Questões de Vestibular de Português - Pontuação

Foram encontradas 371 questões

Ano: 2010 Banca: FUVEST Órgão: FUVEST
Q1268031 Português
Em qual destas frases a vírgula foi empregada para marcar a omissão do verbo?
Alternativas
Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2016 - UPE - Vestibular - 1º Dia |
Q1267810 Português
Texto 1

COMPREENDER O BRASIL É DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL

     Ouvimos muitos comentários de analistas sociais e também do senso comum (sobretudo) de que o grande mal do Brasil é o “jeitinho brasileiro”, que é atrelado à corrupção. Pois bem, a observação não é de todo errada, mas esconde outro truísmo aparente. Os males do Brasil enquanto nação e enquanto Estado assentam-se em dois pilares: o genocídio indígena e a escravidão africana.
     Advém daí o machismo e a cultura do estupro: as índias foram as primeiras a serem violentadas pelo colonizador europeu, o que acabou naturalizando essa abominável prática de invasão do corpo do outro, tempos depois aplicando-se o mesmo “método” no corpo da mulher negra e da mulher branca. Os escravocratas, em uma sociedade patriarcal, tornaram legítima também a decisão sobre o corpo da mulher, inclusive da sua esposa: bela, recatada e do lar, e da sua ama de leite (a mãe preta), cujo leite afro acalentava seu filho branco.
     Advém daí o racismo: o colonizador branco, com a chancela da religião cristã e da ciência, arrogou para si a superioridade racial branca, em detrimento do negro, do indígena e do asiático. Nem o questionável 13 de maio nem o estado democrático de direito superou isso. Isso é reproduzido hoje em nível societário. Quem mais morre nas periferias das cidades brasileiras são negros. Alguém cantou num passado recente “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.
     Advém daí o paternalismo: transplantamos para nossas relações humanas as antigas relações típicas de senhor escravo, não na acepção nietzschiana (moral do senhor/moral do escravo), mas na acepção eugênica herdada do darwinismo social de Spencer, que hierarquizou as raças, estando essas associadas ao processo civilizatório de aculturação do indígena, método descrito de forma primorosa por Alfredo Bosi em “As flechas do Sagrado”. Os jesuítas arrogaram para si a responsabilidade por “cuidar do indígena”, inculcando no colonizado a dependência contínua na esteira da “benevolência” mal intencionada. Mal sabiam os colonizadores que as etnias também negociavam, como enunciou Eduardo Viveiros de Castro em “A inconstância da alma selvagem”: os tupinambás jamais abriram mão do que lhes era essencial, a guerra.
     Advém daí o genocídio negro: desde 1982 até 2014 foram 1,2 milhões de negros mortos pela polícia nas periferias, dados da Anistia Internacional. O negro de hoje é o escravizado de ontem e o corpo reificado de anteontem. Na imprensa de hoje, a morte de um jovem branco de classe média suscita debates em torno da violência, ao passo que a morte de um negro é mais uma estatística. Do mesmo modo que a violência contra a mulher é naturalizada e contra a mulher negra duas vezes mais, pois aprendemos com a “globeleza” que o corpo negro feminino é o veículo do pecado e que o corpo feminino deve ser submetido à vontade do corpo masculino, estando apto desde sempre a servi-lo.
     Advém daí o genocídio indígena, ainda em curso. Ruralistas e posseiros o fazem à luz do dia no Norte e Centro-Oeste do país. A imprensa fala pouco, o silêncio cemiterial em torno do tema é um crime confesso, típico de quem consente porque se cala.
     Advém daí a corrupção, pois, no processo colonizatório, legitimou-se a prática de que tudo tem seu preço, quando até mesmo o corpo do outro poderia ser negociado, outrora o escravizado, tempos depois o trabalhador fabril, hoje qualquer alma vulnerável ao consumismo em busca de status.
     Resumo da ópera: a corrupção é um subciclo de dois ciclos maiores: genocídio e escravidão. Por isso esses dois temas interessam a todos os brasileiros. Enquanto não encararmos isso, não avançaremos como povo ou como nação.

Victor Martins. Disponível em: http://www.circulopalmarino.org.br/2016/05/compreender-o-brasil-e-dificil-mas-nao-impossivel. Acesso em: 14/07/16. Adaptado.
No Texto 1, o autor emprega diferentes recursos para argumentar a favor de seus pontos de vista. Analise, nas proposições abaixo, a correspondência entre o recurso empregado e o efeito obtido.
I. Aspas – marca discordância e ironia, como em: “método” (2º parágrafo); “cuidar do indígena” e “benevolência” (4º parágrafo). II. Iniciar vários parágrafos com a mesma forma (“Advém daí...”) – indica persistência para convencer o leitor. III. Aportar vozes socialmente reconhecidas ao texto (Como as de Bosi e Castro, no 4º parágrafo) – aufere prestígio e autoridade ao discurso. IV. Seleção vocabular erudita (como em ‘truísmo’, no 1º parágrafo; e em ‘nietzschiana’, no 4º parágrafo) – delimita o público leitor a intelectuais e especialistas.
Estão CORRETAS, apenas:
Alternativas
Ano: 2015 Banca: FATEC Órgão: FATEC Prova: FATEC - 2015 - FATEC - Vestibular |
Q1267752 Português

Nova geração

Ivan Angelo


      O rapaz chegou para a entrevista. O executivo de vendas on-line da grande empresa levantou-se para apertar sua mão (...) e aproveitou para dar uma geral no rapaz.

