosofia da natureza e da conduta procuram satisfazer”.
Burnet, J. A aurora da filosofia grega. Trad. bras. Vera Ribeiro. Rio de janeiro: Editora PUC-Rio, 2006.
No que diz respeito ao surgimento da filosofia na Grécia, a tese de John Burnet defende que
Dentre as características desse primeiro período da filosofia grega destaca-se
Analise a letra da canção “O Quereres”, de Caetano Veloso.
Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah, bruta flor do querer Ah, bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito E onde queres ternura, eu sou tesão Onde queres o livre, decassílabo E onde buscas o anjo, sou mulher Onde queres prazer, sou o que dói E onde queres tortura, mansidão Onde queres um lar, revolução E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor Construir-nos dulcíssima prisão Encontrar a mais justa adequação Tudo métrica e rima e nunca dor Mas a vida é real e é de viés E vê só que cilada o amor me armou Eu te quero e não queres como sou Não te quero e não queres como és
Ah, bruta flor do querer Ah, bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo E onde queres romance, rock'n roll Onde queres a Lua, eu sou o Sol E onde a pura natura, o inseticídio Onde queres mistério, eu sou a luz E onde queres um canto, o mundo inteiro Onde queres quaresma, fevereiro E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assim Infinitivamente pessoal E eu querendo querer-te sem ter fim E, querendo-te, aprender o total Do querer que há, e do que não há em mim
A canção de Caetano Veloso fala de relação entre pessoas que se querem, realçando as contradições entre elas. Essa forma singular de ver o amor nos remete a concepções da filosofia pré-socrática, as quais dialogavam entre si sobre o princípio de todas as coisas.
Com qual concepção ou filósofo a canção de Caetano tem afinidade?
( ) A filosofia pré-socrática desenvolveu-se, fundamentalmente, como cosmologia.
( ) Os primeiros filósofos pré-socráticos foram também chamados de sofistas.
( ) Tales de Mileto é considerado, pelos historiadores da filosofia, como o primeiro filósofo grego, tendo se tornado conhecido por defender a tese segundo a qual a água é o maior dom de Deus para a humanidade.
( ) Opondo-se aos mitos, os primeiros filósofos gregos, também chamados de pré-socráticos, desenvolveram rigorosos métodos de comprovação de suas teorias sobre o universo, o que lhes assegurou o reconhecimento como fundadores da cosmologia crítica.
(Herbert Emanuel, do Livro “Nada ou Quase Uma Arte”)
O poema faz referências explícitas a um filósofo pré-socrático. Na história da filosofia, entende-se por pré-socráticos aqueles filósofos que antecederam a Sócrates. Entre as alternativas abaixo, assinale a que contém somente filósofos pré-socráticos
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-se de uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela origem da massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o conceito de
arqué, desenvolvido pelos primeiros pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito
LÉGEIN
“O rio incendiado de Heráclito fluichameja por todos os lados como verbum como ratio como mundo e mel amargodoce”
(Herbert Emanuel, do livro Nada ou quase uma Arte. São Paulo: Ed. Scortecci, 1997.)
O texto e o poema acima expressam algumas características do pensamento do filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso (séc. VI a.C). Com base na leitura dos mesmos e de seus conhecimentos de filosofia, marque a alternativa incorreta.
Com base no que foi dito, é CORRETO afirmar.
Alguns filósofos pré-socráticos, como Demócrito e Leucipo, defendiam a existência de elementos indivisíveis na natureza, denominados“átomos".
A filosofia pré-socrática era voltada à explicação de questões éticas, como a felicidade e a virtude.
Os filósofos pré-socráticos, também chamados naturalistas, investigavam causas materiais para a natureza, como a água, o fogo e o átomo.