Questões de Vestibular UNICAMP 2021 para Vestibular - Primeira Fase - Provas Q e Z - Biológicas e Saúde
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GÊNESIS (INTRO)
Deus fez o mar, as árvore, as criança, o amor
O homem me deu a favela, o crack, a trairagem
As arma, as bebida, as puta
Eu?
Eu tenho uma Bíblia velha, uma pistola automática
Um sentimento de revolta
Eu tô tentando sobreviver no inferno
(Racionais Mc’s, Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 45.)
“Gênesis” é a segunda canção do álbum Sobrevivendo no Inferno. É antecedida pela invocação de uma outra canção, intitulada “Jorge da Capadócia”, de Jorge Ben.
É correto afirmar que as evocações dos elementos
religiosos nesse álbum
Sem identidade, hierarquias no chão, estilos misturados, a pós-modernidade é isto e aquilo, num presente aberto pelo e. (Jair Ferreira dos Santos, O que é o pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 110.)
Com base nas indicações cênicas (as didascálias) que abrem e fecham a peça O marinheiro, de Fernando Pessoa, é correto afirmar que o seu estilo é
A fermosura desta fresca serra e a sombra dos verdes castanheiros, o manso caminhar destes ribeiros, donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra, o esconder do Sol pelos outeiros, o recolher dos gados derradeiros, das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza com tanta variedade nos oferece, se está, se não te vejo, magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; sem ti, perpetuamente estou passando, nas mores alegrias, mor tristeza.
É correto afirmar que, no soneto de Camões,
(Antônio Vieira, “Sermão de quarta-feira de cinza do ano de 1672”, em A Arte de Morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 56.)
No sermão proferido na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma, Vieira recorre a uma metáfora para chamar a atenção dos fiéis sobre a morte. Assinale a alternativa que expressa a mensagem veiculada pela imagem do vento.
A passagem apresenta a reação de Camila às palavras de seu filho. Assinale a alternativa que explica corretamente o comentário de Mário.
(Adaptado de Francisco Jardes Nobre de Araújo, O machismo na linguagem. Disponível em https://www.parabolablog.com.br/index.php/ blogs/o-machismona-linguagem?fbclid=IwAR0n7sVvu2mNioWa1Gpp0BZL4TP6Uo-hGK7DKyltgIxk d tRfoOaI6OEPCZE. Acessado em 05/06/2020.)
Segundo o autor de “O machismo na linguagem”,
A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas. O cafona fura filas, canta pneus e passa sermões. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos. Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.
(Adaptado de Fernanda Young, Bando de cafonas. Publicado em https:
//oglobo.globo.com/cultura/em-sua-ultima-coluna-fernanda-young-sent enciacafonice-detesta-arte-23903168. Acessado em 27/05/2020.)
(Adaptado de Fernanda Young, Bando de cafonas. Publicado em https: //oglobo.globo.com/cultura/em-sua-ultima-coluna-fernanda-young-sent enciacafonice-detesta-arte-23903168. Acessado em 27/05/2020.)
*cafona: quem tem ou revela mau gosto (roupa cafona); que revela gosto ou atitude vulgares. (Adaptado de aulete.com.br.)
Essa releitura do significado de “cafona” salienta
A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas. O cafona fura filas, canta pneus e passa sermões. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos. Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.
(Adaptado de Fernanda Young, Bando de cafonas. Publicado em https:
//oglobo.globo.com/cultura/em-sua-ultima-coluna-fernanda-young-sent enciacafonice-detesta-arte-23903168. Acessado em 27/05/2020.)
Texto 1
“Algumas vozes nacionais estão tentando atualmente encaminhar a discussão em torno da identidade ‘mestiça’, capaz de reunir todos os brasileiros (brancos, negros e mestiços). Vejo nesta proposta uma nova sutileza ideológica para recuperar a ideia da unidade nacional não alcançada pelo fracassado branqueamento físico. Essa proposta de uma nova identidade mestiça, única, vai na contramão dos movimentos negros e de outras chamadas minorias, que lutam pela construção de uma sociedade plural e de identidades múltiplas.”
(Kabengele Munanga, Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: Identidade Nacional versus Identidade Negra. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 16.)
Texto 2
“Os meus olhos coloridos/ Me fazem refletir/ Eu estou sempre na minha/ E não posso mais fugir/ Meu cabelo enrolado/ Todos querem imitar/ Eles estão baratinados/ Também querem enrolar/ Você ri da minha roupa/ Você ri do meu cabelo/ Você ri da minha pele/ Você ri do meu sorriso/ A verdade é que você,/ (Todo brasileiro tem!)/ Tem sangue crioulo/ Tem cabelo duro/ Sarará crioulo.”
(Macau, “Olhos Coloridos”, 1981, gravada por Sandra de Sá. Álbum: “Sandra de Sá”. RCA.)
Considerando o alerta de Munanga em relação a algumas
“vozes nacionais”, a canção de Macau
Entre os comentários à postagem, qual deles responde corretamente à pergunta do autor?
TEXTO 1
antipoema
é preciso rasurar o cânone
distorcer as regras
as rimas as métricas
o padrão
a norma que prende a língua
os milionários que se beneficiam do nosso silêncio
do medo de se dizer poeta,
só assim será livre a palavra.
(Ma Njanu é idealizadora do “Clube de Leitoras” na periferia de Fortaleza e da “Pretarau, Sarau das Pretas”, coletivo de artistas negras. Disponível em http://recantodasletras.com.br/poesias/6903974. Acessado em 20/05/2020.)
