Questões de Vestibular Sobre flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) em português

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Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - UNB - Prova de Conhecimentos II - 1° dia |
Q3111485 Português
     O debate sobre as mudanças climáticas explicita um caso extremo de politização da ciência. Interesses corporativos, agremiações políticas conservadoras e intelectuais com pouca ou nenhuma credencial no campo de pesquisas da climatologia articularam-se material e discursivamente nos países anglo-saxões para evitar que as conclusões apresentadas pelo relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) se traduzissem em medidas regulatórias ou políticas públicas voltadas para a mitigação da interferência humana na química atmosférica. Dado que o acúmulo de evidências sobre o caráter antropogênico das mudanças climáticas consolidou sua posição marginal no campo científico, os representantes do “ceticismo” abandonaram a competição por um paradigma alternativo segundo os padrões acadêmicos. Em vez disso, concentraram-se no fortalecimento de uma “máquina negacionista” que, embora tentando preservar a aparência de um debate científico ainda em curso, deturpou sistematicamente as evidências científicas que poderiam fundamentar o debate público sobre as mudanças climáticas.


Luiz E. V. de Souza, Estevão Bosco e Marcelo Fetz. Internet: (com adaptações). 
Considerando os múltiplos aspectos relacionados ao texto precedente, julgue o item.

Em “poderiam fundamentar” (último período), a flexão de tempo e modo da forma verbal “poderiam” denota a possibilidade remota de que comprovações científicas fundamentem uma discussão pública que envolva mudanças climáticas. 
Alternativas
Ano: 2022 Banca: UEMA Órgão: UEMA Prova: UEMA - 2022 - UEMA - Vestibular 2023 |
Q2076548 Português

O conto a seguir serve de base para responder à questão.

Entre as folhas do Verde O

    O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. Vestiu o colete de couro, calçou as botas. Os cavalos batiam os cascos debaixo da janela. Apanhou as luvas e desceu.

     Lá embaixo parecia uma festa. Os arreios e os pelos dos animais brilhavam ao Sol. Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.

     Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. Todos souberam que eles vinham. E cada um se escondeu como pode.

     Só a moça não se escondeu. Acordou com o som da tropa, e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram.

     Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.

     Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada. Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas a corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio. Então, ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.

     Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e joias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.

     Ela queria dizer que o amava tanto, que queria se casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pelo castanho.

     Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.

     Todos os dias se encontravam. Agora se seguravam as mãos. E no dia em que a primeira lágrima rolou nos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.

     Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só, e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não conseguiu. O príncipe lhe deu a mão. Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de joias. Vieram os mestres de dança para ensinar-lhe a andar. Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.

     Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura de sua Rainha.

     O Sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio.


COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005

O trecho cujos verbos revelam simultaneidade de ações na cena relatada é  
Alternativas
Ano: 2022 Banca: UEMG Órgão: UEMG Prova: UEMG - 2022 - UEMG - Vestibular |
Q2054661 Português

Texto I




Laerte.

Disponível em: https://www.instagram.com/p/CWtk14SFixR/. Acesso em 19 jan. 2022.


Texto II

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Luiz Vaz de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.


Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.


Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/2513/mudam-se-ostempos-mudam-se-as-vontades. Acesso em 17 jan. 2022.


Glossário:

Soía: costumava

Analise o excerto a seguir, extraído do Texto II, e assinale a alternativa INCORRETA.

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Muda-se o ser, muda-se a confiança;”.

Alternativas
Q1857034 Português
Considere o seguinte parágrafo:
Partilhar conhecimentos e bens é uma forma inovadora de reduzir o impacto negativo da informalidade, que achata a renda das famílias. Alguém que __________ consertar uma geladeira, por exemplo, talvez __________ de algum conhecimento seu. E você, assim, __________ a geladeira consertada em troca de suas habilidades.
(Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mariaines/2020/05/reconstrucao-do-consumo-exigira-colaboracao-e-desprendimento.shtml.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas na ordem em que aparecem no texto. 
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2018 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2018 - Medicina |
Q1798964 Português
Leia o poema do escritor português Fernando Pessoa para responder à questão. 

Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.

Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr. 

O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.

Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.

