Questões de Vestibular
Sobre questão fundiária em geografia
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Leia o texto abaixo e, em seguida, analise o cartoon.
Finalmente, o Brasil, país onde a reforma agrária deveria ter sido o complemento da libertação dos escravos, há cento e vinte anos. Na falta da reforma, foi impossível evitar a dicotomia – modernidade/atraso – que caracteriza a sociedade brasileira atual e impede o seu desenvolvimento econômico, social e político. O primeiro intento de romper esse quadro estrutural data dos anos 1960 e foi esmagado pelo Golpe Militar de 1964. O segundo, em 1984, dilui-se pelo comprometimento dos políticos com a poderosa classe dos grandes proprietários de terras.
MARTINS, Mônica Dias. O Banco Mundial e a terra: ofensiva e resistência na América Latina, África e Ásia. São Paulo: Viramundo, 2004. p. 13

Fonte: Disponível em: <http://www.fabianocartunista.com/2014/01/latifundio-e-reforma-agraria.html >. Acesso em: 15 set. 2016. Em relação à estrutura fundiária do Brasil, e com base no texto e no cartoon anteriores, podemos afirmar: I – Um dos grandes problemas agrários é a extrema concentração de terra na figura do latifúndio subutilizado. II – A concentração de terra está relacionada ao modelo adotado desde o início da colonização, o da agricultura patronal. III – A concentração de terra é maior nos estados da região Sul. IV – Na região Norte, devido à extensão da Floresta Amazônica, predominam os minifúndios. V – Ao longo de décadas, megapropriedades serviram como reserva de valor ou para afirmação de poder político e econômico.
Assinale a alternativa CORRETA.
Leia abaixo trechos de uma reportagem publicada na versão on-line do jornal O Globo de 24/05/2018:
Assassinatos em conflitos de terra subiram 15% em 2017, diz relatório: segundo Comissão Pastoral da Terra, Pará lidera ranking de violência no campo
“O conflito de terra marca a batalha entre a luta pela moradia e o direito de propriedade no interior do Brasil. Grupos de indígenas, quilombolas e sem-terra disputam o território com fazendeiros, madeireiros, agentes do agronegócio e grileiros — estes últimos forjam documentos de posse de áreas. Não raro a tensão desemboca na ocupação de espaços públicos ou privados e na retirada dos ocupantes em ações violentas.” “De acordo com o relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), o número geral de assassinatos em conflitos de terra subiu 15% em 2017 em relação ao ano anterior. O órgão destaca ao menos quatro massacres no período, com suspeita de um quinto contra os "índios flecheiros" na fronteira do Amazonas com Colômbia e Peru. Dos 70 mortos de 2017, 28 ocorreram em chacinas, o que corresponde a 40%. O estado do Pará lidera o ranking dos estados com 21 mortes.”
(Disponível em:<https://glo.bo/2MhVayw>. Acesso em: 31 jul. 2018.)
O tema tratado na matéria remete a um problema recente, mas cujas raízes podem ser encontradas no período colonial da nossa história, a saber:
Estrangeiros acham saída para investir em terras
19 de dezembro de 2017
As fortes restrições para compra e arrendamento de terras por estrangeiros no Brasil não têm impedido que investidores de várias nacionalidades adquiram ou explorem economicamente imóveis no campo. Também não têm inibido operações de fusões e aquisições de empresas que contam com propriedades rurais entre seus ativos. Enquanto aguardam o fim da proibição, grupos internacionais encontraram saídas para contornar a dificuldade, que variam na forma e também em riscos jurídicos assumidos.
(Texto adaptado. Disponível em:<http://www.valor.com.br> . Acesso em: 19 ago. 2018.)
Com relação ao fato apresentado no fragmento acima, é CORRETO afirmar que:

O avanço e desenvolvimento da agricultura, principalmente na Região Sudeste, bem como os processos de modernização da produção (maquinário agrícola), fizeram com que os pequenos produtores deixassem suas terras, ou fossem delas expulsos, ocasionando o êxodo rural, resultando no aumento das grandes propriedades e das monoculturas. Porém, o trabalhador rural que se vê expropriado de suas terras, diversas vezes busca justiça por meio de conflitos ou movimentos, reivindicando uma divisão das terras de forma a mantê-lo no campo, evitando seu deslocamento.
Existe um movimento amplamente conhecido no Brasil que busca, por meio de invasões de terras improdutivas, fixar o agricultor no meio rural, além de lutar por uma política mais justa que reduza a desigualdade no campo.
Dentro desse contexto o movimento e a política necessária são:

