Em depoimento, Paulo Freire fala da necessidade de uma
tarefa educativa: “trabalhar no sentido de ajudar os homens e
as mulheres brasileiras a exercer o direito de poder estar de pé
no chão, cavando o chão, fazendo com que o chão produza
melhor é um direito e um dever nosso. A educação é uma das
chaves para abrir essas portas. Eu nunca me esqueço de uma
frase linda que eu ouvi de um educador, camponês de um
grupo de Sem Terra: pela força do nosso trabalho, pela nossa
luta, cortamos o arame farpado do latifúndio e entramos nele,
mas quando nele chegamos, vimos que havia outros arames
farpados, como o arame da nossa ignorância. Então eu percebi
que quanto mais inocentes, tanto melhor somos para os donos
do mundo. (…) Eu acho que essa é uma tarefa que não é só
política, mas também pedagógica. Não há Reforma Agrária
sem isso.”
(Adaptado de Roseli Salete Galdart, Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é
mais que escola. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p. 172.)
No excerto adaptado que você leu, há menção a outros arames
farpados, como “o arame da nossa ignorância”. Trata-se de
uma figura de linguagem para