Questões de Vestibular URCA 2019 para Vestibular - Prova II - História \ Geografia \ Português \ espanhol
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“Desde o século XVI, a agropecuária tradicional asiática, africana e latino-americana vem sofrendo mudanças. [...] foi introduzida pelos europeus em suas colônias tropicais a partir do século XVI e é praticada até hoje. É uma monocultura com finalidades comerciais e conta com a aplicação intensiva de capitais para a plantação em larga escala de produtos agrícolas, [...]. Praticada em latifúndios [...] destina-se principalmente ao abastecimento dos mercados externos”. (MARTINS; BIGOTTO e VITIELLO: 2010; Vol. 3)
O texto se refere à:
Após a leitura, com atenção, das afirmativas abaixo, assinale a alternativa correta:
I. A Primeira Revolução Industrial se caracteriza pela substituição da manufatura pela maquinofatura e a Segunda Revolução Industrial se caracteriza pelo uso da eletricidade e do petróleo, responsável pelo impulso na indústria automobilística.
II. A Terceira Revolução Industrial é também chamada de “informacional” e promoveu um grande avanço no fluxo de informações, rapidez dos transportes e formação de redes digitais ocasionando transformações na organização do trabalho.
III. As atuais “transnacionais”, antes
denominadas multinacionais, formaram-se a
partir dos trustes e oligopólios com filiais em
diversos países do mundo.
Abordando os aspectos da Industrialização e sua influência nos Aspectos Demográficos, relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª, e assinale a alternativa correta:
(1) Migrações Internacionais.
(2) Revolução Médico-Sanitária.
(3) Unidade Familiar de Trabalho.
(4) Estrutura Etária.
(5) Transição Demográfica.
( ) Fluxos de populações que, nesse caso, podemos citar como exemplo, os venezuelanos no território brasileiro.
( ) Ocorre com a contribuição, por todos seus membros, no processo produtivo, mas com a transformação brasileira em um país urbano-industrial, somado ao custo de formação, influenciaram diretamente o comportamento reprodutivo da população.
( ) Sua primeira fase se caracteriza pela redução das taxas de mortalidade e elevado crescimento vegetativo da população; na segunda fase uma redução da natalidade e consequentemente, do crescimento vegetativo; e na terceira fase, apresenta baixos índices de mortalidade e de natalidade.
( ) Tem reflexo impactante na economia de um país, influenciando nos investimentos do Estado nas áreas de educação infantil; saúde preventiva; assistência social e previdência, entre outros aspectos.
( ) Apesar de sua chegada, em alguns países, com décadas de atraso, promoveu a queda da mortalidade nas populações dos países subdesenvolvidos.
Sobre Urbanização, leia as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
I. O processo de urbanização brasileira foi influenciado pela industrialização após a Segunda Guerra Mundial, com a formação de um mercado interno, tendo à frente as indústrias implantadas no sudeste.
II. As diferenças no ritmo da urbanização são percebidas nas disparidades econômicas regionais e na posição diferenciada que cada região ocupa na economia nacional.
III. A redução do movimento migratório da população nordestina para a região sudeste do Brasil influenciou nitidamente a polarização de Salvador, Recife e Fortaleza sobre as suas próprias áreas e seus raios de abrangência.
IV. A região Sudeste apresenta uma rede urbana complexa, com características de grande modernização das infraestruturas viárias, comunicação, bens, serviços, etc., conforme podemos observar em Curitiba cuja polarização direta abrange Ribeirão Preto, Volta Redonda, Cuiabá e Paraná.
V. A expansão das Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo estão originando a formação de uma Megalópole.
Sobre Globalização, relacione a 2ª coluna de acordo com a 1ª, e assinale a alternativa correta:
(I) Guerra Fria.
(II) Fundo Monetário Internacional.
(III) Conglomerados Internacionais.
(IV) Cidades-Estados.
(V) Divisão Internacional do Trabalho.
( ) Elementos centrais da Globalização, estendendo suas redes produtivas, comerciais e administrativas por diversos países.
( ) É compreendida como produto do intercâmbio internacional e da especialização das economias nacionais.
( ) Marcada pela bipolaridade de poder; estabeleceu-se com a Doutrina Truman (1947) e perdurou até a queda do Muro de Berlim (1989).
( ) Organização política da Antiguidade Clássica; eram unidades políticas soberanas, pois não estavam subordinadas a nenhum poder superior.
( ) Surgiu como fonte de empréstimo de curto prazo. Os países-membros têm cota de participação. Desde 1980, tornou-se um intermediário entre bancos e países devedores.
Enumere a segunda coluna de acordo com a primeira no que se refere às figuras da linguagem, em seguida marque a opção correta:
(1)Polissíndeto
(2)Anacoluto
(3)Pleonasmo
(4)Anáfora
(5) Antítese
(6) Gradação
(7) Sinestesia
( ) “Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal”
(Fernando Pessoa)
( ) “Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)
( ) “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo Bilac)
( ) “Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer”
(Olavo Bilac)
( ) “Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)
( )“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”
(Camões)
( )“O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto”
(Carlos Drummond de
Andrade)
Observe o poema a seguir e marque a opção correta:
“Portugal colonial”Nada te devo
nem o sítio
onde nasci
nem a morte
que depois comi
nem a vida
repartida
p'los cães
nem a notícia
curta
a dizer-te
que morri
nada te devo
Portugal
Colonial
cicatriz
doutra pele
apertada
(David Mestre, poeta angolano. In: DÁSKALOS, M.
A.; APA, L.; BARBEITOS, A. Poesia africana de
língua portuguesa: antologia. Rio de Janeiro: Lacerda
Editores, 2003, p. 104.)
