Questões de Vestibular
Sobre escolas literárias em literatura
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Leia atentamente o fragmento do poema de Gregório de Matos e marque a alternativa correta.
Ontem a vi por minha desventura
De uma mulher, que em anjo se mentia
De um sol, que se trajava em criatura
Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me
Se a beleza heis de ver para matar-me
Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.
I – Os versos acima mostram o conflito do homem barroco centrado entre o amor divino e o amor carnal.
II – O fragmento acima é repleto de antíteses, uma das figuras mais empregadas no Arcadismo. Podemos destacar, como exemplo, que a antítese de mulher, no poema, é beleza.
III – Uma das características do Barroco é o cultismo, que se constitui no jogo de palavras e construção de imagens. O fragmento destacado confirma essa ideia com a presença de metáforas, paradoxos e antíteses nos seus versos.
Estão corretas:
[...] Ergui a gola do sobretudo, desci a aba do chapéu até perto dos olhos e troquei as dependências do hotel pelas da cerração. Satolep estava apropriadamente decorada para minha festa solitária. As coisas geometrizadas pelo frio mostravam-se voláteis. Linhas rigorosas à luz do dia eram agora ausência de contornos. Fazer trinta anos era perder-me no nevoeiro tendo em vista a concretude da cidade ou o contrário? Um cão flutuava atrás de uma charrete que passava. O granito do meio-fio corria a meu lado, às vezes reluzente em sua umidade, às vezes dissipado em vapor luminoso; um outro cão, de pedra e de nuvem, cão de alguma mitologia, condenado a nascer e morrer indefinidamente. Nascer pedra e morrer nuvem? Nascer nuvem e morrer pedra? Trinta anos. Soprei velinhas imaginárias, e minha alma revoluteou diante de mim. (RAMIL, 2008, p.08)
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, porque nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se crê constância, E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos 1636 – 1695)
Os excerto lidos anteriormente pertencem a diferentes épocas e gêneros literários, entretanto apresentam algumas proximidades temáticas. Considerando os excertos e suas respectivas significações literárias, é correto afirmar que os textos
- Está vendo aquele umbu, lá embaixo, à direita do coxilhão? Pois ali é a tapera do Mariano. Nunca vi pêssegos mais bonitos que os que amadurecem naquele abandono; ainda hoje os marmeleiros carregam, que é uma temeridade! Mais para baixo, como umas três quadras, há uns olhos-d'água, minando as pedras, e logo adiante uns coqueiros; depois pega um cordão de araçazeiros. Diziam os antigos que ali encostado havia um lagoão mui fundo onde até jacaré se criava. Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos capins, mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo... Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam à grama verde e atolavam-se logo, até a papada. Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco leviano. Com certeza que as raízes do pasto e dos aguapés foram trançando uma enrediça fechada, e o barro e as folhas mortas foram-se amontoando e, pouco a pouco, capeando, fazendo a tampa do sumidouro. E depois nunca deram desgoto na ponta do lagoão, porque, se dessem, a água corria e não se formaria o mundéu... Mas, onde quero chegar: vou mostrar-lhe, lá, bem no meio do manantial, uma cousa que vancê nunca pensou ver; é uma roseira, e sempre carregada de rosas... Gente vivente não apanha as flores porque quem plantou a roseira foi um defunto... e era até agouro um cristão enfeitar-se com uma rosa daquelas!...
ra terra ter rat erra ter rate rra ter rater ra ter raterr a ter raterra terr araterra ter raraterra te rraraterra t erraraterra terraraterra
Leia o fragmento do poema e marque a resposta correta.
É difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida
como a de há pouco, franzina
mesmo quando é a explosão de uma vida severina.
I– O fragmento é do poema Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 30, que cantou o amor e a saudade da terra natal.
II – Nesse auto de Natal pernambucano, o poeta expressa a miserável condição humana de um povo subdesenvolvido.
III – Severino, retirante, no caminho, rumo ao litoral, encontra a morte em cada parada.
IV – No último pouso, Severino recebe a notícia do nascimento de um menino; metáfora da resistência à constante negação da vida.
