Questões de Vestibular de Literatura - Escolas Literárias
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BOSI. A. Situação de Macunaíma. In: ANDRADE. M. Macunaíma. São Paulo: Scipione Cultural, 1997 (adaptado).
Com base no fragmento acima do crítico literário Alfredo Bosi é possível inferir que o Macunaíma de Mário de Andrade
O que o mar sim aprende do canavial: a elocução horizontal de seu verso; a geórgica de cordel, ininterrupta, narrada em voz e silêncio paralelos. O que o mar não aprende do canavial: a veemência passional da preamar; a mão de pilão das ondas na areia, moída e miúda, pilada do que pilar.
O que o canavial sim aprende do mar: o avançar em linha rasteira da onda; o espraiar-se minucioso,de líquido, alagando cova a cova onde se alonga. O que o canavial não aprende do mar: desmedido do derramar-se da cana; o comedimento do latifúndio do mar, que menos lastradamente se derrama.
MELO NETO. J.C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Alfaguara/Objetiva, 2009
Com base no poema “O mar e o canavial” NÃO é correto afirmar:
MELO NETO. J.C. Da função moderna da poesia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).
O fragmento acima permite concluir, corretamente, que
I - A relação direta das tensões entre os “donos” dos cortiços se estabelece não só no acirramento das diferenças entre os moradores de ambos os cortiços, como também na própria nominação desses espaços coletivos nos quais se percebe, metaforicamente, uma relação animalesca e predatória entre os cabeça-de-gato (termo que alude à imagem do predador) e os carapicus (termo cujo valor semântico, vinculado ao de cabeça-de-gato, atualiza a imagem de presa). II - O final trágico de Bertoleza e o “diploma de sócio benemérito” dado a João Romão pela “comissão de abolicionistas” expressam as dissimetrias sociais, de gênero, étnico-culturais, dentre outras, viabilizando os estratagemas naturalistas que apontavam para suas personagens fortes, tornando improdutiva, em determinados momentos, a luta dos vencidos ou dos que procuravam sair da condição de menor, de fraco. III - No trecho “E, durante muito tempo, fez-se um vaivém de mercadores. Apareceram os tabuleiros de carne fresca e outros de tripas e fatos de boi; só não vinham hortaliças, porque havia muitas hortas no cortiço” (cap. 3), percebe-se que o espaço do cortiço formava uma espécie de mundo à parte e à margem da sociedade em que se assentava. Parecia independente, autônomo, inclusive em seus aspectos econômicos.
I - Romance cujo enredo traz à tona questões de ordem pessoal (de determinadas personagens) e coletiva (há personagens cujas tensões vividas remetem o leitor para questões de ordem mais geral, centradas num coletivo). As questões problematizadas numa perspectiva coletiva podem ser visualizadas em episódios como aquele em que os moradores do Carapicus e do Cabeça-de-gato se enfrentam e a tensão criada denuncia uma demanda coletiva e não apenas individual. II - Romance cujo enredo aponta, embora timidamente, para a resolução de conflitos coletivos, visando uma melhoria do espaço urbano em que se assentam os cortiços Carapicus e Cabeça-de-gato, principalmente no que diz respeito ao projeto de saneamento básico e do fornecimento de energia elétrica, projetos que davam início à modernização dos centros urbanos do País no final do século XIX. III - Romance cujo enredo problematiza muito mais as questões do pré-modernismo brasileiro, com a construção de um pensamento sanitarista e de modernização do espaço urbano do Rio de Janeiro do início do século XX, do que a proposta naturalista que insistia nas tensões particulares de suas personagens, demanda da “escola naturalista” cujas narrativas são as melhores representantes, no Brasil, dessa época.