Questões de Vestibular Sobre morfologia - verbos em português

Foram encontradas 441 questões

Ano: 2025 Banca: FUNCERN Órgão: IF-PE Prova: FUNCERN - 2025 - IF-PE - Vestibular - Técnico Integrado |
Q3186431 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
No segundo parágrafo, há a presença dominante de verbos no pretérito
Alternativas
Ano: 2025 Banca: FUNCERN Órgão: IF-PE Prova: FUNCERN - 2025 - IF-PE - Vestibular - Técnico Integrado |
Q3186430 Português
A questão refere-se ao texto a seguir.

No dia em que o gato falou

      Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!

      A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

      Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):

     — Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
   
    — Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

     — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.

     Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

     — Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.


Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.


FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
No primeiro parágrafo, os verbos utilizados representam, em conjunto,
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Ano: 2025 Banca: COMVEST - UNICAMP Órgão: UNICAMP Prova: COMVEST - UNICAMP - 2025 - UNICAMP - Vestibular Indígena |
Q3157199 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão.


Se pensarmos o Brasil a partir das cosmologias e histórias indígenas, veremos que esta nação é múltipla e nela coexistem maneiras distintas de pensar e de viver. E mesmo que a vivência em um território comum nos coloque o desafio de construir um campo de ação política que nos unifique como cidadãos, as cosmologias indígenas não podem ser reduzidas às formas ocidentais de pensar e de ordenar o mundo.

As experiências e os saberes indígenas consideram o universo em sua totalidade e inserem o ser humano em uma complexa rede de relações que envolvem os seres, naturais e sobrenaturais, integrando a vida como um todo. Essas cosmologias não se confundem e nem podem ser contidas dentro da lógica materialista e mercadológica, com a qual estamos habituados.

(BONIN, Iara Tatiana. Cosmovisão indígena e modelo de desenvolvimento. In: Encarte Pedagógico V – Jornal Porantim, ano XXXVI, n. 376, Brasília, Junho/Julho 2015, p.1.)
Para Iara Bonin, articular a cosmovisão indígena a um modelo de desenvolvimento para o Brasil é um desafio coletivo. No texto, isso é marcado pelo uso de verbos em 
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Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - UNB - Prova de Conhecimentos II - 1° dia |
Q3111485 Português
     O debate sobre as mudanças climáticas explicita um caso extremo de politização da ciência. Interesses corporativos, agremiações políticas conservadoras e intelectuais com pouca ou nenhuma credencial no campo de pesquisas da climatologia articularam-se material e discursivamente nos países anglo-saxões para evitar que as conclusões apresentadas pelo relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) se traduzissem em medidas regulatórias ou políticas públicas voltadas para a mitigação da interferência humana na química atmosférica. Dado que o acúmulo de evidências sobre o caráter antropogênico das mudanças climáticas consolidou sua posição marginal no campo científico, os representantes do “ceticismo” abandonaram a competição por um paradigma alternativo segundo os padrões acadêmicos. Em vez disso, concentraram-se no fortalecimento de uma “máquina negacionista” que, embora tentando preservar a aparência de um debate científico ainda em curso, deturpou sistematicamente as evidências científicas que poderiam fundamentar o debate público sobre as mudanças climáticas.


Luiz E. V. de Souza, Estevão Bosco e Marcelo Fetz. Internet: (com adaptações). 
Considerando os múltiplos aspectos relacionados ao texto precedente, julgue o item.

Em “poderiam fundamentar” (último período), a flexão de tempo e modo da forma verbal “poderiam” denota a possibilidade remota de que comprovações científicas fundamentem uma discussão pública que envolva mudanças climáticas. 
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Ano: 2024 Banca: COMVEST - UNICAMP Órgão: UNICAMP Prova: COMVEST - UNICAMP - 2024 - UNICAMP - Vestibular |
Q3107227 Português
“(...) Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa [de conhaque] para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras (...)”.
(ABREU, Caio Fernando. Além do ponto. Morangos Mofados. São Paulo: Companhia das Letras, p. 42, 2019.)