(Obra poética, 1997.)
Os versos “O sentir e o desejar / São banidos dessa terra.” (3a estrofe) podem ser reescritos, sem prejuízo para o seu sentido e respeitando-se a correção gramatical, da seguinte forma:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2015 - UNIFESP - Prova de Língua Portuguesa e Língua Inglesa |
Q1797689 Português
Leia o trecho inicial de um artigo do livro Bilhões e bilhões do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) para responder à questão.

O tabuleiro de xadrez persa
    
  Segundo o modo como ouvi pela primeira vez a história, aconteceu na Pérsia antiga. Mas podia ter sido na Índia ou até na China. De qualquer forma, aconteceu há muito tempo. O grão-vizir, o principal conselheiro do rei, tinha inventado um novo jogo. Era jogado com peças móveis sobre um tabuleiro quadrado que consistia em 64 quadrados vermelhos e pretos. A peça mais importante era o rei. A segunda peça mais importante era o grão-vizir – exatamente o que se esperaria de um jogo inventado por um grão-vizir. O objetivo era capturar o rei inimigo e, por isso, o jogo era chamado, em persa, shahmat – shah para rei, mat para morto. Morte ao rei. Em russo, é ainda chamado shakhmat. Expressão que talvez transmita um remanescente sentimento revolucionário. Até em inglês, há um eco desse nome – o lance final é chamado checkmate (xeque-mate). O jogo, claro, é o xadrez. Ao longo do tempo, as peças, seus movimentos, as regras do jogo, tudo evoluiu. Por exemplo, já não existe um grão-vizir – que se metamorfoseou numa rainha, com poderes muito mais terríveis.
    A razão de um rei se deliciar com a invenção de um jogo chamado “Morte ao rei” é um mistério. Mas reza a história que ele ficou tão encantado que mandou o grão-vizir determinar sua própria recompensa por ter criado uma invenção tão magnífica. O grão-vizir tinha a resposta na ponta da língua: era um homem modesto, disse ao xá. Desejava apenas uma recompensa simples. Apontando as oito colunas e as oito filas de quadrados no tabuleiro que tinha inventado, pediu que lhe fosse dado um único grão de trigo no primeiro quadrado, o dobro dessa quantia no segundo, o dobro dessa quantia no terceiro e assim por diante, até que cada quadrado tivesse o seu complemento de trigo. Não, protestou o rei, era uma recompensa demasiado modesta para uma invenção tão importante. Ofereceu joias, dançarinas, palácios. Mas o grão-vizir, com os olhos apropriadamente baixos, recusou todas as ofertas. Só desejava pequenos montes de trigo. Assim, admirando-se secretamente da humildade e comedimento de seu conselheiro, o rei consentiu.
    No entanto, quando o mestre do Celeiro Real começou a contar os grãos, o rei se viu diante de uma surpresa desagradável. O número de grãos começa bem pequeno: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128, 256, 512, 1024... mas quando se chega ao 64o quadrado, o número se torna colossal, esmagador. Na realidade, o número é quase 18,5 quintilhões*. Talvez o grão-vizir estivesse fazendo uma dieta rica em fibras.
    Quanto pesam 18,5 quintilhões de grãos de trigo? Se cada grão tivesse o tamanho de um milímetro, todos os grãos juntos pesariam cerca de 75 bilhões de toneladas métricas, o que é muito mais do que poderia ser armazenado nos celeiros do xá. Na verdade, esse número equivale a cerca de 150 anos da produção de trigo mundial no presente. O relato do que aconteceu a seguir não chegou até nós. Se o rei, inadimplente, culpando-se pela falta de atenção nos seus estudos de aritmética, entregou o reino ao vizir, ou se o último experimentou as aflições de um novo jogo chamado vizirmat, não temos o privilégio de saber.

*1 quintilhão = 1 000 000 000 000 000 000 = 1018. Para se contar esse número a partir de 0 (um número por segundo, dia e noite), seriam necessários 32 bilhões de anos (mais tempo do que a idade do universo).

(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008. Adaptado.)
O trecho “era um homem modesto, disse ao xá” (2º parágrafo) foi construído em discurso indireto. Ao se adaptar tal trecho para o discurso direto, o verbo “era” assume a seguinte forma:
Alternativas
Q1797646 Português
Leia o texto de Caio Prado Júnior para responder à questão.