Venenos de Deus, remédios do diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba
– Noutro dia, você zangou-se comigo porque eu não o chamava pelo seu nome inteiro. Mas eu conheço o seu segredo.
– Não tenho segredos. Quem tem segredos são as mulheres.
– O seu nome é Tsotsi. Bartolomeu Tsotsi.
– Quem lhe contou isso? De certeza que foi o cabrão do Administrador.
Acabrunhado, Bartolomeu aceitou. Primeiro, foram os outros que lhe mudaram o nome, no baptismo. Depois, quando pôde voltar a ser ele mesmo, já tinha aprendido a ter vergonha de seu nome original. Ele se colonizara a si mesmo. E Tsotsi dera origem a Sozinho [Bartolomeu Sozinho].
– Eu sonhava ser mecânico, para consertar o mundo. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve: um mecânico pode chamar-se Tsotsi?
– Ini nkabe dziua.
– Ah, o Doutor já anda a aprender a língua deles?
– Deles? Afinal, já não é a sua língua?
– Não sei, eu já nem sei...
O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.
– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?
– Depende – responde o português.
– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?
– Sim.
– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.
O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.
– Me receite um remédio para eu desmaiar.
O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.
Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua O português confessa sentir inveja de não ter duas línguas. E poder usar uma delas para perder o passado. E outra para ludibriar o presente.
– A propósito de língua, sabe uma coisa, Doutor Sidonho? Eu já me estou a desmulatar.
E exibe a língua, olhos cerrados, boca escancarada. O médico franze o sobrolho, confrangido: a mucosa está coberta de fungos, formando uma placa esbranquiçada.
– Quais fungos? – reage Bartolomeu. – Eu estou é a ficar branco de língua, deve ser porque só falo português...
O riso degenera em tosse e o português se afasta, cauteloso, daquele foco contaminoso.
[...]
O médico olha para o parapeito e estremece de ver tão frágil, tão transitório aquele que é seu único amigo em Vila Cacimba. O aro da janela surge como uma moldura da derradeira fotografia desse teimoso mecânico reformado.
– Posso fazer-lhe uma pergunta íntima?
– Depende – responde o português.
– O senhor já alguma vez desmaiou, Doutor?
– Sim.
– Eu gostava muito de desmaiar. Não queria morrer sem desmaiar.
O desmaio é uma morte preguiçosa, um falecimento de duração temporária. O português, que era um guarda-fronteira da Vida, que facilitasse uma escapadela dessas, uma breve perda de sentidos.
– Me receite um remédio para eu desmaiar.
O português ri-se. Também a ele lhe apetecia uma intermitente ilucidez, uma pausa na obrigação de existir.
– Uma marretada na cabeça é a única coisa que me ocorre.
Riem-se. Rir junto é melhor que falar a mesma língua. Ou talvez o riso seja uma língua anterior que fomos perdendo à medida que o mundo foi deixando de ser nosso. [...]
(COUTO, Mia. Venenos de Deus, remédios do diabo:
as incuráveis vidas de Vila Cacimba. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008, pp. 110-113)
Comunicar é a principal função de todo e qualquer ato de fala, não importa se na linguagem escrita ou na linguagem oral. Para se estabelecer a comunicação, o enunciador deve conhecer recursos linguísticos essenciais para o desenvolvimento de um discurso que interaja de maneira satisfatória com o(s) seu(s) interlocutor(es). Conhecer elementos como a coesão e a sua aplicabilidade é uma das garantias de que seu discurso efetivamente alcance o seu interlucutor. No diálogo a seguir, entre Mafalda e Manolito, aparece na segunda inquirição de Mafalda a coesão:
Na minha Terra
Na minha terra ninguém morre de amor
De fome, de esperança, sim senhor
Desculpe essas palavras assim mais duras.
Mas cadê a compostura de quem tinha exemplo
dar
É nepotismo, prepotência, disparate
Paraíso dos contrastes
De injustiça pra danar
Se tem um cara que deseja uma terrinha
De cuidar dela, de dar gosto a gente oiá
Logo se escuta a voz do dono da terrinha
Não é lugar de vagabundo vir plantar
Na minha terra ninguém morre de amor
De fome, de esperança, sim senhor
Desculpe essa verdade nua e crua
Mas é tanta falcatrua que o País se acostumou
Agora é ágio, é pedágio, é propina
Já faz parte da rotina
É a lei com seu rigor
É uma força bem mais forte que se pensa
É uma teia onde aranha nunca está
Que suborna, que alicia, que compensa
Mas só pra aqueles que deixaram de sonhar....
(Ivan Lins e Victor Martins)
Na minha Terra
Na minha terra ninguém morre de amor
De fome, de esperança, sim senhor
Desculpe essas palavras assim mais duras.
Mas cadê a compostura de quem tinha exemplo
dar
É nepotismo, prepotência, disparate
Paraíso dos contrastes
De injustiça pra danar
Se tem um cara que deseja uma terrinha
De cuidar dela, de dar gosto a gente oiá
Logo se escuta a voz do dono da terrinha
Não é lugar de vagabundo vir plantar
Na minha terra ninguém morre de amor
De fome, de esperança, sim senhor
Desculpe essa verdade nua e crua
Mas é tanta falcatrua que o País se acostumou
Agora é ágio, é pedágio, é propina
Já faz parte da rotina
É a lei com seu rigor
É uma força bem mais forte que se pensa
É uma teia onde aranha nunca está
Que suborna, que alicia, que compensa
Mas só pra aqueles que deixaram de sonhar....
(Ivan Lins e Victor Martins)