No conto “Além do ponto”, observa-se que o contraste entre o “eu”, personagem que deseja, e o “ele”, personagem imaginado,
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Ano: 2024 Banca: COMVEST - UNICAMP Órgão: UNICAMP Prova: COMVEST - UNICAMP - 2024 - UNICAMP - Vestibular |
Q3107222 Português
Qual o macete de ‘Macetando’?

Macetar, verbo transitivo: “golpear (alguém ou algo) com maceta ou macete, um martelo de cabo curto”. A definição está nos dicionários, mas o carnaval, como de praxe, mascarou o significado a seu bel-prazer. O coro da multidão que acompanhou Ivete Sangalo na abertura da folia de Salvador comprova que essa é a época ideal para enriquecer o vocabulário. Música gravada pela cantora baiana com participação de Ludmilla, “Macetando” despontou como hit nacional ao encher a boca do povo com o refrão-chiclete: “Ah, bebê, é a Veveta que tá no comando / Macetando, macetando, macetando...”.
(Adaptado de CUNHA, G. Qual o macete de ‘macetando’? O Globo (versão online), 10/02/2024.)


Na letra da música em questão, um dos aspectos que contribuem para o mascaramento do significado de macetar é
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Q2092729 Português
TEXTO 2

1_- 29 2.png (373×686)

Adaptado de: MARQUES, Jairo. Como uma das maiores bandas
de rock do mundo faz a diferença pela inclusão.
Disponível em: https://bit.ly/3OAjYix. Acesso em: 27 abr. 2022.

Sobre os recursos linguísticos empregados no texto, afirma-se:
I. O pronome “lhe” (linha 13) complementa o adjetivo “peculiar” (linha 13). II. As três ocorrências do verbo “parecer” (linhas 13, 34 e 38) conferem caráter de incerteza ao discurso do autor. III. As correlativas “não só ... como” (linhas 18 e 19) estabelecem relação de adição no período. IV. “Para” (linha 34) introduz a finalidade da expressão “oportunidade incrível” (linha 34).
Estão corretas apenas as afirmativas
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Ano: 2022 Banca: UEMA Órgão: UEMA Prova: UEMA - 2022 - UEMA - Vestibular 2023 |
Q2076548 Português

O conto a seguir serve de base para responder à questão.

Entre as folhas do Verde O

    O príncipe acordou contente. Era dia de caçada. Os cachorros latiam no pátio do castelo. Vestiu o colete de couro, calçou as botas. Os cavalos batiam os cascos debaixo da janela. Apanhou as luvas e desceu.

     Lá embaixo parecia uma festa. Os arreios e os pelos dos animais brilhavam ao Sol. Brilhavam os dentes abertos em risadas, as armas, as trompas que deram o sinal de partida.

     Na floresta também ouviram a trompa e o alarido. Todos souberam que eles vinham. E cada um se escondeu como pode.

     Só a moça não se escondeu. Acordou com o som da tropa, e estava debruçada no regato quando os caçadores chegaram.

     Foi assim que o príncipe a viu. Metade mulher, metade corça, bebendo no regato. A mulher tão linda. A corça tão ágil. A mulher ele queria amar, a corça ele queria matar. Se chegasse perto será que ela fugia? Mexeu num galho, ela levantou a cabeça ouvindo. Então o príncipe botou a flecha no arco, retesou a corda, atirou bem na pata direita. E quando a corça-mulher dobrou os joelhos tentando arrancar a flecha, ele correu e a segurou, chamando homens e cães.

     Levaram a corça para o castelo. Veio o médico, trataram do ferimento. Puseram a corça num quarto de porta trancada. Todos os dias o príncipe ia visitá-la. Só ele tinha a chave. E cada vez se apaixonava mais. Mas a corça-mulher só falava a língua da floresta e o príncipe só sabia ouvir a língua do palácio. Então, ficavam horas se olhando calados, com tanta coisa para dizer.

     Ele queria dizer que a amava tanto, que queria casar com ela e tê-la para sempre no castelo, que a cobriria de roupas e joias, que chamaria o melhor feiticeiro do reino para fazê-la virar toda mulher.