     De tudo se trata, pode-se dizer, ou se tem tratado na “filosofia”, e até os mesmos assuntos, ou aparentemente os mesmos, são considerados em perspectivas de tal modo apartadas uma das outras que não se combinam e entrosam entre si, tornando-se impossível contrastá-las. Para alguns, essa situação é não apenas normal, mas plenamente justificável. A filosofia seria isso mesmo: uma especulação infinita e desregrada em torno de qualquer assunto ou questão, ao sabor de cada autor, de suas preferências e mesmo de seus humores. Há mesmo quem afirme não caber à filosofia “resolver”, e sim unicamente sugerir questões e propor problemas, fazer perguntas cujas respostas não têm maior interesse, e com o fim unicamente de estimular a reflexão, aguçar a curiosidade. E já se afirmou até que a filosofia não passava de uma ginástica do pensamento, entendendo por isso o simples exercício e adestramento de uma função — no caso, o pensamento em vez dos músculos, sem outra finalidade que essa.
     Apesar, contudo, de boa parte da especulação filosófica, particularmente em nossos dias, parecer confirmar tal ponto de vista, ele certamente não é verdadeiro. Há sem dúvida um terreno comum onde a filosofia, ou aquilo que se tem entendido como tal, se confunde com a literatura (no bom sentido, entenda-se bem) e não objetiva realmente conclusão alguma, destinando-se tão somente, como toda literatura, a par do entretimento que proporciona, levar aos leitores ou ouvintes, a partir destes centros condensadores da consciência coletiva que são os profissionais do pensamento, levar-lhes impressões e estados de espírito, emoções e estímulos, dúvidas e indagações. Mas esse terreno que a filosofia, ou pelo menos aquilo que se tem entendido por “filosofia”, compartilha com a literatura, não é toda filosofia, nem mesmo, de certo modo, a sua mais importante e principal parte.
     Com toda sua heterogeneidade, confusão e hermetismo, a filosofia ainda encontra ressonância tal, que bastaria para comprovar que nela se abrigam questões que dizem muito de perto com interesses e aspirações humanas que devem, por isso, ser atendidos, e não frustrados pela ausência ou desconhecimento de objetivo e rumo seguros da parte daqueles que se ocupam do assunto.
     Mas onde encontrar esse “objeto” último e profundo da especulação filosófica para o qual converge e onde se concentra a variegada problemática de que a filosofia vem através dos séculos e em todos os lugares se ocupando; e de que se trata?

(O que é filosofia, 2008. Adaptado.)
Apesar, contudo, de boa parte da especulação filosófica, particularmente em nossos dias, parecer confirmar tal ponto de vista, ele certamente não é verdadeiro.” (2° parágrafo)
Mantendo-se o significado original e a correção gramatical, os dois trechos sublinhados podem ser substituídos por:
Alternativas
Q1796197 Português
Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
Considerado o contexto do primeiro parágrafo, o verbo sublinhado indica um acontecimento habitual, frequente, no passado, na frase:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: Universidade Presbiteriana Mackenzie Órgão: MACKENZIE Prova: Universidade Presbiteriana Mackenzie - 2019 - MACKENZIE - Vestibular Mackenzie - Grupos II e III |
Q1793858 Português

Texto para a questão



Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I. O pronome isso (linha 03) refere-se ao que é afirmado anteriormente. II. A forma verbal sustentariam (linha 08) apresenta um tempo que denota ideia de possibilidade, de algo possível, mas não efetivamente certo. III. A partícula si (linha 13) refere-se à expressão inteligência artificial.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: Universidade Presbiteriana Mackenzie Órgão: MACKENZIE Prova: Universidade Presbiteriana Mackenzie - 2019 - MACKENZIE - Vestibular Mackenzie - Grupos II e III |
Q1793855 Português

Texto para a questão



Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2017 Banca: FEPESE Órgão: ABEPRO Prova: FEPESE - 2017 - ABEPRO - Processo de Seleção |
Q1789274 Português

Sociologia Ambiental


O interesse da academia no desenvolvimento de estudos voltados para as questões ambientais é relativamente novo. Só começou a aparecer em meados de 1970, quando o mundo, fortemente influenciado por movimentos ecologistas e ambientalistas nascidos nos EUA, finalmente voltava seus olhos aos desastres ambientais causados pelos homens. Até então acreditava-se que os recursos naturais eram infinitos e que os impactos causados pelo homem eram facilmente revertidos pela natureza. Assim, discutir o futuro do planeta não parecia ser relevante.