TEXTO 2
“O povo não é estúpido quando diz ‘vou na escola’, ‘me deixe’, ‘carneirada’, ‘mapear’, ‘farra’, ‘vagão’, ‘futebol’. É antes inteligentíssimo nessa aparente ignorância porque, sofrendo as influências da terra, do clima, das ligações e contatos com outras raças, das necessidades do momento e de adaptação, e da pronúncia, do caráter, da psicologia racial, modifica aos poucos uma língua que já não lhe serve de expressão porque não expressa ou sofre essas influências e a transformará afinal numa outra língua que se adapta a essas influências.”
(Carta de Mário a Drummond, 18 de fevereiro de 1925, em Lélia Coelho Frota, Carlos e Mário: correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2002, p. 101.)
Apesar de passados quase 100 anos, a carta de Mário de
Andrade ecoa no poema de Ma Njanu. Ambos os textos
manifestam
(Disponível em https://www.cracked.com/blog/14-epic-comebacks-stars-gave-tostupid-interview-questions/. Acessado em 25/06/20.)
Em sua resposta, a atriz
(Disponível em https://twitter.com/ajdewerd/status/1237495536036581379. Acessado em 30/07/2020.)
A resposta de Andrea ao tweet de Julieanne
(Adaptado de https://www.britannica.com/biography/Ludwig-van-Beethoven. Acessado em 29/07/20.)
A partir do conteúdo do texto, pode-se afirmar que
Catherine Fletcher, Tue 4 Feb 2020
The decision by a UK University to close history, modern languages and politics degrees in favour of more “careerfocused” courses has been widely criticised. The problem lies in reducing university education to what sells to employers. A society – and a world – urgently needs people who have the education to think about big issues, which aren’t only scientific or technological: they’re also about the ways that people have made, and continue to make, decisions. The humanities matter. And it matters that students from all backgrounds have the opportunity to join in these world-changing discussions.
Roger Brown, Mon 10 Feb 2020
Catherine Fletcher is completely correct to warn about the damage that current policies are doing to the humanities. But her warning comes much too late. As I and other scholars have shown, the problem started with a government green paper which declared that the fundamental purpose of higher education was to serve the economy. Until we recover the idea that higher education is as much about the public good as anything else, we will never be able to sustain the humanities as an essential component of a balanced curriculum. Unfortunately, there is very little sign that this has been grasped by any of our current policymakers.
(Adaptado de www.theguardian.com/education/2020/feb/10/humanities-are-notthe-right-courses-to-cut. Acessado em 22/05/2019.)
Os textos acima concordam quanto à identificação de
um problema nos cursos universitários no Reino Unido,
mas divergem quanto
English lacks a gender-neutral singular pronoun to correspond with singular pronouns like everyone or someone, and as a consequence they has been used for this purpose for over 600 years. Recently though, they has also been used to refer to a person whose gender identity is nonbinary, a sense that is increasingly common in published text, social media, and in daily personal interactions between English speakers. There's no doubt that its use is established in the English language, which is why it was added to the Merriam-Webster dictionary in September of 2019. Nonbinary they was also prominent in the news in 2019. Congresswoman Pramila Jayapal (WA) revealed in April that her child is gender-nonconforming and uses they. And the American Psychological Association’s blog officially recommended that singular they be preferred in professional writing over “he or she” when the reference is to a person whose gender is unknown or to a person who prefers they.
(Adaptado de https://www.merriam-webster.com/words-at-play/word-of-the-year/ they. Acessado em 29/04/2020.)
De acordo com o texto, o fato de uma palavra simples, como o pronome “they”, ter sido escolhida como a palavra do ano de 2019 se justifica pela necessidade de
(Disponível em https://www.paho.org/en/topics/violence-against-women. Acessado em 24/08/2020.)
Qual das medidas abaixo é recomendada no cartaz?
There will come soft rains and the smell of the ground, And swallows circling with their shimmering sound; And frogs in the pools singing at night, And wild plum trees in tremulous white; Robins will wear their feathery fire, Whistling their whims on a low fence-wire; And not one will know of the war, not one Will care at last when it is done. Not one would mind, neither bird nor tree, If mankind perished utterly; And Spring herself, when she woke at dawn Would scarcely know that we were gone.
(Disponível em https://poets.org/poem/there-will-come-soft-rains. Acessado em 24/08/2020.)
O poema destaca
‘The Complete Stories,’ by Clarice Lispector
By Terrence Rafferty
July 27, 2015
There’s a whiff of madness in the fiction of Clarice Lispector. The “Complete Stories” of the Brazilian writer, edited by Benjamin Moser and sensitively translated by Katrina Dodson, is a dangerous book to read quickly or casually because it’s so consistently delirious. Sentence by sentence, page by page, Lispector is exhilaratingly, arrestingly strange, but her perceptions come so fast, veer so wildly between the mundane and the metaphysical, that after a while you don’t know where you are, either in the book or in the world. So it’s best to approach her with some caution. For the ordinary reader — that is to say, for most of us — immersion in the teeming mind of Clarice Lispector can be an exhausting, even a deranging, experience, not to be undertaken lightly. (Pack food, water, a first aid kit and plenty of sunblock.)
Her stories are full of strange words, in strange combinations, and her “Complete Stories” is a remarkable book, proof that she was — in the company of Jorge Luis Borges, Juan Rulfo and her 19th-century countryman Machado de Assis — one of the true originals of Latin American literature.
THE COMPLETE STORIES
By Clarice Lispector
Edited by Benjamin Moser
Translated by Katrina Dodson
645 pp. New Directions. $28.95.
(Adaptado de https://www.nytimes.com/2015/08/02/books/review/the-completestories-by-clarice-lispector.html. Acessado em 21/07/20.)
No texto acima, o livro de Clarice Lispector recebe uma
crítica