      Arrumado, mas nada formal, de sapato novo, jeans, camisa de manga comprida enrolada até a metade do antebraço. O detalhe que o incomodou um pouco foi um brinquinho prateado de argola mínima na orelha esquerda. “Nisso dá-se um jeito depois, se valer a pena”, pensou o executivo.

      Ele sabia que não estava fácil atrair novos talentos e reter os melhores. Empresas aparelhavam-se para o crescimento projetado do país, contratavam jovens promissores, mesmo os muito jovens, como era o caso do rapaz à sua frente, 21 anos. (...)

      Havia mais de duas horas que o rapaz estava em avaliação na empresa. Passara pela entrevista inicial com o chefe do setor, resolvera os probleminhas técnicos de internet e programação visual que lhe apresentaram, com rapidez e certa superioridade irônica, lera os princípios, valores e perfil da empresa (...). Alguns itens, como “comprometimento”, foram apresentados como pré-requisitos. Afinal o encaminharam para o diretor da área de e-comerce, vendas pela internet. O executivo tinha em mãos a avaliação do candidato: excelente.

      Descreveu o trabalho de que a empresa necessitava: desenvolvimento de um site interativo no qual o cliente internauta pudesse fazer simulações de medidas, cores, ajustes, acessórios, preços, formas de pagamento e programação de entrega de cerca de 200 produtos. Durante sua fala, o rapaz mexeu as pernas, levantou um pé, depois o outro, incomodado. O executivo perguntou se ele se sentia apto.

      — Dá para fazer — respondeu o rapaz, movendo a perna, como se buscasse alívio. 

      — Posso te ajudar em alguma coisa?

      — Vou te falar a verdade. Eu comprei este sapato para vir aqui e ele está me apertando e incomodando. Eu só uso tênis.

      O executivo sorriu e pensou: “Esses meninos...”.

      — Quem falou para eu vir fazer esta entrevista, e vir de sapato, foi minha namorada. Porque eu não vinha. Ela falou para eu comprar sapato, e o sapato está me apertando aqui, me atrapalhando.

      Nos últimos anos, o executivo vinha percebendo que os desafios pessoais para a novíssima geração eram diferentes, e que havia limites para o que eles estavam dispostos a ceder antes de se comprometer com um trabalho formal.

      — Não tem problema. Pode vir de tênis. O emprego é seu. 

      — Não, obrigado. Eu não quero emprego.

      O executivo parou estupefato. O menino continuou:

      — Todo mundo foi muito gentil, mas não vai dar. Esta camisa é do meu pai, eu tenho tatuagem, trabalho ouvindo música.

      — Então por que se candidatou, se não queria trabalhar?

      — Desculpe, eu não falei que não queria trabalhar.

      Novo espanto do executivo. Sentia nas falas dele e do rapaz uma dissintonia curiosa. Como ficou calado, esperando, o rapaz prosseguiu:

      — É muito arrumado aqui. E eu não quero ficar ouvindo falar de identidade corporativa, marco regulatório, desenvolvimento organizacional, demanda de mercado, sinergia, estratégia, parâmetros, metas, foco, valores... Desculpe, eu não sabia que era assim. Achava que era só fazer o trabalho direito e ver funcionar legal.

      O executivo ficou olhando a figura, contando até dez, olhos fixados naquele brinco. O garoto queria ter a liberdade dele, a camiseta colorida dele, o tênis furado dele, ouvir a música dele nos fones de ouvido, talvez trabalhar de madrugada e dormir de manhã. Não queria aquele mundo em que ele mesmo estava metido havia vinte anos. Conferiu de novo as qualificações do rapaz, aquele “excelente”. Ousou:

      — Trabalhar em casa você aceita?

      — Aceito.

      Queria o trabalho, não o emprego. Acertaram os detalhes. Assim caminha a humanidade.

<http://tinyurl.com/n66pnvs>Acesso em: 15.03.2015. Adaptado.

“E eu não quero ficar ouvindo falar de identidade corporativa, marco regulatório, desenvolvimento organizacional, demanda de mercado, sinergia, estratégia, parâmetros, metas, foco, valores...”