Na década de 1990, os estudos voltados para a relação sociedade-natureza deram um grande salto com as contribuições de um dos mais respeitados e conhecidos sociólogos ambientais do mundo: Frederick Howard Buttel. Nascido nos Estados Unidos, Buttel dedicou sua vida acadêmica a compreender as complexas relações entre a sociedade e o ambiente natural. Apontava o caráter ambivalente do homem, que seria parte integrante da paisagem natural, submetido às dinâmicas próprias da natureza e, ao mesmo tempo, agente modificador e criador de novos ambientes. Sobre essa dualidade humana escreveu:


O ser humano, especialidade zoológica da Sociologia, é singular em todo o mundo animal, tanto quanto o é sua capacidade de criar uma cultura e comunicação simbólica. A Sociologia não pode nem deve se tornar um ramo da ecologia comportamental. Mas o ser humano também é uma espécie entre muitas, e é uma parte integral da biosfera. Assim, um entendimento perfeito do desenvolvimento histórico e do futuro das sociedades humanas se torna problemático quando se deixa de considerar o substrato ecológico e material da existência humana. Esse entendimento é limitado pelo antropocentrismo sociológico. Parece certo que, no futuro, haverá prolongados debates sobre articulação ou isolamento “adequados” entre a Sociologia e a Biologia.


Também na década de 1990, a Sociologia Ambiental ganhou mais contribuições com os estudos do sociólogo, antropólogo e filósofo da ciência, o francês Bruno Latour. Em seu ensaio monográfico Jamais fomos modernos, ele afirma que essa divisão sociedade-natureza seria, na verdade, uma invenção ocidental. Seria um traço característico da modernidade a criação de Constituições que definem e separam o que é humano do não humano, “legalizando” assim essa separação. No entanto, defende ele que na realidade essa separação não existe, porque o homem está em constante mudança em função do meio em que vive, assim como a natureza está em constante mudança em função das vontades humanas. Em outras palavras, o social está submetido ao natural e vice-versa.


RAMOS, V. R. Os caminhos da Sociologia Ambiental. Sociologia. ed.

72. 2017. p. 45-46.[Adaptado]

Considere, em seu contexto, o trecho abaixo extraído do texto:
Até então acreditava-se que os recursos naturais eram infinitos e que os impactos causados pelo homem eram facilmente revertidos pela natureza. Assim, discutir o futuro do planeta não parecia ser relevante. (1°  parágrafo)
Analise as afirmativas abaixo em relação ao texto:
1. O vocábulo “que”, em suas duas ocorrências, introduz orações subordinadas coordenadas entre si, as quais complementam o verbo acreditar. 2. A expressão “Até então” funciona como conector, estabelecendo uma relação semântica de conclusão. 3. O vocábulo “Assim” funciona como conector, estabelecendo uma relação semântica de causalidade. 4. O segmento “não parecia ser relevante” confere força assertiva ao conteúdo expresso por “discutir o futuro do planeta”. 5. A forma verbal “eram”, em cada uma das ocorrências, pode ser substituída por “fossem”, sem prejuízo de informação temporal.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2018 - ESPM - Vestibular 2019/1 - RS |
Q1788957 Português
A um passarinho

Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

(Vinicius de Moraes)


Os dois últimos versos trazem a forma verbal no Imperativo Afirmativo, na segunda pessoa do singular (tu). Se estivessem na segunda pessoa do plural (vós), teríamos:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: UNEMAT Órgão: UNEMAT Prova: UNEMAT - 2015 - UNEMAT - Vestibular UNEMAT |
Q1782803 Português

Meninos Carvoeiros


Os meninos carvoeiros

Passam a caminho da cidade.

- Eh, carvoeiro!

E vão tocando os animais com um relho enorme.


Os burros são magrinhos e velhos.

Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.

