Questões de Vestibular de Português - Uso dos conectivos
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TEXTO 1
A leitura como tratamento para diversas doenças
(2) Quem garante esse poder medicamentoso das ficções são as inglesas Ella Berthoud e Susan Elderkin, que acabam de publicar no Brasil Farmácia Literária ( Verus) Redigida no estilo de manual médico, a obra reúne cerca de 200 males divididos em ordem alfabética. Para cada um, há dicas de leituras.
(3) As autoras se conheceram enquanto estudavam literatura na Universidade de Cambridge. Entre um debate sobre um romance e outro, criaram um serviço de biblioterapia, em que apontam exemplares para indivíduos que procuram assistência.
(4) O método é tão sério que virou política de saúde pública no Reino Unido. Desde 2013, pacientes com doenças psiquiátricas recebem indicações do que devem ler diretamente do especialista. Da mesma maneira que vão à drogaria comprar remédios, eles levam o receituário à biblioteca e tomam emprestados os volumes aconselhados.
(5) A iniciativa britânica foi implementada com base numa série de pesquisas recentes, cujos resultados mostraram que pessoas com o hábito de reservar um tempo às letras costumam ter maior empatia, ou seja, uma capacidade ampliada de entender e se colocar no lugar do próximo. “É difícil lembrar-se de uma condição que não tenha sido retratada em alguma narrativa”, esclarece Susan.
(6) As autoras acreditam que é possível tirar lições valiosas do que fazer e do que evitar a partir da trajetória de heróis e vilões. “Ler sobre personagens que experime mesmas coisas que vivencio agora auxilia, inspira e apresenta perspectivas distintas”, completam. As sugestões de leituras percorrem praticamente todas as épocas e movimentos literários da humanidade.
(7) Disponível em 20 países, cada edição de Farmácia Literária é adaptada para a cultura local, com a inclusão de verbetes e de literatos nacionais. No caso do Brasil, foram inseridos os principais textos de Machado de Assis, Guimarães Rosa e Milton Hatoum, que fazem companhia aos portugueses, Eça de Queirós e José Saramago.
Texto1
Em busca de um conceito dinâmico de saúde
A despeito das diferentes possibilidades de encarar o
processo saúde/doença, não se pode compreender a saúde
de indivíduos e coletividades sem levar em conta que ela é
produzida nas relações com o meio físico, social e cultural.
Intrincados mecanismos determinam as condições de vida
das pessoas e a maneira como nascem, vivem e morrem,
bem como suas vivências em saúde e doença. Entre os
inúmeros fatores decisivos da condição de saúde, incluemse os condicionantes biológicos (sexo, idade,
características geradas pela herança genética), o meio
físico (condições geográficas, modos da ocupação, fontes
de água para consumo, disponibilidade e qualidade dos
alimentos, condições de habitação), assim como o meio
socioeconômico e cultural, que expressa os níveis de
ocupação e renda, o acesso à educação formal e ao lazer,
os graus de liberdade, hábitos e formas de relacionamento
interpessoal, as possibilidades de acesso aos serviços
destinados à promoção e à recuperação da saúde e a
qualidade da atenção por eles prestada.
Falar de saúde, portanto, envolve componentes
aparentemente tão díspares como a qualidade da água que
se consome e do ar que se respira, o consumismo
desenfreado e a miséria, a degradação social e a
desnutrição, os estilos de vida pessoais e as formas de
inserção das diferentes parcelas da população no mundo
do trabalho. Implica, ainda, a consideração dos aspectos
éticos relacionados ao direito à vida e à saúde, aos direitos
e deveres, às ações e omissões de indivíduos e grupos
sociais, dos serviços privados e do poder público.
A humanidade já dispõe de conhecimentos e de tecnologias
que podem melhorar significativamente a qualidade de vida
das pessoas. No entanto, além de não serem aplicados em
benefício de todos por falta de priorização de políticas sociais,
há uma série de enfermidades relacionadas ao potencial
genético de indivíduos ou etnias ou ao risco pura e
simplesmente de viver. Por melhores que sejam as condições
de vida, necessariamente, convive-se com doenças e
deficiências, com problemas de saúde e com a morte.
A busca do entendimento do processo saúde/doença e
seus múltiplos determinantes leva a concluir que nenhum
ser humano pode ser considerado totalmente saudável ou
totalmente doente: ao longo de sua existência, vive
condições de saúde/doença, conforme suas
potencialidades, condições de vida e interação com elas.
A saúde deixa de ser o avesso ou a imagem complementar
da doença, expressando-se na luta pela ampliação do uso
das potencialidades de cada pessoa e da sociedade,
refletindo sua capacidade de defender a vida. E a vitalidade
física, mental e social para a atuação frente às permanentes
transformações pessoais e sociais, e frente aos desafios e
conflitos, expressa esse potencial. Saúde é, portanto, produto
e parte do estilo de vida e das condições de existência,
sendo a vivência do processo saúde/doença uma forma de
representação da inserção humana no mundo.
Parâmetros Curriculares Nacionais – Saúde.
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/saude.pdf. Acesso
em 26/04/17. Adaptado.
2) Em: “há uma série de enfermidades relacionadas ao potencial genético de indivíduos ou etnias ou ao risco pura e simplesmente de viver”, a forma destacada está em discordância morfossintática com o termo que modifica.
3) Em: “A humanidade já dispõe de conhecimentos e de tecnologias”, não haveria alteração de sentido se substituíssemos o ‘já’ pela forma ‘ainda’.
4) O segmento “Por melhores que sejam as condições de vida” corresponde a um sentido de ‘ressalva’.
5) Em: “além de não serem aplicados em benefício de todos por falta de priorização de políticas sociais”, o segmento em destaque tem um valor semântico de causalidade.
Estão corretas:
Sair ou não sair, eis a questão!
Sair ou não sair, eis a questão!
Sair ou não sair, eis a questão!