Questões de Vestibular
Comentadas sobre figuras de linguagem em português
Foram encontradas 87 questões
Leia
o quadrinho.
(Quino. Mafalda inédita, 1993.)
Acrítica que se depreende do quadrinho decorre do emprego de
(Criaturas bizarras de outro planeta!: as aventuras de Calvin & Haroldo, 2011.)
No último quadrinho, o garoto Calvin faz uso do seguinte recurso expressivo:
(folha.uol.com.br)
Para a construção de seu significado, a tirinha recorre
Jornal O Popular, p. M7, 09 mar. 2017.
Há entre a tirinha de Maurício de Sousa e a conhecida narrativa do Éden, da tradição judaico-cristã, uma relação
Contribui para o efeito de humor do cartum o recurso
De maneira que, assim como a natureza faz de feras homens, matando e comendo, assim também a graça faz de feras homens, doutrinando e ensinando. Ensinastes o gentio bárbaro e rude, e que cuidais que faz aquela doutrina? Mata nele a fereza, e introduz a humanidade; mata a ignorância, e introduz o conhecimento; mata a bruteza, e introduz a razão; mata a infidelidade, e introduz a fé; e deste modo, por uma conversão admirável, o que era fera fica homem, o que era gentio fica cristão, o que era despojo do pecado fica membro de Cristo e de S. Pedro. […] Tende-os [os escravos], cristãos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas. Isto é o que vos desejo, isto é o que vos aconselho, isto é o que vos procuro, isto é o que vos peço por amor de Deus e por amor de vós, e o que quisera que leváreis deste sermão metido na alma.
(Antônio Vieira. “Sermão do Espírito Santo” (1657). http://tupi.fflch.usp.br.)
O Sermão do Espírito Santo foi pregado pelo Padre Antônio
Vieira em São Luís do Maranhão, em 1657, e recorre
Para responder à questão, leia o trecho da peça A mais-valia vai acabar, seu Edgar, de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha. A peça foi encenada em 1960 na arena da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil e promoveu um amplo debate. A mobilização resultante desse debate desencadeou a criação do Centro Popular de Cultura (CPC).
Coro dos desgraçados: Trabalhamos noite e dia, dia e noite sem parar! Então de nada precisamos, se só precisamos trabalhar! Há mil anos sem parar! Fizemos as correntes que nos botaram nos pés, fizemos a Bastilha onde fomos morar, fizemos os canhões que vão nos apontar. Há mil anos sem parar! Não mandamos, não fugimos, não cheiramos, não matamos, não fingimos, não coçamos, não corremos, não deitamos, não sentamos: trabalhamos. Há mil anos sem parar! Ninguém sabe nosso nome, não conhecemos a espuma do mar, somos tristes e cansados. Há mil anos sem parar! Eu nunca ri — eu nunca ri — sempre trabalhei. Eu faço charutos e fumo bitucas, eu faço tecidos e ando pelado, eu faço vestido pra mulher, e nunca vi mulher desvestida. Há mil anos sem parar! Maria esqueceu de mim e foi morar com seu Joaquim. Há mil anos sem parar!
(Apito longo. Um cartaz aparece:
“Dois minutos de descanso e lamba as unhas.”
Todos vão tentar sentar.
Menos o Desgraçado 4 que fica de pé furioso.)
Desgraçado 1: Ajuda-me aqui, Dois. Eu quero me dá uma sentadinha.
(Desgraçado 2 ri de tudo.)
Desgraçado 3: Senta. (Desgraçado 1 vai pôr a cabeça no chão.) De assim, não. Acho que não é com a cabeça não.
Desgraçado 1: Eu esqueci.
Desgraçado 3: A bunda, põe ela no chão. A perna é que eu não sei.
Desgraçado 2: A perna tira.
(Desgraçado 3 e Desgraçado 2
desistem de descobrir. Se atiram no chão.)
Desgraçado 1: A perna dobra! (Senta. Satisfeito.)
Desgraçado 2: Quero ver levantar.
(Todos olham para Desgraçado 4,
fazem sinais para que ele se sente.)
Desgraçado 4: Não! Chega pra mim! Eu só trabalho, trabalho, trabalho… (Perde o fôlego.)
Desgraçado 3: Eu te ajudo: trabalho, trabalho, trabalho...
Desgraçado 4: E tenho dois minutos de descanso? Nunca vi o sol, não tomei leite condensado, não canto na rua, esqueci do sentar, quando chega a hora de descansar, fico pensando na hora de trabalhar! Chega!
Slide: Quem canta seus males espanta.
Desgraçado 1: (cantando) A paga vem depois que a gente morre! Você vira um anjo todo branco, rindo sempre da brancura, bebe leite em teta de nuvem, não tem mais fome, não tem saudade, pinta o céu de cor de felicidade!
(Peças do CPC, 2016. Adaptado.)
Do ponto de vista composicional e semântico, a
única afirmativa em desacordo com as
características do texto “Exaltação ao Nordeste” é
a explicitada na alternativa
Para convencer o receptor, observa-se a combinação entre as figuras
(Disponível em: http://www.laifi.com/laifi.php?id_laifi=4562&idC=72497#. Acesso em: 30 de set. de 2018.)
Assim como em “dente de alho”, “asa da xícara” e
“batata da perna”, a imagem anterior ilustra a
utilização de um termo fora de seu contexto
original para nomear, de modo figurativo, algo que
não possui um nome específico. Assinale a
alternativa que apresenta essa figura de
linguagem.
Sabe-se que muitos produtos são nomeados a partir de suas próprias marcas e não pelo nome original, por exemplo, a palha de aço é comumente conhecida como “Bombril”. O termo Nutella, utilizado na criação do meme em análise, segue o mesmo procedimento de construção de sentido, que é uma figura de linguagem conhecida como
[...] no tempo em que se passavam os fatos que vamos narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios. Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar.
(Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias, 1994.)
O autor inseriu no balão do último quadrinho uma fala que exemplifica o conceito de metonímia (figura de linguagem baseada numa relação de proximidade). Essa fala é:
KAYSER. Charge. Disponível em: <http://praiadexangrila.com.br>. Acesso em: mai. 2018.
As figuras de linguagem são recursos utilizados normalmente para tornar mais expressiva a mensagem transmitida, ampliando o significado de palavras, criando outros, enfim, sugerindo simbolismos.
O humor da charge é revelado por meio da figura de linguagem
indicada na alternativa
LAVADO, Joaquín Salvador (QUINO). Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 75.
Na tira apresentada, o autor explora alguns recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido.
No primeiro balão, o autor utiliza uma figura de sintaxe, a fim de atribuir maior expressividade ao significado da fala de Filipe,
personagem que dialoga com Mafalda, que é denominada de
Analise a imagem com atenção.
As imagens do texto publicitário acima foram utilizadas, em sua maioria, para traduzir um recurso de linguagem muito usado na vida cotidiana. Assinale a alternativa
que apresenta esse recurso.
André Dahmer
Folha de São Paulo, 13/05/2013.
A internet é um tribunal...
A afirmação acima configura um exemplo de metáfora.
A partir da análise desse exemplo, pode-se definir “metáfora” como:
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)