Questões de Vestibular
Sobre barroco em literatura
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[...] Ergui a gola do sobretudo, desci a aba do chapéu até perto dos olhos e troquei as dependências do hotel pelas da cerração. Satolep estava apropriadamente decorada para minha festa solitária. As coisas geometrizadas pelo frio mostravam-se voláteis. Linhas rigorosas à luz do dia eram agora ausência de contornos. Fazer trinta anos era perder-me no nevoeiro tendo em vista a concretude da cidade ou o contrário? Um cão flutuava atrás de uma charrete que passava. O granito do meio-fio corria a meu lado, às vezes reluzente em sua umidade, às vezes dissipado em vapor luminoso; um outro cão, de pedra e de nuvem, cão de alguma mitologia, condenado a nascer e morrer indefinidamente. Nascer pedra e morrer nuvem? Nascer nuvem e morrer pedra? Trinta anos. Soprei velinhas imaginárias, e minha alma revoluteou diante de mim. (RAMIL, 2008, p.08)
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, porque nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se crê constância, E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos 1636 – 1695)
Os excerto lidos anteriormente pertencem a diferentes épocas e gêneros literários, entretanto apresentam algumas proximidades temáticas. Considerando os excertos e suas respectivas significações literárias, é correto afirmar que os textos
“Com a facilidade da sua elocução, fez o Doutor Cláudio a crítica geral da literatura brasileira: a galhofa de Gregório de Matos e Antônio José, a epopéia de Durão, o idílio da escola mineira, a unção de Souza Caldas e S. Carlos, a influência de Magalhães, os ensaios do romance nacional, a glória de Gonçalves Dias e José de Alencar.”
POMPÉIA, Raul. O Ateneu. Fortaleza: ABC, 2006. p. 88.
Os dois trechos que aparecem sublinhados nesse fragmento fazem referência, respectivamente,
Excerto 2 DEFINE A SUA CIDADE (94) [...] Bahia tem letras cinco que são BAHIA, logo ninguém me dirá que dous ff chega a ter pois nenhum contém sequer, salvo se em boa verdade são os ff da cidade um furtar, outro foder.
MATOS, Gregório de. Seleção de Obras Poéticas. p. 2-5. Disponível em: <http//www.bibvirt.futuro.usp.br.> Acesso em: 11 nov. 2019.
Com base nos trechos, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO:
Texto 5
Mostrai, Senhor, a grandeza
de tão imenso poder,
unindo este baixo ser
a tão suprema beleza:
uni, Senhor, com firmeza
a este barro nada fino,
o vosso ser tão divino,
ligai-vos comigo amante,
convosco em laço constante
uni meu sujeito indigno.
Gregório de Matos. In: MALARD, Letícia. Poemas
de Gregório de Matos. Belo Horizonte: Autêntica,
1998. p. 35. (excerto)
1) Desejoso de sair da condição em que se encontra, o homem, de certa forma, lança um desafio a Deus ao argumentar: “Mostrai, Senhor, a grandeza/ de tão imenso poder,/ unindo este baixo ser/ a tão suprema beleza”. 2) Destaca-se no poema o contraste entre a miséria humana e a supremacia divina, perspectiva que põe em relevo o conflito humano entre o mundo material e o mundo espiritual, um dos principais temas do Barroco. 3) Sobressaem-se, ainda, no poema, uma seleção vocabular apropriada para valorizar a figura divina (grandeza, imenso poder, suprema beleza) e o emprego de figuras de linguagem, como a antítese “baixo ser/ ser divino”. 4) O poema revela a premissa barroca da profunda identidade entre o divino e o humano, evidente no modo altivo e sem cerimônia como o eu lírico dirige-se a Deus (Senhor), exigindo: “ligai-vos comigo amante,/ convosco em laço constante”.
Estão corretas:
Texto 3
O problema da norma culta
Nosso problema linguístico não é a regência desse ou
daquele verbo; não é esta ou aquela concordância verbal;
não são as regras de colocação dos pronomes oblíquos.
Nosso problema linguístico são 5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que estão fora da escola. Nosso problema são os elevados índices de evasão escolar. Nosso problema é termos ainda algo em torno de 12% de analfabetos na população adulta. Nosso problema é o tamanho do analfabetismo funcional, isto é, a quantidade daqueles que, embora frequentem ou tenham frequentado a escola, não conseguem ler e entender um texto medianamente complexo.
Os estudos sugerem que apenas 25% da população adulta brasileira, perto de 30 milhões de pessoas, conseguem ler e entender um texto medianamente complexo.
1) O Romantismo de Castro Alves, distante dos ideais libertários, retoma a retórica jesuítica, de feição barroca, dos sermões de Pe. Antônio Vieira.
2) O Parnasianismo pretendeu combater os temas próprios do Romantismo, calcado em referências clássicas e buscando a perfeição formal.
3) Os valores defendidos pelo Arcadismo foram retomados na linguagem fluida, mística e subjetiva do Simbolismo de Cruz e Sousa.
4) O modernista Graciliano Ramos buscou no Romantismo de José de Alencar as temáticas voltadas para o homem em sua relação com o meio.
5) Com “Macunaíma”, o modernista Mário de Andrade contrapõe-se ao herói indígena de Alencar, um modo de posicionar-se criticamente frente ao nacionalismo ufanista do Romantismo.
Estão corretas, apenas:
Numere os parênteses, obedecendo a seguinte convenção:
1. Barroco
2. Arcadismo
3. Romantismo
( ) Exacerbação do sentimento, envolto numa visão de amor idealista.
( ) Visão dualista do universo, refletida numa linguagem essencialmente antitética.
( ) Expressão constante e quase monótona da fugacidade da vida.
( ) Ênfase na incorrespondência amorosa das tiranas donzelas.
( ) Sobre a exaltação da beleza feminina, superior aos elementos da natureza.
De cima para baixo, a resposta é:
Irene no céu
“Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
– Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.”
I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que convivem tensamente na unidade da obra. II. O conceptismo e o cultismo, expressões da poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico, sempre povoado de pastoras e ninfas. III. A oposição entre Reforma e Contrarreforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o Barroco se ocupa.
Estão corretas:
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
Tal comentário refere-se ao seguinte movimento literário brasileiro:
Recusando as regras, os modelos e as normas, seus autores defendem a total liberdade criadora. Aos gêneros estanques opõem a sua mistura, conforme o livre-arbítrio do escritor; à ordem clássica, a aventura; ao equilíbrio racional, a anarquia, o caos; ao universalismo estético, o individualismo; ao Cosmos, o “eu” particular; o seu ego constitui a única paisagem que lhe interessa, de tal forma que a Natureza se lhe afigura mera projeção do seu mundo interior.
(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
O comentário do crítico Massaud Moisés refere-se aos autores do seguinte movimento literário:
(Lucette Valensi. Venise et la Sublime Porte, 1987. Adaptado.)
Palladio e Veronese são artistas do Renascimento italiano do século XVI. A arquitetura de Palladio confere forma