Questões de Vestibular de Literatura - Modernismo
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TEXTO 4
...
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino da Maria do Zacarias,
Lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
Que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
[...] Vai, orgulhosa, querida Mas aceita esta lição: No câmbio incerto da vida A libra sempre é o coração
O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezaste esta lei de Augusto Comte E foste ser feliz longe de mim
[...] Vai, coração que não vibra Com teu juro exorbitante Transformar mais outra libra Em dívida flutuante
[...]
(www.letras.mus.br)
A letra da música, apesar do seu lirismo irônico, refere-se à história do Brasil, caracterizada, em grande parte,
Observe a imagem e leia o texto a seguir para responder à questão.
AMARAL, Tarsila do. Os operários, 1931. Disponível em: <http://www.arteeartistas.com.br/operarios-tarsila-do-amaral/>. Acesso em: 01 out. 2018.
Mulher proletária – única fábrica que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.
Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário.
LIMA, Jorge de. Mulher proletária. In: Antologia poética. São Paulo: José Olympio, 1978, p. 21.
Observe a imagem e leia o poema a seguir para responder à questão.
Aristocracia
O conde de Lautréamont
era tão conde quanto eu
que sendo o nobre Drummond
valho menos que um plebeu.