Questões de Vestibular de Literatura - Naturalismo
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I - Romance cujo enredo traz à tona questões de ordem pessoal (de determinadas personagens) e coletiva (há personagens cujas tensões vividas remetem o leitor para questões de ordem mais geral, centradas num coletivo). As questões problematizadas numa perspectiva coletiva podem ser visualizadas em episódios como aquele em que os moradores do Carapicus e do Cabeça-de-gato se enfrentam e a tensão criada denuncia uma demanda coletiva e não apenas individual.
II - Romance cujo enredo aponta, embora timidamente, para a resolução de conflitos coletivos, visando uma melhoria do espaço urbano em que se assentam os cortiços Carapicus e Cabeça-de-gato, principalmente no que diz respeito ao projeto de saneamento básico e do fornecimento de energia elétrica, projetos que davam início à modernização dos centros urbanos do País no final do século XIX.
III - Romance cujo enredo problematiza muito mais as questões do pré-modernismo brasileiro, com a construção de um pensamento sanitarista e de modernização do espaço urbano do Rio de Janeiro do início do século XX, do que a proposta naturalista que insistia nas tensões particulares de suas personagens, demanda da “escola naturalista” cujas narrativas são as melhores representantes, no Brasil, dessa época.
I - Ao aprofundar aspectos realistas da literatura, cientificiza um discurso, assumido no plano estético pela ficção, induzindo o leitor a buscar não somente entretenimento em seus romances, mas também a problematização de estruturas sociais e de aspectos psicológicos das personagens.
II - O romance de tese, a exemplo de O cortiço, é o melhor projeto para o naturalista, uma vez que este só é considerado naturalista na medida em que sua produção literária se realiza unicamente no chamado romance de tese.
III - O realce de traços físicos e psicológicos nos romances de tese ratifica a ideia de o naturalismo, em suas narrativas, acentuar as tensões sociais e de demandas coletivas como proposta a ser problematizada a partir do elemento com o qual o leitor estabelece um grau de intimidade ou identificação, a saber, a personagem de ficção.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
Tal comentário refere-se ao seguinte movimento literário brasileiro: