Questões de Vestibular de Português - Coesão e coerência

Foram encontradas 893 questões

Ano: 2015 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2015 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1386116 Português
Meio ambiente: ações tardias e termômetros em alta
Reinaldo Canto


Não será por falta de declarações, compromissos e reconhecimentos que o processo de enfrentamento das mudanças climáticas não irá alcançar bons resultados durante a realização da COP 21 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas) em dezembro próximo, em Paris. Mas o que são bons resultados? Basicamente eles se referem a compromissos e não necessariamente a alterações no clima realmente perceptíveis.
Os mais otimistas poderão dizer que as últimas notícias vindas de grandes emissores como Estados Unidos, China e Brasil; de importantes resoluções adotadas em encontros internacionais como a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável e até mesmo por declarações de influentes religiosos como o Papa Francisco e lideranças muçulmanas sobre a importância de se cuidar do planeta, parecem mesmo representar um avanço importante no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas.
Já os mais pessimistas ou, melhor dizendo, os mais realistas, aplaudem esses posicionamentos, mas, além de considerá-los ainda tímidos diante dos desafios, também perguntam sem obter respostas: o que está sendo proposto será mesmo suficiente? E, o que ainda é mais angustiante pensar: ainda dará tempo de reverter todo esse processo?
Foram boas e alvissareiras as notícias anunciadas durante a Cúpula do Clima realizada no final de setembro em Nova York e que serviu de palco para diversos países apresentarem seus compromissos nacionais a serem ratificados durante a Conferência Climática de Paris (a COP 21). Grandes empresas também buscaram se destacar e se uniram aos líderes mundiais para selar compromissos de descarbonização de suas atividades e investimentos em energias limpas.
A presidenta Dilma Rousseff também apresentou em Nova York o nosso INDC, sigla em inglês para o compromisso nacional determinado. A meta brasileira é diminuir 37% das emissões até 2025, chegando a 43% de redução em 2030. O incremento no uso de energias limpas, o reflorestamento de 12 milhões de hectares e o fim do desmatamento ilegal até 2030 estão entre as propostas para o alcance das metas estabelecidas pelo governo brasileiro.
Mesmo considerando positiva e apoiando em parte o anúncio oficial do país, organizações e movimentos da sociedade civil se pronunciaram quanto à falta de detalhamento e ousadia do Brasil. Fizeram coro com diferentes abordagens, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; o coletivo Engajamundo e o Observatório do Clima, entre outros.
Unânime mesmo foi a reprovação da meta de conter definitivamente o desmatamento apenas em 2030. A secretária executiva do Diálogo Florestal, integrante da Coalizão Brasil, Miriam Prochnow, afirmou que “a Coalizão entende que temos a obrigação, inclusive constitucional, de atacar isso imediatamente, com mais força".
Na mesma linha, “declarar que o Brasil vai ‘buscar’ políticas para eliminar o desmatamento ilegal é ridículo. O que o governo está dizendo com isso é que aceita conviver com o crime por sabe-se lá quanto tempo. Isso é uma ofensa ao bom-senso e ao que o Brasil já mostrou que pode fazer no controle do desmatamento”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “É preciso lembrar que todos os outros países tropicais já se comprometeram a zerar o desmatamento em 2030”, acrescentou.
Debates, metas e mesmo críticas à parte, a verdade é que a temperatura continua a subir. Em seu último relatório, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), alertou que a temperatura do planeta subirá quase 5 graus Celsius até 2100. Já relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, em inglês) constatou que o mês de julho deste ano foi o mais quente já registrado no mundo. O mês registrou temperatura média de 16,61°C nas superfícies dos continentes e dos oceanos, 0,81°C a mais do que a média de temperatura do século XX. O ano passado já havia sido apontado como o ano mais quente da história moderna. Além disso, os 10 anos mais quentes registrados, com exceção de 1998, ocorreram a partir de 2000.
Uma das consequências desse aumento constante na temperatura está nos mares e oceanos. Recentemente a NASA, órgão aeronáutico e espacial norte-americano, divulgou um estudo com imagens de satélite que revela um aumento de 8 centímetros no nível dos oceanos de 1992 para cá, sendo que em alguns lugares do planeta chegou mesmo a 22 centímetros. Derretimentos de geleiras e expansão da água do mar estão entre as principais razões, efeitos, portanto, do aquecimento global.
Só na Groenlândia, por exemplo, a perda de gelo anual está em 303 bilhões de toneladas e na Antártida são em média 118 bilhões de toneladas que todos os anos têm contribuído para elevar o nível dos nossos mares. Se tivermos em mente que muitas das maiores e mais habitadas cidades do mundo estão localizadas em litorais, pode-se imaginar que efeito isso terá num tempo não tão longo.
Entre a constatação do aquecimento planetário e as ações anunciadas para reverter esse processo, o que nos cabe como sociedade é cobrar mais e mais efetividade e urgência. Descarbonizar a economia global, recuperar a cobertura florestal e mudar radicalmente nossa maneira de consumo e descarte não são mais possibilidades ou alternativas, mas necessidades básicas e urgentes para a própria sobrevivência da espécie humana. Vamos, portanto, radicalizar.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/acoes-tardias-termometros-em-alta-e-o-combate-as-mudancas-climaticas-2413.html

Assinale a opção correta, caso o verbo em negrito seja mudado para “tivéssemos” em: “Se tivermos em mente que muitas das maiores e mais habitadas cidades do mundo estão localizadas em litorais, pode-se imaginar que efeito isso terá num tempo não tão longo”:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2015 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1386113 Português
Meio ambiente: ações tardias e termômetros em alta
Reinaldo Canto


Não será por falta de declarações, compromissos e reconhecimentos que o processo de enfrentamento das mudanças climáticas não irá alcançar bons resultados durante a realização da COP 21 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas) em dezembro próximo, em Paris. Mas o que são bons resultados? Basicamente eles se referem a compromissos e não necessariamente a alterações no clima realmente perceptíveis.
Os mais otimistas poderão dizer que as últimas notícias vindas de grandes emissores como Estados Unidos, China e Brasil; de importantes resoluções adotadas em encontros internacionais como a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável e até mesmo por declarações de influentes religiosos como o Papa Francisco e lideranças muçulmanas sobre a importância de se cuidar do planeta, parecem mesmo representar um avanço importante no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas.
Já os mais pessimistas ou, melhor dizendo, os mais realistas, aplaudem esses posicionamentos, mas, além de considerá-los ainda tímidos diante dos desafios, também perguntam sem obter respostas: o que está sendo proposto será mesmo suficiente? E, o que ainda é mais angustiante pensar: ainda dará tempo de reverter todo esse processo?
Foram boas e alvissareiras as notícias anunciadas durante a Cúpula do Clima realizada no final de setembro em Nova York e que serviu de palco para diversos países apresentarem seus compromissos nacionais a serem ratificados durante a Conferência Climática de Paris (a COP 21). Grandes empresas também buscaram se destacar e se uniram aos líderes mundiais para selar compromissos de descarbonização de suas atividades e investimentos em energias limpas.
A presidenta Dilma Rousseff também apresentou em Nova York o nosso INDC, sigla em inglês para o compromisso nacional determinado. A meta brasileira é diminuir 37% das emissões até 2025, chegando a 43% de redução em 2030. O incremento no uso de energias limpas, o reflorestamento de 12 milhões de hectares e o fim do desmatamento ilegal até 2030 estão entre as propostas para o alcance das metas estabelecidas pelo governo brasileiro.
Mesmo considerando positiva e apoiando em parte o anúncio oficial do país, organizações e movimentos da sociedade civil se pronunciaram quanto à falta de detalhamento e ousadia do Brasil. Fizeram coro com diferentes abordagens, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura; o coletivo Engajamundo e o Observatório do Clima, entre outros.
Unânime mesmo foi a reprovação da meta de conter definitivamente o desmatamento apenas em 2030. A secretária executiva do Diálogo Florestal, integrante da Coalizão Brasil, Miriam Prochnow, afirmou que “a Coalizão entende que temos a obrigação, inclusive constitucional, de atacar isso imediatamente, com mais força".
Na mesma linha, “declarar que o Brasil vai ‘buscar’ políticas para eliminar o desmatamento ilegal é ridículo. O que o governo está dizendo com isso é que aceita conviver com o crime por sabe-se lá quanto tempo. Isso é uma ofensa ao bom-senso e ao que o Brasil já mostrou que pode fazer no controle do desmatamento”, disse Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima. “É preciso lembrar que todos os outros países tropicais já se comprometeram a zerar o desmatamento em 2030”, acrescentou.
Debates, metas e mesmo críticas à parte, a verdade é que a temperatura continua a subir. Em seu último relatório, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), alertou que a temperatura do planeta subirá quase 5 graus Celsius até 2100. Já relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, em inglês) constatou que o mês de julho deste ano foi o mais quente já registrado no mundo. O mês registrou temperatura média de 16,61°C nas superfícies dos continentes e dos oceanos, 0,81°C a mais do que a média de temperatura do século XX. O ano passado já havia sido apontado como o ano mais quente da história moderna. Além disso, os 10 anos mais quentes registrados, com exceção de 1998, ocorreram a partir de 2000.
Uma das consequências desse aumento constante na temperatura está nos mares e oceanos. Recentemente a NASA, órgão aeronáutico e espacial norte-americano, divulgou um estudo com imagens de satélite que revela um aumento de 8 centímetros no nível dos oceanos de 1992 para cá, sendo que em alguns lugares do planeta chegou mesmo a 22 centímetros. Derretimentos de geleiras e expansão da água do mar estão entre as principais razões, efeitos, portanto, do aquecimento global.
Só na Groenlândia, por exemplo, a perda de gelo anual está em 303 bilhões de toneladas e na Antártida são em média 118 bilhões de toneladas que todos os anos têm contribuído para elevar o nível dos nossos mares. Se tivermos em mente que muitas das maiores e mais habitadas cidades do mundo estão localizadas em litorais, pode-se imaginar que efeito isso terá num tempo não tão longo.
Entre a constatação do aquecimento planetário e as ações anunciadas para reverter esse processo, o que nos cabe como sociedade é cobrar mais e mais efetividade e urgência. Descarbonizar a economia global, recuperar a cobertura florestal e mudar radicalmente nossa maneira de consumo e descarte não são mais possibilidades ou alternativas, mas necessidades básicas e urgentes para a própria sobrevivência da espécie humana. Vamos, portanto, radicalizar.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/acoes-tardias-termometros-em-alta-e-o-combate-as-mudancas-climaticas-2413.html

Assinale a opção que apresenta corretamente, um subtítulo para o texto.
Alternativas
Ano: 2013 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2013 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1383506 Português
De um lado, ocorre que, hoje, cada vez mais intensamente, cresce o número de pessoas que, embora procurando trabalhar, não conseguem colocação e não contam com qualquer outra forma de sobrevivência. Assim, ainda que, objetivamente, haja condições para que disponham de mais tempo livre e possam preenchê-lo de forma mais independente, aumenta o número daqueles que, ao invés de tempo livre, vivem um tempo sem ocupação, sentem-se pressionados pela condição de nãotrabalho e, portanto, impedidos de crescerem enquanto indivíduos.” Fonte: Oliva-Augusto, Maria Helena. Tempo, indivíduo e vida social. Cienc. Cult. Out/dez 2002, vol 54, nº2, p.30-33.

As ideias do texto se mostram coerentes com a
Alternativas
Ano: 2009 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2009 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1381015 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão.


    Na linguagem cotidiana a palavra trabalho tem muitos significados. Embora pareça compreensível, como uma das formas elementares de ação dos homens, o seu conteúdo oscila. Às vezes, carregada de emoção, lembra dor, tortura, suor do rosto, fadiga. Noutras, mais que aflição e fardo, designa a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura. É o homem em ação para sobreviver e realizar-se, criando instrumentos, e com esses, todo um novo universo cujas vinculações com a natureza, embora inegáveis, se tornam opacas.
    Em quase todas as línguas da cultura europeia, trabalhar tem mais de uma significação. (...) Em português, apesar de haver labor e trabalho, é possível achar na mesma palavra trabalho ambas as significações: a de realizar uma obra que expresse o indivíduo, que lhe dê reconhecimento social e permaneça além de sua vida; e a de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável.
    No dicionário aparece em primeiro lugar o significado de aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar determinado fim; atividade coordenada de caráter físico ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou empreendimento; exercício dessa atividade como ocupação permanente, ofício, profissão.
    Mas trabalho tem outros significados mais particulares, como o de esforço aplicado à produção de utilidades ou obras de arte, mesmo dissertação ou discurso. Pode significar o conjunto das discussões e deliberações de uma sociedade ou assembleia convocada para tratar de interesse público, coletivo ou particular: “Os trabalhos da assembleia do sindicato tiveram como resultado a greve”. Pode significar o serviço de uma repartição burocrática, e ainda os deveres escolares dos alunos a serem verificados pelos professores. Como pode indicar o processo do nascimento da criança: “a mulher entrou em trabalho de parto”.
    Além de atividade e exercício, trabalho também significa dificuldade e incômodo: “aqui vieram passar trabalho”; “a última enchente deu muito trabalho”. Pois junto a todas as suas significações ativas, trabalho em português, e no plural, quer dizer preocupações, desgostos e aflições. É o conteúdo que predomina em labor, mas ainda está presente em trabalho.
    Isso se compreende melhor ao descobrir que em nossa língua a palavra trabalho se origina do latim tripalium, embora outras hipóteses a associem a trabaculum. Tripalium era um instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, usado pelos agricultores para bater o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido originalmente, ou se tornado depois. A tripalium se liga o verbo do latim vulgar tripaliare, que significa justamente torturar.
    Ainda que originalmente o tripalium fosse usado no trabalho do agricultor, no trato do cereal, é do uso desse instrumento como meio de tortura que a palavra trabalho significou por muito tempo – e ainda conota – algo como padecimento e cativeiro. Desse conteúdo semântico de sofrer passou-se ao de esforçar-se, laborar e obrar. O primeiro sentido teria perdurado até o início do século XV; essa evolução de sentido teria ocorrido ao mesmo tempo em outras línguas latinas, como trabajo em espanhol, traballo em catalão, travail em francês e travaglio em italiano.