     Ela queria dizer que o amava tanto, que queria se casar com ele e levá-lo para a floresta, que lhe ensinaria a gostar dos pássaros e das flores e que pediria à Rainha das Corças para dar-lhe quatro patas ágeis e um belo pelo castanho.

     Mas o príncipe tinha a chave da porta. E ela não tinha o segredo da palavra.

     Todos os dias se encontravam. Agora se seguravam as mãos. E no dia em que a primeira lágrima rolou nos olhos dela, o príncipe pensou ter entendido e mandou chamar o feiticeiro.

     Quando a corça acordou, já não era mais corça. Duas pernas só, e compridas, um corpo branco. Tentou levantar, não conseguiu. O príncipe lhe deu a mão. Vieram as costureiras e a cobriram de roupas. Vieram os joalheiros e a cobriram de joias. Vieram os mestres de dança para ensinar-lhe a andar. Só não tinha a palavra. E o desejo de ser mulher.

     Sete dias ela levou para aprender sete passos. E na manhã do oitavo dia, quando acordou e viu a porta aberta, juntou sete passos e mais sete, atravessou o corredor, desceu a escada, cruzou o pátio e correu para a floresta à procura de sua Rainha.

     O Sol ainda brilhava quando a corça saiu da floresta, só corça, não mais mulher. E se pôs a pastar sob as janelas do palácio.


COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Global, 2005

O trecho cujos verbos revelam simultaneidade de ações na cena relatada é  
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Ano: 2022 Banca: UEMG Órgão: UEMG Prova: UEMG - 2022 - UEMG - Vestibular |
Q2054661 Português

Texto I




Laerte.

Disponível em: https://www.instagram.com/p/CWtk14SFixR/. Acesso em 19 jan. 2022.


Texto II

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Luiz Vaz de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.


Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria,

E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía.


Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/2513/mudam-se-ostempos-mudam-se-as-vontades. Acesso em 17 jan. 2022.


Glossário:

Soía: costumava

Analise o excerto a seguir, extraído do Texto II, e assinale a alternativa INCORRETA.

“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Muda-se o ser, muda-se a confiança;”.

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - Indígena |
Q1987175 Português
Texto 1A1-II

    Desde 1500 até a década de 70 do século XX, a população indígena brasileira diminuiu drasticamente, tendo ocorrido até mesmo a extinção de inúmeros povos. Em pleno século XXI, grande parte da população brasileira ainda desconhece a imensa diversidade dos povos indígenas que vivem no país. Estima-se que, na época da chegada dos europeus ao continente, existiam mais de 1.000 povos indígenas, somando entre 2 milhões e 4 milhões de nativos.
        Apesar do passado de grandes desafios pela sobrevivência, a população indígena está voltando a crescer. Esse aumento populacional se deve à taxa demográfica, ao empenho em preservar a cultura tradicional e, sobretudo, ao número de pessoas que se reconhecem com a identidade indígena.
       A partir do ano de 1991, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu os indígenas no censo demográfico nacional. O ritmo de crescimento foi quase seis vezes maior que o da população em geral. O percentual de indígenas em relação à população total brasileira saltou de 0,2%, em 1991, para 0,4%, em 2000, totalizando 734 mil pessoas. Houve um aumento anual de 10,8% da população indígena, a maior taxa de crescimento entre todas as categorias, quando a média total de crescimento era de 1,6%. Um índice de grande importância nesse contexto foi o aumento da população indígena urbanizada. 

Internet: <https://revistascientificas.ifrj.edu.br> (com adaptações). 

Julgue o item seguinte, em relação às ideias e propriedades linguísticas do texto 1A1-II.  


A substituição da forma verbal “existiam” (terceiro período do primeiro parágrafo) por havia ou por haviam seria gramaticalmente correta.

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - Indígena |
Q1987163 Português
Texto 1A1-I

      À primeira vista, a palavra pode sugerir névoa, neblina, um véu de água se espalhando pela paisagem. Mas, à medida que os pesquisadores se debruçam sobre documentos como cartas de sesmarias e livros antigos e escutam a tradição oral, mais descobrem sobre o verdadeiro significado do nome das cidades, dos povoados e dos acidentes geográficos de Minas Gerais. Quer dois exemplos? Os distritos coloniais de Brumal, em Santa Bárbara, e Cachoeira do Brumado, em Mariana, ganharam essa denominação não pela bruma à qual remetem, e sim pela broma, que em castelhano quer dizer enrolar, passar para trás. Nascidas no século XVIII e criadas na efervescência da mineração, as localidades teriam sido palco de perdas e enganos na disputa pelo ouro, pois as lavras não eram tão ricas como supunham os colonizadores. Bem a propósito, Cachoeira do Brumado, em seus primórdios, quando o território nem se chamava ainda Capitania de Minas, era conhecida como Bromado.
      Os nomes das cidades apaixonam os pesquisadores e rendem profundos estudos acadêmicos. “Afinal, eles têm grande importância para os moradores, sua história, origem e identidade”, diz a professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Maria Cândida Trindade Costa de Seabra. Coordenadora do Grupo Mineiro de Estudos do Léxico, que trata a palavra no contexto sociocultural e pesquisa neologismos, topônimos (nome próprio de um lugar), antropônimos (nomes de pessoas) e outros, Maria Cândida e sua equipe montaram três bancos de dados, um deles com 85 mil nomes de lugares, entre eles cidades, povoados, fazendas, rios, córregos e morros do estado listados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
        Do total pesquisado, a equipe verificou que há 8,4 mil topônimos de origem indígena, como Buriti e Pindaíba; 1,3 mil de origem africana, caso de Caxambu, no sul de Minas Gerais; 2,8 mil híbridos ou decorrentes da mistura de português com indígena (Buriti Grande); de origem indígena com africano (Capão do Cachimbo) e de africano com português (Quilombo Baixo), além de 1,2 mil não classificados, como Manjonge. Os dados alimentam, desde 2005, o Projeto ATEMIG — Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais, desdobramento do Atlas Toponímico do Brasil desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP). Os outros dois bancos de dados contêm informações e mapas antigos do Centro de Cartografia Histórica da UFMG e relatos orais colhidos em atividades de campo. 

 Internet: <www.em.com.br> (com adaptações). 

Julgue o item que se segue, com base nas ideias e nos sentidos do texto 1A1-I.


No trecho “as lavras não eram tão ricas como supunham os colonizadores” (quinto período do primeiro parágrafo), a forma verbal “supunham” tem o mesmo sentido de pressupunham.

Alternativas
Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - UNB - Vestibular - Libras |
Q1985052 Português
          Por que algumas vacinas são em gotinhas e outras, injeção?
        As vacinas em gotas, que tomamos pela boca, são destinadas a evitar doenças que contraímos também pela via oral ― por meio de alimentos ou água contaminada ―, como é o caso dos rotavírus e do vírus da poliomielite (causador da paralisia infantil). Esse tipo de vacina é absorvido no trato gastrintestinal e age estimulando o nosso sistema imunológico a combater os microrganismos que se instalam nessa região.
        Por sua vez, as vacinas injetáveis estimulam o nosso organismo a combater os microrganismos que, em geral, são transmitidos pelo ar, como é o caso da tuberculose, do sarampo, da catapora e da caxumba, por exemplo.
         Embora haja diferença no local de ação, o objetivo de qualquer vacina é o mesmo: estimular nosso corpo a se proteger de microrganismos que podem causar doenças. Quer saber de uma novidade? Muitos pesquisadores já estudam como fazer para que vacinas tradicionalmente aplicadas pela via oral possam também ser administradas pela via injetável, e vice-versa. Para alguns casos, isso já é realidade. A vacina contra o vírus da poliomielite, por exemplo, pode ser administrada tanto em gotinhas quanto em injeção. Será que, no futuro, vamos poder escolher?!

Alexandre Precioso. Ciência hoje das crianças, n.º 294, nov./2018 (com adaptações). 

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item. 


Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados caso, no trecho “Embora haja diferença no local de ação, o objetivo de qualquer vacina é o mesmo”, a forma verbal “haja” fosse substituída por exista

Alternativas
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: UNB Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - UNB - Vestibular - Libras |
Q1984992 Português
      Dizem que as mídias sociais viciam mais os adolescentes do que o cigarro e o álcool. 
      Para avaliar o impacto das redes sociais na saúde mental, foi realizado o inquérito epidemiológico #StatusOfMind (em português, estado de espírito), publicado pela Sociedade Real de Saúde Pública do Reino Unido. 
     A pesquisa entrevistou 1.479 jovens de 14 a 24 anos, no Reino Unido, no período de fevereiro a maio de 2020, para avaliar o impacto de quatorze itens relacionados com a saúde mental e o bem-estar. Com base nessas questões, os participantes atribuíram notas às plataformas mais populares: YouTube, Twitter, Facebook, Snapchat e Instagram.
     As plataformas foram bem avaliadas nas questões referentes à autoidentidade, à autoexpressão, ao fortalecimento de laços comunitários e ao amparo emocional. Por outro lado, os malefícios estiveram associados à qualidade do sono, ao bullying, à imagem corpórea, à necessidade de se manter conectado por medo de perder experiências vividas pelos amigos, à depressão e à ansiedade.
     Os adolescentes entrevistados classificaram, em ordem decrescente de efeitos positivos, as plataformas, da seguinte forma: 1) YouTube; 2) Twitter; 3) Facebook; 4) Snapchat; 5) Instagram.
       É interessante que Snapchat e Instagram, duas plataformas centradas na imagem, tenham sido consideradas as mais nocivas. A autoimagem é um aspecto ligado a sentimentos de inadequação, depressão e ansiedade, muito prevalentes nessa fase da vida. O Instagram foi bem avaliado nos quesitos de autoexpressão e de autoidentidade, mas esteve associado a níveis mais elevados de ansiedade, depressão, bullying e medo de perder oportunidades.
    O YouTube foi a única plataforma cujos benefícios para a saúde e o bem-estar foram considerados superiores aos malefícios. Obteve índices de aprovação mais elevados nos quesitos relativos à percepção das experiências que afetam a saúde alheia, ao acesso a informações de fontes confiáveis na área da saúde, à redução dos riscos de depressão e de ansiedade e à sensação de solidão.
    A Sociedade Real de Saúde Pública do Reino Unido recomenda que as plataformas publiquem avisos pop-up que advirtam o usuário acerca do número de horas acessadas, que chamem a atenção quando as fotos tiverem sofrido manipulação digital para exibir corpos com aparência de perfeitos e que desenvolvam algoritmos que ofereçam ajuda no anonimato para adolescentes em sofrimento mental. 

Internet:<www.drauziovarella.uol.com.br>(com adaptações). 

Julgue o item, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior. 


No trecho “A Sociedade Real de Saúde Pública do Reino Unido recomenda que as plataformas publiquem avisos pop-up que advirtam o usuário acerca do número de horas acessadas” (último parágrafo), a forma verbal “advirtam” poderia ser substituída por alertem, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto. 

Alternativas
Ano: 2019 Banca: PUC - RS Órgão: PUC - RS Prova: PUC - RS - 2019 - PUC - RS - Vestibular - Grupo 1 - Caderno Preto |
Q1962004 Português
INSTRUÇÃO: Responder à questão com base no texto 3.

TEXTO 3




Adaptado de: https://bit.ly/2IJqKD5. Acesso em 19 abr. 2019.
Assinale a alternativa correta sobre o valor e o emprego dos verbos no texto 3.
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: INSPER Prova: VUNESP - 2019 - INSPER - Vestibular - Códigos e Linguagens e Matemática |
Q1937126 Português

Leia o texto para responder à questão.


Tudo o que você queria saber sobre gastronomia japonesa 



    O Google Arts & Culture lançou nessa semana a mostra “Meshiagare! Sabores do Japão”, uma coleção com mais de 130 exposições virtuais sobre o assunto. Trata-se da segunda maior coleção sobre cultura japonesa on-line — a primeira chama-se “Made in Japan” e destaca o artesanato. O lançamento aconteceu no mesmo dia em que a mostra foi apresentada no Japão.

