Questões de Vestibular de Literatura - Realismo
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I - A publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881, marca o início do movimento Realista no Brasil, sendo considerada um marco tanto para o movimento quanto para a carreira de Machado de Assis.
II - Na segunda fase do Romantismo, o romance focou o regionalismo, principalmente o nordestino, em que foram abordados temas como a seca, a migração, a miséria,problemas dos trabalhadores rurais, entre outros.
III - Algumas das principais características do Parnasianismo são: exaltação dos sentimentos pessoais; valorização da natureza; idealização da mulher; nacionalismo.
Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.)
Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado “o homem é uma errata pensante” significa
conta como ele conheceu Marcela, que viria a ser o primeiro amor de sua vida.
Via-a, pela primeira vez, no Rossio Grande, na noite das luminárias, logo que constou a declaração da
independência, uma festa de primavera, um amanhecer da alma pública. Éramos dous rapazes, o povo e eu; vínhamos da infância, com todos os arrebatamentos da juventude. Via-a sair de uma cadeirinha, airosa e vistosa, um corpo esbelto, ondulante, um desgarre, alguma coisa que nunca achara nas mulheres puras. – Segue-me, disse ela ao pajem. E eu seguia-a, tão pajem como o outro,
como se a ordem me fosse dada, deixei-me ir namorado, vibrante, cheio das primeiras auroras. A meio caminho, chamaram-lhe “linda Marcela", lembrou-me que ouvira tal nome a meu tio João, e fiquei, confesso que fiquei tonto. (...)
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
(...) Não acho mais graça nenhuma nisso da gente submeter comoções a um leito de Procusto(1) para que obtenham, em ritmo convencional, número convencional de sílabas. Já, primeiro livro, usei indiferentemente, sem obrigação de retorno periódico, os diversos metros pares. Agora liberto-me também desse preconceito.
(...) Marinetti (2) foi grande quando redescobriu o poder sugestivo, associativo, simbólico, universal, musical da palavra em liberdade. Aliás: velha como Adão. Marinetti errou: fez dela sistema. É apenas auxiliar poderosíssimo. Uso palavras em liberdade.
(...) (1) Na mitologia grega, Procusto era um bandido que tinha, em sua casa, uma cama (leito) de ferro na qual convidava todos os viajantes a se deitarem. Se os hóspedes fossem muito altos, ele amputava o excesso de comprimento do corpo desses viajantes para ajustá-los à cama e, se tinham pequena estatura, eram esticados até atingirem o comprimento determinado. (2) Fillipo Tommaso Marinetti.