A organização sintática, na construção desse período, foi possível porque as vírgulas empregadas separam

Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2017 - IF-PE - Vestibular - Técnico Superior |
Q1267492 Português

TEXTO 1

ESTUDO REVELA QUE PRATICAR ATOS DE GENEROSIDADE TRAZ FELICIDADE

      Cientistas realizaram experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade


(1) O que inspira os humanos a praticarem atos de generosidade? Economistas, psicólogos e filósofos refletem sobre esta questão há milênios.

(2) Se pressupusermos que o comportamento humano é motivado, principalmente, pelo interesse pessoal, parece ilógico sacrificar voluntariamente os recursos pelos outros.

(3) Na tentativa de resolver esse paradoxo, alguns especialistas formularam a teoria de que doar ou presentear satisfaz o desejo de elevar a posição do indivíduo em um grupo.

(4) Outros sugeriram que o ato promove a cooperação tribal e a coesão - um elemento-chave na sobrevivência dos mamíferos. Outra explicação é que doamos apenas porque esperamos receber algo em troca.

(5) Um estudo publicado recentemente sugere que a resposta pode ser muito mais simples: doar nos deixa felizes. Os cientistas realizaram um experimento em um laboratório em Zurique com 50 pessoas que relataram seus próprios níveis de felicidade após atos de generosidade.

(6) Consistentemente, eles indicaram que doar era uma experiência de bem-estar.

(7) Ao mesmo tempo, os exames de ressonância magnética revelaram que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou uma resposta em outra parte relacionada à felicidade.

(8) "Nosso estudo fornece evidências comportamentais e neurais que apoiam a ligação entre generosidade e felicidade", escreveu a equipe na revista científica Nature Communications.

(9) Os pesquisadores informaram aos participantes que cada um deles teria à disposição um valor de 25 francos suíços (US$ 26) por semana durante quatro semanas.

(10) Metade dos participantes foram convidados a se comprometer a gastar o dinheiro com outras pessoas, enquanto o resto poderia planejar como gastaria o dinheiro com eles próprios. Nenhum dinheiro foi realmente recebido ou gasto por nenhum dos dois grupos.

(11) Depois de se comprometerem com os gastos, os participantes responderam às perguntas enquanto seus cérebros estavam sendo examinados. As perguntas evocaram cenários que opunham os próprios interesses dos participantes contra os interesses dos beneficiários da sua generosidade experimental.

(12) Os pesquisadores examinaram a atividade em três áreas do cérebro - uma ligada ao altruísmo e ao comportamento social; uma segunda, à felicidade; e uma terceira área envolvida na tomada de decisões.

(13) A equipe descobriu que o grupo que se comprometeu a doar o dinheiro relatou estar mais feliz do que os que iam gastar a quantia com eles próprios.

(14) As descobertas têm implicações para a educação, política, economia e saúde pública, segundo os pesquisadores.

(15) "A generosidade e a felicidade melhoram o bem-estar individual e podem facilitar o sucesso social", escreveram. 

Jornal do Commércio. Disponível em: http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/internacional/noticia/2017/07/12/estudo-revela-que-praticar-atos-de-generosidade-traz-felicidade-294878.php. Acesso: 08 out. 2017(adaptado).

Em relação à pontuação utilizada no TEXTO 1, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa CORRETA.


I. No trecho: “a coesão - um elemento-chave na sobrevivência dos mamíferos [...]” (4º parágrafo), o travessão foi utilizado para destacar uma expressão explicativa.

II. Em: “a resposta pode ser muito mais simples: doar nos deixa felizes [...]” (5º parágrafo), os dois-pontos introduzem a fala de um dos cientistas envolvidos na pesquisa, o qual expõe o principal resultado do estudo.

III.Em: "Nosso estudo fornece evidências comportamentais e neurais que apoiam a ligação entre generosidade e felicidade [...]" (8º parágrafo), as aspas indicam o início e o fim de uma citação textual.

IV.No trecho: “três áreas do cérebro - uma ligada ao altruísmo [...]; uma segunda, à felicidade; e uma terceira [...]” (12º parágrafo), o travessão poderia ser substituído por dois-pontos, uma vez que anuncia uma enumeração.

V. Em: “uma ligada ao altruísmo e ao comportamento social; uma segunda, à felicidade; e uma terceira área [...]”, (12º parágrafo), o ponto e vírgula foi utilizado pois a oração já é marcada internamente com vírgulas e os termos entre ponto e vírgula possuem mesma função sintática.


Estão CORRETAS, apenas, as proposições

Alternativas
Ano: 2017 Banca: UNEB Órgão: UNEB Prova: UNEB - 2017 - UNEB - Vestibular - Caderno 1 |
Q1267159 Português

TEXTO:


ADONIAS FILHO. O largo de branco. O Largo da Palma. Rio de

Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p. 31-32 e 46-47. 

Usa-se a vírgula para separar adjunto adverbial antecipado ou intercalado no discurso.
Há um exemplo desse uso em
Alternativas
Respostas
226: B
227: B
228: E
229: D
230: B