    Ela é dividida em três temas: a cultura, os pratos e os ingredientes. E o conteúdo é bastante variado. Dos fatos desde o Período Edo até os mangás que tratam do tema e contam histórias como a do pai que cozinhava para a família e a da garota que sonhava em produzir o melhor saquê do Japão.

    Mas há tanto conteúdo que se perder faz parte da diversão. Na seção sobre a arte do chá japonês há detalhes desde a fermentação até os tipos de cerimonial, disponíveis em vídeo. O saquê também merece uma atenção especial: da mais antiga fábrica da bebida em Kyoto até o método de produção.

    Enfim, um passeio virtual prazeroso pela cultura gastronômica do Japão. E de graça. Vem!

(Marcelo Katsuki. https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br,

14.09.2019. Adaptado.) 

Nas passagens do terceiro parágrafo “Mas tanto conteúdo” e “ detalhes”, o verbo sublinhado não flexiona, ainda que acompanhado de termo no plural, porque é impessoal. Isso também ocorre no par de frases:  
Alternativas
Q1803063 Português
A escolha pelo uso da primeira pessoa plural, no texto 2,
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: SÃO CAMILO Prova: VUNESP - 2018 - SÃO CAMILO - Processo Seletivo - 2º Semestre de 2018 - Medicina |
Q1798964 Português
Leia o poema do escritor português Fernando Pessoa para responder à questão. 

Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.

Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr. 

O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
Meu longínquo divagar.

Nem se sonha nem se vive:
É uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim.

(Obra poética, 1997.)
Os versos “O sentir e o desejar / São banidos dessa terra.” (3a estrofe) podem ser reescritos, sem prejuízo para o seu sentido e respeitando-se a correção gramatical, da seguinte forma:
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Ano: 2015 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: UNICENTRO - 2015 - UNICENTRO - VESTIBULAR DE 2016 - Português |
Q1798384 Português
Leia a canção e a charge a seguir e responda à questão.

Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro Não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu meu coração.


(GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Asa Branca. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.phd?titulo=Asa+Branca,+Luiz+Gonzaga+Teixeira&ltr=a&id_perso=7038>. Acesso em: 9 set. 2015.)

Em relação aos aspectos gramaticais da norma padrão da língua portuguesa, considere as afirmativas a seguir.
I. Em “Por falta d’água perdi meu gado”, há um sujeito elíptico. II. Em “Então eu disse adeus Rosinha / Guarda contigo meu coração”, há uma inadequação de pessoa do verbo guardar. III. Em “Espero a chuva cair de novo / Pra mim voltar pro meu sertão”, o pronome oblíquo foi usado corretamente. IV. Em “Que eu voltarei, viu / Meu coração”, há um vocativo.
Assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFRGS Órgão: UFRGS Prova: UFRGS - 2016 - UFRGS - 2º DIA - Língua Portuguesa |
Q1798110 Português
Considere o trecho abaixo, extraído e adaptado do texto (l. 03-09).
Pressente: há alguma coisa irresolvida que não está em parte alguma, mas que os nervos sentem. Quem sabe seja uma espécie de vergonha. Quem sabe seja o medo enigmático dos quarenta anos. Certamente não é a angústia de se ver lavando o carro numa tarde de sábado.
Suponha que o segmento Pressente: fosse substituído por Estava lavando o carro quando pressentiu que. Quantas formas verbais teriam de ser alteradas no restante do trecho para garantir a correção das relações temporais?
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UFRGS Órgão: UFRGS Prova: UFRGS - 2016 - UFRGS - 2º DIA - Língua Portuguesa |
Q1798102 Português
Assinale a alternativa que apresenta a correta passagem de segmento do texto da voz ativa para a voz passiva.
Alternativas
Respostas
1: C
2: C
3: A
4: E
5: A
6: D
7: D
8: C
9: A
10: E
11: C
12: C
13: C
14: A
15: E
16: A
17: A
18: B
19: E
20: B