A aniagem é toda remendada.

Os carvões caem.


(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)


- Eh, carvoeiro! Só mesmo estas crianças raquíticas

Vão bem com estes burrinhos descadeirados.

A madrugada ingênua parece feita para eles ...

Pequenina, ingênua miséria!

Adoráveis ​​carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!


- Eh, carvoeiro!


Quando voltam, mordendo num pão encarvoado.

Encarapitados nas alimárias,

Apostando corrida,

Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados!


(BANDEIRA, Manuel. Antologia Poética. 10ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1978)


O poema aborda um grave problema social, que é o trabalho infantil. A gravidade do tema está coerente com um dos versos cuja conjugação verbal destoa da aparente descontração dos meninos. Assinale-o.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: ULBRA Órgão: ULBRA Prova: ULBRA - 2018 - ULBRA - Vestibular |
Q1722667 Português

Leia as afirmações abaixo e marque “V” para verdadeiro e “F” para falso, entre os parênteses. Depois, assinale a alternativa correspondente.


( ) Primeiro balão: a expressão “no face” é um adjunto adverbial.

( ) Primeiro balão: a palavra “se” é uma conjunção de condição.

( ) Segundo balão: a locução verbal “vão ter” corresponde ao futuro do presente do indicativo.

( ) Segundo balão: o termo “se” poderia ser substituído, com o mesmo sentido, por “caso”, sem a necessidade de alteração na conjugação dos verbos.

Alternativas
Ano: 2018 Banca: ULBRA Órgão: ULBRA Prova: ULBRA - 2018 - ULBRA - Vestibular |
Q1722659 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto Você anda espalhando mentiras por aí, de Eugênio Bucci, disponível em https://epoca.globo.com/politica/eugenio-bucci/noticia/2017/08/voce-anda-espalhando-mentiras-por-ai.html

2.png (664×697)

Assinale a alternativa correta.


“Vai aí uma dica. Não redistribua nada de forma indiscriminada.” (l. 39)

Alternativas
Q1713573 Português
Entre todas as palavras do momento, a mais flamejante talvez seja desigualdade. E nem é uma boa palavra, incomoda. Começa com des. Des de desalento, des de desespero, des de desesperança. Des, definitivamente, não é um bom prefixo. Desigualdade. A palavra do ano, talvez da década, não importa em que dicionário. Doravante ouviremos falar muito nela.  De-si-gual-da-de. Há quem não veja nem soletre, mas está escrita no destino de todos os busões da cidade, sentido centro/subúrbio, na linha reta de um trem. Solano Trindade, no sinal fechado, fez seu primeiro rap, “tem gente com fome, tem gente com fome, tem gente com fome”, somente com esses substantivos. Você ainda não conhece o Solano? Corra, dá tempo. Dá tempo para você entender que vivemos essa desigualdade. Pegue um busão da Avenida Paulista para a Cidade Tiradentes, passe o valetransporte na catraca e simbora – mais de 30 quilômetros. O patrão jardinesco vive 23 anos a mais, em média, do que um humaníssimo habitante da Cidade Tiradentes, por todas as razões sociais que a gente bem conhece.  Evitei as estatísticas nessa crônica. Podia matar de desesperança os leitores, os números rendem manchete, mas carecem de rostos humanos. Pega a visão, imprensa, só há uma possibilidade de fazer a grande cobertura: mirese na desigualdade, talvez não haja mais jeito de achar que os pontos da bolsa de valores signifiquem a ideia de fazer um país.
(Adaptado de Xico Sá, A vidinha sururu da desigualdade brasileira. Em El País, 28/10/2019. Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/28/opinion/1572287747_637859.html?fbclid=IwAR1VPA7qDYs1Q0Ilcdy6UGAJTwBO_snM DUAw4yZpZ3zyA1ExQx_XB9Kq2qU. Acessado em 25/05/2020.)

Assinale a alternativa que identifica corretamente recursos linguísticos explorados pelo autor nessa crônica.
Alternativas
Ano: 2021 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2021 - UPE - Vestibular - 1º Fase - 1º Dia |
Q1680889 Português

O Texto  serve de base para a questão.