Ao analisar a charge, é CORRETO afirmar que:
A existência de movimentos que lutam pela reforma agrária no Brasil é um indicador de que essa questão ainda não foi resolvida. Várias leis, decretos, programas e institutos foram lançados com o intuito de realizar a reforma agrária, como o Estatuto da Terra, de 1964; o primeiro Plano Nacional de Reforma Agrária, de 1966; e a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), em 1970.
Além disso, a Constituição de 1988 instrumentalizou o Estado com recursos legais que permitem a realização da reforma agrária.
De acordo com essa Constituição, a desapropriação de terras para fins de reforma agrária deve

É ponto pacífico que os sucessivos episódios de estiagem no Nordeste do Brasil, que inspiraram Graciliano Ramos e Cândido Portinari na elaboração dessas duas obras, apontam também para
Para diversos setores da sociedade, um dos principais responsáveis pelas desigualdades sociais no Brasil é a concentração de terras nas mãos de poucos indivíduos. Os números fortalecem ainda mais essa tese: segundo o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), apenas 1% das propriedades agrárias é considerada grande, com mais de mil hectares. No entanto, essas poucas propriedades somam 45,1% de toda a área, ou seja, poucas pessoas são donas de enormes extensões de territoriais. Mas por que o Brasil possui essa característica agrária tão perniciosa e desumana? A resposta está ligada à forma como a elite brasileira vem conduzindo a política agrária no país nos últimos 500 anos.
(DIMENSTEIN, Gilberto; GIANSANTI. 2017. p. 84).
I. O modelo de reforma agrária desenvolvido no Brasil favorece apenas aos grandes produtores rurais e à atividade agroindustrial.
II. Apesar das lacunas, atualmente o modelo de reforma agrária brasileiro tem buscado associar viabilidade econômica, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento territorial.
III. A desconcentração da estrutura fundiária e a diminuição da migração campo-cidade não podem ser citadas como consequência do processo de reforma agrária.
É INCORRETO o que se afirma em
Brasil tem maior número de assassinatos no campo desde 2003; Pará lidera o ranking de mortes
A violência no campo no Brasil é a maior desde 2003, segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta segunda-feira (16). Em 2017, foram 70 assassinatos, um aumento de 15% em relação ao número de 2016. O Pará liderou o ranking de violência, com 21 assassinatos no ano passado. Dos 70 assassinatos em 2017, 28 ocorreram em massacres, o que corresponde a 40% do total. Desde 1985 a 2017, foram registrados 46 massacres no país com 220 vítimas. No período, o Pará registrou 26 massacres, que vitimaram 125 pessoas.
Fonte notícia: <https://g1.globo.com/pa/para/noticia/para-lidera-o-ranking-demortes-no-campo-com-125-assassinatos.ghtml>
Ao compararmos a notícia ao lado, datada de
março de 2018, com o mapa, que apresenta o
período de 1985-1996, podemos CONCLUIR
que:
A operacionalização do Índice de Gini e sua expressão na
tabela manifestam
COMO A REFORMA AGRÁRIA VEM OCORRENDO NO BRASIL
O processo de reforma agrária com contornos similares aos atuais se iniciou em 1985, sob o governo de José Sarney. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária disponibiliza dados sobre a forma como esse processo vem se dando no Brasil até 2018. No que diz respeito a desapropriações, a reforma agrária ocorreu de forma mais acentuada no primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), mas perdeu fôlego já na metade de seu segundo mandato. O governo Lula (2004-2011) realizou muitos assentamentos, sem retomar, no entanto, as desapropriações.
As informações do texto e a comparação dos dados dos gráficos permitem reconhecer um processo socioespacial, para o conjunto do campo brasileiro, cujo efeito é:

(Fonte: Centro de Documentação Dom Tomás Balduino – CPT.)
Leia o seguinte excerto sobre os movimentos sociais de ocupação de terras em Mato Grosso do Sul.
Indubitavelmente, há mais atuação dos movimentos camponeses e dos movimentos indígenas porque este território está em disputa, logo há uma centralização territorial dos conflitos por meio das duas formas de luta: ocupação e manifestação. No Leste do Estado, principalmente na microrregião de Três Lagoas, a incipiência das ações dos movimentos sociais e sindicais, principalmente do MST, contribui para o avanço do agronegócio ligado ao setor de papel e celulose, expulsando os trabalhadores do campo, principalmente das antigas fazendas de criação de gado e dos camponeses assentados, via cercamento dos assentamentos de reforma agrária.
Disponível em:<http://www2.fct.unesp.br/nera/ projetos/dataluta_ ms_2013.pdf> Acesso em: 23 set.2017. (Fragmento)
Para ilustrar esses movimentos, pesquisadores do tema elaboraram o seguinte mapa.
Analise o texto a seguir:
Na estrutura fundiária brasileira, destaca-se um tipo de imóvel rural com área superior a seiscentas vezes o módulo rural médio estipulado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes. São enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada para a exportação.
O tipo de imóvel mencionado é denominado: