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A retomada do centro de Salvador
O Pelourinho, no centro histórico de Salvador (BA), contém muitas construções barrocas, belos monumentos e
casarões da época colonial.
A partir de 1940, porém, o bairro foi recebendo migrantes pobres e se tornando um lugar de cortiços. A reação a isso
começou em 1975, com as primeiras restaurações e com a indicação, em 1985, do centro de Salvador como ‘Patrimônio Histórico da Humanidade’, pela UNESCO. Uma grande reforma teve início em 1993, com transformações de
16 quarteirões e abertura de dois prédios de estacionamentos. Trata-se de um processo parcial de “gentrificação”,
com a implantação politicamente planejada de estabelecimentos comerciais e de serviços – o que ficou conhecido
como o Shopping do Pelô – mediante a retirada de 1.967 famílias, através de indenizações (em torno de 2 mil reais),
ou sua realocação no loteamento Jardim Valéria II, em Coutos. Em 2004, cerca de 650 famílias ainda permaneciam
ou resistiam no local.
Em seu lugar, além da restauração da monumentalidade e do comércio mais moderno, surgem novas habitações
financiadas para a classe média. A reforma mudou o traçado da antiga cidade colonial, transformando-a numa espécie de parque temático. Assim, tem curso um processo de “disneylização” e “gentrificação” da cidade, estimulando
seu consumo turístico.
(Fontes: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/01/272861.shtml - acesso em 02.03.2010 e VASCONCELOS, Pedro A. “A
Cidade Alta de Salvador: de cidade colonial a ‘Centro Histórico pós-moderno” in: CARLOS, A. e LEMOS, A. (org.) Dilemas urbanos.
São Paulo: Contexto, 2003. Adaptado.)