Questões de Vestibular de Português - Adjetivos

Foram encontradas 107 questões

Ano: 2017 Banca: UFRR Órgão: UFRR Prova: UFRR - 2017 - UFRR - Vestibular |
Q1266836 Português

Leia o texto abaixo e responda a questão.


TEXTO II

UM APÓLOGO


   Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
     — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
     — Deixe-me, senhora.
    — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
     — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
     — Mas você é orgulhosa.
     — Decerto que sou.
     — Mas por quê?
    — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
     — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
    — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
    — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
    — Também os batedores vão adiante do imperador.
    — Você é imperador?
    — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... 
   Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
    — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
   A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plicplic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
   Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
     — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
   Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
   Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
     — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

ASSIS, Machado de. Para Gostar de Ler - Volume 9 – Contos. São Paulo: Ática, 1984.
No trecho: "Esta agora é melhor.", e no trecho "... um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência...", as palavras destacadas são adjetivos expressos na gradação ou grau:
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFRR Órgão: UFRR Prova: UFRR - 2016 - UFRR - Vestibular |
Q1265966 Português

TEXTO III

No início do século XXI – um recomeço e uma virada – aconteceu algo importante na cena da “nova” educação escolar conquistada pelos povos indígenas no Brasil, proposta a eles pelo estado brasileiro. Aconteceu não nos grandes centros do Sudeste do país, mas em Mato Grosso e em uma universidade estadual com pequenos câmpus espalhados pelo interior deste estado. Ocorreu algo surpreendente lá, onde o clima social e político não é certamente de simpatia pelos índios, mas ao mesmo tempo algo aparentemente previsível e desejável, num estado com uma expressiva, em termos de diversidade e força cultural, população indígena. São 35 etnias: Apiaká, Aweti, Bakairi, Bororo, Chiquitano, Cinta Larga (Zoró), Enawenê-Nawê, Guató, Kalapalo, Karajá, Javaé, Xambioá, Kamayurá, Kayabi, Kayapó, Kisêdje, Kuikuro, Haliti, Ikpeng, Irantxe, Matipu, Mehinaku, Kahukwá, Nambikwara, Paraná, Rikbaktsa, Tapayuna, Tapiraré, Terena, Trumai, Umutina, Wauja, Yawalapiti, Yudjá, Xavante. A população de cada etnia varia entre os quase dez mil Xavante até os 58 Tapayuna e os pouco mais de cem Trumai. Mato Grosso viu o início da primeira universidade indígena, um projeto que tinha como meta a tradução dos princípios da especificidade e da interculturalidade para a formação em nível superior. Foi um exercício contínuo de criatividade e coerência. Se foi bem-sucedido, enquanto empreendimento geral, somente uma futura avaliação crítica poderá dizêlo, sobretudo o julgamento dos próprios índios, alunos e suas comunidades. Sem dúvida, sucessos, não poucos, e impasses, não poucos, pontuaram toda a experiência da primeira turma de “acadêmicos” do 3.° Grau Indígena da Universidade Estadual de Mato Grosso, câmpus de Barra do Bugres, de 2001 a 2006. [...]

FRANCHETTO, Bruna. Apresentação da organizadora. In: ____. (Org.). Pesquisas indígenas na universidade. Rio de Janeiro: Museu do Índio, 2010 (Série Textos Indígenas). p. 11-14 (adaptado).

Com base no texto, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: UDESC - 2018 - UDESC - Vestibular - Segundo Semestre (Manhã) |
Q1264812 Português
Assinale a alternativa incorreta em relação à obra Valsa no 6, Nelson Rodrigues, e ao Texto 2.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UNEB Órgão: UNEB Prova: UNEB - 2017 - UNEB - Vestibular - Português/Inglês/Ciências |
Q1264455 Português

ESPINHEIRA, Gey. A cidade invisível e a cidade dissimulada. In: LIMA, Paulo Costa (Org.) Quem faz Salvador? Salvador: UFBA, 2002. p. 24-34 (passim).

No título, os adjetivos “invisível” e “dissimulada” antecipam a perspectiva do texto, que é a de
Alternativas
Ano: 2017 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: UDESC - 2017 - UDESC - Vestibular - Primeiro Semestre (Manhã) |
Q1264153 Português
Analise as proposições em relação à obra Valsa nº 6, Nelson Rodrigues, e ao Texto 5, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) A leitura da obra leva o leitor a inferir que ao mesmo tempo em que Sônia (menina e moça) luta com as lembranças ora boas, ora más, e ainda que não entenda o sentido dessa oposição, o autor vai abordando temas como a loucura, o medo, a morte. ( ) A Valsa nº 6, por ser um monólogo de cunho psicológico e por ter um cenário bastante simples, não desvenda o drama e nem justifica a participação de alguns personagens, como é o caso da personagem Paulo. ( ) Na obra, Sônia dá voz a pessoas que permeiam o universo de seu subconsciente na ânsia de juntar o quebra-cabeça da vida dela. ( ) Em “CONTINUE! CONTINUE!” (linha 2) e “MAIS! MAIS! MAIS! SEMPRE MAIS! (linha 4) infere-se que o uso da letra maiúscula denota o desespero do suposto assassino em abafar o crime, pelo aumento do som e pela continuidade da Valsa nº 6, de Chopin. ( ) Nos períodos “Vejo também pedaços de mim mesma” (linha 22), “como era mesmo o meu rosto” (linha 24) as palavras destacadas, na morfologia, são adjetivos e, quanto à concordância nominal, podem ser flexionadas em gênero e número.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Alternativas
Respostas
71: E
72: A
73: C
74: D
75: B