Está (ão) correta (s):
“Quando Chico Bento, depois daquela noite passada ali, no abandono da estrada, chamou a mulher Cordulina e, ajudando a levantar um dos meninos, foi andando em procura do povoado, em vão buscou, pelas voltas do caminho, sentando nalguma pedra, o vulto de Pedro. Na estrada limpa e seca só se via um homem com uma trouxinha no cacete, e mais à frente, dentro de uma nuvem de poeira um cavaleiro galopando.- Que besteira! Naturalmente ele já está no Acarape...”.
(http://falarachel.com.br/downloads/romance-1-o-quinze-diversidade-em-tempo-de-seca.pdf)
“Eu, desde guri conheci o lagoão já tapado pelos capins, mas o lugar sempre respeitado como um tremedal perigoso: até contavam de um mascate que aí atolou-se e sumiu-se com duas mulas cargueiras e canastras e tudo... Mais de uma rês magra ajudei a tirar de lá; iam à grama verde e atolavam-se logo, até a papada. Só cruzam ali por cima as perdizes e algum cusco leviano.”
(Contos gauchescos. Editora, Leitura XXI, 2011)
“No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família Tratskovsky, nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Seu nome é Guedali, quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos. Guedali cresce solitário, excluído da sociedade, e o isolamento o leva a cultivar o hábito da leitura. Inteligente e culto, é ele quem conduz a narrativa, feita a partir do dia de seu 38° aniversário, comemorado entre amigos num restaurante de São Paulo. (http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp)

I – Um dos pontos em comum aos poetas da Geração de 45 e presentes no poema são as regras rigorosas na composição do verso. II – Uma das características da Geração de 45 presente no poema é a intuição e o sentimentalismo ingênuo predominante na rima dos versos. III – Intitula-se “A lição de pedra”, seu autor é Haroldo de Campos e sua característica é a superficialidade psicológica. IV – O poema é A educação pela pedra, título homônimo ao do livro, de autoria de João Cabral de Melo Neto, um dos nomes expressivos da Geração de 45, que devolve espaço ao regionalismo na literatura. V – O poema pertence à obra “Morte e vida Severina”, porque refere o Sertão e suas paisagens áridas, uma característica de Lígia Fagundes Telles.
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Minhas irmãs são belas, são ditosas... Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas Dos haréns do Sultão. Ou no dorso dos brancos elefantes Embala-se coberta de brilhantes Nas plagas do Hindustão.
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Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada Em meio das areias esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro... bebe o pranto a areia ardente; Talvez... pr’a que meu pranto, ó Deus clemente! Não descubras no chão.
Com base no texto acima, marque a resposta correta.
I – O fragmento foi retirado do poema Navio Negreiro, de Casimiro de Abreu.
II – A primeira estrofe mostra o grito desesperado de uma mulher que perdeu seu filho.
III – Os versos da segunda estrofe revelam a condição privilegiada da Ásia, qual mulher que divide com sua irmã, África, as regalias do sultanato, conforme o poema Vozes d´África, de Castro Alves.
IV – A terceira estrofe mostra o lamento do continente africano, na voz da África personificada.
Está (ão) correta (s):
O acendedor de lampiões
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele que doira à noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua
(Jorge de Lima)
O acendedor de lampiões
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
Ele que doira à noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua
(Jorge de Lima)
I. O poema se desenvolve a partir da oposição entre dois temas: a injustiça social, representada pela pobreza do acendedor de lampiões, e a falsidade de crenças e ideais propostos à sociedade. II. O poema apresenta um único tema, o da injustiça social, ao qual todas as imagens apresentadas ao longo do texto se subordinam. III. O poema se desenvolve a partir da comparação entre dois temas distintos, mas complementares: o da contraditória situação vivida pelo acendedor de lampiões, e o da falsidade de crenças e ideais propostos à sociedade.
É CORRETO o que se afirma em:
Texto 1
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que vive de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!”
(Tomás Antonio Gonzaga)