Texto 


Disponível em: https://redeglobo.globo.com/sp/eptv/eptv-na-escola-ribeirao/noticia/a-leitura-como-aliada-da-boa-redacao.ghtml 

Prevalece, na parte verbal do Texto, o emprego da norma culta da língua. Nesse contexto, é CORRETO afirmar que
Alternativas
Ano: 2019 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2019 - IF-PE - Vestibular - Técnico PROEJA |
Q1643517 Português
TEXTO 1
LIXO: UM GRAVE PROBLEMA DO MUNDO MODERNO
(1) Até meados do século XIX, o lixo gerado – restos de comida, excrementos de animais e outros materiais orgânicos – reintegrava-se aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Mas, com a industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi se tornando um problema.
(2) A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e mais matériasprimas, por outro, fazemos crescer montanhas de lixo. E, como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se em novas matérias-primas, pode tornar-se uma perigosa fonte de contaminação para o meio ambiente ou de doenças.
(3) Recentemente, começamos a perceber que, assim como não podemos deixar o lixo acumular dentro de nossas casas, é preciso conter a geração de resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo no nosso planeta. Para isso, será preciso conter o consumo desenfreado, que gera cada vez mais lixo, e investir em tecnologias que permitam diminuir a geração de resíduos, além da reutilização e da reciclagem dos materiais em desuso.
(4) Precisamos, ainda, reformular nossa concepção a respeito do lixo. Não podemos mais encarar todo lixo como “resto inútil”, mas, sim, como algo que pode ser transformado em nova matéria-prima para retornar ao ciclo produtivo.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Lixo um grave problema no mundo moderno. Disponível em: . Acesso em: 27 out. 2019 (adaptado). 
No TEXTO 1, observa-se a relação da sociedade com o lixo ao longo do tempo. Para marcar essa história, o tempo verbal vai mudando conforme o assunto avança até os dias atuais. Indique a alternativa que analisa CORRETAMENTE o uso dos tempos verbais do modo indicativo destacados em cada trecho.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2018 - UECE - Vestibular - Língua Portuguesa |
Q1405729 Português

 

 

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Exigências da vida

moderna. Disponível em:

http://www.refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-luis-fernando-verissimo. Acesso: 22.06.2018.

Luís Fernando Veríssimo, para escrever sua crônica, utiliza-se, várias vezes, da forma verbal no imperativo com diferentes funções. No que diz respeito a esse uso, assinale a afirmação FALSA.
Alternativas
Q1404658 Português

Analise as proposições em relação ao conto Os mortos não têm desejos (Roteiro de uma vida inútil), à obra O conto da mulher brasileira / Edla van Steen (Organizadora), e ao Texto.

I. Nos períodos “Heloísa termina de pendurar o último quadro” (linha 1) e “Não vou ser nunca o príncipe encantado” (linha 18) as expressões destacadas constituem locuções verbais e podem ser substituídas por pendura e serei, sequencialmente, sem que ocorra alteração de sentido no texto.

II. Devido à intercalação dos flashbacks, que mostram a vida da personagem-narradora Heloisa, na narração dela, há uma visível fragmentação na história, o que leva o leitor à divagação.

III. Embora a obra seja editada no período moderno, ela traz várias características da escola romântica, a exemplo, o patriarcalismo – alguns reflexos da ideologia dominante para mostrar os hábitos esperados pela sociedade e dirigidos às mulheres. E estas, na maioria dos contos, ainda que mostrem uma sensualidade reprimida, também continuam sendo objetos da idealização masculina.

IV. No sintagma verbal “De repente, larga a exposição em meio e pega o carro” (linha 7) a expressão destacada, quanto à morfologia, é locução adverbial, pode ser substituída pelo advérbio de modo – repentinamente, o qual pode ser deslocado para o final da oração, sem que ocorra prejuízo de sentido, no texto.

V. A Antologia é composta por 19 contos de autoras que fazem parte do panorama da literatura brasileira. As protagonistas são mulheres e, na maioria das narrativas, prepondera um tom intimista, dando preferência à primeira pessoa.


Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Respostas
1: E
2: C
3: A
4: C
5: A
6: E
7: C
8: A
9: D
10: E
11: D
12: A
13: C
14: D
15: A
16: C
17: B
18: B
19: A
20: A