Questões de Vestibular de Português - Interpretação de Textos

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Q1399908 Português

Posto, logo existo


    Continuam a pipocar debates sobre as consequências de se passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em saturação social: tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, cercadas não por milhares de seguidores, mas por umas poucas dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto.

    Claro que muita gente usa as redes sociais como uma forma de aproximação e de compartilhamento — numa boa. Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o real pelo virtual, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas há pessoas que não se sentem com a existência comprovada, e, para isso, se valem de bizarrices na esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que alguém medíocre.

    Esses casos estão aí, ao nosso redor. Gente que não percebe a diferença entre existir e viver não entende que é preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha para 17 870 que não estão nem aí.

MEDEIROS, M. Revista O Globo, 10 jun. 2012.

Para defender seu ponto de vista acerca da influência da internet, a autora
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Q1399907 Português

Assum preto

  Tudo em vorta é só beleza            

  Sol de abril e a mata em frô           

Mas Assum preto, cego dos óio   

Num vendo a luz, ai, canta de dô.


Tarvez por ignorança                   

Ou mardade das pió                    

 Furaro os óio do Assum preto      

 Pra ele assim, ai, cantá mió.        


Assum preto veve sorto              

Mas num pode avuá                    

  Mil vez a sina de uma gaiola         

  Desde que o céu, ai, pudesse oiá.


   Assum preto, o meu cantar            

É tão triste como o teu                

 Também robaro o meu amor        

 Que era a luz, ai, dos óio meu.    

GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:

www.vagalume.com.br. Acesso em: 17 jul. 2014.

O texto poético Assum preto apresenta uma variedade linguística caracterizada pela informalidade da situação de comunicação e pelo gênero letra de canção regional. Essa variedade de língua está marcada no texto pela
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Q1399906 Português

TEXTO I

As cores da desigualdade


    De mãe preta e pai branco, ela se considera parda. Quando sai com sua filha, de pele bem branca e cabelos claros, muitas vezes é tratada por estranhos como a babá da criança. Certo dia, estava no mercado e reprimiu a filha por uma pirraça. Foi, então, abordada por uma senhora, que disse: “A mãe da menina sabe que você fala com ela assim?”.

GOMES, I.; MARLI, M. Retratos: a revista do IBGE, n. 11, maio 2018 (adaptado).


TEXTO II

Incidente na raiz

Jussara pensa que é branca. Nunca lhe disseram o contrário.

Nem o cartório. No cabelo crespo deu um jeito. Produto químico e fim! Ficou esvoaçante e submetido diariamente a uma drástica auditoria no couro cabeludo para evitar que as raízes pusessem as manguinhas de fora. Qualquer indício, munia-se de pasta alisante, ferro e outros que tais e...

Lá um dia, veio alguém com a notícia de “alisamento permanente”. [...]

Fez um sacrifício nas economias, protelou o sonho da plástica e submeteu-se.

Com as queimaduras químicas na cabeça, foi internada às pressas, depois de alguns espasmos e desmaios.

Na manhã seguinte, ao abrir com dificuldade os olhos, no leito do hospital, um enfermeiro crioulo perguntou-lhe:

Tá melhor, nêga?

Ela desmaiou de novo.

SILVA, L. Cuti: contos escolhidos. Rio de Janeiro: Malê, 2016. 

Analisando os dois textos, conclui-se que eles
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Q1399905 Português

Disponível em: www.hermitagemuseum.org. Acesso em: 11 ago. 2015. 

Na imagem, a representação dos corpos assume a função de expressar
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Q1399904 Português

Comida

   Bebida é água.                                            

Comida é pasto.                                       

  Você tem sede de quê?                             

Você tem fome de quê?                           

A gente não quer só comida,                   

A gente quer comida, diversão e arte.     

A gente não quer só comida,                  

A gente quer saída para qualquer parte.

ANTUNES, A.; BRITTO, S.; FROMER, M. Titãs acústico.

Rio de Janeiro: WEA/MTV, 1997 (fragmento). 

Na letra da canção, a repetição da expressão “A gente não quer só comida” tem por objetivo
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Respostas
1206: C
1207: A
1208: D
1209: B
1210: D