Questões de Vestibular CESMAC 2019 para Prova de Medicina-2020.1- 1° DIA
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Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
Se você parar para pensar...
1. Na correria do dia a dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante. Essa constatação, carregada de estranha obviedade, obriga-nos quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem): “Se você parar para pensar...”
2. Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto continua fazendo outras coisas ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar – nem se deve fazê-lo – sob pena de romper com nossa liberdade consciente.
3. O escritor francês Anatole França, um mestre da ironia e do ceticismo, dizia: “O pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos, que, ao propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
4. Talvez “pensar mais” não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles, no mundo dos negócios e da comunicação, que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez, um “pensar mais” nos levasse a gritar que basta de tantos imperativos. Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais aguentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros. Essa demora em “pensar mais”, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, com vontade imensa de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que as torturam, que as amarguram, que as esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilização e partir, céleres, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconsequência. Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas? (...)
5. Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer “não” ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de sequestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, não se deve parar.
(CORTELLA, Mário Sérgio. Folha de S. Paulo, maio de 2001.
Adaptado)
1) adversativa e outra com ideia de causa. 2) causal e outra com ideia de tempo. 3) explicativa e outra concessiva. Está(ão) correta(s):
(O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 10/2002,).
É absolutamente atual o recurso a outras formas de linguagem, de suportes e de gêneros textuais, disponibilizados pelo aparato tecnológico aplicado à comunicação. No caso da tirinha de Calvin, mostrada acima, a ideia do garoto:
1) contraria a dinâmica dos processos implicados na interação verbal; daí, a sua complexidade e seus limites visivelmente insuperáveis.
2) fere as expectativas aceitáveis, pois o próprio intento regular para a interação verbal regula, para as palavras, certa estabilidade de sentido.
3) não é pertinente, pois cada língua é produto da intervenção de todos os falantes e subsiste, exatamente, pelo uso coletivo do grupo.
4) acarretaria, por suposto, uma imensa desordem na interlocução social, uma vez que se perderia a razão de ser de uma forma de linguagem.
Estão corretas:
Como uma onda
1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.
2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.
3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?
7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!
(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola,
2007, p 163-164).
1) a pretensão do autor é oferecer outra concepção da língua, objeto que está em discussão. 2) o tema tratado carece de relevância, pois aborda uma questão socialmente aceita e incontroversa. 3) a linguagem preferida pelo autor se afasta de certezas e definições categóricas. 4) o título do texto tem um sentido claramente metafórico.
Estão corretas:
Como uma onda
1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.
2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.
3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?
7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!
(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola,
2007, p 163-164).
Como uma onda
1. Toda língua muda com o tempo. Por mais que isso pareça óbvio, vale a pena repetir. Basta comparar um texto escrito em português na Idade Média, ou em 1600, ou mesmo há cem anos com qualquer coisa publicada nos dias de hoje.
2. As diferenças saltam aos olhos, e as dificuldades de compreensão vão crescendo quanto mais a gente recua no tempo.
3. Lendo as gramáticas, a gente tem a impressão de que a língua está pronta e acabada, que ela pode até ter sofrido transformações no passado, mas que, agora, as regras estão fixadas para sempre. Mas isso é uma ilusão. 4. Enquanto tiver gente falando uma língua, ela vai sofrer variação e mudança, incessantemente. Os mesmos processos que fizeram a língua mudar no passado continuam em ação, fazendo a língua mudar neste exato momento em que você me lê. 5. Apesar dessa obviedade, a mudança linguística sempre foi encarada como um problema, uma coisa negativa, um sinal de ruína, decadência e corrupção da língua. 6. No entanto, a mudança é inevitável: tudo no universo, na natureza, na sociedade passa incessantemente por processos de mudança, de obsolescência, de reinvenção, de evolução... Por que só a língua teria de ficar parada no tempo e no espaço?
7. Todas as demais instituições humanas sofrem mudança; por que a língua não sofreria? Na verdade, o melhor seria dizer: os falantes mudam a língua o tempo todo!
(Marcos Bagno. Nada na língua é por acaso. São Paulo: Parábola,
2007, p 163-164).
Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente, protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor [...] Estou farto do lirismo namorador Político, Raquítico, Sifilítico. (Manuel Bandeira)
Este poema de Manuel Bandeira pode ser entendido como: 1) aversão declarada aos cânones aceitos por escolas literárias que privilegiavam a perfeição da ‘forma poética’. 2) manifestação dos novos ideais literários propostos pelas vanguardas do Modernismo brasileiro. 3) expressão da reiterada aspiração de que voltassem os modelos poéticos defendidos pela produção da ‘Arte pela Arte’. 4) demarcação da função estética do fazer poético, a qual se furta a se ajustar aos limites puristas impostos pelas normas linguísticas. 5) anuência ao imaginário das escolas do Romantismo que enalteciam as expressões do lirismo e do envolvimento amoroso.
Estão corretas
Analise o fragmento de um poema, transcrito abaixo.
Procura da poesia
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
[...]
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
Tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou
terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade).
O ‘como fazer poesia’ constitui também um tema sobre
o qual se debruçaram e se debruçam os autores. Cada
poeta é cativo dos cânones de sua escola literária; uns
mais, outros menos. No poema mostrado acima,
Drummond:
“A ficção distingue-se de história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais. A ficção é produto da imaginação criadora, embora, como toda arte, suas raízes mergulhem na experiência humana. Mas o que a distingue das outras formas de narrativa é que ela é uma transfiguração ou transmutação da realidade, feita pelo espírito do artista, este imprevisível e inesgotável laboratório. A ficção não pretende fornecer um simples retrato da realidade, mas antes criar uma imagem da realidade, uma reinterpretação, uma revisão. É o espetáculo da vida através do olhar interpretativo do artista, a interpretação artística da realidade”.
(Afrânio Coutinho. Notas de Teoria Literária).
O fragmento apresentado acima confirma a concepção de que a narrativa de ficção, embora tenha origem na experiência real, seja uma transfiguração da realidade, a exemplo das seguintes criações do Romance brasileiro:
1) Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, que dá voz a um defunto, que narra, logo no primeiro capítulo, os pormenores de sua morte. 2) Graciliano Ramos, em Vidas Secas, que pretendendo manter indícios do Simbolismo, afastou-se dos princípios literários românticos. 3) Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, que optou por transfigurar não apenas traços da realidade, mas entrou pela área linguística e a reinterpretou também. 4) Clarice Lispector, em A hora da Estrela, que, fiel à ficção, questiona sua própria habilidade para compor uma narração no gênero ‘romance’.
Estão corretas
Profissão de fé
“Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito”.
Olavo Bilac
Os versos de Olavo Bilac, transcritos acima, representam o ideal literário do:
Read the text below and answer the following question based on it
Disponível em: < https://www.wikihow.com/Write-a-Prescription> Acessado em 11 de outubro de 2017
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Disponível em: < https://www.wikihow.com/Write-a-Prescription> Acessado em 11 de outubro de 2017