O QUE OS BRASILEIROS SABEM (E NÃO
SABEM) SOBRE DIABETES
(1) O Brasil ocupa o quarto lugar entre os países com mais
diabéticos no mundo. São ao redor de 12,5 milhões de
cidadãos convivendo com a doença. Em meio a esse
contingente, estima-se que 40% das pessoas desconheçam
seu diagnóstico e menos de 30% não estejam com a
glicemia controlada. Isso tudo leva a uma série de
complicações, capazes de encurtar a expectativa de vida.
Hoje, o diabetes já figura como a terceira causa de morte
no Brasil.
(2) Claro que há boa notícia em meio a essa história. Os
avanços tecnológicos envolvendo profissionais e novas
medicações, além de outros fatores, vêm permitindo a um
número crescente de brasileiros botar as rédeas sobre o
diabetes. Mas, é preciso ter em mente que o país possui 14
milhões de pré-diabéticos, pessoas que, se nada for feito,
irão inflacionar todas as estatísticas apresentadas até aqui.
(3) Significa um desafio dos grandes, não? E como é que
vamos enfrentá-lo e solucioná-lo? Ora, com doses
cavalares de informação e de conscientização. Essas são
as razões que conduziram uma pesquisa inédita, para
descobrir o que os brasileiros sabem e não sabem sobre
diabetes.
(4) “Um dos achados mais relevantes é que parte
expressiva dos entrevistados não têm uma percepção da
gravidade do problema”, analisa um dos pesquisadores.
Outro dado que chama a atenção é que a população teme
mais certas complicações da doença - como cegueira e
amputação - do que os males cardiovasculares. As
pessoas ainda não se conscientizaram de que a principal
causa de morte entre os diabéticos são os problemas do
coração.
(5) Há um longo trabalho pela frente tanto para os
profissionais de saúde como para a sociedade, de
disseminar informação qualificada e convencer as pessoas
a se cuidarem. Isso ajudaria a reverter situações, como o
déficit na realização de exames preventivos, o que foi
apontado na pesquisa.
(6) A maioria dos entrevistados acredita que adotar hábitos
saudáveis é determinante para o controle da doença. Há
uma grande relação entre diabetes e alimentação. A
pesquisa ressalta a necessidade de os pacientes contarem
com uma orientação nutricional mais consistente, calcada
em evidências e não em dietas mirabolantes. Reforça ainda
o papel do médico e de outros profissionais na adesão dos
pacientes ao plano terapêutico e a um estilo de vida longe
do sedentarismo. Na realidade, toda a sociedade precisa
acordar e se engajar para superar os desafios do diabetes.
(Saúde. Abril. Com.Br. agosto de 2018, p. 58-63. Adaptado)