    No dicionário filosófico você poderá encontrar que o homem trabalha quando põe em atividade suas forças espirituais ou corporais, tendo em mira um fim sério que deve ser realizado ou alcançado. Assim, mesmo que não se produza nada imediatamente visível com o esforço do estudo, o trabalho de ordem intelectual corresponde àquela definição tanto quanto o trabalho corporal, embora seja este que leve a um resultado exteriormente perceptível, a um produto concreto ou a uma mudança de estado ou situação.
    Todo trabalho supõe tendência para um fim e esforço. Para alguns trabalhos, esse esforço será preponderantemente físico; para outros, preponderantemente intelectual. Contudo, parece míope e interesseira essa classificação que divide trabalho intelectual e trabalho corporal. A maioria dos esforços intelectuais se faz acompanhar de esforço corporal; uso minhas mãos e os músculos do braço quando datilografo estas páginas, que vou pensando. E o pedreiro usa sua inteligência ao empilhar com equilíbrio os tijolos sobre o cimento ainda não solidificado.
    O trabalho do homem aparece cada vez mais nítido quanto mais clara for a intenção e a direção de seu esforço. Trabalho, nesse sentido, possui o significado ativo de um esforço afirmado e desejado para a realização de objetivos; até mesmo o objetivo realizado, a obra, passa a ser chamado trabalho. Trabalho é o esforço e também seu resultado: a construção como processo e ação, e o edifício pronto. (Suzana Albornoz. Texto adaptado).
Assinale a alternativa que indica adequadamente um título para o texto de Suzana Albornoz, tomando por base o aproveitamento de suas principais ideias.
Alternativas
Ano: 2009 Banca: CÁSPER LÍBERO Órgão: CÁSPER LÍBERO Prova: CÁSPER LÍBERO - 2009 - CÁSPER LÍBERO - Vestibular |
Q1381006 Português
Leia o texto e responda à questão.


    A maior estrela da Festa Literária Internacional de Paraty é uma figura anacrônica. Se você não conhece o jornalista e escritor Gay Talese, pode chegar a essa conclusão apenas pela observação de suas roupas e sua postura altiva. Está sol e faz calor em Paraty, mas Gay Talese só anda de terno. (...) O homem consegue ser a referência, mesmo para os que não sabem nada sobre sua importância. Ele passa, e todos olham.
    Ler sobre Talese apenas aumenta a impressão de que ele não pertence ao mundo atual. Ele foi um dos fundadores de uma maneira de reportar fatos chamada new journalism (novo jornalismo). Nada mais é do que contar a realidade com o cuidado e o talento de quem escreve um romance. Mesmo que o espaço seja um pequeno artigo de jornal. Em seu perfil mais famoso, sobre o cantor Frank Sinatra, não falou com o personagem principal. Observou-o durante uma noite inteira e ouviu todas as pessoas comuns, anônimas, que o cercavam. Contou a história como quem descreve uma cena. Como ficção.
    Talese não entende a internet e abomina o fato de que jovens jornalistas achem possível exercer a profissão diante da tela de um computador. “Quando eles querem saber algo, perguntam ao Google. Estão comprometidos apenas com as perguntas que fazem. Não se chocam acidentalmente com nada que estimule a pensar ou a imaginar”, diz. Sua doutrina é quem escuta muito e pergunta pouco. “Em nossa profissão, você não precisa fazer perguntas. Basta ir às ruas e olhar as pessoas. É aí que você descobre a vida como ela realmente é”, afirma. Para isso precisamos de tempo. E a internet não tem tempo a perder.(...)
    A cidade de Paraty olha para Gay Talese com espanto. Mas o ponto de vista dele, de dentro de seu terno com corte fino, embaixo de seu chapéu, é de quem acha que o mundo é que está diferente do que deveria ser. Em nenhum momento ele se sente estranho, ou fora de moda, principalmente quando fala de sua maior paixão: escrever sobre a realidade. (Época, 6/7/2009).
Assinale a alternativa correta quanto ao sentido, à coerência e à coesão.
Alternativas
Respostas
251: E
252: E
253: D
254: A
255: B